segunda-feira, abril 25, 2005

Eu juro que ainda me assustam as correlações e similaridades, e coincidências, e as histórias cruzadas. Daqui a algum tempo eu vou rir muito disso e esfregar na sua cara, mas por enquanto me parece uma brincadeira muito sem graça sobre hora errada e pessoa certa.

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E quando é de noite, noite alta, mesmo, madrugada escura, você...

Ah, deixa pra lá.

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Legal essa vinheta dos 40 anos da Globo, né?

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Senhor, dai-me paciência... porque se me deres força, eu baixo o sarrafo!

É impossível criar filhos sem que os outros se metam. Os outros mesmo: estranhos. Nas poucas saídas que dou com Dona Helena, mais e mais pessoas tentam me convencer de que sou a pior mãe do mundo, e que sou nova demais (?) para ter uma filha e criá-la adequadamente.

- Tem que pôr uma meia nos pés dela! Eu colocava sempre nos meus filhos, mesmo no verão!
Minha senhora, neste calor senegalesco? A pobre da Helena com umas brotoejas de calor, irritada por causa desse bafo quente, e a senhora ainda quer que eu coloque meias?

- Não pode colocar sentada! Faz mal pro ossinhos!
Minha senhora, a fisioterapeuta dela a colocou sentada com três dias de vida, e ainda escarneceu de gente como a senhora, que cisma em se meter na vida do alheio. "Faz mal nada", falou a especialista, "gente velha é que tem problemas nos ossos".

(sol das 7:30) - Faz uma sombrinha pros olhos dela, olha como está claro!
E vou criar um bebê vampiro? Criança - e gente velha - precisa de luz. Dia é dia, noite é noite.

- Coloca um paninho entre você e a menina! Assim, para a pele dela não ficar encostada na sua.
Tia, ignorância tem um limite! Até as pedras da rua já sabem que criança PRECISA de contato com a pele das pessoas que a estão carregando. Isso é que desenvolve a inteligência, isso é que dá segurança emocional.

(Uma mulher coloca a Helena em cima de uma almofada alta em cima da mesa. Eu peço pra tirar.) - Eu criei uma filha e olha ela aí, inteira!
É, mas se acontece alguma coisa com a minha, a senhora pede desculpas e a SUA filha continua ali, inteira. Prevenção, minha senhora, agora tira a Helena daí de cima dessa almofada!

- Olha, tão novinha, nem deu tempo de cortar as unhas!
Estou criando uma criança de rapina, por isso eu não corto (As unhas da gremlimzinha crescem numa velocidade absurda, mesmo. Eu corto a cada cinco dias.)

Não, eu juro que ainda não fui grossa com nenhum estranho.

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Quer dizer que se o Benê XVI morrer semana que vem, a gente vai ter que engolir mais uma maratona de reportagens sobre o Vaticano?

sexta-feira, abril 22, 2005

Minha Helena agora dorme com música clássica. Neste lar pródigo em CDs de Chopin, Mozart e seus amiguinhos, há cinco dias que eu não troco o álbum que está no player.

Acabei descobrindo que ela se dá muito bem com as peças para flauta de Mozart, mas... se ela não estiver dormindo na quarta faixa, tenha certeza de que ela vai despertar totalmente em "Copélia". Ainda não consegui saber como ela reage à "Cavalgada das Valquírias". Na faixa 8 ela já está apagada.

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O que é bom dura pouco. Os shows em que eu trabalhava foram suspensos até dia 6. O último, sexta passada, tinha 16 pagantes ao meio-dia do dia do evento, e Deus sabe quantos desembolsaram alguns dinheiros para tomar chuva nos cabelos de chapinha.

Fato é que estou de molho por duas semanas, e nem tão triste assim. A coisa realmente não estava caminhando, é pouco índio para muito cacique.

Praga de puta Deus escuta...

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Hoje saiu a primeira foto da dona Helena sorrindo...

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Gravador de DVD é o que há!

sexta-feira, abril 15, 2005

Que futuro terá um bebê que dorme quando eu canto "Alta Noite", na versão com o Arnaldo Antunes?

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E que futuro terá a mãe, quando tem no mesmo CD Los Hermanos, Marky Ramone e Mastruz com Leite?

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Voltar a trabalhar é o que há. De verdade. Ter filho é maravilhoso, mas chega uma hora (e a minha chegou cedo demais) em que conversar com uma pequena que não responde, e que quer ficar no seu colo o tempo todo, te ignorando, piscando um olho só pra exercitar... chega uma hora que cansa.

Então voltei. Uma vez por semana, mais os ensaios, plantões, passagens de som. Estou me sentindo gente de novo.
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Mentira pura. Eu morro de saudade da Helena o tempo todo. Me divito o tempo todo, sim, mas morro de saudade dela. Consegui não ligar uma única vez pra casa, achei que ia morrer, que não ia dar. Ó, metade de mim; ó, metade arrancada de mim.

A verdade é que voltei a trabalhar por causa do dinheiro.

sábado, abril 09, 2005

Ela faz dois meses na segunda-feira.

Ela quer, ela deseja, ela resmunga. Ela ri, meio de canto de boca, ela ouve atentamente os meus di-monólogos. E dorme quando declaro o meu amor sem tamanho. Eu nem me importo.

Alma grande num corpinho de dois meses, maruja que só quer dormir no balanço dos braços, nas ondas dos abraços. Ela chora, lavar o cabelo dói, pentear também. Ela come com maus modos e ainda assim eu acho lindo.

Ela acalma com o chocalho, quer ficar de pé, e suas pernas não obedecem tanto querer. Tantos quereres, e ela ainda vai fazer dois meses. Seus olhos de mar procuram as cores fortes, os azuis intensos, os vermelhos apaixonados, os amarelos da cor do sol que ela não gosta. Menina vampira, que odeia o calor, que é branquinha que nem uma beluga, que tem os cabelos rebeldes, lourinhos, espetados. Espetados que nem o seu espírito, que combina com o nome forte.

Helena. Minha Helena. E ela só tem dois meses.

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Tio, atualizei!