domingo, maio 16, 2004

Testado e comprovado:

Trabalhar com energia me deixa absolutamente enjoada.

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Estão vendo esta foto, não é?

- tire o cavalo e coloque uma bicicleta no lugar
- ao invés de três bancos, coloque um e mais um apêndice atrás
- tire a carroça da China e leve pro Parque da Cidade, em Salvador
- substitua o bom condutor por dois guris, de uns 7 anos cada
- multiplique por 3 milhões a quantidade de iguais carroças e condutores
- coloque na frente de um deles uma Daniela absorta na conversa, enquanto caminha

Voilà! Eis o seu acidente instantâneo! Sim, Fiel Leitor, fui atropelada por uma daquels ridículas bicicletas que parecem os antigos taxis chineses. Mas isso tem um início...

Pessoa de hábitos estranhos, lá pelas duas da manhã, estava conversando via mensagem de texto com o Pai da Fada sobre o filme que íamos (?) ver ontem, e que não foi visto porque a mensagem só chegou 1 e pouco da madrugada. E porque ele está fora da cidade.

Bip bip bip, mais uma mensagem, e desta vez a certeza de que ele me desacataria lindamente (Adendo: o Pai da Fada é um dos poucos que me chamam de escrota e eu ainda dou risada).

"Vamos p mm amanhã? pls!"

E sem assinatura, sem telefone de retorno. "O Pai da Fada enlouqueceu! Márcio Mello amanhã? Ele?", e aquilo ficou martelando na cabeça. Aí lembrei de quem queria ir muito. Saquei o celular e respondi:

"OK, OK, mas me liga amanhã pra me acordar e combinar o horário"

Ah, Mônica, só você pra me tirar de casa num domingo cedinho pra ver o Márcio Mello...

A manhã de hoje me encontrou um sonho em azul listrado de vermelho. Vesti as roupas de Jorge (de Jorge não, Daniela, que são Jorge nunca usou vestido!), as armas de Jorge, meus óculos escuros e minha garrafa d'água. Mamãe resolveu dar uma volta no parque, e fomos nós, enquanto o show não começava. Conversando animadíssima, nem percebi aquele trambolho vindo pelas minhas costas.

Não deu duas: o filho da puta do molequinho não sabia a diferença entre os pedais e o freio da bicicleta, e passou por cima de mim. Não, não cai... mas machuquei o pé pela enésima vez. Abri a garrafinha d'água companheira de guerra e lavei o machucado, rogando pragas para o garoto se transformar num anão albino de três dedos.

O resto de humor que eu tinha saiu junto com o sangue do machucadinho.

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Som bem equalizado, espaço confortável, nem cheio nem vazio, mas eu não consigo dançar em show nenhum. Quer dizer... se eu tomar oito duplos de vodka com martíni, eu viro a rainha da pista de lambada, em cima dos meus saltos dez e dentro da minha microssaia rodada. Um luxo.

Mas nem a cabeça eu conseguia balançar. Um calor que só encontrei igual em Jequié e no inferno (ué, não é a mesma coisa?). Acho que sou um pinguim: não fui feita para altas temperaturas. Vim parar aqui perdida numa corrente, e nunca mais voltei pra Patagônia, que é o meu local de nascimento. Vou fazer como o Peter, o pinguim de Sitting Ducks, e andar amarrada em dois blocos de gelo.

Márcio Mello. Um capítulo à parte. Primeiro: porque eu acho que ele seria o marido ideal pra mim. Ele cai de cabeça nos amores como eu. Ele se entrega, vive a história na íntegra. Segundo: porque o acho um doce. Really, really. Terceiro: porque gosto da movimentação dele no palco. Quarto: nem me pergunte o nome da música, mas a primeira do show foi escrita pra mim, tenho certeza. Que letra do caralho!

Enfim: o show veio, o show foi, caminhamos até a praia, voltei pra casa. E dormi tanto que perdi a hora do cinema que tinha marcado pra hoje. Um telefonema de desculpas, a garantia de que amanhã a gente vai, a incerteza de querer/poder cumprir a promessa, a sensação de que estou-me sabotando outra vez. Só que eu vou me forçar a sair dessa situação viciosa. Agora quem manda na minha vida sou eu.

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Mas que eu teria mantido o meu pé intacto se tivesse ficado em casa, ah, isso eu teria...

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Ainda faltam 30 dias.

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