segunda-feira, maio 31, 2004

Piegas, mas...

Isso é lindo!

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Eu nunca imaginei, mas... acho que finalmente está na hora de voltar para o mercado formal. Acho que é finalmente hora de arranjar um emprego sério, certo, que me pague todo mês, que me dê uma rotina e a segurança de tocar meus planos adiante.

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Conversa com a Ju, e finalmente descobri que só a narração dos fatos é que me traria de volta para a realidade. E trouxe. Eu acho a Gata Roxa tão centrada, tão equilibrada, que sempre me esforço por ser equilibrada e conexa no que vou contar pra ela. E só assim eu consegui trazer a razão, essa sumida, de volta.

Ju, estou ficando expert em te agradecer via blog. Obrigada mais uma vez!

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Combinando viagem de São João com a Sheu via Messenger. Só a viagem, não: vamos passar o dia juntas, amanhã. Almoço, fofocas, risadas, orçamentos, novo polimento nessa amizade boa, que passa tanto tempo sem ver a luz do sol.

Rota do sol, Serra Grande, Itacaré. Chapada. Mangue Seco. Ou Morro de São Paulo, enfim. Nem acredito que dessa vez vai ser tudo tão diferente...

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A Shaggagency de Notícias informa, em edição extraordinária:

eu já decidi o que ele vai ganhar no dia dos Namorados!

E dessa vez o agradecimento vai pra minha Carol, que me deu a idéia sem saber.

domingo, maio 30, 2004

Se alguém me dissesse, há 35 dias, que hoje eu estaria blogando de onde estou... eu teria dado uma gargalhada azeda.

Estou feliz. Nem ontem imaginei que fosse estar feliz. Mas hoje... Cards do Yugi-oh, do Pokemón; uma pestinha de seis anos me chamando de Inha. A "Inha" derretendo.

Estou na casa dele. Estou em casa. Achei um bom lugar para ficar. Ele.

sexta-feira, maio 28, 2004

Piadinha interna

HOJE!!! Grande encontro das Ex-Seguidoras Compulsórias de Sátya Sai Baba.

Organização: Sheu, Dani e Dri.

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Ganhei meu primeiro presente de aniversário da wishlist. Não, nada palpável. Por enquanto...

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Que Deus benza, que Deus benza, que Deus benza.

E que seja doce, que seja doce, que seja doce.
As bizarrices não terminam!

Sonhar com o Mouro num jogo do Santos? Tudo bem. Consolar uma amiga (?) que nunca vi na vida morrendo de dor de cotovelo por causa dele, enquanto eu sofria de saudade dele? Vá lá.

Mas ligar o computador pra trabalhar, abrir o Winamp from hell e a primeira música a tocar — no modo shuffle, claro! — é o Hino do Santos?

Lá vou eu ligar pro Caldeirão pra ter notícias dos meninos...

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Entra online o Pai da Fada e começa a tocar "That's Life", que ele me mandou. Online no ICQ, que eu trouxe de volta à vida, o Filho do Mar (YES!!!). Ô, dia estranho, viu? Mas que venha o touro, e que Deus conserve!

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A confissão: eu adoro filme de faroeste!

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E descubro que estou rouca que nem um pato quando me arrisco a cantar "O Tempo e o Vento", fazendo um trio com Danilo Caymmi e Tom Jobim. Por que rouca? Cansaço.

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Fonte Nova lotada, fim de campeonato brasileiro com Vitória e Bahia na final. 90 mil pessoas nas arquibancadas. Umas 5 mil entre jornalistas, seguranças, jogadores e profissionais. Imaginou? Agora coloque doze sacolas abarrotadas de roupas, sapatos, bolsas, tapetes, perfumes nas mãos de cada uma dessas pessoas. Faça-as andar de um lado pro outro, como baratas correndo de chinelos.

Pronto: a fómula da Feira de Moda é essa! Claro, ainda faltam os vendedores berrando na sua orelha, como uma Baixa do Sapateiro indoor. Ou uma 25 de março. Ou o Saara, pra paulistas e cariocas entenderem o drama. Três horas e muito andando, perdendo e achando as irmãs loucas, me encantando com blusas de lurex (lembra das meias de Dancin' Days? Pois é, blusas daquele tecido), jurando que nunca mais nesta vida eu ponho os pés numa aglomeração. Diversão pra mais de metro.

Estourei minha conta bancária, comprei cópias perfeitas de bolsas Louis Vuitton e descobri que estou realmente virando caretinha. Daniela com cópias de LV??? Fato é que me meu pai perguntou se eu tinha comprado numa loja infantil. Stuffs...

Eu já ia comprar presentes para o dia dos Namorados, mas como ainda falta é tempo até lá, resolvi esperar para saber se compro presentes para mim ou para outrém.

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ICQ é um mundo à parte: o email é o mesmo de anos atrás, meu número ainda é de oito dígitos, o nick ainda é o mesmo. A quantidade de gente é absurda, e as nacionalidades... indianos, egípcios, suíços, paquistaneses, japoneses, italianos para caramba. Gente que não vejo há anos, gente com quem não falo há mais anos ainda, gente que morreu, gente que mora longe. Dei uma limpa geral, tirei metade dos representantes da ONU, e ainda assim tem perto de 300 pessoas.

Deu saudade do Marcus, que agora está em AJU; do André, tão gaúcho quanto o Bruno, agora. Do suíço louco, Set; do Troy, piloto australiano...

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Faltam 18 dias.
Quase uma lama budista!

Como é difícil não telefonar, não andar mais uma casa no jogo! Como a inércia me irrita, esse ar estagnado, as mãos se retorcendo para pegar o celular e discar o número dele.

A evolução espiritual não é para todos, amiguinhos! Não tentem fazer isso em casa.

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Ah, me quer? Então me liga, me escreve, me corteja. Eu já fiz o que podia: alimentei o fogo com o meu ar.

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A seguir: Por que vou à feiras inúteis? Por que gasto tanto?

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Por uma vida menos ordinária

O Vingador tem asas.
O cavalo preto que ele cavalga não as tem.
Eles cavalgam no ar.
Será que se o Vingador abrir as pernas o cavalo cai?

quinta-feira, maio 27, 2004

E acho que estou vivendo, Moca. Fingindo diversão algumas vezes, me divertindo de verdade em outras poucas. Mas foi bom viver um pouco ontem.

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Ana Maria Braga está fazendo uma receita de costela cujo resultado final parece um resultado de churrasquinho de gente em incêndio. As pontas da costela estão espetadas para o ar pedindo socorro.

Depois disso, vou lá assistir Faces da Morte.

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Porra nenhuma. Acabei no canal da Universal, e olha só: COLÍRIO CONSAGRADO, para você ver o que não tem visto na sua vida amorosa.

E eu achava o Polishop divertido...

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Pai da Fada:
Pôr do sol agora, no Porto.

Fraulein Anjinha:
Fechado!

E ficamos nós de molho na salmoura, rindo, limpando a sujeira que os últimos dias deixou. Ficamos lá, olhando pro alto e os olhos quase estourando para enxergar a maior quantidade de azul possível. Barcos emoldurados por restos de laranja, vermelho, roxo, amarelo, e nós ali, da linha d'água, vendo aquele quadro em movimento.

E depois montamos guarda na areia, enxugando no vento, rindo mais, e mais, e mais.

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Almoço com a Esfinge

Papai, na cabeceira da mesa:

— Quem dá atenção à carniça é urubu.

Três pares de olhos se voltaram para ele, que continuou, impassivo:

— É porque hoje é quinta-feira.

Decifra-o ou ele devorar-te-á.

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Nem vou comentar pra não dar azar... Boa parte da magia está no segredo... Novamente o ar volta a alimentar o fogo. E que Deus benza!

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Faltam 19 dias.

quarta-feira, maio 26, 2004

Hoje eu vivi. Vivi um bocado. Mas acho que a idéia de fibrilar o blog por uns tempos foi mais forte. vou ali e volto. Se inspirar, na volta tem texto.

terça-feira, maio 25, 2004

Acho que esse blog poderia morrer por uns tempos...
EU

ACREDITO

NOS

MILAGRES


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Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade!

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Vou voltar pros Sims... E deixar pra viver daqui a pouco.
... E cai nos braços do meu marido, mergulhei no azul-céu dos seus olhos, esqueci do tempo.

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Faltam 21 dias para o meu aniversário.

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Vou ali viver um pouco mais e volto pra contar como foi.

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Uma explicação: The Sims.

segunda-feira, maio 24, 2004

DELICIOSO!

Catálogo Ilustrado dos Produtos Acme

É pra passar a manhã inteira matando a saudade... Se você não tiver nada pra fazer...

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Daniela Novos Empreendimentos Sem Limites!

Enquanto procuro desenhos animados, lá vou eu!

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Alguém conhece Thiago Tamborinni?

domingo, maio 23, 2004

Dia 1º de Julho tem show do

CPM22

em Salvador!!!

Faltam 23 dias para o meu aniversário, e é hora de editar a wishlist:

- um discman que rode MP3 (no Mercado Livre está uma pechincha)
- uma câmera digital
- um palm com câmera fotográfica e cartão de expansão
- uma mochila de lona
- bolsas, bolsas, bolsas, as mais estranhas e engraçadinhas possíveis
- um telefonema do Filho do Mar
- um tabuleiro de War
- meu tarot do deserto desenhado por algum amigo habilidoso
- uma gaita
- um frasco gigante de Rue de Pergolese
- uma tele pra minha câmera
- uma vida menos ordinária
- um jantar com o Vin Diesel
- o telefone do Marcos Palmeira
- um final de semana prolongado em Imbassahy
- me perdoem os locais, mas... PASSAR MEU ANIVERSÁRIO EM POA COM O BRUNO!
Tinha vento, tinha chuva, tinha chopp, tinha ele, tinha eu. Tinham as discussões que só a gente consegue ter, tinham os famigerados quizes de desenho animado. "Migra então", e a gente mudava para quadrinhos.

E teve uma interferência daquele cujo prefixo é 51. Grande, grande, grande Bruno Barretto, que saudade que vem do mais profundo andar do inferno! Meu amigo não congelou ainda; o ciclone passou ao largo dele, e planos para voltar? Nenhum. Merda de país enorme, que uma mudança de estado torna proibitivos os encontros entre os que morrem de saudade!

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Me deixa ver como a prata da lua escorrega pelas suas costas? Me deixa sentir o cheiro do céu em negativo que são os seus ombros, branco-universo salpicado de sardas-estrelas? Deixa eu encostar a cabeça no seu peito e fechar os olhos, só um pouquinho? Só pra eu poder matar de fome essa sensação de não-pertencer.

Deixa eu cuidar das suas gripes, das suas roupas, dos seus livros? Deixa eu ficar vendo como você dorme, como você faz a barba, como você dá o nó da gravata? Deixa eu ficar sentada no sofá da sala, vendo como o sol entra pela janela, encontra o espelho perto da porta, e se enrosca nos seus cachos? Posso cozinhar pra você? Nem precisa me dizer o seu prato preferido: eu abro o livro da sua alma e descubro.

Posso entrar no seu quarto? Destampar o frasco daquele perfume que eu nunca lembro o nome, mas que poderia vir com o seu (nome) no rótulo. O que você guarda embaixo da cama? Me mostra as fotos que estão no fundo do seu armário? Deixa eu ver o teu armário, escolher uma das suas camisas e ficar abraçada nela? Só pra saudade ir embora, e eu brincar de faz-de-conta.

Faz-de-conta que você vai voltar.

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Eu trouxe minha máquina fotográfica. Tira uma foto comigo, só pra eu lembrar que a gente foi feliz um dia?
Você já escreveu milhares de linhas e apagou tudo depois?

Eu fiz isso agora.

Estou ouvindo a tal música, e acho que pela primeira vez, em um ano, 3 meses e 10 dias, acho que pela primeira vez me permiti deixar os olhos marejarem. Ainda não consigo ler suas respostas aos meus emails mal-criados. Estou tentando, abrindo uma janela e lendo, fechando e escrevendo. Há mais de uma vida não ouço essa música. Eu não sabia que tinhamos nos magoado tanto.

Estou ouvindo as turbinas do avião que me trouxe. Ainda sinto o gosto do último beijo. Ainda são as teclas do seu computador que martelo sob os dedo, numa revanche muda.

Eu não precisava desse laivo de mau-senso a essa hora tardia. Não depois da noite deliciosa que tive. Não depois do ano que eu tive. Não depois dos últimos meses.

Maldito! Eu SEI que o seu plano não deu certo. Princesa e Jughead, onde isso ia funcionar?

Por outro lado...Um cavaleiro e uma maga: em que tipo de conto isso daria certo?

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Tenho medo dos fantasmas que virão esta noite.

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Quando você fecha o olhos, e nos seus braços existe uma mulher, você consegue sentir a mesma paz e a mesma proteção que eu te dei?

sábado, maio 22, 2004

Eu quero você. Eu quero você mais que tudo. Não quero nenhum outro. Você não serve pra mim, mas eu quero assim mesmo. Não vejo graça em mais ninguém que não seja você. Sou mulher de um homem só. Sou séria, fiel, leal, cansei de pular de galho em galho, história em história. Não adianta eu tentar me enganar com um outro rostinho interessante, com outro cérebro sedutor, ou um corpinho bronzeado qualquer. Não aguento mais aplicar a "Solução Formosa" ("Já que eu não posso ter você, fecho os olhos, e qualquer corpo passa a ser o seu"), não aguento mais ver o brilho da confusão nos seus olhos, o dilema que te empurra e te traz com a maré.

Eu prometo que você nunca vai se entediar comigo.

Eu prometo te amar até o fim.

Mas não me perde. Não me deixa ir embora sem você. Não me deixa bater a porta e pegar o elevador. Se eu sair, não volto.
Quem tem amigo...

Pois não é que, no meio do telefonema de atualização, este ser humano me manda duas fotos do A.J.A.?

E por motivos diferentes, o A.J.A. está na mesma casta que o Mouro. Inatingível. Com uma diferença: levei um ano pra conseguir falar no Mouro. Para tocar no assunto A.J.A., foram só sete meses.

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Eu tenho saudade dos ensaios da banda. Tenho saudade de me enfurnar todo domingo no estúdio, de sentar no aquário com o headphone e ficar ligada no andamento. Estou morrendo de saudade de discutir com o Mel sobre o uso da condução ou do ataque. De ver o Felipe e o Metade discutindo por causa de miscelas. Da rotina de chegar, pregar o set na parede do estúdio, pegar a gaita do Felipe e ficar tentando fazer algum som que não fosse atonal.

Sinto falta das invariáveis cervejas depois do estúdio, da expectativa sobre o que o Felipe ia inventar de piadinha para aquele dia (o auge foi ensaiar com o roupão do SuperClubs Breezees, de bermuda e sem camisa). De ver o Léo com o chapéu de leprechaun, sempre o dono da paz.

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Mas tenho saudades dos ensaios no estúdio do Passos. Da primeira formação da minha tropa, de também sentar no aquário e ficar vendo o Pudim na bateria. Meu cúmplice, companheiro que fazia as viagens mais divertidas. Saudade de ver o Márcio Telmo na percussão, moço que era o principal beneficiado da minhas massagens nas costas, o único com cara-de-pau suficiente para invadir meu quarto de madrugada atrás das barras de chocolate que eu passei a comprar em número extra, depois dele.

E na segunda formação, Fabinho Serrano, meu melhor companheiro de viagem, jornalista que foi orientado pelo meu mestre maior da faculdade. Fabinho, tão amante do Calvin quanto eu, bonito que nem um pecado, o melhor guitarrista que conheço, membro de uma família tão linda quanto ele. Fabinho, que quando estava irritado ensaiava country music com guitarra havaiana. Fabinho, que me fez desmoronar com um abraço, depois do show de Costa de Sauípe.

***

Cada trabalho forma uma família. Somos irmãos, filhos, pais, maridos, mulheres, amantes. Quando um ônibus viaja com 28, 30 pessoas, cada um se torna uma variável deliciosa. É uma fauna de vontades, desejos, esperanças, hábitos, cheiros, gostos e texturas. É um carrossel de abraços, uma ciranda de corpos e mãos e olhos, um quatrilho sem fim. Somos sempre os forasteiros numa terra estranha, estamos sempre ao alcance dos olhos do outro. Somos uma unidade de combate, um multi que faz o uno.

Somos sempre nós contra o mundo.

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Mãe é mãe

— Dani, aproveita que o tempo melhorou (?) e dá um banho na Nana.
— Mãe, o tempo NÃO melhorou.
— Mas dá banho assim mesmo. A gente seca com secador de cabelo.


Óbvio que o banho ficou pra amanhã.

sexta-feira, maio 21, 2004

Pra quem achou que ia ser uma catástrofe essa primeira sexta-feira...

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Ouvindo Garbage. Há quanto tempo eu não ouvia Garbage...

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Celular toca. No caminho para atender, mamãe comenta:

- Ou é problema ou é solução!

Pô! Esse mote é meu! Olho o identificador de chamadas: Emerson. Ai, meu Deus...

- Fala, canalha!
- Oi, Dandanzinha, vamos para a Off?
- ENE-A-Ó-TIL! NÃO!
- Ah, Dandanzinha, vamos? Vou eu, o Johnny, o Beto, mas o Beto eu acho que é gay, a Adri...
- Emerson, leia meus lábios: não!
- Ah, eu te ligo quando estiver indo. Beijo, tchau.


Mamãe, a impertinente:

- Era problema ou solução?
- Não sei, mãe.. ainda não sei...


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Conversa telefônica

- Mon, você está toda besta porque deu beijinho no AJA...
- Aaaaaaaaah, beijinho E abraço!
- Não se preocupe que amanhã mesmo eu mando cortar seus bracinhos para não dar mais problema...


Ciumenta? Quem?

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Dilema Orkut

Bonito que nem um pecado. Obtuso como uma porta. Como ou não como?

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Roubo, mesmo que tardio!

Hebert, obrigada pela inspiração! Eu não acharia letra melhor hoje!


Você não serve pra mim (em Cm)

..Cm
Não fique triste não se zangue
.............................F....Ab
Com tudo o que eu vou lhe falar
......................Bb
Sinto demais porém agora
.....................Eb
Tenho que lhe explicar
..G7..................Cm
Você comigo não combina
..................F...Ab
Não adianta nem tentar
.......................Bb
Não vejo mais razão nehuma
...............Eb
Para continuar

..G7....................Cm
Não quero mais seu amor
..G7.....................Cm
Não pense que eu sou ruim
...G7....................Cm
Vou procurar outro alguém
Bb..Ab...G7...............Cm..G7
Você não serve pra mim
..................Cm..G7..Cm
Não serve pra mim

.......................Cm
Uma palavra de carinho
....................F...Ab
Jamais ouvi você falar
.......................Bb
Seu beijo tão indiferente
.......................Eb
Foi o que me fez pensar
..G7........................Cm
No tempo que eu estou perdendo
...........................F...Ab
No amor que eu tenho para dar
........................Bb
Deve existir alguém querendo
........................Eb
O que você não quis ligar

..G7..................Cm
Não quero mais seu amor
..G7...........................Cm
Não pense que eu sou ruim
..G7........................Cm
Vou procurar outro alguém
Bb..Ab....G7..............Cm...G7
Você não serve pra mim
............Cm...G7...Cm
Não serve pra mim

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"You're not bigger than this
Not better
Why can't you learn?
"

Jimmy Eat World (cante milhares de vezes até se convencer)

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E uma saída rápida para curar essa azia, uma boa saída rápida para curar essa azia, todas as ciências de baixa tecnologia... Se eu disser que saí de casa pra tomar uma única cerveja, ninguém acredita. Mas é fato. Fui encontrar a Tali e a Carla para una birra, risadas de quebrar feitiço e fofocas. Se eu falei de você? Claro! Mal pra caramba, Nero!

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Ainda faltam 25 dias.
Dancing Queen (ouça no volume máximo)

You can dance
You can jive
Having the time of your life
See that girl, watch that scene
Dig in the dancing queen

Friday night and the lights are low
Looking out for the place to go
Where they play the right music, getting in the swing
You come in to look for a King
Anybody could be that guy
Night is young and the music's high
With a bit of rock music, everything is fine
You're in the mood for a dance
And when you get the chance...

You are the Dancing Queen, young and sweet, only seventeen
Dancing Queen, feel the beat from the tambourine
You can dance, you can jive, having the time of your life
See that girl, watch that scene, dig in the Dancing Queen

You're a teaser, you turn 'em on
Leave them burning and then you're gone
Looking out for another, anyone will do
You're in the mood for a dance
And when you get the chance...

You are the Dancing Queen, young and sweet, only seventeen
Dancing Queen, feel the beat from the tambourine
You can dance, you can jive, having the time of your life
See that girl, watch that scene, dig in the Dancing Queen

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Finalmente o "inverno"! O primeiro dia de abril foi ontem, e durou uma hora. Hoje estamos no primeiro dia de maio, e ele já dura desde às 7 da manhã. Eu acho que o sol vai abrir, mas já tive a minha cota de vento frio pra arejar os quartos da minha alma.

Choveu, o humor melhorou. Eu avisei, certa feita: não sou gente, sou planta. Girachuva!

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Faltam 25 dias.
E no final, um monte de adjetivos (gostoso, tudo de bom, poderoso, tesão de homem, sonho de consumo, e por aí vai...), que só poderiam se referir a uma única pessoa (tanto que acertei de cara), fizeram a minha noite um segundo mais feliz.

Boca Juniors! Maradona! Eva Perón!

(pra bom entendedor de espanhol, til é letra...)

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No jogo do bicho, quem você é?

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E daí que acabou? Agora é novidade tomar um contra? Vamos lá, que bonde anda é pra frente!

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Isso aqui vale a pena ser ouvido.

Não só pela letra, pela melodia, pela harmonia... Por eles.

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Mais um dia de Bullroarer por causa dele.

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A história do pré-beijo, da qual EU havia desistido, rendeu.

Quem poderia prever?

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No jogo do bicho, meu amor, eu sou a SORTE...

quinta-feira, maio 20, 2004

Roubado daqui

"A gente sempre destrói aquilo que mais ama em campo aberto, ou numa emboscada; alguns com a leveza do carinho, outros com a dureza da palavra; os covardes destroem com um beijo, os valentes, destroem com a espada."

Oscar Wilde - Balada do cárcere

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Sabe quando você tem a certeza de que vai cometer o mesmo erro de novo? Eu acho que vou, e o pior: estou A-DO-RAN-DO!

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"What's new?
How's the weather?
Is it stormy where you are?
Cause I'm so close but it feels like you're so far
"

Kiss the rain, sem a pequena adaptação - Billie Myers

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Eu estou com saudades. Saudades de me sentir feliz, saudade da expectativa dos longos telefonemas madrugada adentro, saudade de ser obrigada a admitir em voz alta que sim, estou envolvida, sim. Saudade de uma noite qualquer no meio de um janeiro que ficou pra trás. "Porque a gente não pode negar que está acontecendo alguma coisa. A gente não pode negar que está-se apaixonando", e como fui feliz naquele minuto. Há anos ninguém dizia que estava apaixonado por mim. Acho que nunca mais, também...

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Sim, vamos com todas as letras: estou deprimida, sim. Se você está cansado da minha tristeza, ou acha que é tudo um samba de uma nota só, ou acha que eu dramatizo demais, ou está querendo um texto engraçadinho, volte outro dia. Ou até melhor: não volte nunca mais.

Não saio de casa pra muita coisa, meus amigos estão decepcionados comigo porque não sou mais a companhia exuberante que sempre fui. Estou tendo reações físicas de estresse, incluíndo as fisgadas musculares. Morro de vontade de jogar boliche, por exemplo, e não tenho coragem de sair de casa. Estou o tempo todo pendurada em duas lágrimas, prestes a cair num penhasco. Vivo os dias no passado, ora remoto, ora nem tanto. Sinto falta de quem eu era quando estava feliz. Sinto saudade de mim com ele. Da pessoa boa que eu era. De quão magnânima eu me descobri com ele. Fico elucubrando sobre um futuro do pretérito, passado que já nasceu morto.

Estou errada por todos os motivos, mas pra mim tem sido difícil ater os pensamentos no presente. É mais fácil viver um passado que sorria pra mim. Tempos mais auspiciosos, de pele mais clara e fresca, de sonhos que saltavam à tona. Tempo de acreditar, de ter fé. E eu tinha.

O encontro repentino com a própria mortalidade me fez puxar um freio imaginário e estacionar por uns tempos. Não tenho certeza de ter realmente tomado consciência dos meus dias contados, como contados estão os dias de todo mundo. Eu sei é que não desejo uma semana dessas pra ninguém. Da mesma forma, não desejava nada disso pra mim. Nada. Eu merecia ser mais bem tratada, eu merecia ser amada, eu merecia respostas, eplicações; eu merecia continuar sendo querida. Eu não mereci nada do que aconteceu, eu não mereci ser posta de escanteio de maneira tão displicente. Eu não merecia perder a fé nas pessoas, mesmo que eu saiba que isso é temporário. Eu não merecia ver a felicidade de ninguém esfregada na minha cara. Eu nunca fiz por merecer tanta indiferença com o que eu sinto. Sempre a mais preocupadinha em não ferir os brios e os sentimentos de ninguém, sempre empenhada em ser o ouvido amigo, o ombro largo, a confidente, a cúmplice, a que tudo entende, e não mereci um tratamento nem próximo ao que dei. Sempre cuidando, fosse do corpo doente, fosse do espírito macambúzio, e não recebi um nada em contrapartida.

E vai ser sempre assim. Não porque eu seja idiota, otária, ou qualquer outro adjetivo que eu mesma já empreguei pra me designar. Mas porque eu sou assim. Sou doação, sou carinho, sou entrega, sou inteira. Se tiver que entrar só 90%, não vou. Ou 100, ou nada. Eu sou exatamente isso: tenho o meu tempo, tenho o meu espaço, tenho as minhas reações e as minhas crenças.

Mas eu realmente não merecia ter apanhado o tanto que apanhei.

terça-feira, maio 18, 2004

Eu segurei a onda até a hora em que ouvi:

? A gente vive de um lado pro outro. Podia ter sido qualquer um de nós.

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Quem trabalha com entretenimento tem um karma a carregar. Todo mundo acha que a gente se diverte o tempo todo, que a vida é uma festa, que trabalhar com artista é o Velho-Oeste Dourado, que backstage é o Paraíso Perdido.

Todo mundo acha que a gente conhece lugares paradisíacos a cada viagem, que os hotéis são seis estrelas, que enchemos a cara antes, durante e depois dos shows e VTs que fazemos.

O que a gente menos faz é se divertir. É uma correria dos infernos, uma tensão absurda, um calvário que começa na hora de marcar a apanha dos músicos/equipe e só termina quando a gente desova todo mundo em casa. Raríssimas exceções, trabalhar com artista é como trabalhar com o seu chefe: um saco.

Os lugares que a gente conhece são cafundós na maioria das vezes, isso se você considerar conhecer o ato de olhar pela janela do ônibus enquanto chega na cidade. Bebe-se durante o trabalho? Há quem faça, mas não é o certo, como não é certo um advogado beber durante o expediente, idem contador, médico, vendedor.

As condições são quase sempre precárias, os hotéis não merecem o nome que têm, e o capítulo ônibus/van/carro, que foi o que me levou a fazer um balanço da profissão, é sempre um problema. Motoristas mal treinados, que bebem escondido enquanto fazemos o show/VT, péssimas condições de manutenção dos veículos, motoristas que não descansam entre as viagens, preferindo fazer o bate-volta sem dormir.

Não é uma vida fácil, é estressante até um limite sobrehumano, é cansativo. É uma média de 20 horas de trabalho por dia pra quem faz produção: acorda músico, leva o outro pro hospital porque está com asma, volta, arranja sabonete pra mais um. Enfia todo mundo no ônibus, tranca lá, volta, faz check out nos quartos. Nessas alturas, uns três músicos já desceram pra fumar e pegar um vento, outros dois foram ao banheiro, outro não está bem.

E tudo isso sabendo que existe uma forte chance de um dia voltar de viagem... e não chegar em casa. Eu já me peguei empurrando ônibus com mais um monte de músicos, já sofri acidente porque o freio do carro travou, já... Já várias coisas.

Já várias coisas, mas até agora eu consegui chegar em casa. Dessa vez foram eles. Mas podia mesmo ter sido qualquer um de nós.
Anjinha-Enfermeira do Scorpi... diz:
e é foda, pq musico muda pra caralho. não sei quem era o roadie, nem o saxofonista.

Ricardo Argôllo diz:
Porra Dani..... não conheço ninguém não.

Ricardo Argôllo diz:
Mas é foda independente de conhecer ou não.

Anjinha-Enfermeira do Scorpi... diz:
é foda pq é gente que se fode que nem nós.

Ricardo Argôllo diz:
São companheiros que se vão.......

Anjinha-Enfermeira do Scorpi... diz:
é gente que está na mesma estrada que a gente.

Anjinha-Enfermeira do Scorpi... diz:
Tô arriada, mesmo. Não só pelos companheiros que morrem, mas por aquele que me aturou tanto, que me fez rir tanto.

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Uma coisa eu aprendi. Você pode não gostar da produção artística de uma pessoa. Mas a pessoa em si é outra coisa. Pagodeiro, funkeiro, rockeiro, o que for. A pessoa é que merece ou não o seu respeito, o seu carinho, a sua camaradagem. A maneira como você se relaciona com a pessoa é o que conta.

Eu não gosto de pagode. Gosto de gente.
Mal-entendido... E eu ainda acredito nessas mentiras.

Não era mal-entendido. Acabou mesmo.
E só porque há seis anos, nessa hora exata, eu e o Monka estávamos ouvindo "Bullroarer" juntos, eu não ouço outra música desde meia noite e meia.

A kind of celebration. I call nostalgy.

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Insônia. Preciso dormir. Cabeça a milhão. Insônias são produtivas. Eu sou mais eu. Pra quem já enfrentou bala nas costas, tirinho de sal faz até cócegas. Eu sou mais eu, mesmo.
Eu quase choro

...quando o vi entrando no Messenger.



Anjinha... diz:
boa noite e tchau

no mar diz:
não te ensinaram bons modos???

Anjinha... diz:
Monka, eu pensei tanto em vc esses ultimos dias...

no mar diz:
eu idem...

Anjinha... diz:
Saudade da unica pessoa que me rebate a altura!

no mar diz:
..te liguei um dia desses...

CONVERSA CONVERSA CONVERSA CONVERSA CONVERSA CONVERSA

no mar diz:
Você güenta de saudade de mim?

Anjinha... diz:
Não aguento não...

no mar diz:
me too. beijo

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Por isso eu amo esse homem.

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Não, não é só por isso, não. É porque temos uma história linda juntos. É por causa das noites juntos, por causa do porre que tomamos juntos (e que nenhum dos dois até hoje sabe quem pagou a conta. Eu não fui: voltei com meu talão de cheques intacto e todo o dinheiro que tinha levado), dos ensaios pro "Território", por ele ter confiado tanto em mim. Amo esse homem por causa de "Bullroarer" ouvida juntos, porque ele me apresentou Pedro Luís e a Parede, porque ele me mostrou seu álbum de infância; porque ele mandou "Magamalabares" tocada na gaita por ele. Tudo para fazermos as pazes. Amo, amo muito, e também porque apresentei Cake pra ele, porque ele sempre foi um dos homens mais especiais da minha vida inteira, porque ele é escorpiano. Amo por causa de "Vapor Barato", "À Flor da Pele", vinho branco,

Amo esse homem porque ele fez contagem regressiva pro meu aniversário. Começou faltando 28 dias. Amo esse homem porque ele me deixou louca de preocupação quando foi a um forró um dia depois de tirar o gesso do pé quebrado; porque ele fica lindo de branco (e de vermelho, de cinza, de preto, de burro-quando-foge...). Amo esse homem por tudo. Mas acima de tudo, amo o Monka porque acho que, ao longo desses longos anos, em momento algum deixei de ser a Enfermeira-do-Scorpi.

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E estou ouvindo Bullroarer pela duocentésima vez. Monka e "nosso" Midnight Oil foram o meu ventinho bom, hoje.

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Faltam 28 dias ainda.

segunda-feira, maio 17, 2004

Eu sou a mulher errada pro homem que procura paz. Eu não inspiro confiança em ninguém, não tenho cara de quem quer um relacionamento estável. Não dependo nem dos meus amigos, que dirá de um homem. E isso inclui tudo: financeiramente, emocionalmente, socialmente, profissionalmente. Tenho uma vida destrambelhada, sem horários, sem rotinas. Freqüento praias às quinta-feiras, mas você sempre vai me encontrar trabalhando pesado num domingo.

Se esse homem trabalhar na mesma área que eu, ele corre o risco de se enciumar profissionalmente. Homem odeia mulher competente na mesma profissão. Aliás, homem detesta independência feminina, mulher com vida própria. Homem odeia mulher inteligente. Homem não tolera uma mulher que leve as discussões em pé de igualdade. Eu não vou pra showzinho no Pier da Ivete: eu vou pra porões na Carlos Gomes. Eu como cachorro-quente sentada na escada da igreja. Mas também sou a mais esnobe (vide comment de dois posts abaixo...), a mais classuda, a mais erudita. É só uma questão de adaptação.

Homem também finge que gosta, mas não suporta mulher compreensiva. Mulher boa é aquela que faz barraco, que grita, estapeia, sapateia, que faz cena de ciúme, que não perdoa a menor falha. Nem adianta dizer que não, ala masculina. Mulher boa é aquela que diz amém pra tudo. Pode até discutir, mas o homem tem que ter a garantia de que a celeuma é só pro forma: ele vai conseguir o que quer.

Eu sei que não passo uma imagem de confiabilidade. De uma mulher em quem se pode confiar para amarrar o barco no porto dela, e lá ficar. Eu sei que passo a impressão de uma imaturidade que não condiz com a verdade. Sem me extender, não desejo a ninguém ver o que os meus olhos já viram.

Homem não gosta que a sua mulher tenha toneladas de amigOs. Homens. Homem nunca acredita que é amizade e só amizade. E maioria esmagadora dos meus amigos é homem. E vivo pendurada no pescoço deles, faço carinho, cafuné, troco torpedinhos carinhosos. Se for colega de trabalho, então, corro o forte risco de ter que dividir o mesmo quarto de hotel numa viagem a trabalho. Isso se a gente esquecer que até a cama eu dividi com o Todo Fashion. e foi uma delícia! Que homem sobrevive a uma mulher que faz isso? Mas note bem: uma mulher que faz isso e é fiel que nem um cão.

Nenhum, né?

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Falando em comment, é alguma brincadeira de um de vocês? Se for, o limite é claro e bem demarcado: ISSO EU NÃO TOLERO!
Um mal-entendido. Um grande mal-entendio. Um PUTA ruído de comunicação, e eu quase rasgo os pulsos.

Chamei por Santa Barata para que ela me abençoasse com o seu sangue frio, e disquei os sete números que me responderiam alguma coisa. Uma loooooooooooonga conversa. Milhares de explicações. Carinho. Um certo sossego no coração.

Mas estou inquieta. Agora tenho menos certeza ainda da validade de certos procedimentos. Agora tenho menos certeza dos meus quereres. Mas eu sigo em frente. Se não é o meu sonho dourado, pelo menos é bom. Mais do que a maioria das pessoas pode almejar. Vai acabar melhorando.

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Eu gostaria de dizer "Caso Encerrado". Mas ainda não.

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It must be your skin I'm sinking in
It must be for real cos now I can feel
And I didn't mind
It's not my kind, it's not my time to wonder why


Glycerine - Bush

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Faltam 29 dias.

domingo, maio 16, 2004

Acabou.

Estou estarrecida. Não havia motivos. Não sei se choro, se tomo um remédio pra dormir e só acordo amanhã, se corto os pulsos, se saio pra andar, se vou tomar um banho de mar, se... Não sei de mais nada.

Se for pesadelo, eu não quero mais brincar disso. Me acorda e acabou. Acabou. Foi quase uma agressão, e totalmente desnecessária. Não sei, não sei, não sei. Não sei porque, não tenho noção do que moveu até essa decisão.

Droga, eu estava me esforçando, estava quase conseguindo! Já estava me habituando, já estava afeiçoando, aceitando a idéia de dar adeus aos doces dias de irresponsabilidade. Meu Deus, eu preciso de uma explicação, por menor que seja. Uma explicação só!

Eu vou enlouquecer. Eu não aguento mais perder, perder, perder, perder. Eu não aguento, é demais pra minha sanidade mental.

Uma coisa eu aprendi: sem respostas eu adoeço, enlouqueço, desmaio, definho. Vou dar um telefonema e perguntar.

Testado e comprovado:

Trabalhar com energia me deixa absolutamente enjoada.

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Estão vendo esta foto, não é?

- tire o cavalo e coloque uma bicicleta no lugar
- ao invés de três bancos, coloque um e mais um apêndice atrás
- tire a carroça da China e leve pro Parque da Cidade, em Salvador
- substitua o bom condutor por dois guris, de uns 7 anos cada
- multiplique por 3 milhões a quantidade de iguais carroças e condutores
- coloque na frente de um deles uma Daniela absorta na conversa, enquanto caminha

Voilà! Eis o seu acidente instantâneo! Sim, Fiel Leitor, fui atropelada por uma daquels ridículas bicicletas que parecem os antigos taxis chineses. Mas isso tem um início...

Pessoa de hábitos estranhos, lá pelas duas da manhã, estava conversando via mensagem de texto com o Pai da Fada sobre o filme que íamos (?) ver ontem, e que não foi visto porque a mensagem só chegou 1 e pouco da madrugada. E porque ele está fora da cidade.

Bip bip bip, mais uma mensagem, e desta vez a certeza de que ele me desacataria lindamente (Adendo: o Pai da Fada é um dos poucos que me chamam de escrota e eu ainda dou risada).

"Vamos p mm amanhã? pls!"

E sem assinatura, sem telefone de retorno. "O Pai da Fada enlouqueceu! Márcio Mello amanhã? Ele?", e aquilo ficou martelando na cabeça. Aí lembrei de quem queria ir muito. Saquei o celular e respondi:

"OK, OK, mas me liga amanhã pra me acordar e combinar o horário"

Ah, Mônica, só você pra me tirar de casa num domingo cedinho pra ver o Márcio Mello...

A manhã de hoje me encontrou um sonho em azul listrado de vermelho. Vesti as roupas de Jorge (de Jorge não, Daniela, que são Jorge nunca usou vestido!), as armas de Jorge, meus óculos escuros e minha garrafa d'água. Mamãe resolveu dar uma volta no parque, e fomos nós, enquanto o show não começava. Conversando animadíssima, nem percebi aquele trambolho vindo pelas minhas costas.

Não deu duas: o filho da puta do molequinho não sabia a diferença entre os pedais e o freio da bicicleta, e passou por cima de mim. Não, não cai... mas machuquei o pé pela enésima vez. Abri a garrafinha d'água companheira de guerra e lavei o machucado, rogando pragas para o garoto se transformar num anão albino de três dedos.

O resto de humor que eu tinha saiu junto com o sangue do machucadinho.

***

Som bem equalizado, espaço confortável, nem cheio nem vazio, mas eu não consigo dançar em show nenhum. Quer dizer... se eu tomar oito duplos de vodka com martíni, eu viro a rainha da pista de lambada, em cima dos meus saltos dez e dentro da minha microssaia rodada. Um luxo.

Mas nem a cabeça eu conseguia balançar. Um calor que só encontrei igual em Jequié e no inferno (ué, não é a mesma coisa?). Acho que sou um pinguim: não fui feita para altas temperaturas. Vim parar aqui perdida numa corrente, e nunca mais voltei pra Patagônia, que é o meu local de nascimento. Vou fazer como o Peter, o pinguim de Sitting Ducks, e andar amarrada em dois blocos de gelo.

Márcio Mello. Um capítulo à parte. Primeiro: porque eu acho que ele seria o marido ideal pra mim. Ele cai de cabeça nos amores como eu. Ele se entrega, vive a história na íntegra. Segundo: porque o acho um doce. Really, really. Terceiro: porque gosto da movimentação dele no palco. Quarto: nem me pergunte o nome da música, mas a primeira do show foi escrita pra mim, tenho certeza. Que letra do caralho!

Enfim: o show veio, o show foi, caminhamos até a praia, voltei pra casa. E dormi tanto que perdi a hora do cinema que tinha marcado pra hoje. Um telefonema de desculpas, a garantia de que amanhã a gente vai, a incerteza de querer/poder cumprir a promessa, a sensação de que estou-me sabotando outra vez. Só que eu vou me forçar a sair dessa situação viciosa. Agora quem manda na minha vida sou eu.

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Mas que eu teria mantido o meu pé intacto se tivesse ficado em casa, ah, isso eu teria...

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Ainda faltam 30 dias.
Estou a exatos 30 dias do meu aniversário.

Logo, a partir de hoje:

DIGAM OLÁ PARA O MEU INFERNO ASTRAL!

O mesmo período no ano passado foi maravilhos. As previsões dizem que o deste ano será melhor ainda.

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"Ao seu lado eu sou carnaval
E se ainda me quiser
Eu não vou te decepcionar"


Tonelada de Amor, Mácio Mello

Nem preciso dizer pra onde fui coagida a ir agora de manhã, preciso?

A seguir, "A Saga da Daniela no Show do Márcio Mello"

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E como já é de praxe: FALTAM 30 DIAS!

sábado, maio 15, 2004

Eu sou campeã do mundo em estabelecer laços em tempo recorde.

Mas esse é um caso que deu certo. Tita me foi apresentada como sendo minha cópia. Era. Somos. No dia seguinte, já éramos gêmeas separadas no nascimento. Se eu apresentar a Ti como tendo a idade real, você não vai acreditar. Ela aparenta 20, 21. No início do ano que vem, entra na casa dos 30. Mais veha que eu, mas não adianta: só a trato como irmã caçula. No máximo, as gêmeas de bivitelinas que somos.

Publicitária das melhores, produtora mais detalhista do mundo, guerreira, estóica, pragmática, direta. Nesse ponto, somos o complemento uma da outra. Nos apaixonamos pelo mesmo cara, eu primeiro, ela depois. A primeira coisa que fiz quando ela me contou foi dizer: "Ti, a vida inteira tive uma quedinha por ele". E na base da honestidade demos de ombro, e ficamos na torcida uma da outra. De coração. Trabalhamos na mesma empresa por um ano. Ela entrou quando eu saí. E nunca tínhamos nos visto.

Peguei uma maré de trabalho, ela também; eu pra Costa do Sauípe, ela pra Porto Seguro, com diferença de uma semana. Acabamos espaçando os telefonemas, os emails, mas a correspondência nunca parou de chegar. Amizade é uma coisa tão forte que não morre nem diminuiu porque não nos falamos todos os dias.

E hoje, montando o esqueleto do trabalho, sobe um aviso de que tinha um email da Ti na minha caixa. E era bomba. O maldito celular dela não saía do tom de ocupado, mandei um email de volta pedindo a ela pra me ligar. Foi instantâneo.

- Não me dá bronca, Dani...
- A única coisa digna de bronca é você ter passado por isso tudo sozinha e não ter me ligado!


As coincidências nunca param: estamos passeando no Expresso do Inferno por homens com o mesmo nome! Uma hora depois de conversas, conselhos, confissões e confusões, ao invés da saudade diminuir, só aumentou. Quanto nos divertimos juntas, na época de bater ponto no show do Seu Lobo, na viagem pra Sauípe, nas loucas festas que ela promovia... Minha dupla perfeita, organizada onde sou uma baderneira, perdida no lugar onde me guio de olhos fechados.

Continuamos fac simile uma da outra. Ela um pouco mais prática, mas quando a onda tira seus pés do chão, suas reações são iguaizinhas às minhas. Minha irmã querida, como faz falta ter você no meu cotidiano!
A fábula do médico e o monstro foi feita pra mim. Eu sou o monstro.

Eu acordo cantarolando "I'm afraid of Britney Spears". Encontro a louca grávida, e desemboco a berrar o hino do Santos. Aí o humor melhora, vou ao computador para ver se tem algum email especial. Não tem. Queda do humor. Banho quente. Saio do chuveiro cheia de sorrisos. Volto pro computador. Nada de email. E ainda me mandam um problema operacional via email, prontinho pra eu resolver. Nessas alturas do campeonato, é irreversível.

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Pra não dizer que sou toda mal humorada, dêem uma olhada nesse site. Mas leiam, as aparências enganam...

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Minha amiga de Sampa jogou a toalha. Vai voltar pra terrinha. Conseguiu pouco ou nenhum trabalho aqui. Motivo: qualificada demais.

Algumas coisas eu não entendo. Mesmo.

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Qualquer conta de telefone pode contar uma história. Início, meio, fim. As minhas histórias foram pagas hoje. Quites. Agora é esperar a conta do mês que vem, para saber quem eu amei, quanto tempo durou, e quem me deu o ombro pra chorar quando acabou.

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Nem me liga no Porre II

Não me liga: foi difícil tirar você da minha vida, esquecer o seu perfume. Foi difícil entender, e se chorei, foi porque não consigo viver sem respostas. Arrependimento não cura machucados: só reabre, e confunde, e bagunça o pouco de estabilidade que as pessoas (EU!!!) conseguiram. Ame ou abandone. Ou vem, ou some. E hoje em dia eu tenho dúvidas sobre aceitar ou não um pedido de desculpas pelas burradas enfileiradas que vi você cometendo ao longo do tempo.

Azar o seu (e o meu) se eu sou a mulher que te faz feliz. Odeio os fracos, e se você não o é, estava numa fase de vulnerabilidade que não combina com a sua altura. Se me ligar e eu não atender, tenha certeza: o recado era exatamente pra você.

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A gravida maluca está começando a melhorar! Saiu de trás da geladeira hoje, e aproveitei para jogá-la na minha cama. A cara de satisfação que a cadela fez quando se enroscou no meu edredon valeu a pena... Só saiu de lá a contragosto, quando eu tirei.

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O vizinho está dando uma festa. Chata. Música alta. Brega. Já ouvi Maimbê Dandá treze vezes. O vizinho acha que é tenor. Ele grita. Agora ele e os amigos cantam em côro. Cadê minha garrucha? Nem o outro vizinho bonitão (de longe, mas como a cegueira é quase minha amiga...) teve coragem de colocar o pescoço pra fora da janela. O vizinho feioso está bêbado. Seus amigos também. Vou colocar os headphones.

Dois comprimidos de Dormonid, por favor?

sexta-feira, maio 14, 2004

Por que guarda-chuvas?

Porque foi tópico de uma longa conversa com o Pai da Fada hoje, que disse adorar guarda-chuvas. mandei um texto-drops para ele, mas aquilo ficou martelando.

Como eu precisava testar as alterações de template... Bom, saí guardachuvando todo mundo!
Em cima de cada solidão, um guarda-chuva.
E cada ilha, uma solidão.
Cada guarda-chuva cria uma ilha de uma pessoa só.
É possível que um dia a gente se apaixone pelo cara que detestamos visceralmente ao longo de 1/4 da vida?

É só uma questão hipotética, claro! É porque acabei de ler o perfil deste no Orkut, e descobri que devo ser a única pessoa no mundo que não tolera nem saber que este ser respira no mesmo planeta que eu. Certo, eu acho um cara competente, mas pessoalmente falando... Your neighbour may be alien.

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O instituto Daniela de Ciências Ocultas prevê uma noite maravilhosa:

- um longo telefonema, que cuminará num suspiro de resignação
- longas elucubrações sobre estar ou não envolvida
- uma sessão de escuta do cabelo crescendo
- observação das unhas do pé (versão extendida)
- mais duas verificações na conta bancária
- um passar de olhos no El Dia (Pai da Fada, a culpa é sua!)
- um disparar de coração quando, lá pelas tantas, eu me der conta que já passa da meia noite, e eu estou em casa, com um sorriso de gata de Alice, me espreguiçando na frente do monitor...

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Droga, Charlie, você tinha que viajar justo HOJE?
E se o Che não tivesse morrido?

Será que ele teria virado um ditador como o Fidel? Será que ele um dia olharia para uma estrada com dois caminhos: 1) Matar o Fidel ou 2)"Se não posso vencê-lo, junto-me a ele"?

E se não fosse o Che ter morrido, existiriam mais camisas do Mickey?

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Enfim, para quem jurava que a tempestade nunca ia passar, eis que ressurjo Scarlett O'Hara, e "amanhã é um novo dia". Eis que apareço como se nada me incomodasse, como se passasse flanando pela vida, como se além do signo Natal, carregasse o ascendente e a Lua em Gêmeos.

Não, Pequeño Saltamontes, não é bem assim. Sou ás no quesito "fingir para mim mesma". E agora eu acredito, de tanto fingir, agora eu acredito que as coisas nunca saíram dos trilhos. Eu é que vi o trem errado. Todas as situações estapafúrdias em que estive metida de dezembro pra cá foram causadas só e somente por mim. Agora, depois de um "retorno de Saturno", é que posso avaliar com mais frieza a fila de disparates e equívocos nos quais estive imersa desde novembro. Dezembro é que estourou a primeira bomba.

Enfim... Era uma brincadeira. Era só uma brincadeira. Era pra ser inocente. E quando me dou conta do vulto que a situação tomou, e descubro que o próximo e inevitável passo será o meu, me dá vontade de largar tudo, ligar para o "Zé da Ema" e dizer:

— Aqui é a Selma! Armei uma embrulhada apocalíptica. Se eu te levar uma bandeira da Bahia, você me aceita como hóspede?

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Pra que raios eu fui acreditar num horóscopo que dizia que era hora de crescer, de encarar a vida (sic) com mais responsabilidade? Tava tão bom sem compromisso...

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Espírito de Porco

Estou morrendo de medo de puxar o saldo do banco e descobrir que o dinheiro da restituição caiu na conta. Tenho medo dos meus impulsos compradores.

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Mas eu realmente preciso de um vestido novo para o Cancún de terça-feira: Especial Aniversário da Clari.

quinta-feira, maio 13, 2004

Alguém tira esse açoite com pontas laminadas da minha mão?

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Uh... Eu acho que pisei na gira pela primeira vez...

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Eu sei que tenho zilhares de coisas pra fazer. Não consigo lembrar o quê, nem aonde, nem com quem. Se eu marquei alguma coisa contigo, por favor, dá um telefonema pra mim e manda me acordar?

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Estou virando reacionária.

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Eu sempre quis morar num barco. Ao invés de um apartamento, um barco com chuveiro quente, internet rápida e tv por assinatura. A noite, ia poder deitar no convés, discman do lado, e ficar ouvindo estrelas e música.

Criaria um cachorro com alma maruja, faria festas para poucos amigos, e não teria problemas com a vizinhança saltitando na minha cabeça. Minha fuga seria mais simples: ao ivés de fazer as malas, só abastecer os tanques, subir âncora e içar velas. Tá, a parte de içar velas foi só pra dar charme.

E aí eu não ia realmente precisar de ninguém. Ia ser eu, o cachorro, os livros e o mar.

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Será que alguns dos meninos da família Schürmann ainda está solteiro?

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Que noite... deliciosa!
Charlie's Angel

Há duas semanas, na reunião da 5pontas Produções (ou Estrela de Davi Confusões Corp., se o Cat virar sócio), Charlie esqueceu o casaco no espaldar da cadeira. Como fiquei até mais tarde, e sou produtora (argh!), na hora de ir embora fiz o bom e velho check out, e trouxe o casaco comigo.

Hoje ele me ligou:

— Tá dormindo?
— Ainda não...
— Ainda não quer dizer que vai dormir... Meu casaco ainda existe?
— Não sei do que você está falando.
— Meu casaco, Dani, aquele... Vou passar pra pegar agora.
— AGORA? Mas eu vou dormir!
— É porque estou aqui pertinho, no MacDonald's da Vitória e...
— E vai trazer um sundae de caramelo sem castanha pra mim! E não demora!


Ele levou o casaco (chuife)... MAS TROUXE O SUNDAE!!!

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Acho que descobri a modus comunicandus perfeito. Agora bate o frio no estômago, tremedeira... Vou voltar pro Prozac para tomar coragem. Enquanto era uma brincadeira, eu estava no comando. Agora a coisa está séria. Mais séria do que jamais imaginei que um dia pudesse se tornar.
Em qual cena Daniela dormiu?

Senhor apostador da cena 6, fafor passar no passar no caixa pra pegar seu prêmio.
Hoje o dia está com cara de desesperança.

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Vou ali ver um dos trilhares de filmes que comprei e não vi. Aberta a bolsa de apostas: eu durmo antes ou depois da cena 4 de qualquer um dos filmes?
Era pra ser só uma reunião de trabalho.

Foi TAMBÉM uma reunião de trabalho. Mas quem apostaria que a gente ia acabar na casa do Pai da Fada? Quem ia imaginar que eu ia detonar uma garrafa de vinho cuja adega tem o meu nome? E que ia sentar no chão e ficar só com os olhos cravados naqueles dois que eu adoro? Quem podia imaginar que na casa dele tinha grapa? E que de golinho em golinho, alternado com o vinho, eu ia descobrir uma nova grade de percepção? Quem imaginou que as minhas fotos do feriado iam acabar passando pelo crivo (generoso!!!) do Pai da Fada?

Quem imaginou que por algumas horas eu ia esquecer de tudo, concentrada na tarefa de degustar o Pai da Fada, e mais Borges, Freddie? E que a nossa piada interna sobre Glauber seria tão saboreada em praça pública? E que eu estaria tão feliz, tão feliz, tão feliz?

Se alguém me dissesse isso hoje de manhã, eu certamente teria dado uma gargalhada na lata, virado para o lado e dormido mais um pouco.

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Bizarrices tem um limite...

Eu disse que ia planejar minha próxima viagem agora a noite... Mas em momento algum eu imaginei que a próxima viagem seria como será esta: COMPLETAMENTE fora do roteiro original.

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E o melhor não é chegar em casa e descobrir que o meu novo fã da comunidade virtual (geeeeeeeeek!) é o Felipe. Melhor é escrever em 454 caracteres o quanto eu amo aquele vagabundo...

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Só pra constar...

Continuamos sem comunicação com a torre. Avião ficando sem gasolina. Saco da piloto enchendo deveras. Deus me defenda, Jesus me abrace!

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E Forte Amigo, FODA-SE se você nunca conseguiu uma conversa interessante com ele ao longo dos anos! Eu também não, mas quem é que quer conversar com ele REALMENTE?

quarta-feira, maio 12, 2004

E eu sei que hoje vai ser um dia estranho pra você. Uma eletricidade diferente no ar, uma sensação de que algo está prestes a acontecer, uma inquietação nem boa nem ruim. Quando tomar o seu megaporre, nem me liga: vou estar numa reunião de planejamento da minhas próxima viagem, e não vou ter tempo — ou seria saco? — pra você.

Claro, você sempre pode tentar. Cospe pra ver se cola. Pode ser que eu te atenda... Pra rir DE ou COM você. Sobre isso é que ainda não tenho opinião formada.

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Trabalhar, né, Daniela? Alguém tem que fazer a parte suja...

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Nota Suíte

O Caldeirão de Santos está todo bem, "com exceção da saudade de você, Dani". São uns fofos.

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Algo me diz que a comunicação está prestes a melhorar sensivelmente. Vamos ver se dou mais um passo... Eu tinha jurado que não, mas minha alma de freira enclausurada não pode ver uma alma sofrendo que se esforça em ajudar...

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TRABALHAR, DANIELA!

terça-feira, maio 11, 2004

Alguém percebeu que eu estou escapando pela tangente? Que eu não estou falando nada que me comprometa? Que eu passei a ser uma contadora de histórias? Que eu não toco em assunto algum mais sério, contrariando as expectativas?

Alguém percebeu que eu estou escondendo alguma coisa? Que eu sei mais do que a minha carinha de inocente denuncia? E que eu não vou fazer nada com essa informação?

Alguém percebeu que eu não estou extraindo filosofia de nada, que estou vivendo e só? Que eu não faço inferências públicas, porque fazê-las reservadamente já me dá um nó mental? Que viver e só já tem-me exaurido, e que eu não quero mais isso pra mim?

Aliás, viver é exagero. Sobrevivo.
Que tipo de ser humano acorda com o Hino do Santos Futebol Clube na cabeça? E que dá banho na cadela louca berrando que "agora quem dá a bola é o Santos..."? Vou ligar pro Marcelo, pro Osso, pra galera do Caldeirão Santista, pra saber se tá tudo bem por lá...

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O banho da cadela louca

Como meus 12 leitores sabem, Nana está com gravidez psicológica. Só que agora ela abandonou os filhotes-sapatos, e é a feliz e paranóica mãe das sacolas de plástico! Todos passam bem, e moram atrás da geladeira da área de serviço.

Só que tudo na vida tem um limite, e o banho da mãe de família vinha sendo adiado por conta do humorzinho de jararaca dela. Hoje meu humor estava ótimo, e resolvi que ela não fugiria da água. Seduzi a pobre com uma rosquinha: deixei bem à altura do seu focinho e fui puxando, até que ela saísse da "loca" para mastigar. Deixei que ela comesse o biscoito e já peguei no colo.

As cenas que serão mostradas a seguir são fortes. Por favor, tire as crianças e as pessoas mais sensíveis da sala.

Ela ganiu o banho todo. A Sociedade Protetora dos Animais me colocou sob vigilância severa, achando que sou molestadora de cachorros. A família quase rompeu comigo. A cachorra passa por mim indignada ainda. Seus filhotes se recusam a vir para as minhas mãos. Uma tragédia!

Para abafar seu choro (que não era de dor, ouviram, amantes de pets?), cantei o hino do Santos do abrir ao fechar do chuveiro.

"Matou o cachorro e saiu pra comemorar o campeonato do time"
"Hino de time estimula violência contra os animais"


Enfim, quase uma psicopata por causa de um esguicho de água quente e shampoo mentolado. Terminei o banho, esfreguei a idiota para secar e soltei, com a idéia de que ela fosse pro sol, ou se secar direito em cima de algum sofá ou cama. Nada disso. A cadela voltou correndo pra trás da geladeira.

— Nana, você vai embolorar se não secar direito!

Não teve acordo. E desta vez eu não usei nenhuma tática escusa. Ficou ela lá. Fiquei eu cá. Mas que ela agora está cheirosa, ah, isso está!

segunda-feira, maio 10, 2004

Pouco adequado para o meu estado de espírito, mas não tive coragem de trocar: estou ouvindo "Requiém for a dream". Se eu sumir é porque cortei os pulsos.

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"Now you are one of us."

Apavorante.

Esse Orkut está-me destruindo. Mas se o Juízo Final for desse jeito, vou agora pra frente do mar esperar os Quatro Cavaleiros do Apocalipse.

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"I tried so hard, and got so far
But in the end, it doesn't even matter"

In the end, Linkin' Park

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Promoção da Gol: 423 linhas a 50 reais a passagem.

Eu descontrolei quando vi. Belém do Pará, Rio Branco, no Acre, Macapá... As possibilidades de viagem são tão variadas que São Paulo e Rio vão ficar por último.

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Extra, extra!

A promoção foi suspensa por decisão do DAC. Eu vou coser a graça do diretor do DAC nas mucosas bucais de um batráquio!!!

Deus sabe o que faz quando me impede de fazer essas compras. Eu acho que por enquanto o melhor é ficar aqui enuanto desmontam a lona docirco. Sempre tem a esperança de que uma girafa ensandecida saia correndo circo afora,e faça a alegria de um outro desavisado.

Na verdade, isso é muito paulistano: eu quero é ver o circo pegar fogo, para comer churrasco de palhaço.

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Não faz o meu tipo o excesso de músculos, mas o Vin Diesel... Mas o Vin Diesel... Minha Nossa Senhora da Libido Desenfreada, os pensamentos que esse homem me provoca são impróprios para qualquer horário, qualquer faixa etária!

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Pega o casaco, apaga a luz e vem comigo. Eu te explico tudo no caminho...
Dia das mães

— Ah, eu queria tanto o CD da trilha sonora de Chocolate com Pimenta...

Uma coisa a ser observada nos presentes para pessoas que moram na mesma casa é a sua capacidade de aturar repetições seguidas do CD que foi presenteado. Eu, por exemplo, jamais ganharia um CD do American Hi-Fi da minha mãe. Ela jamais ganharia um CD do Cauby Peixoto de mim.

Mas a minha irmã cismou que era aquele CD que a mamãe queria, e que era aquele que ela ia ganhar. Vamos nós pro shopping (post de Sábado), enfrentando a turba de brasileiros que, como nós, deixou tudo para a última hora.

Compramos o bendito, e na volta pra casa, mergulhei no jardim azul em cima da minha cama e de lá só saí pro chuveiro. Não me dizia nada onde as meninas iam esconder o presente até o dia seguinte.

Noite bizarra, dia seguinte. Cambaleio até a cozinha, vasculho a geladeira, descubro um resto de suco. O que vai com esse suco. Abro o armário da cozinha e fico lá em franca contemplação... Até dar de cara com o Murilo Benício entre a pipoca de microondas e o Miojo, atrás da canela em pó!

Era o maldito CD, muito bem escondido pela Algas. Recuperei a capacidade de raciocínio, esperei o coração regularizar as batidas, e maloquei direito, atrás da pilha de Miojos.

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Isso numa semana marcada pelos sustos...

Estava trabalhando, resolvi dar um tempo. Peguei maço de cigarros, isqueiro, chave de casa e fui até o playground do prédio para tomar um vento e ver se o sol se afogava no mar. Não se afogou, e resolvi voltar para o trabalho nosso de (quase) todo dia.

Desci, sentei em frente ao computador de novo, e fiquei vasculhando umas coisas com o mouse, só. Lá pelas tantas, abro um doc e uma senha é pedida. Lá vou eu pro teclado... e me encontro com Nossa Senhora de Fátima!

— O que eu fiz de tão grave para a Senhora vir pessoalmente dar o esporro?

Devo ter gritado, ou emitido algum ruído, ou então a minha irmã tem um senso de oportunidade extraterreno. Ela veio na sala e me viu branca.

— Miriam Lane, Nossa Senhora de Fátima está no teclado!

Ela deu uma olhada e me lançou o olhar que a irmã Lúcia deve ter recebido da mãe, quando contou que uma santa em cima da oliveira contou três segredos pra ela.

— Mamãe que pediu pra colocar aí. Ela trouxe do Rio pra sua coleção e da Algas.

Quer dizer que dessa vez não fiz nada de grave, Nossa Senhora? Resmunguei sobre milagres falsos, peguei meu santinho e guardei na bolsa, acabrunhada.

domingo, maio 09, 2004

— Com esse sapato não!
— OK, Miriam Lane, e eu vou com qual?
— Saltos altos!
— Pra um show de rock? Você me odeia por quê? Vou de tênis!


Até iria... se tivesse achado o outro pé. Fui de salto alto. Pra um show de rock.

***

A Shaggadelic Pictures orgulhosamente apresenta

A NOITE DOS PESADELOS


Estrelando

Daniela Henning
Monka Faria
Rodrego Lona
Foca Jones
O tiozinho com ares de sedutor

e grande elenco.

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Sim, eu fui de saltos altos.

Clube dos Engenheiros, e eu tenho certeza de que os associados são somente os engenheiros agrônomos. Nenhum engenheiro civil deixaria aquela monstruosidade sair do papel. Uma caixa de concreto, com a acústica PÉSSIMA, sem ventilação. Certo, aquilo não foi feito para ser um espaço para show de rock, mas nem um noite inteira lá dentro me fez descobrir PARA QUE aquele porão foi construído. Sabe-se só que a parte de trás do prédio é coberta por um luxuriante matagal.

Show da Enquanto Isso..., e se o mérito de ter me arrancado de casa é da Monka e do Luna, saibam que eu só fiquei até o fim por causa deles. Uma sensação esquisita, um calor, nariz entupido. No primeiro whisky, estranhamente comecei a sentir frio. Muito frio. E parecia que alguém tinha enfiado os dedos no meu nariz. Gripe. Ai, Deus, de novo, não!

***

— Mon, aquele caminhando na direção da gente não é...?

Era. Um dos mais lindos diretores de fotografia que a Bahia tem, com quem tive a sorte de trabalhar em dezembro. Armamos o melhor sorriso, fizemos aquela cara de "absorvidas numa conversa interessantíssima", e ficamos esperando o bonitinho de sobrenome russo — que poderia ser Vladivostovsky — passar por nós. Passou... RETO!

— Dani, ele ignorou a gente!

Dei duas boas olhadas no dito cujo.

— Mon, ele agora poderia olhar pro espelho que não ia saber quem era aquele cara chapado.
— Se a gente chamar por Vladivostovsky, ele ainda responde "Saúde"!


Ignore list pra ele.

***

A segunda banda acabou de subir para começar a montar o palco. Luna passa por mim e diz:

— Se esse cara gritar "Viva, Zapata!", eu vou embora!
— Luna, ele gritaria isso por quê?
— Ah, sei lá...


Uma hora depois... Sim, o vocalista da banda gritou "Viva, Zapata".

— Eu avisei. Eu sabia que ele ia fazer isso.
— Mas ele não tem nada que simbolize qualquer opção, nenhum signo na camiseta, nada!


Luna, enigmático:

— Eu simplesmente sabia.

Nessa hora eu comecei a fazer a medição da temperatura. Febre, sim, mas... alucinações?

***

Sentada no meu canto, olhava as estrelas e tentava calcular, pela posição da lua, quanto tempo ainda faltava para ir para casa, tomar um banho fervente e cair embaixo do meu jardim edredonado. Eis que surge...

O TIO CRUSH!

Na época dele ainda não havia Sukita. Nada contra o direito — em muitos casos, até o dever — que os grisalhos têm de me cantar. O que não dá é, independente da faixa etária, o cara não se tocar que ali não está um alvo em potencial.

Monka volta no meio da fascinante conversa com o porre, e enquanto ele levanta para buscar uma cerveja, ela comenta:

— Ele tem um cheiro tão... estranho, Dani.

Ficou por isso mesmo. Nas vezes em que o meu nariz desentupia, eu realmente sentia um cheiro enjoativo. Na segunda romaria que o cidadão fez ao bar, Mon fez uma cara de quem descobriu a pólvara e moldou a roda:

— Off!
— Hein?
— Ele cheira a Off!


Pronto, ela enlouqueceu de vez! Off é uma boate gay!

— Repelente de mosquito! Off, Dani!

Bingo! Eu passei um mês e muito substituindo a lavanda noturna pré-soninho por Off, e não reconheci o cheiro! O indivíduo voltou... E CHEIRAVA A REPELENTE MESMO! Engoli a risada, e continuei tentando dar atenção ao mala.

Conversa vai, "sou produtor", "ah, que coincidência". Conversa vem: "Daniela, você tem cartão?"

Oh, idiota febril, você um dia aprende a fazer a distinção entre uma cantada de quinta e um contato profissional razoável.

Próximo passo do cristão:

— Vamos jantar esta semana?

NÃAAAAAAAAAAAAAO! Seu bolha, eu ordeno que você volte à sua forma anterior de repolho!

— Olha, meu trabalho é muito instável... Não posso marcar uma data...
— Então não ligo.


Ah, boca maldita!

— Quem perde é você!

O cara disse que vai ligar. Stupida!

***

Como é que acabou a noite? Andando a 3 km/h dentro do carro para acompanhar uma turma de celebridades que trabalha numa famosa locadora de filmes em Salvador. O segurança do Clube de Engenharia parou o nosso carro, pedindo pra gente acompanhar a turma a pé, já que os malandros da Carlos Gomes estava saqueando os grupos de pedestres.

***

Era muito para uma noite só.

— Luna, me deixa em casa primeiro, por Jaga!

E lá fui eu, mergulhando nas profundezas do Dia das Mães.

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O show foi maravilhoso. Esses caras melhoram a cada vez que os vejo. Muito bom cantar junto as músicas que eles fizeram. Música própria de banda de amigos é sempre uma delícia, misto de orgulho e...

Não, misto de nada: é só orgulho, mesmo.
Os embalos de sábado a noite

Os marcianos não esperaram dez anos. Eles chegaram hoje. Um cara que cheirava a repelentede mosquito, um mano que grita "Viva Zapata", um milagre da engenharia civil moderna... E eu com febre, calafrios, achando que já era alucinação.

Não era.

sábado, maio 08, 2004

Por que os MBAs terminam tão tarde na sexta e começam tão cedo no sábado? A qualidade de vida fica reduzida a pó.

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Só se vê num shopping

- Pochete e salto alto numa mesma "Susie"
- O bonitão da mesa do lado tirando alface dos molares com os dedos
- Tribos praticamente indígenas inteiras passeando pelas escadas rolantes
- Um cara I-GUAL-ZI-NHO ao Mouro. Levando em conta que ele eventualmente caminha por estas terras...
- Pessoas se maltratando em frente à banca de CDs em promoção. Gian e Giovani, Zezé di Camargo e o irmão, Araketu...
- Mais pessoas se maltratando na seção de DVDs em promoção. Ei, se alguém me viu cotovelando as costelas daquela senhora, saiba que quem começou foi ela! Saldo: Papillon e Os Jovens Justiceiros (Emílio Estevez, Charlie Sheen, Lou Diamond Phillips...).
- Uma das suas melhores amigas passar reto por você... porque não te viu! Ela é tão cega quanto eu... e uma marmota
- Seu ex-colega de trabalho LINDO numa fila do Spolletto
- Um ex-colega de colégio que virou gente, de terno e gravata

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Só se ouve nas vizinhanças da Dani:

- O CD do Vanderlei Andrade! Anos depois deste moço ter saído de circulação baiana, me desencalham um CD dele pelos arredores. Curiosidades: ele ligava pra minha casa, pro meu celular, conversava com a minha mãe, com as minhas irmãs, e depois ficava uma cara comigo no telefone. Ele em Belém, eu aqui.

"Eu vou roubar
Eu vou roubar
Eu vou roubar, meu bem
O seu coração
Eu sou ladrão..."


Minha casa é quase um portal pra outra dimensão...

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Eu realmente não estou pronta.

Tentei, tentei, tentei, mas quando chegou no nível "Estou me forçando a ficar aqui", tirei o time do campo.

Vou continuar fazendo a linha "tulitulá", como diria um dos amores da minha vida, o Canalli, e levando a vida na flauta. Ou citando novamente o mesmo grande filósofo dos olhos azuis, continuo a aplicar o velho Truque da Galinha Morta (que virou Dead Chicken Trickes depois que o Luna descobriu a expressão).

Eu achei que isso nunca ia acontecer comigo...

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As coisas morrem quando você começa a receber os sinais, dá de ombros, e os despreza CONSCIENTEMENTE. Ainda assim, algumas manhãs me surpreendem pelo primeiro pensamento que me trazem à cabeça. Hoje foi um desses dias. Nunca os desenhos de um passado foram tão nítidos quanto hoje. Nunca um rosto foi tão bem delineado quanto o que me acompanhou durante esta manhã. Nunca a textura dos cabelos permaneceu por tanto tempo na ponta dos meus dedos.

Caralhos! O que é que eu vou ter que fazer para passar? Tomar antibiótico? Vacina? Surra de gato morto até o gato miar?

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Estou morrendo de orgulho dele, que também veio hoje. A cada dia fico mais ciente de que ele enfim está no centro de tudo. Finalmente, e há anos que eu vinha morrendo de medo disso. Medo e respeito. Ele merece, eu sempre soube. E eu seria a mais filha da puta, a mais egoísta, se torcesse para que ele não estivesse lá.

sexta-feira, maio 07, 2004

Peggy Sue, seu passado a espera

TV ligada. Esperando por ele (o "Ele" que voltou, no segundo tópico do post) . Que ACABOU DE CHEGAR! Puts, transmissão de pensamento!

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Há sete anos (SETE ANOS??? Gente, isso foi ontem!) que eu reconheço sua voz onde quer que ele esteja. Há sete anos eu sinto a mesma coisa sempre que a gente se encontra: uma mistura boa de agonia com frio no estômago com felicidade com um raro não-saber o que fazer com as mãos. Uma vontade de fazer o tempo parar, ou voltar para trás, e reencontrá-lo naquele mesmo gramado do Farol da Barra, com a mesma camisa pólo azul, as mesmas quilométricas pernas, o mesmo sapato de camurça bege.

E com o tempo parado, caminhar até ele, e ficar abraçada até achar que resgatei tudo o que esses anos de afastamente me tiraram. Ficar abraçada até ele acreditar que desta vez é pra valer. Que não tem pedra nem pó no caminho. Ficar abraçada até ele acreditar que ele está onde eu quero estar. E que eu ia estar feliz mesmo que fosse na fronteira de Omsk Setentrional com Vladivostok Meridional — e sem chuveiro quente.

Sete anos. E ainda tenho o convite do aniversário de 30 anos dele. Com a poesia. Ele, que faz aniversário dentro de alguns dias. E que mais uma vez vai estar sozinho.

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Porque eu não acredito em meras coincidências.
Coisas que eu não deveria estar fazendo porque deveria estar trabalhando...
Mas que estou fazendo, sim, porque estou fazendo gazeta:


- Assistindo ao trailer de Shrek 2
- Assistindo ao trailer de Where's Danny Deckchair?
- Vendo o flog do Mix_Uruca
- Vendo o flog do Mingau
- Assistindo ao trailer de The day after tomorrow
- Lendo o Leis de Murphy e derramando lágrimas de tanto rir
- Já que eu estou vendo trailers, estou vasculhando muitos outros
- Tomando coragem para ir até a produtora
-Assistindo ao trailer de Garfield, the Movie


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Coisas que eu deveria estar fazendo, já que estou fazendo gazeta:

- Definindo as lacunas em branco
- Levando a louca grávida para tomar sol e melhorar o humor. Dela, não o meu.
- Produzindo a noite de hoje
- Indo ao banco para sacar dinheiro
- Formatando a máquina
- Indo ao salão de beleza
- Pesquisando sobre os programas sociais do Governo do Estado
- Beijando o meu marido

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Coisas que eu queria estar fazendo, se não tivesse que trabalhar e tivesse dinheiro, tempo e/ou saco:

- Vendo um filme (Fiz um estrago nas Americanas de novo, e não vi nenhum dos filmes)
- Resolvendo enfim a vida
- Arrumando a mochila para um final de semana romântico fora da cidade
- Embarcando para São Paulo ou Rio
- Uma trip fotográfica pela cidade

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Estou-me tornando uma DVD-maníaca. Ou gastadora compulsiva. Ou fanática por promoções de DVDs
A minha certeza às vezes me colocam numa situação constrangedora. As pessoas acham que é presunção, mas o que fazer? Algumas coisas eu SEI, não adianta discutir. A ciência de alguns fatos está engastada na minha pele.

Tatuagem não sai. Intuição também não. Certeza? Menos ainda.

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Alguns links quebrados, algumas informações erradas, alguns blogs com informação desatualizada, alguns amigos sem link ainda — Felipe e Foca. Desculpem, pessoas queridas, estou sem Dreamweaver, sem saco para alterações direto no código-fonte, sem saber ainda que tipo de informação colocar em alguns campos.

Para quem entende português, pingo de i é letra... Vou me armar de coragem, definir algumas coisas e acho que amanhã já está tudo testado e aprovado.

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Ele tinha 58. Ela, 23. Namorados. Ele ganhava bem, ela não. Ele pagava a faculdade dela. Era o que ela queria. Ela não gostava dele. Ele era apaixonado por ela. Ela queria se formar a qualquer custo. Ele bancava.

Cinco anos depois...

Em algum lugar nos últimos anos ela se apaixonou por ele. Resolveu que ele teria a maior noite de amor da vida inteira. Ele teve. Adorou. E teve um derrame cerebral enquanto o corpo dela ainda estava sobre o dele, suados os dois. Hoje ela cuida dele. Troca as roupas. Alimenta. Conversa. Ele continua no seu eterno esgar de alegria, que não muda nem nos tempos da dor. Ela é advogada. Nem fez o exame da Ordem. Não teve tempo. Nem ânimo. Tanto amor pra nada. Tanto dinheiro pra nada. Voltou pro começo. Ele. Ela.
Se existe uma coisa que me ajuda a continuar a viver, essa coisa se chama Claire Walsh. Meu alterego. Minha doppelgänger.

Só ela pra me fazer rir com as comparações que faço com a minha vida e a vida dela. Quase gêmeas...

quinta-feira, maio 06, 2004

Desta vez foi chute a gol... próprio gol, a bem da verdade, mas foi o mais perto que chegou-se da comunicação instantânea. Pela Buena Vista do Social Clube, isso está mexicanado até o osso!

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A cirurgia foi um sucesso, e mais todos os clichês que se usam quando a mãe dos outros está saindo da mesa de cirurgia. Porque se fosse mãe do médico, ele não teria liberado JA-MAIS para rosetar de avião para baixo e para cima duas semanas depois da intervenção. E se fosse a mãe de alguém menos pecador, certamente teria sossegado e não teria viajado.

Mas a mãe é a minha, pecadora que sou, devedora até dos globos oculares para pagar minhas dívidas com os céus... Deu no que deu. Podem reabrir o bolsão de apostas: quando é que Daniela vai bater PS de novo? Apostar sobre desmaios vai ser antiético, viu?

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Clá, estou viva! Estou roendo os dedos pra te mostrar as fotos do meu marido. Esposa coruja que sou, já exibi pra meio mundo, já apresentei pros meus pais (eles se encantaram. E tem jeito de não se encantar?), porque você sabe que sou moça muito direita, só com autorização da família... Recebi seu recado, mas em meio às minhas crises narcolépticas, não tive coragem de levantar o telefone do gancho. Mas passa.

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Ju, eu adorei me ver entre as pessoas extraordinárias! E logo do lado de quem! Eu acho você sensacional, adoro o seu humor refinado, suas piadas úmidas de lágrimas, seu despudor em admitir que achou o cara do Psirico bonitinho... De fato ele é, mas quem, antes de você anunciar aos 4 bytes, quem teria coragem de assinalar isso?

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Miga, você tem razão: eu passo o dia inteiro com vela derretendo, gilete embaixo da língua, passando navalha pelos braços, com o chicote trifurcado marcando as costas. Puta que me pariu, vai gostar de sofrer assim lá na casa do caralho que voa!

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AAAAAAAAAAARGH! Como eu odeio a expectativa!

Quer matar um geminiano? Faça ele esperar! Mas espera pouca é bobagem: tem que ser por diiiiiiiias a fio, por loooongas horas. Deve ser a maldição dos signos de fogo na minha vida. Eu devo ter sido Eva Braun. Pilatos. Cleópatra. Messalina. Dalila. Catzo, alguém muito ruim, porque carregar labaredas é pra mágico... ou filhadaputa.
Ainda hoje estava fazendo as contas de que devia ser o último ser humano do mundo a não estar no Orkut.

Era... Mingau, a culpa é sua, total e exclusivamente sua. Se eu me tornar uma geek, eu vou acertar as contas com você, aí na sua rua com nome de pé de fruta.
Certas cordas de guitarra funcionam como navalha.

E alguns refrões laceram a pele.

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Eu sei que um dia passa. Mas quando?

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Tenho medo do ano que vem. "Jamais deux sans trois".

Mas acho que já completei meu terceiro ano. Acho que maio do ano que vem me encontrará melhor.

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Bom, pior não dá.

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Eu vim pronta para berrar que se havia salvado uma alma das profundezas do inferno sem fim, que tinha conseguido redimir um caso de burrice extrema. Pfffff... Queria você, Pequena Gafanhota, ter conseguido penetrar naquele ambiente talassônico, por entre cachos moldados pelo vento. Isso é que dá morar perto demais da praia: o salitre corrói as miscelas de cérebro.

Estou sendo maldosa. Preconceituosa na mais pura acepção da palavra. Mar e intelecto não são mutuamente excludentes. Mas, por via das dúvidas, agora vou tentar o bongô como forma de comunicação.

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Perguntas que não farei

Eu nem vou perguntar sob quais aspectos tenho menos que os seus 24 anos. Ou em quais aspectos eu tenho 12 anos. Eu podia perguntar diretamente. Ou não. Acho que não. Mas eu acho que sobrevivo às respostas. Eu REALMENTE as quero. Para ver se chego pelo menos até os 16 anos.

Os santistas podem ser sábios, mas as paulistanas são sábias... e, acima de tudo, fortes.

(Daniela deixa vaga a tribuna, deixa a bola quicando, doida por um chute. Notificações de gol pelo email.)

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Quem precisa de inimigos quando se tem um Winamp From Hell como o meu, que me sacaneia a cada virada?
Uns Dias

Da mesma época de "Dirty Dancing". Sou capaz de jurar que foi no álbum "Bora Bora". Ainda no tal colégio de Aplicação da Universidade Católica. Ainda amiga das Lilians, da Betânia, do Gustavo, apaixonada pelo Eduardo "Esponja". O apelido vem desde esse tempo, e o segundo nome dele era Roberto. Bob. Scherzi.

"Rasga a noite e passa rente..."

Praticamente morando entre uma prateleira e outra da biblioteca, ainda sou capaz de imaginar se a bibliotecária se beneficiou da cirurgia de redução de estômago. E ainda posso sentir o papel couché deslizando entre os dedos, no anuário dos alunos. E a foto do Esponja ali, zombando das minhas digitais sobre seu rosto.

"Eu nem te contei da vertigem que se sente, eu nem te falei..."

Fugidas para o Bosque durante as aulas, carrasca de períodos, enforcando um tédio, uma rejeição, uma aula de educação física. Sorvetes perto do Museu do Índio, aves cujas penas quebravam a monocromia verde do Parque. Melhor velocista da equipe, a mais rápida, correndo para não ver os rostos que se riam de e para mim. Melhor atleta de corrida, melhor atleta de jogos de velocidade; ainda assim, sempre a última a ser escolhida. Numa terra estranha, era difícil comungar com os outros, que liam "As aventuras do pato Fafá", enquanto eu partia para a releitura de um tomo de Condessa de Segur. Os sábios relêem. Eu era chata, mas tinha razão, às vezes.

"Que eu te procurei pra me confessar: eu chorava de amor, e não porque eu sofria..."

Algumas coisas ficam coladas na memória como sticks do Garfield: sem antes, nem depois, tampouco porquês. Eu não assistia às missas do colégio. Eu nunca soube o prenome do Papa Pio XII. Eu me lembro da última vez em que estive lá. Num arroubo de saudades injustificadas, achei o site do colégio, e vi as fotos das quadras, do pavilhão, da cantina. Me lembro da última vez que vi o Eduardo Esponja. Acho que o nome do amigo dele era Fábio. E ele gostava de mim.

"Eu tive fora uns dias, eu te odiei uns dias, eu quis te matar..."

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Todas essas reminiscências por causa de outro Eduardo: Lyra, dos Paralamas do Sucesso, que ainda me surpreende pela semelhança com o meu passado. Me assusta e me encanta. Era uma época em que os meninos ainda pareciam anjinhos...

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Ouvindo Bang, Bang, Nancy Sinatra. Kill Bill's Sountrack. Pungente. Preciso rever o filme.

quarta-feira, maio 05, 2004

Puts, eu estou cumprindo horário como funcionária fixa! Arght!

Vou dar uma bagunçada nisso é já! Alguém quer jogar umas duas horinhas de boliche comigo?
Enxaqueca. Trabalho ainda atrasado. Diga boa tarde para a minha quarta-feira.

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Suporte telefônico ao Windows XP... eu em Salvador, ele no Rio! E olha que eu fui quase convencida a instalar o Linux num dos discos do computador do quarto!

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Chega de artesanato local!

Por que eu continuo dando chances a quem não as aproveita? Por que eu criei uma quarta identidade para fazer funcionar as engrenagens daquela máquina enferrujada pelo excesso de água do mar e vento? Aliás, essa é uma pergunta interessante, que vai me fazer diagnosticar um caso de oligofrenia em último grau. Nele. Por que eu sempre me interesso pelo tipo mais estranho da gôndola? Por que não por um que é produzido em série, que venha com manual, e que se der defeito, é só levar na assistência e trocar as peças... Ou pegar um novo!

Mas não! Eu sempre quero os tipinhos artesanais, feitos à mão - e não raramente, feitos à facão cego -, um de cada vez, beeeem cheios de particularidades, defeitinhos, charmezinhos. Eu sempre quero aquele tipo que foi feito uma vez, e que dando certo ou errado, é aquilo que o consumidor final vai ter que aturar. Maldita atração pelo artesanato local!

"Compra, tia, pra me ajudar"!, e lá vou eu, seduzida pelos sorrisos, pelos olhos do bonequinho, comprando essas versões exclusivas dos brinquedinhos da Estrela. Em qualquer sinal da cidade, em qualquer feira de interior, eu sempre arranjo o tipinho "exclusivo". E aí sofro porque o barro não foi bem cozido, porque os olhos não foram bem presos, ou o cabelinho soltou - e eu descobri que veio pouca cola no cérebro, também. E essas porcarias quebram. Quebram, e nada pior, mais feio, que bonqeuinho artesanal sem conserto. Vira meio monstro, a gente vê tudo por trás, por dentro, como o punhal de plástico que segurava a cabeça do Fofão. Dá medo.

Aí eu junto os cacos, tento colar, não dá. Acaba que a cola que eu uso não resiste à quantidade de lágrimas que caem por cima do bonequinho. Mesmo que sejam lágrimas metafóricas, mais corrosivas que as lágrimas de cloreto de potássio. Um dia eu acordo e vejo que não pensei no bonequinho quebrado, lá no canto, do lado porta-retratos de outros bonequinhos. Que dia tão azul é esse!

Visto a alma de cores quentes, jurando que é a única concessão que farei à "cor local". Entro no meu colar de contas coloridas, amarro o torso na cabeça, coloco minhas pulseiras de balangandãs e saio. "Desta vez, vou escolher meu próximo bonequinho numa loja de departamento multinacional. Sears!".

Tolinha... Eu nunca cheguei à tal loja. Na primeira esquina acabei me encantando com uma escultura de bronze, onde até os óculos são aramadinhos e bem feitos. Ah, tem tanto tempo que ando querendo essa peça... Não é possível, bronze é tão resistente...

E compro. De novo. Só quando chegar em casa é que vou perceber que as pecinhas articuladas desarticulam a estátua de bronze. E que de bronze mesmo, só o nome, porque ao primeiro sumiço do sol, o artesanato local esverdeia. Artesanato local? Ai, de novo, não!