segunda-feira, junho 28, 2004

Entre dois prédios, um navio. Num primeiro olhar, eu estava lá dentro. E senti o cheiro das acomodações que me tinham sido destinadas. Num tempo ínfimo, enxerguei as paredes, as escotilhas, a luz fluorescente, as redes de lona. Ao invés de estar no vigésimo andar de um edifício, eu estava quase ao nível do mar, quiçá um pouco abaixo.

Os olhos mostraram o prédio onde eu estava, ao mesmo tempo em que continuava enxergando o navio no breu da noite. Do mar e da terra, eu estava em dois lugares, e enxergava pela perspectiva dos dois. Senti uma saudade enorme dos ventos que não fustigaram o meu rosto no convés, dos longos dias que não passei a bordo, do cheiro de mar que não estava decalcado na minha pele. Senti saudade de uma vida que nunca foi minha.

O navio iluminado começou a sumir por trás de uma das contruções. Eu virei as costas para a janela, e meio cambaleando, já que as ondas estavam um pouco fortes, caminhei em direção ao computador.

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Quem tem uma companheira de trabalho como a Marcela não precisa de mais nada na vida. É bom quando a gente (re)encontra uma pessoa que tem exatamente os mesmos princípios éticos que cultivamos, apesar de todas as lições contrárias que ambas recebemos ao longo dos anos.

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E Daniela prossegue na Incrível Batalha da Formatação do WinXP, apresentando hoje o episódio "O Sistema NTFS impedindo a formatação".

Argh!!! Não aguento mais essa punheta! Todo dia uma novidade que impede que eu delete tudo e comece de novo!!!

terça-feira, junho 22, 2004



Festa de São João é pra quem gosta. Eu nunca gostei de muvuca. Essa é a melhor temporada do ano pra mim. Cidade vazia, garçons praticamente implorando para que entremos nos seus bares. A ladeira onde moro vira um oásis de tranquilidade, e é bom jamais esquecer que junho/julho são os melhores meses para rodar a cidade.

Vou fazer plantão para adiantar os trabalhos de faculdade do Filho do Mar, e aproveitar para fazer uma peregrinação com aquela minha amiga que está tão mais leve, mais feliz, e o seu noivo, meu amigo da época das cavernas.

E hoje, Tilex pra dentro para calar a boca de uma dor de cabeça que insiste em comparecert num evento para o qual não foi chamada. Tilex é um remédio à base de codeína, prima-irmã da morfina. E lá vai Daniela, a ver pétalas de dente-de-leite voando por todo caminho, enquanto profere palavras-borboletas que escapam por entre dentes que só sorriem. Dia bom para andar sob o sol, nem tão quente, nada frio, analgésico formando uma bruma rosa na frente dos olhos.

Enxaqueca mais distante, remédio que me deixa entorpecida em dias de convulsão mental, em dias que parecem durar o tempo exato para levar angústias ao ponto de ebulição. Dias de certezas irremediáveis, e de verdades absolutas, todas as opções para a mesma questão. Daniela, Daniela que não cresce, que caminha por esta terra há 28 anos e continua com seus porquês de Sofia. Daniela, Daniela que não cresce, e continua achando as girafas um prodígio da natureza, que sonha em criar um panda; que acredita que tudo vai dar certo e que todas as pessoas merecem perdão.

Daniela. Besta, que sempre cai de cabeça, e que desta vez encontrou água tépida ao invés de cubos de gelo em suspensão. Daniela, a que vive em estado bruto de paixão, que sempre faz planos — os mais mirabolantes — e os abandona quanto mais viáveis são. Daniela, que acorda com uma decisão tomada, e quando se dá conta, na hora do almoço, mudou diametralmente de idéia. Daniela. Eu. a que não cresce.

quinta-feira, junho 17, 2004

Esse homem é um aquecimento central em meio à frente fria eterna lá de POA:

16 de Junho, Dia da Unidade Nacional e de Daniela Henning.
Mera coincidência? Talvez. Mas esclarece muito sobre essa mulher incrível que tem um pé no Rio, outro em São Paulo e outro na Bahia. Não me entendam mal... desse tripé ela fotografa o mundo por uma perspectiva singular.
Ela é certamente uma das últimas heroínas gregas. Poderosa por conseguir conciliar sua feminilidade com convivência de uma dúzia de “cuecas bêbados”, por ter a capacidade de ver o futuro e fazer o presente brotar, por desejar navegar uma “vassoura” e também um encouraçado e, enfim, por ser uma gigante com as palavras e não menos brilhante com a SilverTape.
Dani é o tipo de pessoa que naturalmente nos mostra seu mundo, inteligente, encantador e mágico. Seu mundo desnudo para os seus e mítico para todos.
Parabéns à unidade nacional, mas honrarias à bela Daniela, que unificou o bom ser humano.

Te Adoro!


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Eu li para a minha família na mesa do almoço.

O único comentário foi do papai:

— Esse é um cara que te conhece bem...

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O Bruno tem uma percepção aguçada do que sou, do que penso, da minha oscilação entre bruxa e maruja. Ele, como ninguém, entendeu o delicado equilíbrio entre ser feminina e ter atitude. Ele, que é meio poesia, literatura de cordel, livro com a poeira vermelha que doura sua pele.

Mas ele não é só poesia. Ele é prosa, e das boas. É um narrador atento, um dedicado observador, um incansável na arte dos sábios: aprender.
Não vou falar. Não vou comentar. Não vou. Não.

Para algumas coisas eu queria respostas. Não explicações, não desculpas. Sucintas e singelas respostas.

quarta-feira, junho 16, 2004

Levante a mão quem já recebeu um carro de mensagem. Alguém? alguém? O mocinho de barba vermelha ali no canto, rindo da minha cara? A senhorita de longos cabelos negros? Ninguém?

Pois é... eu recebi.

Luciano, Mina, Mon e Cau, e — Jesus me abraça forte! — ainda chegou a Marcela no final. A menina que lia as mensagens vestida de princesinha, com coroa e tudo. Fogos de artfício. A PROPEG inteira do lado de fora. Idem a Cia da Polícia Militar. Idem meus vizinhos.

Deus, abre um buraco no chão que eu não me importo de ir direto pro inferno! Cau filmando tudo, a minha cara estapafúrdia, tostando essa pele de alabastro embaixo do sol de uma e meia da tarde. Por que, minha Nossa Senhora de Fátima? Por que eu? Por que eles me odeiam?

Sobrevivi. E ainda fui obrigada a agradecer no microfone:

— Obrigada, pessoas. Adorei a surpresa, e fico feliz em saber que estaremos BEM próximos no ano que para mim começa agora...

Alguém me arranja uma drag queen para janeiro?

terça-feira, junho 15, 2004

Peraí!!!

Estou no computador de casa? Eu consegui sentar no computador de casa? Vou até ver se a mamãe está dopada.



Não, não está!

Puxa... nem sei mais como se digita...

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E é por isso que este blog anda às moscas. A dona do computador voltou à sua maratona de 20 horas diárias, e eu realmente não tenho saco para disputar os minutos de uso livre desta maquina. Sim, prezado Leitor Fiel, já bastam os pitis da irmã mais nova que cismou de casar e as crises de mau humor da mãe que resolveu viajar duas semanas depois de operada (e que acabou descolando a retina de novo, passando por outra cirurgia).

Deu pra atualizar, deu. Não deu? Ah, vai dar outro dia...

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Roubado dele. Substitua "Lucky" por "Dani"

"Não canso de olhar cada detalhe de você
Não canso de imaginar seu cheiro, seu gosto, seu ritmo
Não canso de olhar pra dentro de mim e ver você que já pulsa em todos os meus cantos
Não canso de desejar o próximo beijo mesmo que a saliva seja só de palavras.
Porque meus dias estão enfeitiçados pelos seus olhos
Porque eu não posso mais ficar a sós e sem você
Porque meu desejo foi tocado por aquele sorriso seu
Porque sua boca me chama pra conhecer o que ela guarda só pra mim.
Ah... como são doces as horas daquele que permite que o sentimento entre de novo!
Ah... cada segundo é menos um instante que falta para eu tocar você!
Ah... como eu gosto de ouvir o chamado do telefone celular dizendo: “Cheguei!”
Ah... Seja meu e me queira para si!
Sim, é uma nova respiração em nossas vidas.
Sim, são particulas de sonhos que criam corpo agora.
Sim, é arrebatador, tanto que nem lembro mais do ontem.
Sim, eu me deixo inteiro pra você.

Lucky em estado de paixão"

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Sábado, 7:45 da manhã. Celular toca. Ah, Deus, não!

— Bom dia, amiga! Vamos às compras?

Vamos. Mas agora?

Claro que não. O pulha do Lu me acordou de madrugada, e só levantou da cama mais de dez da manhã.

A reentré das duas criaturas no maravilhoso mundo do Dia dos Namorados tinha começado na sexta-feira. Shopping Barra. 518 lojas estudadas minuciosamente. 3 pisos rastreados. Nada.

— Lu, vamos terminar os namoros hoje, por telefone, e retomar na segunda-feira?

Nada. Por maioria dos votos, decidimos ir jantar e deixar as comprinhas para o dia seguinte. O jantar consumiu mais tempo do que o gasto na peregrinação namorística. E terminou numa loja do Bompreço, com aquele pervertido procurando xarope de bordo, que eu sugeri como alternativa mais animadinha que chantilly.

Sábado, madrugada, as duas criaturas andando sem rumo, parecendo baratas pós-Detefon.

— Eu quero uma cueca sexy!

Ah, Lucky, não faz isso comigo! Atenha-se às camisas, CDs, DVDs... Mas quem conseguir convencer um capricorniano empacado ganha um doce! Rodamos todas as galáxias atrás da tal cueca sexy pro recém-namorado dele. Achamos... e depois de uma crise de gargalhadas exaustas, decidimos que o fashion-tudo-de-bom não merecia aquela aberração em preto, com uma abertura para encaixar o "Cabo Jorge" do lado de fora, com base de plumas.

Compras feitas, minha divina companhia ainda resolveu cortar o cabelo... com um cabeleireiro que, com máquina 2, conseguiu levar uma hora e quinze para desbastar o black que o Lucky andava cultivando. Quinze minutos para cortar e mais uma hora se esfregando no braço do meu amigo.

Combinadíssimos: ano que vem, compraremos os presentes de dia dos Namorados em janeiro.

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Buenas... Alguém lembra que AMANHÃ É MEU ANIVERSÁRIO?

terça-feira, junho 08, 2004

Alguém aí edita em Final Cut e quer dar umas aulinhas (pagas, claro) para duas mocinhas com larga bagagem em edição?

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Vou lá estudar para ganhar o sustento dos meninos, e volto.

domingo, junho 06, 2004

Um bebê no meu colo. Deus responde porquê, eu sabia que aquela criança ia morrer em conseqüência de alguma coisa que eu tinha deixado acontecer. O rostinho contorcido no choro, aquela criança ia morrer, ao mesmo tempo em que eu a via com a cabeça na minha mão, eu via a projeção do futuro e aquela criança morria sim aquela criança estava morta a culpa era minha Deus a culpa.....

— Não!

Quarto escuro. Faixa de lua no travesseiro. Coração disparado.

— O que foi?

Voz mansa, calma.

— Pesadelo. Tive um pesadelo horrível.

Ele me puxou para mais perto. Escondi minha cabeça na curva do seu abraço. A voz mansa continua:

— Fica tranqüila, estou aqui com você.

Acho que foi a melhor e a mais bonita frase que já ouvi na vida. Ah, menino...

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A sexta hora do sexto dia do sexto ano. O Dia D faz 60 anos, e eu vou voltar pra televisão. Está passando "O mais longo dos dias". São 06:11 AM, o ataque começou.

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Tuna Fish RULEZ!

sábado, junho 05, 2004

Ecos de uma sexta-feira magica...




A louca da Sheu paquerando o instalador do som, eu de cinegrafista, ar condicionado transformando o carro na Embaixada da Patagonia, sequestro de namorado para um sorvete... Bem resumiu a Marcela, bracos cheios de sacolas de compras, andando pro carro:

- Problema? Hein? quem tem? Voce? Porque eu nao tenho nenhum...

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BLOGANDO DE UM MAC G4!!!

Jesus, me abraca forte!

Certo, sem acentos, sem cedilhas. Mas e dai?

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Qualquer pontinho de dor some quando existem varios pontinhos de estrela sobre a minha cabeca, e quando existem muitos pontinhos das luzes de embarcacoes no mar. Se a noite tiver clara, fica mais facil de acreditar que eu sou a problematica, e que tudo vai se resolver.

Meu Filho do Mar, mar engastado na pele, portador do sol, fogo que alimento com o meu ar, meu cumplice. Nao fosse a sua oriental paciencia (e o meu esforco em nao baguncar tanto), essa historia nao seria linda como e.

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Obvio que eu vou editar melhor essa postagem. De um G4 (desculpae...) nao da pra configurar direitinho...

sexta-feira, junho 04, 2004

Duas mulheres juntas, dinheiro pra gastar. Uma recém-solteira, a outra recém-entrada no mundo das comprometidas (logo, ela não sabe direito como ser avec). Amizade antiga, daquelas que dividiram o mesmo pão que o diabo amassou, porque o dinheiro não dava pra duas códeas.

Pois sim, vamos nós, Marcela e eu, rumo ao desconhecido. Na pauta: boliche, gargalhadas, besteiras, instalar o som do carro, bater os saltinhos no mármore de algum restaurante bom, meia garrafa de vinho, mais gargalhadas, cinema, pegar meu namorado no trabalho, mais gargalhadas, carinho, planos para o São João. E se der na telha, uma rápida passada em casa, duas mudas de roupa e Praia do Forte!

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Se não me questionasse, não seria geminiana. Mas precisava acordar com uma interrogação deitada com a cabeça ao lado da minha? Custava os porquês esperarem até o desjejum para me atormentar?

Não me magoa de graça, quando você já pediu desculpas algumas vezes pelas merdas que faz.

Não me magoa. Eu magoada perco a elevação espiritual, perco a caridade cristã. Passo por cima, te derrubo sem subir a voz um decibél; viro as costas, bato o portão e saio. De uma vez. O que vai nos restar é um cumprimento educado quando a vida cometer a descortesia de nos jogar frente a frente.

Eu amo você. Mas banda toca em outro ritmo. Você sabe disso MELHOR que qualquer um.

quinta-feira, junho 03, 2004

Being you

Eu queria ver o que os seus olhos vêem. Queria passear pelo seu cérebro só por um instantinho, pra saber o que você pensa.

Tem certas coisas que são mais fortes do que eu.

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Nunca chegaríamos lá se não fossemos dois, três, quatro, vinte. Nunca chegaríamos lá se nós vinte, quatro, três, dois, não fossemos um só.

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As pessoas têm mania de extirpar da vida qualquer vestígio da própria história. Pessoas, todos nós temos passado, não dá pra simplesmente deletar uma pessoa da vida. Não dá. Tente apagar um grande amor do passado da cabeça, e você terá a receita do fracasso.

A gente nunca deixa de amar. O amor é que é diferente, mas é amor de qualquer jeito.

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Alguém tem um emprego fixo aí pra mim?

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Ainda não cheguei lá...

Mas estou vendo uma bifurcação das mais importantes na minha vida. Não sei onde, não sei porque, não sei. Mas sei.

E pedir para uma geminiana fazer escolhas é a pior forma de tortura que se pode aplicar...

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Se estou feliz?

Aprendendo um pouco mais, dia após dia. De certa forma, me tranquiliza: felicidade instantânea ou vem em cápsulas ou vem para te arrebentar depois que passa (e passa rápido). É uma novidade garimpar minha felicidade todo dia, como um arqueólogo que se mune de pincel, tempo e paciência. Não existe um pôr-do-sol que não tenha ensinado mais uma lição.

quarta-feira, junho 02, 2004

Mais 48 horas sem lentes de contato para outra bateria de exames. Eu nunca contei que os exames de vista me levam a nocaute, contei?

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Eu escrevi isso há cinco meses. Escrevi por causa dele, e quem diria, depois de tanto tempo, tanta persistência, que finalmente as paralelas iam-se encontrar e correr juntas, num só fio?



"Ah, se eu fosse um marinheiro
Era eu quem tinha partido!"

Maresia - Calcanhoto

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— Deus, se for pra eu ficar mais um pouco, me dá um sinal!

E vamos nós, livro de 700 e tantas páginas sob o braço, óculos novos nos olhos, cara de sono, cheiro de protetor solar em torno de mim, único elemento que me traz de volta à estação em que estamos. Cheiro bom, de dias outros, quando o sol não envelhecia a pele, e nós não enrugariamos jamais. O amor ia durar mais tempo, os sonhos estavam fresquinhos, e pouco antes, o filho do mar tinha entrado na minha vida.

E hoje, no playground do meu prédio, entabulava um diálogo comigo mesma. Estabelecia novas receitas para a vida, fazia promessas que não vou cumprir. Jurava que ia pendurar minhas roupas, voltar pro regime, terminar a faculdade, comprar um apartamento ao invés de um barco. Prometi também que vou fazer medtação todos os dias, dar mais atenção à minha vida espiritual, ouvir mais, falar menos, criar as condições para ter um filho. Virar gente grande.

E nessa diatribe, tive o privilégio de ver o sol caindo, o céu em todas as tonalidades do azul, o mar esticado e com vincos de veludo, quente como tal. Mais uma anotação: voltar a mergulhar. Brilho no céu, não faço o pedido para a primeira estrela da noite. Ainda estou fazendo o planejamento do ano, o que eu poderia pedir?

Filho do Mar! De longe, recortado contra os faróis dos carros, ele e "Deus" vêm da praia, hábito que só eu acompanho há 15 anos. Nadam uns 4 quilômetros no mar, depois voltam para casa caminhando. Coração na mão, tentando pular para o chão. Se eu deixo, o bandido do coração vai saltitar aos pés dele, qual poodle feliz. Quase sinto os meus dedos passando pelas costas dele, conheço de cor a firmeza das suas coxas, cada caho dos seus cabelos. Conheço o seu caminhar, altaneiro, pé após pé, vencendo pedrinhas da calçada. Braço após braço, ano após ano, onda após onda.

Filho do Mar, cujo nome começa com F, dileto de Yemanjá, fruto do mar ao qual não tenho alergia. Tanto, tanto tempo sem nos encontrar, hoje descubro que fiz a opção errada ano passado. Mas como poderia saber, depois de ver nossas vidas se cruzando num infinito que já dura 15 anos, retas que nunca deixaram de correr juntas? Deveria ter vendido a passagem para a minha Pasárgada e torrado o dinheiro com um final de semana com ele no resort da Praia do Forte.

Deixa. O que tem que ser, é. Minha cabeça acompanhou sua passagem, olhos que retomaram o namoro por um minuto ou dois. Juntei meus alfarrábios, e fiz mais duas anotações mentais:

.entrar na natação;
.pensar seriamente em levar um relacionamento a sério.

Eu realmente vou me esforçar para fazer tudo certo, agora.


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Hoje eu de fato sinto os meus dedos passando pelas suas costas, da mesma maneira que a minha pele não esquece os dedos dele passeando pelas minhas costas. Meu, meu depois de tanto tempo. Filho do céu e do mar, meu. Finalmente.

Acho que é hora de mostrar isso pra ele.

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Você já foi de bico numa festa? Já teve a sensação de querer continuar no rega-bofe, e ter a desconfortável sensação de que não era pra estar lá? E cinema errado, já foi? Compra ingresso pra um filme, erra a sala e sai estarrecida com o que não queria ver mas viu?

Esses são os meus dias. Estranhos dias. Inadequados dias. Incongruentes dias. Dias que entram por baixo da porta, junto com a conta da luz, o jornal e a carta dizendo que não dá mais.
Morreu alguém do Earth, Wind and Fire de ontem pra hoje? Por que a Globo FM está enchendo o scao com eles, hoje?

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Sobrevivi à prospecção do salão de beleza ideal para o Dia da Noiva. Algas vai mesmo casar, e me usa como refém para vasculhar salões em busca da maquiagem perfeita. Hoje o salão era todo uma sauna. Nenhum aparelho de ar condicionado ligado, e nós lá, a suar.

Se a dona do salão soubesse ganhar dinheiro... Ela tinha incorporado o item "sauna" no pacote do Dia das Noivas e faturado mais um.

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Uma vontade de ligar pros meus amigos, de estar perto. Uma carência que não se explica, uma sensação de que as coisas estão numa transição tão violenta que eu não posso deter. Um medo que me move pra frente, que me faz mudar o pouco do rumo que eu ainda posso escolher. Uma sensação de pertencer, mas pertencer a um não-lugar.

Por isso ando sumida, por isso estou chata. Porque eu estou no meio do processo de adaptação a uma vida nova que nem eu sei o que e como vai ser.

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— Senta mais perto, você está na ponta da mesa.
— Estou bem aqui. De vez em quando, eu "saio" daqui, de vez em quando eu volto e participo da conversa. Estou num tempo diferente de vocês, e pela primeira vez estou respeitando o meu tempo.


E assim foi a inauguração do bar ontem, com a mesa mais surreal que eu podia conseguir. Sair com a Sem-Noção sempre rende mais uma hora de resenha pós-evento.

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Isso me derrubou...

12 graus de miopia no olho direito. Não quero falar mais sobre isso agora.

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Amigo "alemão" que aportou na sala da minha casa. Voltou ao Brasil pra casar. Lindo, lindo, lindo, 10 anos que a gente caminha junto por cima desta terra. Causos "tedescos" na mesa do almoço. Hoje é um dia bom.

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Faltam 14 dias pro meu aniversário.