quinta-feira, outubro 31, 2002

Reunião com o pessoal da "Justa" ontem. Festa estranha, com gente MUITO esquisita...

Um documentário com TODAS as delegacias da Bahia, estado que tem 417 municípios, alguns deles com mais de uma delegacia? E isso não é nada... Eles querem uma radiografia das delegacias da "Dura", tb... Vamos calcular aí 2 mil delegacias, batalhões, companhias e distritos?

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O bacana são os novos amiguinhos... Vou poder andar com o que eu quiser no bolso que ninguém vai sonhar em me enquadrar num
artigo 55

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Recorte

— A gente vai acabar falando da arquitetura das delegacias... Teve até um cara que apresentou um projeto de delegacia com um fosso de crocodilos embaixo da carceragem! O projeto estava prontinho, com renovação de ar, captação de luz natural...

(risos gerais)

Um cara da "Justa", pensativo:

— E o IBAMA ia deixar?


Corta e copia!

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O que é que eu ainda estou fazendo aqui, quando tenho que tomar um banho e sair pra gravar daqui a pouco?

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Que quarta-feira iluminada!!!

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Acho que foi aniversário do Denilson, puta editor do Paralello.

quarta-feira, outubro 30, 2002

Samba de Roda. Axé boy band. Curta. Longa. Documentário. Outro longa. Texto. Orçar diretor de fotografia. FazCultura. Orçamentos gerais. Email de um homem muito QUERIDO, delicioso de ler e responder.

E um dia eu tive CORAGEM de dizer que minha vida anda um tédio...

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Alguém conhece um médico que me dê receitas de anfetaminas? A cinturinha de ovo precisa sumir, não nos toleramos mais!!!

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Não sei o que tem havido com os meus amigos. Ou comigo. Ou eu sou a mala-mor do mundo, e as pessoas precisam mentir para sobreviverem comigo por perto, ou alguma coisa está muito errada. Impressionante a quantidade de vezes que esta que vos fala foi feita de idiota nas últimas duas semanas. É amigo que mente, que omite, que engana, que enrola. E eu lá, diligente, cúmplice, amiga, solidária. Será que é nisso que eu estou errada? Será que eu estou errando no excesso de amor?

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E este não é um recado, se fosse não seria só pra você. Dos males, a omissão é a menor.

terça-feira, outubro 29, 2002


O Holden Caulfield fez um post fantástico para o dia 29 de outubro. Eu ia copiar e publicar aqui, mas na verdade já não sinto muito mais por tê-lo (não ao Holden, ao Outro, claro!) tirado da minha vida. Não está incomodando tanto, não estou mais enlouquecida de dor. Até a possibilidade de ter que lidar com ele profissionalmente já não me fere tanto.

Se ele tiver que voltar pra minha vida, que volte. Mas vai voltar nas MINHAS bases, dançando a minha versão latina de punk rock...

E danem-se Dick Dale, Yngwie Malmsteen, Steve Vai e o resto.

Alguém já viu o Gato Félix no fundo do jarro de chá gelado?

Não?

Ai, meu Deus, pq voltei pro chopp gelado?

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Mega noite no Ao Léu. Já comecei levando uma geral do Felipe:

— Porra, demorou pacas!

Pois é, meu nobre amigo, moro na Barra, Ao Léu é na Pituba, sou míope que nem uma marmota, não dirijo... E o resto da noite? Ah... depois do final de semana miserável que ganhei de presente, tudo em paz. Se o Frederico conseguiu fazer as barbaridades dele comigo ao longo de 14 anos e eu perdoei, pq é que uma bobaginha ia macular uma história tão bacana?

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Vou rasgar a lista do homem ideal e começar tudo de novo. Vamos ver se dessa vez acerto, mas... Geminiana, né? Tenho mais vidas que um depósito de gatos... E isso é que é o bacana da vida...

" ... e acreditar
e acreditar
mesmo sem ver as provas..."


Vianna, o Herbert

segunda-feira, outubro 28, 2002


Uma foto digital, e de repente ele está de novo no meu quotidiano. Num instante — o tempo exato que o computador levou pra carregar a fotografia dele — eu esqueci tudo e ele voltou a ser aquele homem que preenchia 37 da minha lista de 40 itens. Maior a memória do computador, menor teria sido o tempo para ele voltar pra mim.

Abro direto no Photoshop. Vamos brincar um pouco.

A primeira opção que dança na frente dos meus olhos é “Efeitos de Iluminação”. Mais apropriado, impossível. Experimentei todos os efeitos de luz nele. Iluminei seu rosto, escureci seu corpo, explodi o flash nas suas mãos, dei à sua aparência um quê de sacro.
Ctrl+Z. Undo. Desfazer. Sacro?

Como um Deus de saias, vou manipulando suas feições. Num clique do meu mouse-vontade, derreto seu rosto, transformo aquele homem num ente que só eu seria capaz de amar. Só eu, porque eu o fiz. Desfaço novamente.

Criadora contemplando a criatura. Num outro minuto, ele passa a ter a textura de um personagem de quadrinhos. Meu super-herói, meu vilão, meu bobo, personagem do meu gibi. Agora ele é um pôster. Meu rock star, ídolo desta mulher-adolescente, por quem enfrento multidões de outras mulheres-adolescentes, enfurecidas perseguidoras do mesmo sorriso que um dia foi meu.

A ferramenta “Plastificar” é a minha preferida. Corta o contato dele com o ar. Evita que o amor amareleça, mantém esse homem pra sempre assim. Meu. Selecionar a opção 3D me trouxe uma quase-surpresa: uma ligeira alteração o transformou num clone — 20 cm mais baixo, verdade seja dita — do Kiko, outro amor antigo.

Quase surpresa porque já o sabia parecido com o Zeca, cuja foto, pendurada no alto do meu quadro na parede, me censura: “Se era pra arranjar alguém tão parecido comigo, que a gente nunca tivesse se separado, então!” . Vc tem razão, Zeca... Vc nunca me fez sofrer como ele, nem quando arranjou uma namorada com o meu nome. Se era pra ter uma Daniela, que fosse eu, né?

Tem uma opção que não conheço pelo nome. Crayon Conté. Enrolo a palavra na boca, como degustador de vinho. Cuspo o Crayon Conté no rosto dele. Experimento, e sua foto se transforma numa imagem de TV com interferência. Se eu aumentar o “Nível do Primeiro Plano”, aumentam as interferências. Bom. Minha tela da “televisão” está cada vez mais borrada.

Cansei de você. Desta vez, quem vai te tirar do ar sou eu. Um clique no mouse-controle remoto e pronto: sua fotografia some, entra no lugar a logomarca da emissora. “Desculpem a nossa falha. Voltamos aos nossos estúdios...”

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—Daniela, sua mente é buraco negro. Ninguém sabe o tamanho, ninguém sabe o que pode sair daí de dentro.

Isso foi um elogio?


domingo, outubro 27, 2002

Votar... Sigh...

Tomara que o mesário seja o mesmo...

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Alôoooooo, tem alguém aí?

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Zeba, seu anel é meu por usucapião.

Certo, sinais não existem... Mas alguém podia convencer o meu Winamp disso?

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Ao telefone:

— Eu tirei esse homem da minha vida, Vel! Não quero mais saber dele, não quero mais nada com ele. Pra mim acabou!

Começa a tocar:

"I was down at the New
Amsterdam, staring at this
yellow-haired girl
Mr. Jones strikes up a
conversation, with this black-haired (...)"


Argh!!!!!! Por que raios o meu player faz isso comigo??? É a música que ele adora, que queria aprender a tocar!!!

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Mas não adianta. Eu tirei esse homem da minha vida de uma vez. Todo o contato que quero com ele é profissional, de agora em diante.

(E agora está tocando Surf Rider, do Dick Dale & His Deltones!!!

Pulei a música.

Nitro, do mesmo Dick Dale!!! Nem o Winamp me respeita!!!!)

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Quero um Namorado 1.2. Com as mesmas características da versão 1.1, mas sem os bugs.


sábado, outubro 26, 2002

Ainda bem que tive o bom senso de voltar pra cama.

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Amarga do jeito que eu estava (ava?), eu ia acabar concluindo que realmente não há nada mais solitário que um paulistano.

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Não voltei pra cama a tempo. Eu concluí, sim, que não há nada mais solitário que uma paulistana.

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Pq as pessoas não fazem as merdas das suas carreatas em silêncio? Eu quase desisto de voltar no tal candidato por causa da zona que seus seguidores fizeram. Aliás, vou pensar bem sobre esse assunto...

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Acho melhor tomar um Dormonid e parar de aborrecer o mundo com a minha irritação. Ah, Daniela, deixa de supervalorizar o passe... Você não acha realmente que as pessoas estão se importando com o que vc sente ou deixa de sentir, né?

Um caso de repostagem (de foto)

Pq de vida... Ah, vcs já devem ter visto isso antes...





"Nada a perder
Pra quem não tinha
Nada a ganhar
É como ver o dia morrer,
A noite chegar,
O tempo passar


E quem vai ficar
De bem com a vida, quem vai ficar
Com a chave da saída que dá
Pra outro lugar
Que não seja aqui?


Eu tentei
Vc viu que eu tentei
De todas as maneiras


Eu errei
Vc viu que eu errei
De todas as maneiras


Eu amei
Vc viu que eu amei
Como um homem qualquer


É assim que isso tudo começa
Foi assim
Que isso tudo acabou
E eu amei
Vc viu que eu amei


E o que vai sobrar
Do amor
Que eu guardei pra te dar?
A história que eu queria contar
Não era tão triste
Nem sei se ela existe..."


Danilo Caymmi - Nada a perder

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Acabou.

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E eu não vou sofrer. Acabou uma das histórias mais intensas da minha vida. E eu SEI que não sofrer. Não quero, não vou, não posso. Eu AMEI esse homem como NUNCA tive coragem de amar ninguém. Ou admitir. Mas acabou a história de amor mais viva da minha vida.

Meu corpo ainda não sabe. Vou contar aos poucos.

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A piada de humor negro da vida é que a partir da quinta-feira vou precisar dele. É o melhor profissional da área. Confio nele.

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Mas acabou. E a maneira foi tão prosaica, e ao mesmo tempo tão rara pra mim. Acabou, e nem Ele nem meu corpo sabem disso.
Quem se habilita a contar pros dois?

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Meus doze leitores, um pedido: uma torcida corajosa por mim nos próximos 25 anos. Esse homem tem que ser abstraído.

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"A história que eu queria contar
Não era tão triste
Nem sei se ela existe..."


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Sincronicidade? Ou porque nada é por acaso? Good luck for us, dear...

sexta-feira, outubro 25, 2002

E eu apostando que hoje era quarta feira.

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Eu cruzo as ruas por onde passo procurando um vestígio dele. Um carro do mesmo modelo, um homem com óculos escuros, uma aba de boné, uma risada mansa, uma câmera. Nunca. Nada. Procuro o cheiro dele em outros corpos, o beijo dele em outras bocas. Fecho os olhos, traço outro rosto com o dedo, e a linha dura do maxilar não está lá. Não é ele. Nunca. Nada.

Até hoje. Na frente do escritório dele, colei o rosto no vidro do carro em movimento, criança de rua em loja de brinquedo. "Muito tarde, Daniela-idiota, ele já deve estar na outra dimensão, onde mora!". Mas o que é o pensamento racional quando o corpo pede, precisa, ignora o cérebro pra se curvar diante da falta que sente daquilo que lhe garante o bater-de-coração-nosso-de-cada-dia?

Contrariando as probabilidades, o carro dele estava estacionado na frente do prédio. As perguntas lógicas? Essas só vieram depois... Na hora só deu pra sentir um misto de amor que dói, saudade que dói mais, uma sensação de impotência, de mãos atadas. Como um sol girando em torno do girassol, curvei meu caule até perder o carro de vista. Até romper o elo que efemeramente fiz com ele naquele átimo. Tão perto, tão longe.

Seguimos adiante. Toquei a vida, tocaram o carro, a lua nasceu.

Mas alguma coisa minha ficou ali. Alguma coisa que me é vital ficou presa ali, naquele carro. Ficou esperando que o dono saísse da hora extra no trabalho.

A Daniela que foi pro show do Beto Guedes chegou no destino faltando um pedaço. Mais um. Cada dia menos da Daniela. Como um eclipse. Estão tapando cada dia mais a minha luz. Um dia eu sumo.

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Pela primeira vez o branco não serviu como rebatedor. Ao invés de devolver toda a luminosidade que incidi nele, o branco absorveu toda a minha luz. Deu em troca a escuridão.

quinta-feira, outubro 24, 2002

Is This Love?
Whitesnake





I should have known better
Than to let you go alone
It’s times like these
I can’t make it on my own
Wasted days and sleepless nights
And I can’t wait to see you again


I find I spend my time
Waiting on your call
How can I tell you, babe
My back’s against the wall
I need you by my side
So tell me it’s alright
‘Cos I don’t think
I can take anymore


Is this love that I’m feeling
Is this the love
That I’ve been searching for
Is this love or am I dreaming
This must be love
‘Cos it really got a hold on me
A hold on me


I can’t stop the feeling
I’ve been this way before
But with you I’ve found the key
To open any door
I can feel my love for you
Growing stronger day by day
And I can’t wait to see you again
So I can hold you in my arms


Is this love that I’m feeling
Is this the love
That I’ve been searching for
Is this love or am I dreaming
This must be love
‘Cos it really got a hold on me
A hold on me

EU QUERO UM GREYHOUND!!!
E novamente surpreendi o sol antes de o sol raiar.

Mas valeu a pena. Noite com um homem muito interessante, que além de ter uma prosa que sai do UFO, passa pelo Chico, e chega até as jujubas de cereja, beija bem demais, é cavalheiríssimo, divertido, inteligente, culto, carinhoso e gentil.

Noites como essa, regadas à Coca Light (pq dessa vez eu despacho minha cintura de ovo pros infernos), é que me fazerm crer que sinais realmente existem...

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Roubado desse blog delicioso.

"Nasceste no lar que precisavas,
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades,
nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são as almas que atraístes, com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sobre teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas, tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos, atitudes, são as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial.
Não reclames nem te faças de vitima. Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograme tua meta, busque o bem e viverás melhor".


(Chico Xavier)

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Que dia de bons sinais! Começar com um beijo, um carinho, um abraço, um elogio e um texto achado do Chico Xavier? E só estamos começando!




"E, last, but not least, a divertidíssima Daniela Henning, verve, humor ácido e delicadeza reunidas em única figura. E ela nem sabe quantas vezes nós já pegamos ônibus juntos..."

Ai, Holden, que delícia ouvir isso de alguém que me faz rir e chorar num mesmo post! Obrigada, obrigada, obrigada! Minha quinta-feira começa bem assim!

quarta-feira, outubro 23, 2002


Descobri mais uma vocação: ghost-writer de blogs...

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Mundo blogueiro em pane: minha sócia tirou o blog do ar.

Sócia, não era pra ser tão radical. Um pedido de desculpas servia. Se vc disser que foi vacilo, que gostou muito mas não se tocou de linkar, tudo bem. É capaz de a gente acabar com essa rusga numa boa. Sou partidária disso.

Quer tentar? Meu email é daniela.henning@bol.com.br. Be my guest.

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Dé, pq a gente demorou tanto pra se falar ao telefone??? A gente devia ter começado isso antes... Minha amiga linda, feliz aniversário atrasado!!! O seu ano-novo começa agora. Prepare-se para colher tudo de bom que vc andou plantando...

Sobre clones sem créditos

Eu adoro quando as pessoas gostam do que escrevo. Adoro quando as pessoas copiam trechinhos dos meus textos para usar em outros blogs. A Rê Ticências tem um texto lindo chamada Teoria das Garrafas que fala sobre isso.

Eu sou campeã do mundo em copiar trechinhos de posts dos outros. Mas eu credito absolutamente todos! Eu nunca roubei um post sequer que não tenha apertado o botão do hyperlink e colocado lá o endereço da fonte. Mesmo quando roubo citações eu indico de onde foi. Não roubo descaradamente e uso como se fosse meu. O respeito à criação do alheio é uma coisa séria, que ou a gente aprende no berço ou nada feito.

Pq todo esse desabafo? Pq estava com ele no icq, e acabamos conversando sobre usar os textos dos outros. Bom. Ele me mandou um link de uma pessoa que tinha usado um texto dele e linkado. Ainda disse pra ele que era o reconhecimento do esforço, do trabalho bem feito, achei bacana pra caramba. Fui lá ver.

Qual não é a minha surpresa quando vejo uns 5 textos meus ligeiramente adaptados (ligeiramente significa mudar o nome apenas) e assinados pela tal. ASSINADOS, como se ela tivesse acendido um cigarro, recostado na cadeira e escrito cada linha daquilo. Eu trabalho, ela é quem fica vermelhinha?

Não, não vou linkar pra não virar festa. Vou deixar pra lá. Pela quantidade de textos meus roubados, ela deve ser a minha visitante número 1. Não deixa de ser lisonjeiro. Eu comecei o post dizendo que gosto quando as pessoas apreciam meus textos. E gosto mesmo. Pode continuar a usar, minha amiga "Grife de Camiseta". Se gosta tanto, se me acha tão genial, deixa os dedos acharem o caminho crlt+c, crlt+v. Mas não esquece de colocar uma referência.

Nem precisa colocar links. Escrevo para quem, por algum motivo, se interessa pelo que eu escrevo, pela minha vida. Não tenho a menor pretensão de virar estrelinha do mundo virtual. Não tenho tempo, não tenho talento, meu blog não tem o charme necessário para isso. Não escrevo para agradar a ninguém, senão a mim mesma. Não faço questão das 23.000 visitas que em teoria minha "sócia" tem. Mesmo pq eu acredito em counters adulterados... Os links que tenho em outros sites são de pessoas selecionadas, pessoas que tem afinidades comigo. Não faço questão do seu link pq seu modus operandi é completamente oposto ao meu.

Então ficamos combinadas assim: você pode continuar clonando tudinho, mas coloca meu nominho embaixo, tá?

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By the way: desista dos vibradores para a sua sobrinha atormentar os cachorros. Aposte no curso de francês para que a sua sobrinha possa mesmo encontrar um francês fofo e gentil... E a cópia de "Relatos Febris" ficou absolutamente sem sentido. Ninguém entende pq não é pornografia se vc não coloca o nominho nem contextualiza.

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Eu sou meio low profile. Nunca fiz um spam do meu blog, e meus amigos sabem disso. Nunca fiz propaganda sobre o que escrevo, apesar de ganhar parte da vida fazendo isso: escrevendo. Faço freelas de roteiros, tenho alguns institucionais maravilhosos, sem falsa modéstia. Já fiz muito texto para off de televisão, já fiz muito texto para comerciais.

Sou muito vaidosa quando o assunto é "textos profissionais". Mas no meu blog... O meu blog é um exercício mais de autoconhecimento, mais de registro, do que uma tentativa de literatura. Tenho, sim, algumas coisas mais elaboradas, mas pq foram escritas em momentos inspirados.

Não escrevo para ganhar o Pulitzer. Escrevo para manter um registro. Escrevo pq adoro escrever, pq é a minha cachaça. Se alguém não gosta, não volte. É simples. Eu nunca convidei ninguém (minto, convidei meu Valete preferido, mas se ele não viesse, acabava tudo entre nós...) para visitar este blog que vos fala. Veio quem quis, voltou quem gostou.

terça-feira, outubro 22, 2002

Não importa de que matéria são feitas as almas; a minha e a dele são uma só.
Emily Brontè

É necessário correr o máximo possível para ficar no mesmo lugar. Se você quer chegar a algum lugar, deve correr pelo menos duas vezes mais.
Coelho Branco


Roubado daqui




segunda-feira, outubro 21, 2002

Está difícil sem ele.

Yara, mulher do Juca Chaves, se tornou meu ícone quando deu uma entrevista para uma revista qualquer dizendo que certa feita conversava com o Juca por telefone, ela na Bahia, ele no Rio. Ele desligou dizendo que estava tarde e ela precisava ir dormir. Dez minutos depois, ele recebe um fax dela dizendo:

— Não consigo dormir pq uma metade não fica sem a outra.

Acabei que virei fã daquela mulher, a conheci pessoalmente, conheci o tal aparelho de fax por onde ela fez a mais linda declaração de amor que já vi.

Mas é assim que me sinto. Ontem tentei racionalizar o que era a minha relação com Ele. Pesei rapidamente, num dos poucos momentos de lucidez que consigo, sobre o que ele era realmente. Infiel, não fez faculdade, não entende minhas piadinhas sutis. Esse conjunto de caracteristicas seriam suficientes para derrubar qualquer "pretê". Mas não são suficientes nem para arranhá-lo.

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Acho que amar é sinônimo de admirar. Quanto mais se admira, mais se ama. Admira-se desde o cabelo até a competência profissional, passando pelo empenho espiritual, pela afinidade com crianças, pela receita de jujubas douradas, POR QUALQUER MOTIVO. Sem admiração não existe amor. E é assim: quando os defeitos passam a pesar mais que as qualidades, quando a lista de admiração diminui, o amor reduz/acaba. E eu admiro esse homem de uma maneira quase estúpida, burra. Eu admiro seus antecedentes, sua vida profissional, sua calma, sua mansidão, seu modo doce de conseguir as coisas... E acho que é o tipo de admiração que nunca vai passar, pq ele nunca vai deixar de ser o homem que é

É tão louco sentir isso tudo, mas ele me completa. Sem a minha metade não aquieto, não sossego o coração.

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Final de semana exemplar. Mais um desses, comendo desse jeito, e eu vou ter que pedir a saia da minha irmã emprestada para emendar na minha... Mas valeu cada minuto. Destaque para a caruara de fome no caminho para Itapoan no domingo de manhã...

— Rê, eu estou com fome!
— Ah, menina, quando chegar lá vc come alguma coisinha...
— Rê, é muita fome!
— Mas lá...
— Rê, EU ESTOU TREMENDO DE FOME!

Só comi lá, mesmo. Pouca coisa eu me lembro depois de ter sentido os braços formigarem e ficarem dormentes...

domingo, outubro 20, 2002

Risos. Praia. Queijo coalho com melaço. Paralamas do Sucesso cantando "De Música Ligeira". Pasta de gorgonzola. Chuveiro quentinho. Saudades. Saudades enormes. Piscina. Malibu. Boteco do França. Gargalhadas. Toalha de mesa como cobertor. Air drumm. Protetor solar. Mais saudades. Fonte. Um pouquinho de tristeza. Coca Light. Decupagem de curta.

Sábado. Porque ontem foi sábado.

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Os amores das outras pessoas são sempre mais fáceis e menos saborosos que os nossos.

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Um pedido aos meus 11 leitores: façam uma prece por mim nesta próxima semana. Vou tentar dar uma guinada na vida.

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Um mês. Se eu parar e olhar pra trás, vai parecer um ano, uma vida. Mas tem só um mês. Ou a minha noção de tempo está completamente equivocada, ou os dias estão se arrastando.

De toda sorte, um mês. Deixem os parabéns pra um dia mais adequado.



sexta-feira, outubro 18, 2002

Pulamos da incrível marca dos 2' 30" para os 12' 56", divididos em dois tempos. Acho que ele é um celular da OI: mudaram o chip, mudaram as configurações, mas o shape é o mesmo. Obrigada, meu Deus, por fazer melhor a cada dia o que sempre, sempre foi muito bom!

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Eu não sei se espero demais das pessoas ou se elas realmente não me dão o que peço e preciso. Sigh...

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Preciso tomar um porre Dele. Um porre é exagerar nas quantidades do que quer que você esteja ingerindo. É deixar que a substância te satisfaça. É caprichar na dose, é usar demais, é ter em abundância.

Quero um porre Dele. Quero ter demais Dele, quero embebedar naquele gosto, naquele cheiro. Quero ficar tonta e cair naqueles braços, encostar a cabeça no peito dele pra ver o mundo girar em segurança.

Mas o porre não vem sozinho. Depois do porre vem a ressaca. É um enjôo que não passa, uma dor de cabeça sem fim, e parafraseando L.F. Veríssimo, "Ressaca de licor de ovos. Um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia." Nem só de licor de ovos. Qualquer ressaca deveria ser um passaporte para a morte merecida.

E é por causa da ressaca que quero o porre. Quero ter tanto dele em mim que eu enjoe. Quero olhar pra ele e sentir o meu estômago se revoltando. Quero ter horror a ele. Quero nunca mais precisar dele como preciso agora. Não posso e não quero mais depender desse homem. Meu corpo não pode me trair desse jeito. O coração não tem o direito de martelar tão forte na antecipação de um prazer. Não quero acordar e continuar sonhando com os beijos dele. Quero pensar nele e sentir repulsa. Ou como Veríssimo e a garrafa de rum: "Não sei o que a cuba-libre fez com meu organismo, mas até hoje quando vejo uma garrafa de rum os dedos do meu pé encolhem."

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E rezar para que depois da ressaca, nunca, nunca mais sentir vontade de me embebedar dele. Rezar para não ter deixado o vício fugir ao meu controle.

"Jurava que nunca mais ia beber, mas, antes dos trinta, "nunca mais" dura pouco. Ou então o próximo sábado custava tanto a chegar que parecia mesmo uma eternidade."

Luís Fernando Veríssimo - Ressaca

quinta-feira, outubro 17, 2002

Nunca, nunca, em tempo algum, vai existir uma mulher que te ame, que tenha te amado, ou vá te amar mais do que eu.

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Felipe tem sua coleção pessoal de maluquinhos. Nunca houve um dia em que tivessemos parado num posto de gsaolina pra uma cerveja em que não encostasse um... Essa noite não foi diferente. Bira, um carinha que diz que voltou há 5 dias dos Estados Unidos. Eu, no meu inglês castiço, perguntei quanto tempo ele tinha vivido lá. Pergunta simples. E ele... ELE NÃO ENTENDEU O QUE EU ESTAVA FALANDO!

De toda sorte... Domingo tem churrasco na casa do Bira. E o Felipe cismou que vai. E a Dani cismou que vai também.

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Zeba, que presente essa noite!

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"Zé Pequeno o caralho, meu nome é Zé Grande!"

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E o amor nunca teve uma casa definida. Morava de favor aqui, ora ali. Nunca teve um lugar onde pudesse arriar seus alfarrábios e dizer:

— Esse é o MEU lugar!

Sempre vagou, levado pelo sabor do vento, que se aproveitava da sua angústia para conduzi-lo a pastagens outras.

O amor cansou. O amor precisa agora de um porto de registro, para onde possa voltar quando pegar um mar 9, pra quando precisar fugir. Pra quando precisar voltar.

E a gente sempre precisa voltar. O mundo é muito bacana, mas de que servem todas aquelas cores atraentes quando o nosso vermelho (pq eu adoro vermelho!) está tão longe?

E eu não sou exceção: preciso voltar. Não sei pra qual porto, pra qual bandeira, pra qual amor. Mas eu cansei de explorar os meandros da insensatez, estou aborrecida com a inconstância dos pieres nos quais atraco meu amor. Preciso parar. Mas aonde?

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Pela primeira vez a idéia de engravidar foi promovida. Passou da categoria de "Indesejada" para "Não-Planejada". E isso faz toda a diferença.

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Quinta-feira gloriosa. Ponto.

Simples assim.

Detalhes sórdidos depois...


quarta-feira, outubro 16, 2002

Estou há uns 20 minutos tentando montar um roteiro com final feliz. Não estou conseguindo. Já mudei a locação 4 vezes, já demiti o diretor de fotografia, o ator principal ora entrou só em off, ora gravou do início ao fim.

Tá, pra escrever e dirigir essa história só tenho uma exigência na equipe: meu diretor de fotografia preferido!

Atendidas as minhas reivindicações, amanhã eu entrego o roteiro pronto.

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Nando Reis, em Relicário, canta divinamente... igualzinho à Marisa Monte...

terça-feira, outubro 15, 2002

Esse tem endereço:

De que adianta tanta cultura, tanta retórica, se não existe vestígio de maturidade emocional? De nada vai te valer tudo isso enquanto for escravo de substâncias outras para tomar coragem e ser homem.

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Ai, que delícia ser desaforada...

Eu sempre quis ter um closet.

Depois que a minha irmã mais nova se mudou de quarto, passou a habitar sozinha a library, fiquei eu e Miriam Lane dividindo o mesmo quarto. Como nunca me adaptei a dormir numa cama baixa, continuei no beliche. A cama de baixo ficou vaga.

Ei, isso pode virar um closet!!!

E virou. Tenho mais roupas na cama de baixo do que no armário. Retificando: atualmente tenho mais roupa no chão do que no armário e na cama debaixo. Por que será?

Porque eu tenho uma daschund enlouquecida, a Nana, que tem pelo menos 3 crises de gravidez psicológica por ano! Adivinha onde ela resolveu fazer ninho dessa vez? Biduuuuu: minha cama-closet!

Nana nunca foi o cachorro mais doce do mundo. Daschund, mas jura que é rotweiller. Com gravidez psicológica, então, vira Cérbero, a guardiã do inferno.

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Dessa vez ainda tivemos a sorte de não nos tornarmos seus filhotes. Sim, pq todas as vezes ala acha que é minha mãe e mãe do meu pai. Meu Deus, sou neta da minha genitora! Além de mim e do meu pai, ela costuma "parir" uma fauna: um hot dog de borracha, um dinossauro cor de rosa, um urso cor de abóbora, um fusca de língua de fora. Meus irmãos.

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Tenho medo de um dia me apaixonar por um carinha que volta e meia passeia pela minha órbita.

Aliás, acordei pensando nele, coisa rara, e há dias venho nutrindo certa admiração e respeito. Bem, a confissão: sim, tenho medo da reação de meio mundo. E talvez essa tenha sido a coisa mais estranha que já proferi.

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Colagem de diálogos

— Vc conhece Fulano?
— Fulaninho? Aquele que não faz aérea, que não faz imagens com carro em movimento (MENTIRA!!!)? Claro que conheço!
Ouve-se outra voz:
— Fulaninho???? Trabalhei com ele na "Não-sei-quê Filmes", fiz varejo para o supermercado "Antônimo" com ele na fotografia...
Uma voz de barítono se intromete:
— Excelente na fotografia, mas o forte dele é o áudio. Já fez meus áudios em várias campanhas.
Uma voz feminina:
— Vc já fez campanha com Fulaninho? Eu já fiz umas duas com ele, é muito bom.


E a conversa segue. Foram boas as referências profissionais; serviram para que eu me sentisse mais próxima. Mas eu descobri que ninguém conhece o Fulano. Conhecem o Fulaninho, não o homem. O homem não é um diminutivo. O homem que eu conheço tem nome e sobrenome.

segunda-feira, outubro 14, 2002

Puts... Por que é que ele faz isso comigo?

Jornal O Globo

— O que é pior nessa história toda?

— O pior é deixar de me ver no espelho dos olhos dele — Sarita nem pensou na resposta. Estava pronta, à espreita. — Deixar de enxergar as coisas boas que ele via em mim — ela passou para trás da cadeira, fugiu de meu ângulo de visão e tentei adivinhar o que lhe ia pelo coração, através das modulações da voz.

O pior é acreditar que a gente não é capaz — ela quase sussurrou. — Fiz tudo o que se pode fazer, quis morrer de fome, enlouqueci, arrastei a cama pra porta do quarto, pra evitar que ele escapulisse na calada da noite, cantei meus boleros, tomei remédio pra dormir — tomo remédio pra dormir — engordei, emagreci, pensei em morte, pensei que tudo podia voltar a ser como antes, depois, percebi que já não conseguia ver nada no espelho dos olhos dele, a não ser o meu próprio avesso.

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Eu devia passar a assinar Sarita.

"Se o hipotálamo for muito desenvolvido, a criança pode crescer muito"
"O célebro..."
"Um exemplo de deficiência hormonal? Quando a menina engravida muito cedo"
"Sistema endócrino é um neurônio que lança produtos para fora do corpo"
"Explique pq o sistema nervoso se assemelha a uma rede de computadores:
— Pq quando a gente fica nervoso envia um monte de informações para o cérebro"
"A função do neurônio é obedecer a todas as vontades do cérebro"


O que é isso? O pequeno teatro de horrores, ou minha irmã corrigindo provas na mesa atrás de mim...

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Nick Cave nunca apareceu na minha seleção randômica do winamp. Até hj. Só na última hora eu o ouvi 2 vezes... Se isso for um sinal, alguém me ajuda a interpretar?

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Neruda...

"Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Antes de amar-te, amor, nada era meu."


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E lá vou eu de novo, caminhando em linha reta, com os olhos fechados. Que espécie de ser humano chegamais longe sem enxergar do que analisando cada centímentro do caminho com os olhos míopes?

O mundo é uma ervilha!

11 anos depois... FIQUEI COM O ANJINHO LOURINHO!

E eu garanto que valeu esperar cada dia... Que homem doce, que homem atencioso, bem humorado, que companhia deliciosa!

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O outro que se cuide. Me perder ou não é uma decisão dele.

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Disparar os tiros de empreego amanhã. Façam suas preces e apostas.


sexta-feira, outubro 11, 2002

Criatura estranha. Estou na balada desde segunda feira. Hj é sexta e estou em casa, sem as lentes, já, e acabei de perder o saco pra sair.

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Estou numa das maiores crises de sinceridade que já tive. Estou dizendo tudo na lata, ou me ressentindo com motivos claros, ou mandando neguinho se foder fácil.

Isso é péssimo apra o relacionamento com os outros seres humanos... Mas sou eu. Quem quiser levar, tem que ser o pacote completo.

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Bem, continuo aqui. Sinal de quem ninguém quis.

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Isso é que dá arranjar um namorado complicado. Sexta feira a noite em casa, esperando o Globo Repórter. Mas não é queixa, viu, Deus? É só constatação.

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FEBRE


O calor aquece o corpo e garante que haja sempre energia e movimento de transformação...

O calor modela o que se apresenta rígido.
O fogo nos aquece em uma forja amorosa que
nos permite desenvolver novas formas.

O calor no corpo traduz, em expansão, o que já construímos
como matéria física concreta.
A febre é uma forma alternativa de experienciação
dos processos de crescimento e de unificação
do indivíduo.

É no calor que vivemos a
expressão e o acolhimento.
A febre traz à tona o Amor que necessitamos
para acolher o novo em que nos transformamos!

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Minha última febre foi há um mês. Foi o período das minhas mudanças. A febre precedeu o sucesso. Foi o corpo se adaptando às novidades que vão se estabelecer na minha vida.




Eu surpreendi o sol antes de o sol raiar
Estou saltando as noites sem me refazer...

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Praia agora! 1ª Chamada.

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Minha resistência ao "visquinho" está cada dia melhor. Cinco, CINCO doses ontem à noite. E olha que eu estava exausta, sem dormir há dias. Uma cochilada, ou uma "carga rápida" só pra poder badalar. E mesmo assim resisti bravamente à overdose alcoolica de ontem.

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Só ele pra me tirar de casa ontem. Caracas, como eu estava cansada! Mas um telefonema me chacoalhou:

— Você VAI comigo!!! E não tem discussão!

Ai, como adoro esses homens que mandam na minha vida! Como eu estava cansada de mandar na vida dos outros, de empurrar todo mundo pra frente, de convidar e insistir pra sair. Esse de ontem e o irmão dele, por exemplo, controlam a minha vida de uma maneira deliciosa, do bem. Controlam os horários dos meus remédios, os meus horários pessoais, se comi ou não, e se comi bem... O Taurino é outro que me conduz na rédea.

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Há anos eu morei com 3 mineiros e um soteropolitano. Todos juntos, era uma delícia. Nesse período eu descobri que somos, mulheres e homems, somos diferentes, sim, e que não é desmérito nenhum sentir prazer em cozinhar para os homens da casa. Eu não carregava um saco de supermercado. Algumas vezes eles ficavam assistindo ao futebol pela televisão e me pediam alguma coisa pra comer. E eu tinha um prazer tão grande em ir pra cozinha...

Adorava aquela atenção masculina. Não sou da geração feminista, que acha que mulher é melhor em tudo. Somos todos bons, cada um de uma maneira diferente. Não se pode negar a superioridade física masculina, mas tb não se pode negar que mulheres têm um senso de proteção maior que o dos homens.

Se a maneira que eles tinham de cuidar de mim era carregando pacotes de compras, a minha maneira de mimá-los era cozinhando. Isso é que é legal: é você dar o que tem de melhor pro outro. A minha maneira de dar amor era indo pra cozinha e brigando com aquele fogão do demo, fazendo picadinho, purê de batatas, feijão, fazendo no domingo coisas que não estavam no nosso cardápio de todo dia. Estávamos todos longe de casa, todos comendo mal pra caramba, todos com um volume de trabalho acima da média.

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Cozinhar é a maior das magias. Não é simplesmente jogar um monte de coisas na panela e mexer. É pegar um punhado de comida crua e transformar num motivo para estar juntos, para rir de piadas lembradas e histórias contadas, é compartilhar. Por isso lembro com tanto carinhod aqueles dias nem tão leais assim. Comer era um ritual.

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Praia agora! 2ª Chamada.


Exausta. Uma semana inteira de ócio criativo, com uma pausa de criatividade produtiva ("Deu$ também é Neoliberal" em fortíssimo ritmo de pré-produção), cercada de dor por todos os lados. Foi foda ver um romance tão inusitado naufragando. Mas a história na qual não apostava nem um caracol está rolando.

Aquele homem. Ah, Deus, obrigada por esse homem enrolado, complicado, saboroso, valioso, especial. Obrigada por ter me mostrado que EU POSSO!!!

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Dick Dale não usava distorção. Naquele tempo ele usava apenas as caixas valvuladas(hã???). Palavra de quem manja...

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Seria muito fácil me apaixonar por ele... Quer dizer... Bom, na verdade não estou apaixonada. Meu corpo é que precisa do dele por perto. Não meu coração.

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Que seja doce, que seja doce, que seja doce...

quarta-feira, outubro 09, 2002

— Alguém anotou a placa da patrola que passou por cima de mim?

— Não, eu só vi o motorista, que estava de boné e óculos escuros...

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Funcionou. Doce. Feliz? Quase. Falta pouco.

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Que o outro lá seja feliz. Estou feliz do lado de cá. Um telefonema que não me dizia nada me deixou feliz para caramba.

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E afinal, a pergunta que não quer calar: Dick Dale usava distorção?

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Sorrisinho idiota na cara que está olhando tudo lá do cantinho...

terça-feira, outubro 08, 2002

Estou vivendo um caso de amor com Dick Dale.

Sempre fui louca pelo estilo precursor dos Centurions, mas depois que o Taurino me contou a origem da guitarra acelerada da surf music, juntei uma coisa com a outra e cai de cabeça no mundo do spaccatto.
Já devo estar na décima música baixada, e ouvindo uma atrás da outra.

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Maldito. Tomara que broxe com as próximas 30 mulheres que levar pra cama. Epa, tem que ser mais, senão a maldição só vai durar uma semana....
Epa, e se for comigo? Tá, tomara que broxe com as próximas 60 mulheres que levar pra cama, com exceção de mim.

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Quando a gente consegue rir da própria miséria, é um excelente sinal...

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Que seja doce, que seja doce, que seja doce!

Insônia. Sigh...

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Noite de Resenha, evento agregatício de um grupo de amigos sempre realizada às segundas feiras. Bom demais, gosto muito daquela galera... Acabei voltando com o Felipe e os dois Tiagos, q estiveram embarcados com ele no navio. Rodamos meia cidade para achar algum lugar para comer. Paramos no detestável posto do Victória Center, e acabei tomando um sorvete Molico Light. Para quem estava varada de fome...

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"Vivos", na Globo... Pelo menos alguém...

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Telephone still mute... How long must I wait for U?

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In my place - Coldplay

(...)
I was scared, I was scared
Tired and under-prepared
But I'll wait for it

And if you go, if you go
And leave me down here on my own
Then I'll wait for you, yeah


(...)

segunda-feira, outubro 07, 2002

Tutty Vasquez é meu pastor, e nada me faltará.

"Caras tem noticiado muito mais separações do que casamentos ultimamente. Maurício Mattar, por exemplo, continua solteiro. Viajou sozinho para Valle Nevado, no Chile, e lá teve uma sensação estranha:

— Meu coração está aberto para as surpresas da vida.

Deus queira não seja infarto
."


A lua nova torna a noite mais escura, esconde o que a lua crescente caprichosamente amadrinhou e exibiu...

A segunda-feira tem q ser gloriosa. Eu não aguento mais essa dorzinha intermitente, esse martelar ora suave, ora forte.

Eu sabia que podia ser assim, mas nunca me passou pela cabeça que podia ser assim tão breve. Eu até podria dizer que não mereço mais tanto sofrimento. Mas não sou eu quem decide quando acabam as minhas lições.

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O Amor está na sua Vida ?
(Khalil Gibran)

O amor é a amizade que se incendiou.
Surge como serena compreensão,
confiança, solidariedade e perdão.
O amor permanece fiel no bem e no mal.
Não exige a perfeição e é tolerante
com as fraquezas humanas.
O amor se contenta com o presente;
espera no futuro e não lamenta o passado.
O amor aceita o dia-a-dia com a sua enfiada
de irritações, problemas, obrigações,
pequenos desapontamentos, grandes vitórias
e objetivos singelos.
Se o amor está na tua vida
ele te ajudará a conquistar o que te falta.
Se não está, por mais que possuas
nunca será suficiente.


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Todo mundo tem um diálogo preferido, um trecho de filme que acha mais adequado pra sua vida... Um dos meus preferidos é a parte final de Platoon, com o Charlie Sheen solando um texto bárbaro... O helicóptero sobrevoa as florstas devastadas... Ah, veja por si próprio:


EXT/INT: PERIMETER #3 - LZ CHOPPER - DAY

The chopper - with its huge red cross painted on - now rising to
meet God. Smashed on morphine, Chris looking out at the waving
ants below.

Now the trees, the skyline and the chopper is moving fast over
the devestation. The jungle forever locked in his memory, Chris
looks back, copious, quiet tears flowing from his eyes.

CHRIS (V.O.)
I think now, looking back, we did not fight the
enemy, we fought ourselves - and the enemy was in us
... The war is over for me now, but it will always be
there - the rest of my days. As I am sure Elias will
be - fighting with Barnes for what Rhah called
possession of my soul ... There are times since I
have felt like the child born of those two fathers
... but be that as it may, those of us who did make
it have an obligation to build again, to teach to
others what we know and to try with what's left of
our lives to find a goodness and meaning to this life



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Com aquela belíssima peça para violinos ao fundo. Escondam as lâminas!!!


domingo, outubro 06, 2002

Dois candidatos que fizeram comigo a seleção para o programa da Grande TV do Rio foram escolhidos. Acabaram de passar na TV agora. MARAVILHOSOS!!!!!!!

Banda de Boca e Pelé do Tonel. Quem viu, viu.

Me dá uma sensação tão boa de ter dado uma forcinha a mais pra eles poderem mostrar o que têm de melhor. Esse sabor do "missão cumprida" é que paga o meu cachê.

'Uma pirueta, duas piruetas,
BRAVO, BRAVO!!!'


Para a Dé,




'Já não dizia Chaplin que "o tempo é o melhor dos autores - sempre encontra o final perfeito"? '

É, amiga-panda... Um outro homem, um PUTA diretor por quem tenho a máxima admiração, e sei que ele nem desconfia disso, tem outra pérola:

"O tempo é o senhor da razão."

E assim vou levando. Esperando a arca dourada aparecer, e rezando para que eu não esteja sozinha nessa hora mágica...

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EXERCICIO PARA LIDAR COM A FALTA DE AFETO

Veja, imagine e faça de conta que tem à sua frente uma enorme muralha de pedras.
Esta muralha contém todos os sentimentos deste mundo.
Respire uma vez e, usando a sua força interna, quebre essa muralha.
Veja à sua frente uma imagem do que é o afeto para você. Fique com ela.
Respire e abra os olhos.
Faça por 21 dias, todas as manhãs ao acordar.


Roubado daqui




Noite de histórias lindas. Histórias de amor, que são lindas por excelência, nem sempre com finais felizes, mas sobretudo lindas. A minha história ganhou contornos esmaecidos depois das que eu ouvi hoje.

Mas agora, com a noite mais escura, com o silêncio entupindo os meus ouvidos, o amor volta a fazer dueto com a dor.

Ao longo da noite (saí com a Regina), acreditei com o coração que se ele fosse embora de vez eu ia ficar super bem. Não é pra menos. Encontrei um amigo querido, Samuel, baterista do GR, e ele toca numa banda chamada Mr. João. A banda é genial, e o tecladista tem aquela cara de nerd que eu adoro. Sei lá se é casado, se é gay, se... Fato é que ele mexe com a minha sensibilidade...

Fora isso, eu estava MORRENDO DE SAUDADESde ver o Samuel tocar. É um espetáculo a parte, ele se entrega, vira uma continuação da bateria. É lindo demais!

Mas eu acreditei mesmo que sem ele ia ser fácil passar. Não é, não vai ser. Se ele for embora da minha vida agora, eu acho que perco o rumo. Não é justo, e a Lívia já me alertou sobre o quanto posso enlouquecer pensando em justiça, não é justo que ele tenha me dado as duas semanas mais felizes dos últimos dez anos e que depois suma, evapore...

Nâo vou pensar nisso. Vou continuar com o pensamento fixo num ponto pendurado nalgum lugar acima da linha dos olhos. Sempre olhando pra frente, com o nariz empinado, sem dar chance de alguém mais atento me perguntar pq estou sofrendo tanto. E estou, viu? Nossa, como estou sofrendo...

sábado, outubro 05, 2002

Um homem de quem gosto muito disse uma vez que teve problemas para nascer. Não queria largar a câmera e nascer sozinho. Pudera: é filho de um PUTA cineasta, carrega a câmera no ombro há pelo menos 25 anos.

Eu não tive a sorte de ter nascido entre as coisas que mais amava. E acho q isso aumenta o meu valor (nunca, nunca, nunca diminuindo o dele. Aliás, quem sou eu pra diminuir o valor do cara mais fera com quem já trabalhei?). Tudo o que aprendi não foi por osmose: foi ralando numa área onde não tive a menor facilidade de acesso. O pouco que sei foi conseguido na marra.

O nome que tenho hj no mercado começa a ser respeitado. Justo: passei os últimos seis anos da minha vida dedicada somente à carreira. Deixei vida pessoal, amigos, família, tudo de lado para continuar a me aperfeiçoar como profissional de TV e vídeo. Acabei caindo de paraquedas na produção de música, e acabei gostando muito. Fiz (e faço) produção muito bem.

Sou mal paga, fui demitida do meu último emprego por causa de picuinhas, estou perdendo uma batalha que estava toda ao meu favor, minha maré virou. E tudo isso pra quê? Pra ouvir de uma pessoa que acompanhou toda essa batalha, toda essa briga, que eu não saio de casa pq "não tenho competência pra me bancar".

Eu realmente queria saber o que uma pessoa tão mediana pode saber sobre competência.

Mas deixa lá. O q foi dito por mim é verdade. O que foi dito por ela não. E nós duas sabemos disso.

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Nasci, sim, com uma máquina fotográfica na mão. Meu pai fotografa, é apaixonado por imagens. E legou à mim essa paixão. Ele parou no meio do caminho. Eu tento, de uma maneira muito rudimentar, tocar adiante esse amor que agora é meu. Rudimentar, sim, pq sou geminiana, e essa raça tem uma dificuldade enorme em levar adiante projetos que exijam dedicação. Aliás, tenho tido muitas pedras no caminho do aprendizado e do sucesso.

Mas deixa lá. Basta contar os minutos que faltam para isso tudo acabar. Fica mais fácil assim.

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Não quero perder esse homem que apareceu de maneira tão intempestiva na minha vida.



quinta-feira, outubro 03, 2002


Dois dos poucos homens que me importam de verdade: Felipe e Zeba

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Feliz, indecentemente feliz. Primeiro dia de ócio criativo, praia com o Zeba. Flamengo como deve ser: eu, Zeba, dois casais gays, uma mulher com um bocão (Goldie Hawn em Clube das Desquitadas, alguém lembra?) falando e rindo sozinha, litros de Coca Light, conversas que preencheriam mais uns 8 anos de praia diária e muitas, muitas risadas compartilhadas. Fica difícil querer voltar a trabalhar levando a vida assim...

Mesmo q eu esteja me programando para uma big trip para breve, muito breve...

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Saudade miserável. Saudade dos beijos, do carinho. Minhas mãos viciaram no traçado daquele rosto. Só quero o cheiro dele, é a voz dele q ecoa nos meus ouvidos, é o gosto dele que ainda tenho na boca.

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Crianças sozinhas, sem a babá. Zeba e eu, 16:00, quarta feira, para todos os passantes:

— Ei, moço, a gente está voltando da praia. Da praia, entendeu?

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Como é fácil ser feliz!! Gente, COMO É FÁCIL SER FELIZ!!!

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Valeu, Negão, por ontem e por hoje!

terça-feira, outubro 01, 2002

Rito sumário.

Simples assim. César, diretor do programa, e eu, fomos limados do programa hj. Simples assim.

Sumário. Ele por telefone; eu, no mesmo fôlego. Duas grandes perdas, sem falsa modéstia. Claro que Queiroz e Denilson vão segurar a onda super bem: são bons naturalmente. Mas éramos uma equipe. Funcionávamos em sincronia, um estava começando a entender o que o outro pensava e queria sem que uma palavra fosse dita. Éramos uma equipe na mais completa acepção da palavra.

Saca militar sendo extirpado da corporação? Só faltou a gente entregar a farda e os nossos colegas virarem as costas para nós enquanto saíamos...

Triste. A coisa tinha para onde ir. A gente não tinha nem começado a dizer o texto todo que a gente sabia. Stuffs.

*Zeba acabou de chegar. Tenho que desligar. Chegou hoje do Rio, estamos nos preparando para mais um render movie. Felipe, eu, Aco e Zeba.