terça-feira, janeiro 26, 2010

Felipe

Antes de fazer o que vou fazer, que é a resposta em camadas, deixa eu contextualizar. Tive uma semana miserável, e isso inclui segunda, terça, além do sábado e do domingo. Meu carinho maior chegava através do gato (Miau!) da produtora, que se rendia a afagos egoístas, meus e dele.

No final do pior dia de todo o mês de janeiro, vou checar um email e vejo seu comentário na caixa de entrada. Ali foi quase o desfecho justo para ruins 36 horas. Sua gentileza me embargou a voz e encheu meus olhos de lágrimas. Eu merecia ouvir/ler aquilo.

Vamos lá.

Nada alivia. Nem vai fazer sentido.

Nem nunca fez. Nem fará. Viva eu mil anos, nunca fará sentido ter deixado as coisas chegarem onde estão.

Mesmo assim é verdade: um dia passa. Ao mesmo tempo não passa nunca.

Minha outra experiência real (ma non troppo, sem perguntas) de perda me acompanha desde os 16 (oi, sou uma senhora de 33 e meio?), e NUNCA passou. Nunca. Acho que no dia do Juízo Final, D*us e Cristóvão vao rir da minha cara ainda, com todo o carinho que eles me dedicam desde tempos imemoriais. Serão risadas afetuosas, do tipo "Besta, não era pra ter sofrido tanto".

Fica ali no canto. Evito olhar, esqueço. Cubro com dez mil coisas mais interessantes. Às vezes me pergunto como posso estar tão feliz e ainda lembrar do que passou com tanta força. Vai entender.

Entendo e não entendo. Hoje, ainda no calor da perda, não sei onde vou achar nem uma pilha de dez coisas interessantes, que dirá vezes mil. A respeito da força com que nos abate, quase um tsunami. Com todos os avisos, e ainda assim, tão devastador. Mas um dia as águas voltam a ser azuis, a paisagem volta a ser um paraíso, e a gente, que testemunhou a catástrofe, tem um saborzinho amargo a cada engolir, para nunca esquecer. Aliás, como curiosidade, a esnobe aqui acha mais verdadeira a expressão em inglês: to never forget.

Parabéns pelo blog! Obrigado por todas as vezes que me ajudou a colorir o dia!

E desculpa se as tintas coloridas da impressora daniélica acabaram. Voltam um dia, claro, mas tenho visto tudo tão em cinza e suas escalas...

Obrigada, Felipe, pelo exercício de análise que você me deu de presente. Presente mesmo: foi muito bom.

Um beijo.

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Há dias...

Chego na produtora 15 minutos depois do horário em que gostaria de ter chegado, mas ainda não atrasada.

Jogo a mochila numa cadeira, sento em outra e rosno pra uma das minhas melhores duplas de produção. ela distraída.

— Meu bairro está um inferno. Sabe quanto tempo levei para fazer 500 metros, dentro do ônibus? (aumente o volume)OITO MINUTOS!!!

Ela sai do transe com o volume elevado:

— Em qual bloco, Dani?


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O pouco de voz que eu recuperei no domingo dá mostras de que não chega comigo até a sexta-feira.

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— O guarda-sol está mofado.
— Amarra aberto no anão de jardim da sua sogra. Se o vento arrastar, a gente sempre pode chamar Amélie Poulain.
— (silêncio) Vou dormir, viu?


Gente sem humor no coração.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Resposta

"Bem mais que o tempo
Que nós perdemos
Ficou prá trás
Também o que nos juntou..."

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Dias longos, de tempestades dentro e fora, e o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraída. Um encontro, casual na medida em que são os encontros casuais, e meu castelinho de areia foi todo praia abaixo. A paz que eu estava sedimentando virou um borrão, onda que levou minha edificação junto com sua lambida cíclica, e o que sobrou de mim foram pés desnudos, sem nem a cobertura da areia.

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"Ainda lembro
Que eu estava lendo
Só prá saber
O que você achou
Dos versos que eu fiz
Ainda espero
Resposta..."

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E de verdade não espero mais. Espero só que os dias me tragam certo alento, um conforto maior, e que minha pele vagarosamente volte a se virar para o lado de fora. Porque do avesso são feia, tã estragada, que nem eu consigo olhar direito e esboçar um sorriso. O que há de ser dito por qualquer um que não tem a obrigação de me amar, além de mim?

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"Desfaz o vento
O que há por dentro
Desse lugar
Que ninguém mais pisou..."

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Tão intocado quanto o Saara agora, esse lugar nunca mais ninguém pisou. Não estou no jogo, estou reclusa, quieta, rouca, exausta, cansada, irritada e não-disponível. Não sei que tipo de mensagem passo eventualmente, mas não, não quero, não posso e não vou abrir minhas ações para o mercado num futuro próximo. Que pode ser amanhã. Q ue pode ser ano que vem.

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"Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante..."

E não é assim que deve ser? Em paz? Distante?

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Vizinha que acaba de lavar roupa. Cheiro bom que entra pela minha janela, e me traz roupas outras, quando o varal ainda ficava cheio, uma miscelânea de cargos, polos, cuecas, pijaminhas e camisolas. Felicidade pendurada em tiras.

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Exausta.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Trabalhando e blogando

Comecei abrindo um NotePad. Blé.
Abri um .doc. Ainda não.
Hum... Excel!

Sorrisos.

Compartimentada, seu nome é Daniela.

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D*us tem um senso de humor tão grande, tão grande, que eu sei que ele senta todos os dias na nuvenzinha com São Cristóvão (que é meu fã, também), e diz, chorando de rir:

— 'Bora, Cristóvão, bate aí pra eu desengasgar de tanto rir da cara dela!

Deixa estar. Aqui embaixo eu tenho rido montes, também. De verdade.

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Chicote nas costas (sem fetiche)

E ignorem o vídeo, que não vi, não quero ver, tenho raiva de quem vê.

Apenas ouça.



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21:34

Daqui por diante, turbinada.

Ou desturbinando, para ser fiel à natureza do remédio.

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Bastou melhorar a gripe, voltei a fumar mais. Por que todo mundo consegue parar de fumar, menos eu?

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21:51

Daqui por diante, trabalho encerrado

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Eu ando na rua conversando comigo mesma, com uma entidade não-material, com D*us. Tenho recebido tantos sinais acerca de um assunto, que até se eu fosse cética, não poderia ter mais dúvidas.

E não, ainda não sei se os sinais são bons ou ruins. Mas são fato.

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Vou ver um Mentalist para chamar o sono.






E o Dexter?










Tenho mais coragem, não...

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Grogue

Bom escrever depois de 15 minutos de ter tomado uma coisinha pra dormir.

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...aproveita e pede um ponei, já que tá sonhando...


Hoje eu tive tanta, mas tanta, mas tanta certeza de que ele me ama... Que não fiz nada. Não há o que ser feito. EU não tenho nada a fazer. Só me curar e um abraço.

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Óbvio que não vou dizer o porque, mas fui pra varanda da produtora hoje para quase gritar de alegria e para agradecer a Deus. Mesmo. De verdade. Deus é o CARA!

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Medo de ver as fotos do show do Márcio Mello. As do MAM já tomei coragem, descarreguei, distribuí pra galera... Mas as do Márcio Mello... Fora que pela tricentésima vez marquei uma "pasta com chilli" com aquele técnico de som enrolado e querido, que desde 2007 promete que vai fazer este prato.

Vamos ver se neste final de semana ele vai estar de bobeira, porque aí eu cobro.

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E a gripe do ano tenta se avizinhar da minha pessoa. Já mandou seu carro abre alas, a febre, já mandou a fome desesperada, as dores no corpo e tosses longas e desagradáveis. Mas eu vou despejar essa baderna toda. Não porque a mente não está sã, que o corpo vai fazer festa da uva.

Amanhã boto todo mundo pra correr.

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Rômulo,

Recebi seu email, sua delicadeza, sua perspicácia. Assim que tiver coragem de voltar pro MSN, te adiciono, e vamos, sim, tomar um café dia desses. Esta semana, quem sabe?

Beijo, obrigada!

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Coisinha pra dormir começando a fazer efeito. Showtime.

sábado, janeiro 16, 2010

Banzé

Daniela na produtora 1. Recebe convite para um freela na produtora 2. Vai, mas passa o dia resolvendo coisas da produtora 1.

Daniela ao telefone.

— Oi, eu queria um caminhão pipa.
— Quem está falando?
— Daniela, da produtora 1.
— Qual o nome do job?
— Uh.. Peraí... PERAÍ! Sou Daniela da produtora 2!!!!


Crise de identidade rulez.

Samba de uma nota só

Nesse silêncio, ouço a garoa batucando o chão da sala.

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Eu não aprendo. Ainda não há homem pra mim que não seja ele. Não adianta tentar.

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Hoje dói como se eu estivesse com a pele toda do avesso. Nervos expostos.

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Monka,

Sinto saudades suas. Vamos tomar café dia desses? Adorei suas camisas, coisa que ainda não tinha dito.

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Eu realmente não precisava de Sophie Calle hoje.

E é disso que estou falando:

Sophie

Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último email. Ao mesmo tempo, me pareceria melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito.

Como você pôde ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência. Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a “quarta”. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as “outras”, não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.

Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e “generoso”, se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu desassossego se dissolveria nela para encontrar você.

Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar as “outras”. E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Jamais menti para você e não é agora que vou começar.

Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.

Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.

Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.

Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide de você.

X


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"Eu não sei viver sem você
E se ainda me quiser
Eu não vou te decepcionar"


Márcio Mello acabou comigo ontem.

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Perdi a viagem de trabalho que seria redentora, esta semana. Outro PAIS, projeto belíssimo que sempre me faz chorar pelas histórias que se ouve nos 4, 5 dias de viagem, sobre o quanto a agricultura auto sustentável muda a vida das pessoas. Fiz uma dessas ano passado, em dezembro, e além das lágrimas das entrevistas, um pé de alecrim e outro de arruda, trouxe na bagagem o meu amor.

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Só quando se arma uma tempestade, com raios e trovões, é que meu lado de dentro se equilibra com o de fora.

domingo, janeiro 03, 2010

Fim dos tempos

JÁ estão apresentando os sambas-enredos de 2010???

Agora não tem mais chance do ano começar antes do dia 28 de fevereiro.

Suspiro.

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"Come as you are" de BG no Fantástico.

Só pra constar.

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Quero Vou! jogar sinuca terça-feira.

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Não é novidade que não estou lá essas coisas, né?

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Joguei um sonífero inteiro pra dentro. Tem sido bom dormir assim.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Foda

Hoja tá mega foda. Mega.

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Um Rivo pra dentro. Agora é esperar fazer efeito.

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Aí repeti a roupa do Reveillon 2007/2008 para chamar de volta a sorte que tive em 2008. Dormi na casa da mamãe, e para não passar o dia vestida de Jovem Periguete Baiana (a saia é MUITO curta), coloquei uma jardineira. Faltava uma blusa. Lá vem a babá da minha mãe com uma frente única que esqueci lá há mais de um ano.

Vesti, saltitei entre os amigos, e finalmente caí em mim: foi a mesma blusa que usei no primeiro dia de 2008!!!

Agora tenho certeza de que meu ano vai ser foderoso. Vem comigo que você vai ver.

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Faz efeito logo, porcaria, porque Didi e a Princesa ninguém merece.