quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Nada

Nada, nada do que eu faça, nada do que eu veja, pense ou eventualmente acredite, diminui essa dor que me assola. Nada.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Era a primeira vez que via um morto jogar bola...

João Wainer. Só o nome é poesia. Ele escreve como poucos, e olha que leio muitos. Fotografa como eu gostaria de fotografar. Vive a vida que eu viveria, se não fosse... Bom, se não fosse Daniela.

Não deve ser fácil ser João Wainer, neto da Danuza e do Samuel, poeta da periferia, assim como não é fácil se Daniela Henning. Mas ser João Wainer deve ser motivo de honra e orgulho. Ele se coloca num ponto intermediário entre o leitor/espectador e a cena. As suas fotos do protesto dos motoboys são dignas de prêmio.

O que me derruba, e já enviei o link para metade das poucas pessoas que habitam esse anecúmeno coração, é O Camisa Cinco.

Sentei na calçada e lembrei daquele camisa 5 correndo atrás da bola. Não o conhecia, não sabia seu nome, porque estava preso nem a quantos anos foi condenado. Não quis saber. Sabia apenas que aprontou alguma e foi punido. Aquele volante raçudo era bom de bola e peça importante no time, tanto que esperaram o campeonato acabar pra manda-lo embora pro inferno.


Choro, choro, e não só pelo raçudo camisa cinco, mas choro pelo João, que bifurcou pelo outro lado na mesma encruzilhada que eu, que segui pelo outro — e jamais isso seria uma crítica: é uma admissão da MINHA falha. Preparando o material do projeto de formtura, que seria sobre fotojornalismo, me deparei por dias a fio com um trecho de sabe-D*us-quem, que dizia algo mais ou menos assim, sobre fotografia de guerra: "Me emociono, mas não posso chorar, porque as lágrimas impedem que eu faça o foco adequado".

Não sei quantas vezes o João perdeu o foco, e penso que muitas, mas ele tem colhões. Ele tem a rara capacidade de associar sua visão crítica com as fotos objetivas (e existe objetividade quando um humano é quem documenta os fatos?). Pra mim, ele é o olho que norteia, que acerta o prumo, que me devolve a realidade quando tudo começa a ficar pollyanament rosa. É o chacoalhão que eu preciso para aterrar. O prazer agridoce das minhas madrugadas.

Corrente das 3 mentiras

Desafio do Moço, link ao lado, tenho que dizer aqui 9 coisas sobre mim, das quais 3 sejam mentiras:

.Eu entrevistei Almo*dovar no carnaval da Bahia
.Eu fui grávida a um leprosário
.Eu ensinei G*al C*osta a cantar errado o Hino do Bomfim
.Eu acertei a lata no primeiro tiro que dei na vida.
.Eu chamei um PM da Choque para a briga
.Eu andei na prancha de caixões de um carro funerário
.Eu ganhei corrida de galope a cavalo
.Eu fiz desmaiar um ladrão que tentou me assaltar
.Eu quebrei dedo surfando

Era pra recomendar a nove pessoas, mas como o Moço quebrou as regras, quebro também: recomendo ao leitor possuidor de um blog que diga nove itens sobre si mesmo, e que me avise aqui nos comments.

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Não há dinheiro no mundo que pague o desrespeito.

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Acendi um incenso, conversei com meus protetores, com minhas santas, com D*us, com o Universo. Força, preciso de muita força par aguentar esta maré que me afoga, para suportar a dor que me envolve, para continuar a caminhar com paz e serenidade.

Está muito, muito difícil.

domingo, fevereiro 22, 2009

Terapia de compras

Eu moro sozinha com a minha filha, sustento a nós duas até que bem. Mas não é fácil, já que freelance não tem rotina financeira: dia tem, dia não tem — principalmente eu, que não trabalho com gente notoriamente mau caráter. Não dá pra grandes luxos. roupas vem de brechós, promoções, bancas de supermercado (e quem foi gordo sabe da alegria de comprar roupa em bancões de mercado). Sapatos... Ai, meu D*us, estou bem desfalcada, mas ainda assim feliz com meus pisantes.

Aí vamos nós. Não estou feliz. Não, na verdade, estou bem triste. Tudo, tudo se atropela na minha cabeça: vida pessoal, vida profissional, tudo, absolutamente tudo está embaralhado. Aí, na primeira folga que tive em semanas, dormi que nem cobra que comeu o boi. Acordei, dormi, acordei de novo, e dormi vezes sem conta. Saudade bateu fundo, e pelo menos uma já estava para se resolver: a Lourinha chegou!

Vamos ver trios, vai a maãe explicar o que são blimps, leds, publicidade, mostrar logomarcas. Sim, eu sou sem noção. Mas o que me ardia por dentro era o impulso de comprar.

— Mercado, filha?

Vamos, vamos!

Saldo: um pack de latões de Skol, um de coca Zero, salsichas, queijo parmesão ralado, molho pronto pra strogonoff, batata palha e um pacote de Doritos (porque o outro comprei pra ele há três dias, e tendo sua energia, um abraço, a mim não pertence mais).

Resultdo: o mesmo vazio, a mesma sensação de não pertencer, ainda uma angústia que não encontra palavras para andar de braços dados.

Mas passa. Agora, vai passar. Não vou me reduzir a pó, não vou me abaixar demais, não vou nada. Conheço o meu valor como profissional, como mulher de alguém, como pessoa, e nada do que sou me autoriza a voltar atrás das decisões tomadas — por mim e por outrem.

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Dando tudo certo, em quinze dias estou na terra do Moço para o seu aniversário, e em 30, no Rio.

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E Vanessa da Matta insiste em canta "Nossa Canção".

Não há mais "nosssa" canção, minha nega. Há as minhas. E já não te bastam?

Pra mim, quase acabou (o carnaval... o carnaval)

São 03:40 da manhã, acordei agora, abri uma lata de cerveja, e a Vanessa da Matta diz que essa é a nossa canção, e que vai cantá-la seja onde for, para nunca esquecer o nosso amor.

É, nega, vai ficar rouca.

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Sim, ACORDEI agora. Depois de começar a trabalhar lá pelas quatro (da manhã, claro), não parei mais. Sob o sol (e o céu) que nos protege, passei o dia assando, subindo e descendo de carro de apoio, gritando com fornecedor malemolente, brigando com gente abusada, guiando os Buscapé por Beverly Hills (leia-se conduzindo pela cidade motoristas caipiras para fazer o curso de direção de trio no Quartel dos Aflitos).

Botei o bloco na rua (literalmente), e vim em casa tomar um banho. Ia encontrar o bloco lá pelo Espanhol, terminar o percurso em cima do carro de apoio, e voltar para pegar Yves Larock e depois Camarote Andante. É, domingo é folga.

Quem disse que eu consegui? Só consegui ouvir os dois "boa-noite" do Jornal Nacional: início e fim. Apaguei, acordei no final, tomei banho meio trôpega e capotei. Aí acordei com um silêncio... Um vazio... Faltavam tantas coisas, dentro e fora de mim, mas cá fora faltavam gritos e/ou barulho de ônibus.

Cheguei a cogitar entrar na roupinha mais linda e sair para flanar com o vento. Aí fui ver a programação dos trios, e a essas alturas, só se eu tivesse um helicóptero pegaria a última música de Nikima. Então... cerveja, né?

Tenho duas latinhas, uns cigarros, insônia e tempo livre. Nem me lembro da última vez em que não precisei ajustar o despertador. Por um dia, que seja, vou ser dona do meu tempo.

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Eu tenho muita sorte de ter os parceiros de trabalho que tenho. Talvez os de todo dia, mas com certeza, os que que chegaram no momento da crise técnica, quando a vaca caminhava a passos largos para o brejo, é que apareceram os melhores.

São pessoas que, independendo do que virá em março, serão queridas para sempre. Na necessidade é que a gente mede caráter, e "fala que eu te escuto", que tanto ouvi hoje, resume muito bem a minha relação com os meninos.

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Bateu sono. Meu player de mp3 tem vida próproa e já me deu várias broncas e terminou com Conselho:

Deixe de lado esse baixo astral
Erga a cabeça enfrente o mal
Que agindo assim será vital para o seu coração
É que em cada experiência se aprende uma lição
Eu já sofri por amar assim
Me dediquei mas foi tudo em vão

Pra que se lamentar
Se em sua vida pode encontrar
Quem te ame com toda força e ardor



Alguém dá mais?

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Carnaval

Eu sei, eu sei, Beanes... Mas...

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Alguém tem um carro de apoio vistoriado pra me emprestar? Devolvo depois de amanhã.

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Nos anos anteriores, fiz força pra não ver nenhum abadá. Este ano, estou virando cabeça pra ver todos, e só confirmar que o nosso vai ganhar prêmios esse ano.

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Primeiro carnaval na casa nova, que é na boca do circuito Barra-Ondina. Alguma coisa me diz que vou morrer de saudade do barulho dos ônibus...

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Hermética

Às vezes eu acho que eu — e a Doce M., vamos combinar — sou a única que tenho a mente criminosa.

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Uma lata de cerveja, amendoim japonês, minha casa e cigarros. Ah, se não fosse carnaval...

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Projeto "Clínica Velhinho Feliz" 2009: Fisioterapia na cabeça!

Que merda de profissão é essa que nos obriga a ficar longe dos que mais amamos nos dias em que eles precisam? Que merda de profissão é essa em que o meu amor fica doente, e eu ainda tenho que ter cabeça para grama sintética, bomba d'água, plotagem, quando o pensamento é todo nele, nas suas pintinhas das costas, na sua febre, no seu cheiro? Que merda de profissão é essa, que me obriga a torrar embaixo do sol, num local insalubre, quando tudo o que eu queria era estar como enfermeira dele? Que merda de profissão é essa que faz minha filha sair chorando de casa, enquanto rumo ao parque onde estou concentrada, quase me fazendo chorar — eu já sensível, confusa, cansada, com lágrimas fáceis e calafrios? Que merda de profissão é essa que nos obriga a trabalhar todas as vezes em que os outros estão se divertindo? Que merda de profissão é essa que transforma colegas de trabalho em pessoas mais íntimas do que nossa própria família?

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Sobre não ter idéia da troca que fez...

Alguém se lembra do programa do Silvio Santos, o Domingo no Parque?

— Você quer trocar um avião por um cadarço q a vaca lambeu?
— Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!


Eu acabo de trocar 6 par leds (???) e 6 calhas brut (???) por 2 atomic 3 mil (???).

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Eu ia participar de uma promoção para ganhar quatro dias de viagem marítima. Raramente eu me empolgo para participar de promoções na hora, ou tenho criatividade para aquele momento.

Desta vez eu tive. Fiz o textinho bonitinho, engraçadinho, pronto para ganhar. Aí resolvi ler o regulamento.

1. A viagem começa e termina em SP, e a promoção não paga as nossas passagens (claro que o administrador do meu passe ia, vou fazer o que sozinha numa viagem romântica?).
Bom, isso não mata. Emagrece (porque eu tiraria do dinheiro do feijão, mas e daí?), mas não mata.

2. Viagem começa numa quinta, termina num domingo.
Massa, mal comecei a trabalhar, nem sei meu destino, e já peço folga para a vadiagem malemolente (/jacaré banguela)

3. O cruzeiro é animado pelo pai e pelo tio da W*anessa Camargo.

Fechei a janela da promoção. Tudo na vida tem um limite.

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Adrenalina comendo no centro. Hoje começa o carnaval pra mim. Timbabeats. Amanhã sai bloco. Sexta e sábado sai bloco. Terça sai bloco. Quarta sai bloco.

Quinta sai meu enterro.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Ai, ai, Daniela...

Me perdoem, meus três leitores fiéis: fiz um post todo engraçadinho no trabalho (no dia em que mais resolvi pepinos, uma prova de que trabalhar sob pressão é a minha praia), mas esqueci o pen drive no Lentium I que com tão boa vontade me atende. Amanhã eu posto.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Humor bombando!!!

Minhas previsões do horóscopo diziam que hoje eu seria notabilizada pela segurança profissional, e que algumas decisões me seriam empurradas com base nessa mulher segura que o mundo estaria enxergando.

Rapaz, eu vou beijar Alexei! As notícias se atropelam na minha porta, e consequentemente o humor melhorou horrores, a disposição atingiu níveis anfetamínicos, e quero é mais trabalho!

Humor moderado

Não estou mais cuspindo marimbodo, nem possída pela ira titânica, nem tão stressada. Almocei com a minha Lourinha, e isso diminuiu deveras a escala de irritação.

Prevejo melhorias substanciais até o final do dia, e uma cerveja mega gelada ao nascer da lua, neste que aparentemente é meu último dia de alguma paz antes de 02 de março.

E se telefonema inesperado faz feliz, cerveja gelada faz mais ainda.

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Sobre CapCom

A melhor coisa que eu fiz foi não ir. Nunca vi tantos espíritos dos Natais passados no mesmo lugar!

Mas eu queria tanto, tanto ter ido, mas tanto...

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Mulher é um bicho idiota, viu?

Mau humor

Perguntas idiotas, pessoas frustrantes, situaçõe-limite, promessas não cumpridas. Sono, saudade, irritação, mágoa, stress, raiva. A cara cheia de espinhas. Sapatos machucando os pés.

Jogue por cima de tudo a maior vontade de fumar nunca antes vista.

Alguém aí vai dizer olá para a minha manhã?

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Eu não sou a única que disca 10 dígitos e insiste, achando que é telefone — e no meu caso, eu estava ligando para um RG, e puta da vida porque ele não completava a ligação.

Diferença: eu descubro sozinha e não atrapalho ninguém.

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Até o meu amado toque de celular, um incidentalzinho com cara mexicana, está-me irritando.

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A parte boa é que é aniversário da minha Lourinha, e que vou levá-la pra um restaurante japonês para o almoço, e vou enchê-la de beijos, e voltar para o trabalho flanando, para receber somente boas notícias pela tarde.

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Sim, é só mau humor, mesmo, porque o trabalho está andando, e se a vida pessoal anda enrolada, telefonema inesperado faz feliz.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Vibe Twitter

Se continuar nessa larica, vou na padaria comprar um Toddynho. Fico enjoada três horas e passo mais quatro sem querer pensar em comida.

domingo, fevereiro 08, 2009

Só assim pra rir...

1) Tem um violão no sol, e EU NÃO VOU TIRAR
2) Mesmo no sol, Helena estava doidinha aprendendo a tocar...

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Vingança? Não, claro! É só troco.

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No Festival, nos deram uma sala enorme, linda, iluminada, com sofás brancos, mesas, um espetáculo. Uma hora depois, descobriram que aquela não era a nossa sala, e nos encaminharam para a nossa real cafua.

Bom, digamos que saímos de um triplex para um kitinete. "Mais confortável seria se nos pusessem num elevador...", pensei eu.

Elevador!

Fui no Gettyimages, procurei uma imagem de botão pra chamar o elevador, imprimi, recortei e colei na parede da frente da sala, do lado de fora.

Claro que ninguém nem percebeu a piada, mas eu me diverti horrores no processo, e pra que melhor que uma private joke?

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Porque metade de mim é o grito, mas a outra metade é o silêncio.

Drummond


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UPDATE

Sorte de hoje: Tentar e errar, mas não desistir de tentar

Só pra reforçar o meu mantra de hoje.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Minha alma



Minha alma
06-02-2009

As vezes eu falo com a vida,
As vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?"

Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo!
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo!

É pela paz que eu não quero seguir admitindo...

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Amor,

Se alguém me dissesse que aquela viagem ia me trazer um amor tão grande, eu riria e diria que essas coisas não acontecem pra mim. Aconteceu.

Se por um lado não tem sido fácil, por outro me dá uma alegria tão sem tamanho, uma vontade crescente de fazer o melhor pra mim e pra você, uma certeza enorme de que o que o meu mundo é melhor contigo. Você é o porto para onde volta o meu barco para o descanso.

Fugir pra te encontrar no meio da festa da domingo foi a paz que eu precisava. O abraço que você me deu está gravado na pele como tatuagem, e mais uma vez tive a prova da escolha acertada que fiz.

Pelas minhas contas, hoje faz 24 anos que estamos juntos. Quero mais milênios com você, quero nesta e nas próximas vidas. Quero crescer com você do meu lado, quero te ver caminhando, quero te fazer feliz. Sua felicidade alimenta a minha.

Não tem sido fácil realmente, mas isso só torna mais especial o que estamos construindo. E assim tem que ser, passo a passo, todo dia, com os pés na realidade.

Sou sua. Só sua.

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Originalmente publicado no fotolog. Mas é hoje, e são 24 anos, e... e é o meu amor.