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Suporte telefônico ao Windows XP... eu em Salvador, ele no Rio! E olha que eu fui quase convencida a instalar o Linux num dos discos do computador do quarto!
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Chega de artesanato local!
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Mas não! Eu sempre quero os tipinhos artesanais, feitos à mão - e não raramente, feitos à facão cego -, um de cada vez, beeeem cheios de particularidades, defeitinhos, charmezinhos. Eu sempre quero aquele tipo que foi feito uma vez, e que dando certo ou errado, é aquilo que o consumidor final vai ter que aturar. Maldita atração pelo artesanato local!
"Compra, tia, pra me ajudar"!, e lá vou eu, seduzida pelos sorrisos, pelos olhos do bonequinho, comprando essas versões exclusivas dos brinquedinhos da Estrela. Em qualquer sinal da cidade, em qualquer feira de interior, eu sempre arranjo o tipinho "exclusivo". E aí sofro porque o barro não foi bem cozido, porque os olhos não foram bem presos, ou o cabelinho soltou - e eu descobri que veio pouca cola no cérebro, também. E essas porcarias quebram. Quebram, e nada pior, mais feio, que bonqeuinho artesanal sem conserto. Vira meio monstro, a gente vê tudo por trás, por dentro, como o punhal de plástico que segurava a cabeça do Fofão. Dá medo.
Aí eu junto os cacos, tento colar, não dá. Acaba que a cola que eu uso não resiste à quantidade de lágrimas que caem por cima do bonequinho. Mesmo que sejam lágrimas metafóricas, mais corrosivas que as lágrimas de cloreto de potássio. Um dia eu acordo e vejo que não pensei no bonequinho quebrado, lá no canto, do lado porta-retratos de outros bonequinhos. Que dia tão azul é esse!
Visto a alma de cores quentes, jurando que é a única concessão que farei à "cor local". Entro no meu colar de contas coloridas, amarro o torso na cabeça, coloco minhas pulseiras de balangandãs e saio. "Desta vez, vou escolher meu próximo bonequinho numa loja de departamento multinacional. Sears!".
Tolinha... Eu nunca cheguei à tal loja. Na primeira esquina acabei me encantando com uma escultura de bronze, onde até os óculos são aramadinhos e bem feitos. Ah, tem tanto tempo que ando querendo essa peça... Não é possível, bronze é tão resistente...
E compro. De novo. Só quando chegar em casa é que vou perceber que as pecinhas articuladas desarticulam a estátua de bronze. E que de bronze mesmo, só o nome, porque ao primeiro sumiço do sol, o artesanato local esverdeia. Artesanato local? Ai, de novo, não!
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