sexta-feira, abril 25, 2008

Cretinices Daniélicas

Não nasci para ser cega. Não que alguém tenha nascido, longe de mim, mas a questão é que eu nao tenho tato. É. Mal tenho olfato, mas o tato é quase inexistente. Jamais conseguiria ler em braile.

Falo isso porue o café da manhã foi um resto de Coca Zero do McDonalds, e a tampinha do copo tem escrito "zero" em braile (assim acredito). Esfreguei os dedos até quase caírem, e não senti diferença de textura nas bolinhas do braile, ou seja: sou uma analfabeta manual!

Acabou a bobajada sobre cegueira. Voltamos às bobagens normais.

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Até ontem, final da tarde, eu era uma quase ex-fumante. Alguns fatos do último mês (fatos e companhias, para exercitar a sinceridade) me empurraram suavemente ao consumo de um maço a cada duas semanas, pelo menos. Às vezes, zero cigarro por dia. A caminho de parar de vez. Então...

Produção de emergência, 24 horas para conseguir três locações, 12 para fechar a locação escolhida, seis pra gravar. Amo a equipe, a diretora é uma das minhas melhores e mais antigas amigas, mas é emergência, e assim será. As autorizações não chegam — nem foram dadas ainda, e olha a hora em que estou postando —, estou sendo pressionada pelos quatro costados (e adorando a pressão). Resultado? Acendi meu primeiro cigarro há cinco minutos. Dei duas tragadas e apaguei, mas nem cinzeiro eu tinha mais na minha estação de trabalho.

Merda, estava indo tão bem...

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Na outra aba do Mozilla, aberto o site da Varig, passagens a 99 reais o trecho. Vou dia 6 de junho, volto dia 12. Sobre o dia 12, ainda não estou certa. Não sei se deixo a Lourinha tanto tempo sem mim...

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Falando em viagem: usuário de winNT de SP, favor levantar a mão.

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E a insônia há quatro dias? Alguém imagina a delícia que tem sido acordar umas 3:40 e ficar virando na cama até 5:30? E a aparência sadia que eu estou?

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Se eu fosse mais bicuda, me mandava pro Rio no próximo feriado...

segunda-feira, abril 21, 2008

Auto-flagelo

Porque eu não tinha mais nada pra fazer, fui procurar Vedder — salve, salve —, e achei essa versão absurda dessa música que me derruba.

Cat Power

Eu não precisava de mais nada. Já tenho cá minhas dores, meus amores, já me rendi à Amy Winehouse, já sofro horrores com Nick Cave... E agora descobri Cat Power. Legal.

Uma lâmina, por favor, e um passinho pra trás, porque vai espirrar sangue.

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Alguém sabe como conectar uma TV ao computador? Alguém? Alguém?

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Logística

Uma empresa me deixa chegar por uma cidade, mas não me deixa voltar pela outra: não tem vôo (surreal, não?). Uma outra aérea deixa eu ir e voltar pela rota que escolhi, mas os horários de vôo são tão restritos que é quase uma proibição. Uma terceira companhia sim, me deixa ir e voltar por onde eu quero, na hora que der na telha, mas o preço que eles querem cobrar, Deus que me defenda.

Segundo a mamãe, maior entendida de vôos para essas praças, "marnunca" que eu vou conseguir desdobrar meus trechos assim. Vou ter que ir e voltar pela mesma cidade, e para visitar a outra, onde preciso passar uns 4, 5 dias, ir e voltar pela 1001 non stop.

*suspiro*

Por que ninguém me contrata para fazer a logística da malha aérea?

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Rapaz... Cat Power está acabando comigo.



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Lord, dê-me coragem para esvaziar meu quarto, entrar com uma lata de tinta branca e tornar isso aqui um lugar mais aprazível.

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Diálogo imaginado (ou "Efeitos da Terapia")

— E como é que eles vão ficar?
— Isso não é mais problema meu. Mesmo. Sinto muito.


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Diálogo Real (ao telefone)

— Filha, estou morrendo de saudades! Como você está?
— Mamãe, eu NÃO deixei o papai escovar os meus dentes, viu?
— Por que, H.?
— Porque eu NÃO gosto da pasta do Shrek!


Essa é a criança que chama o pimentão vermelho de "luzinha de Natal", e não o come nem a pau.

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Alguém avisa ao Departamento Celestial de Meteorologia que 33 graus no outono é um erro absoluto?

domingo, abril 20, 2008

Feito pra mim

Com tanto pra falar
Você bem sabe...


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Eu precisava me apaixonar de novo. É estranha essa persona desprovida de sentimentos arrebatadores, de planos a dois (três, porque a Lourinha é parte indissociável de qualquer contrato), de querer ficar.

Esse, aliás, é o motivo dessa digressão. Ando fazendo planos concretos de ir embora daqui. Estou movendo umas rodas, umas engrenagens, e confesso: vou me empenhar estupidamente para conseguir. Tudo dando certo, em meados de setembro estarei 22.53 graus ao sul do Equador. Feliz demais, com a minha Pequena estudando no Sacre Coeur, morando no bairro que eu amo.

Vamos ver, vamos ver. Ainda não é definitivo, como nada na minha vida, aliás. Só vou contar com a tentativa no dia em que comprar passagens.

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Achei que só eu (e a minha terapeuta) sabia do meu estado a cada 15 dias. Mentira. Descobri hoje que a Ká sabe exatamente como eu fico.

É doce-amargo ter uma pessoa que te conheça a fundo. Doce porque é quentinho, é bom ter quem me ame a ponto de perceber essas variações, esses meandros. É amargo porque eu tomo esporro merecido.

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Não sou uma pessoa que pode ter tantas opções. TODAS as aéreas estão com promoções, o que me cria um problema de ordem prática. Quero chegar por uma cidade fazer o que tenho que fazer, descer 450 km e voltar por outra. Será que eu consigo desdobrar o itinerário desse jeito?

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Patético. Estou sentada toda encolhida na cadeira vermelha e linda, morrendo de pena de mim mema, ouvindo Nick Cave, entre outras coisas, com saudades da Lourinha.

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Procura-se roteirista para gerir vida alheia

Minha vida é um seriado. Com a greve dos roteiristas, quem assumiu, para não perder a continuidade, foi o Brian, estagiário da contablidade. Deu no que deu. Encontros certos nas horas erradas, falta de timing, falta de pausa dramática, pessoas estranhas entrando na história, outras querids saindo. Um samba do crioulo doido.

Pois é. A greve acabou, os roteiristas voltaram a trabalhar, e o Brian continua entusiasmado com a idéia de escrever minha vida. Só que o Brian não tem talento. Nenhum. Brian fez uma zona na minha vida já pouco ordinária. Eu agora sinto saudade de pessoas que não mais existiam na minha vida, sinto falta de quem não deveria, faço o que não poderia fazer, digo o que vem na telha, me empolgo por causas perdidas. Completamente sem nexo.

Por outro lado, o roteirista anterior, cujo nome nunca foi revelado (ele sempre assinou como Mr. Ironic, o que diz muita coisa sobre seu estilo de narração), tinha um senso de humor ímpar. Me meteu em roubadas, me salvou do trilho do trem no último minuto, se divertiu horrores com as vicissitudes que inventou pra mim.

No final, não sei o que é pior: o estagiário incompetente (ué, e não são sinônimos?) ou o roteirista experiente e sádico. Alguém se candidata?

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Se saco tivesse, iPod no ouvido colocaria, Ladeira subiria, remédio novo compraria.

segunda-feira, abril 14, 2008

Humpf!

De que adiantou tanta produção, maquiagem suave, disposição e uma noite inteira de sábado pela frente? Serviu para quê? Só para eu desmaiar mais bonitinha?

Pois é, amigos da Rede Globo, esta que vos fala apagou na noite de sábado, e foi amparada pelo segurança do botequim. Sem uma única gota de alcool no organismo, ou um único cigarro fumado (duas tragadas roubadas do meu amigo querido não contam).

Panaca-mor do universo, debilitadíssima pela pior gripe dos últimos três anos, fiz a gentileza de me enfiar num bar socado de gente, para o show de uma das bandas mais badaladas de Salvador, num lugar mal-ventilado e mal-iluminado. Encontrei amigos que amo, pedi guaraná, ri, abracei garçom (eu tive um namoradinho que ficava DOENTE porque eu era íntima o suficiente dos garçons para cumprimentá-los com abraços. Durou pouco o namorinho), e quando tudo parecia tudo bem, eis o primeiro sinal: uma tontura absurda. Amigo querido e gato me conseguiu uma cadeira, e enquanto eu abaixava a cabeça, ganhava carinhos nas costas e no cabelos. Teria ficado o resto da vida como um canário satisfeito, só ganhando cafuné nas penas, mas resolvi tomar um vento.

Aí foi o erro da noite. Não cheguei nem no umbral da portal: desmaiei na escadaria mesmo. E se não fosse a perspicácia do segurança, de perceber que aqueles zóinhos revirados não eram normais no ser humano (só da Reagan, do Exorcista), eu teria enfiado o nariz nos degraus.

Acordei de um sono maravilhoso (e ai de quem disser que o sono do desmaio não é o melhor), mas acordei num lugar que não era minha caminha, com os meus travesseirinhos. Acordei com a Pri desesperada, a hostess me jogando água na boca (e eu sentindo gosto de cerveja choca), surda de tudo, gelada e com o estômago embrulhado.

Daí é anticlimax: quando recobrei um pouco da sanidade, paguei minha conta (e ainda fui sacaneada pela caixa do bar, que olhou minha comanda, viu um guaraná e perguntou se eu tinha desmaiado por abstinência), liguei pra Ká, pedi uma carona, beijei amigos que amo, bati palmas e voei. Mal, bem mal ainda.

Diria minha terapeuta que eu não respeitei o tempo que o meu corpo pediu. Mesmo que ela não diga isso, eu acho que desrespeitei uma norma imposta por mim, numa semana delicadíssima, num dia emocionalmente estranho, e paguei o preço justo por isso.

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Diálogo real

Ká: — Vamos quinta pro jazz do Portela?
Ele: — Ah, estou tomando remédio, não posso beber...
Ká: — Não tem problema! Dani e Pri estão sem beber também, eu não bebo, então a gente vai, toma um café, um chá, ouve jazz.
Ele: — Que coisa horrível!

O mais legal não é ele achar horrível. O mais legal é imaginar fazer o mesmo convite para o IRMÃO dele. Aí, sim, rende excelentes gargalhadas... chá e jazz numa quinta à noite...

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A gente descobre que é muito querida quando um desmaio no sábado faz o telefone tocar inúmeras vezes no domingo, com pessoas especiais querendo saber como estamos.

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Tinha tanta coisa pra fazer essa semana que acho que alguma coisa vai sair. Mas eu queria mesmo era arranjar uma casa de praia entre o nada e o lugar nenhum, arrumar meus alfarrábios, partir pra lá sexta à noite e só voltar segunda de manhã, com todo o trabalho from hell feito, umas caipirinhas na cabeça e um sorrisão rasgando o rosto.

sábado, abril 12, 2008

Diálogos reais

Ela (que não tinha almoçado):
— Eu quero um chocolate.
Eu (a mãe da criança e da ironia):
— Séeeeeeeeeeerio? O que mais? Quer jujuba?
Ela (felicíssima):
— Quero. Quero Danete também!
Eu (suspirando):
— E um pônei, filha, não quer não?
Ela (amarrando o bico):
— Não, mamãe, eu não quero um pônei porque não sei cavalgar.

O.o


— Ou você vai dormir ou te coloco numa banquinha!
— Mas aí eu caio da banquinha!


E chorou horrores. Ô, criança sem espírito esportivo.

— Brincadeira, filha, mamãe não vai te por na banquinha. Mamãe só vai te colocar dentro do coração.

Aí chorou mais, a peste.

— Dentro do coração não, que tem bicho!

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A vida é boa quando antes das dez da manhã dois dos seus melhores amigos ligaram perguntando se finalmente você está melhor e se vai para a balada.

A vida é melhor quando sim, estou melhor do quadro de semi-morte e nada — talvez uma hecatombe nuclear —, me fará perder as duas festas e várias celebrações de hoje.

sexta-feira, abril 11, 2008

Roubado do Moço

Sempre detestei Micaretas. Não gosto de beijos temporários. Quero beijos diários, com direito a um abraço apertado, do tipo “fica aqui…”. Não quero culpa no dia seguinte, não quero lembranças do que poderia ter sido. Quero mais do que uma emoção passageira - quero uma vida emocionante. Tá, eu sou ranheta, mas, por favor, não vejam isso como um discurso moralista. Detesto tal moral e os tais bons costumes. Mas confesso que, por alguma razão ou patologia, me seduzo pela rotina, pela convivência, pelo sofá e pelos filmes da TV. Mas, enfim, não era disso que eu queria falar.


HE.IS.MY.HERO!

É isso o que eu quero, gente!!!

Amar é...

... estar caindo de gripe, febre, dores pelo corpo todo, e ainda assim ser quase a encarnação do Palhaço Carequinha para animar a cria igualmente doente.

... apesar de estar caindo de gripe, e piorando dia após dia, achar forças para dançar isso



com a pequena.

... é passar a noite meio acordada, meio dormindo, para monitorar uma possível febre da infante. Ela não teve, mas eu ardi nas brasas da insanidade.

... é estar nessa petição de miséria supra descrita, e ainda assim colocar os óculos escuros novos e luxuosos para ir buscar a Lourinha no colégio, depois de uma ida esperadíssima ao teatro.

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Diálogo imaginado


— Quem é a H.?
— É aquela lourinha...
— Tem duas...
— A que tem a mãe periguete.


E o pior é que tô calma e mansa como um lago... O problema é o tamanho das saias...

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Delírios febris

Sonhei que tinha ido à Paris com o Moço-link-ao-lado. Só encontrei brasileiros, e daquele pior tipo de conterrâneo: o gritão. Torcedor da Gaviões da Fiel. Um cafofo miserável nos hospedou, e eu, gastando o meu mau e inexistente francês, não conseguia descobrir como se dizia "boa tarde" no idioma local. Isso me angustiou sobremaneira. E o pior é que o Moço é um poço de cultura, e devia saber dizer "boa tarde" em 23 idiomas — 4 deles já mortos —, mas em momento algum, no sonho, disse como era.

OK, ele disse depois, porque claro que liguei, ranhetei, fiz queixa da vida, contei sonho, pedi-implorei que ele viesse pra Salvador, ameacei mandar PTA para ele vir hoje, neguei, ameacei ir, refuguei. Desespero. Quase uma Sarita reencarnada.

Com gripe fico (mais) frágil, quase uma mocinha vitoriana, que ameaça desmaiar o dia inteiro. Com uma saudade miserável do Moço, e tendo sonhado com ele, ora, o óbvio era ligar e ficar quase 20 minutos lamentando, ouvindo esporros do tipo: "Daniela, eu não sei como você consegue dormir à noite!", e rindo um bocado.

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Sobre este blog

Não sei se estou de volta, se é um surto de rabiscagem, se é a carência natural de quem está doente, não sei. Estou escrevendo, e só.

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Eu conheci isso



porque é do Robert Rodriguez (que se você não conhece, é o Adônis de chapéu branco e dedos de Midas), The One that I love, meu diretor favorito, blá blá blá Whiskas Sachet.

A curiosidade natural que em minha habita me levou a isso:



Mamãe quase uiva de alegria ao reconhecer o Joselito. Está na minha lista dos 10 mais.

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Em falando em saudade, é estranho sentir saudade onde antes nada havia. Não é bem saudade, aliás. É um vácuo. Whatever.

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Opa! Vou tentar o milagre de atualizar blog, fotolog e Multiply no mesmo dia!

Mas... Tenho cinco episódios de Grey's anatomy para ver, mais alguns de Desperate Housewives, My name's Earl a dar com o pau... E um convite para cair no mundo, porque afinal de contas, gripe e dor no corpo, terei em casa ou na rua. Melhor que seja na rua, pois.



Falastrona!

quarta-feira, abril 09, 2008

Time to go

Really.

Mas no dia em que mais fui lírica de novo, tive medo e sim, censurei. Esse é o update das quase nove da manhã. Por cinco horas, o texto aqui foi outro.

sábado, abril 05, 2008

Metade de mim

Certa feita, lá pelos idos de janeiro, escrevi que não conseguia entender a vida sem ele. Não aqui, claro. Lá, no endereço inominável. Ele, a bola da vez, o playmate do primeiro mês do ano.

Água que corre por baixo do moinho, verão que vem e vai, e lá pelas tantas — obrigada, D*us, pela terapia! —, o encanto acabou. Durou 11 meses, 18 contos de réis e a certeza de que ele não era o Mr. Right.

Hoje, a real é outra. Hoje tenho medo do mundo sem ela. Sem minha amiga querida, sem meu esteio, sem minha base, meu muro das lamentações, minha consciência externa. Ela é quem avaliza meus namorados — e postulantes —, minhas atitudes, meus predicados e defeitos.

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Alguém está vendo esse cinza-de-rosas pela janela, raiando?

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Eu, sem a Lourinha, sou o resto.