domingo, setembro 05, 2004

Perguntas, perguntas

As pessoas precisam entender que cada coisa tem um tempo diferente. A minha hora, agora, é a campanha. É a minha primeira direção de campanha, meu programa está lindo, sofisticado, a luz está um luxo... Claro, gravidez é uma novidade, mas por enquanto é só virtual. Ainda não há sinal visual, e os meus sintomas inexistentes também não ajudam na concretização do fato.

Não, não enjôo; não, não casei (e nem sei se chego acompanhada do pai da pequena Alien até fevereiro). Não, não tem nome ainda (aceito sugestão), e nem sei se é menina, mesmo. Meu médico é um incompetente desatencioso, não sou a favor de palmadas e se me encherem demais o saco vou pro Tocantins. Não tenho mais sono do que o que já sentia habitualmente, estou irritada demais, mas fazer uma campanha de vereadores não contribui muito para eu alcançar o Nirvana.

Não estou fazendo baladas porque não tenho tempo, só tenho direito a dois goles de vinho por semestre, e disse adeus aos cigarros. Chuife, sinto falta deles... Odeio quando as pessoas perguntam primeiro pela pessoinha, e tenho PA-VOR de estranhos encostando mim. Um tal de esfregar a barriga, só falta fazer pedido...

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Candidato gravando, uns estalos interferem no áudio. Pára tudo, lá vai o operador investigar a origem do som esquisito. Nesse caso, sempre podem ser os refletores. Ouve-se o câmera, gentil que nem um cavalo:

— Não é o refletor, não, Edgar. É a dentadura do cara que tá solta.

E era.

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