sexta-feira, novembro 30, 2007

Dia 7 - fale agora ou cale-se para sempre

Vou atacar todos os fornecedores e confirmar tudo. Mandei o orçamento há três dias, e até agora ninguém se manifestou contrariamente aos preços, itens, fornecedores.

Quem cala consente.

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Mandei um email profissional-pessoal agora, e mesmo sabendo que estava coberta de razão, e que não fui tão dura assim, doeu. A destinatária é minha amiga há muitos anos, não tem culpa nenhuma do que aconteceu em outro trabalho, mas foi a portadora das más notícias.

As pessoas — e não essa minha amiga, que sempre foi a maior incentivadora e admiradora da minha postura profissional — precisam entender que eu cresci. Cresci, ganhei muito mais estofo profissional do que tinha antes, e olha que sempre tive algum, mesmo quando estagiária.

Mas doeu, e estou aqui angustiada (séeeeeeeeerio? Daniela angustiada?), esperando a resposta, morrendo de medo dela ter ficado magoada.

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Hoje estou vestida com as roupas e as armas de Jorge, para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem, tenham olhos e não me vejam, e que nem um pensamento eles possam ter para me fazer mal.

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E o dia acaba, o que era update da tarde virou da noite. Vou fechar o mercadinho aqui, tomar um banho, cuidar da minha Lourinha e colocar as rodas no asfalto.

Amanhã tem expediente, mas a depender de hoje, sabe Deus em que condições estarei... Uma coisa é certa: vou estar feliz demais.

Dia 7. Ainda.

Como qualquer pessoa que me conhece minimamente deve saber, a história de ir à manicure era tudo lenda. Estou com um frio na barriga que há anos não sentia, e se não estivesse tão pilhada com o evento, até poderia arriscar e dizer que é sintoma de paixão.

Isso vira joguinho dos erros porque 1)não tenho tempo, 2)não tenho alvo, 3)apaixonada em horário comercial?

Calha que faltavam alguns orçamentos, alguns telefonemas, e foi aqui mesmo que fiquei. A remessa de dinheiro foi feita, e olha só, que delícia!, só chega quarta-feira, que é... A VÉSPERA DO EVENTO! E as taxas? E o advogado? e as contas, Lord, as contas?

Juntando a isso tudo, meu teclado resolveu que vai boicotar a parte que comanda a multimídia, e a cada vez que quero [obsessivamente] ouvir Carry me, do Nick Cave, uma música várias vezes, tenho que abri o player e voltar com o mouse.

A parte boa é que hoje é sexta, e só uma hecatombe nuclear vai me manter longe do meu chopp preferido.

Dia 7

E para eu estar postando a essa hora, vocês devem imaginar a pasmaceira que stá o dia, não?

Isso, amiguinhos, nada de verba de produção. Nada de trabalho.

*Bocejo*

Vou à manicure.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Dia 8 - o dia que insiste em continuar

Duas novidades nos links aí do lado.

Danilo é um ex-colega de FACOM — um tantinho mais adiantado que eu, fomos colegas em uma ou duas cadeiras —, dono de um texto delicioso, de um poder de descrição que nos transporta exatamente para onde ele esteve.

Klein tem uma coisa no texto que me leva do céu ao inferno na mesma pagina. Ainda hoje dei uma boa vasculhadanos posts de novemrbo, ri um bocado, mas num certo texto sobre amizades, senti o golpe omo um murro na barriga. Doeu, mas fou muito bom. Fiz o mea culpa.

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Desligue Nick Cave há coisa menos de uma hora. Estou quase recuperada,

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Vou dormir, e deixar pra amanhã o email mal criado que tinha que mandar hoje. Fazer um texto dessa magnitude, cansada desse jeito, só vai aumentar minha sensação de desespero.

Ainda dia 8 - Fofuras

Ele insiste na idéia de que devo escrever um livro. Diz que adora o que lê aqui, que adora a maneira como encharco as histórias com ácidez. Eu sempre rio, fico meio tímida, ignoro o assunto e digo que não é pra mim.

Hoje ele me chamou de medrosa, e disse que de medroso bastava ele. Voltou a dizer que achava que eu deveria escrever algo mais longo do que um post, e que ele mesmo seria parte fundamental na confecção do livro.

Muitas horas mais tarde, quando cheguei da "tarde que não deu certo", cheia de coisas pra resolver, ainda sem orçamento do som, vejo um email dele.

E fez-se a luz do meu dia: ele, de brincadeirinha, e pedindo desculpas pelo texto "pretencioso" — e que achei lindo —, escreveu a contracapa do que seria meu livro, batizou o volume, criou o conceito, e compôs a primeira prova da arte gráfica.

Olhei para o projeto todo por um bom minuto, perplexa. Tanto trabalho só para me convencer de que eu posso, sim, escrever um livro? Os olhos cheios de areia marejaram, e a primeira resposta pra ele foi absolutamente passional.

A segunda foi um pouco mais contida, mais ponderada. Mas ainda assim foi impregnada da emoção que senti em ver a primeira prova de um livro que ainda não nasceu.

Não vou pensar nisso agora, enquanto o orçamento do som não chega, enquanto o orçamento dos seguranças está amarrado, enquanto os gringos não chegam para acabar logo esse evento e irem embora de vez. Mas vou usar o projeto como wallpaper no computador, com o texto, a minha foto que ele roubou de sabe-D*us-onde (orkut, decerto), e todo dia vou olhar um pouco e maturar a idéia...

Vai que...

O.o

Estou muito desacostumada a receber gentilezas. Não sei como agradecer, não sei como retribuir. Na maior parte das vezes, só fico com cara de boba, sem reação que não um sorrisinho nervoso. Você não faz idéia de como me senti especial e honrada pelo tempo que você levou elaborando e executando, procurando fotos de rezadeiras, roubando a minha, e juntando tudo com aquele texto lindo como amálgama.

Espero encontrar alguma coisa com a qual possa retribuir esse sentimento de "ser especial" que você me faz ter.

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Turn and drink of me, or look away and never more think of me
Cave

Sobrou um último cigarro, daqueles que ele me deu só para o caso de eu sentir saudade dele vontade de fumar. Tenho dois maços cheios, fumei muito menos hoje. Mas o raio do cigarro está lá, morando sozinho numa latinha de Luckies.

Mas vou te dizer: estou com uma vontade louca de matar este último crivo, como num ritual de expurgo. Nem tenho motivos, já que anteontem ele perguntou por mim, e haveria alguma chance desse carma se resolver ainda nessa vida.

Hoje estou saturada dele, e isso não quer dizer de saco cheio. É saturada mesmo, cheia até a tampa, minha alma está vivendo colada na alma dele, dentro daquele corpo. É horrível, porque pouco ou nenhum tempo para devanear sobre a situação, e ainda assim, quando me dou conta, repeti seus gestos, seus gostos e seus hábitos em todas as horas do dia.

Eu ensaio diálogos mentais em que o coloco para fora da minha vida, eu reescrevo o fim de maneiras diferentes. Na minha novela, todos os problemas que ele tem — e que me mantém constantemente afastada — foram magicamente resolvidos. Eu passo o dia inteiro dicutindo com um ele que só existe no meu imaginário, falando algunas verdades que já foram quase explicitadas na noite mais inoportuna de todas, desde o início.

E o pior: eu não estou apaixonada. Estou num estado inédito nesta minha vidinha pouco ordinária. Não, não sei que estado é esse. É um viver em suspenso, e viver intensamente cada escassa hora em que nos encontramos. Alguma coisa entre a cisma e a obsessão.

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Pela evolução da coisa, rezo para chegar ao dia seguinte do evento sem ter tido uma crise de vesícula. Sim, suspeita de cálculos biliares. Sim, tem doído um pouco. Não, não fiz a ultrassonografia ainda.

Já vou deixar a Sem Noção de sobreaviso. Se precisar ser operada de emergência, que D*us me ajude a tê-la por perto para terminar de aboiar esses gringos evento afora.

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Estava relutando em tirar as lentes porque estava firme na disposição de ir ao Balcão sozinha, tomar dois chopps, pensar um tantinho na vida, e voltar pra casa.

Minha necessidade hoje é de ficar em casa, preparando uns emails feios para enviar às doze badaladas. Mas queria tanto espairecer um pouco por lá, jogar conversa fora e respirar uma lufada de vento cheirando à maresia...

Dia 8

E eu queria muito viver disso: só fazendo eventos loucos como este, uma vez por mês.

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Sim, eventos dão uma dor de cabeça miserável, estou com o traseiro quadrado (além de côncavo por natureza), com tiques nervosos, ouvindo celulares tocando onde não há celulares.

Mas eu gosto de estar obrigatoriamente em movimento, gosto do poder de negociação que tenho, de ser o ponto para onde convergem técnicos, produção, equipamentos e fornecedores.

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Gente, depois do almoço, não sirvo para NA-DA!

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Estou meio melancólica hoje. Mais um daqueles dias em que eu precisava de queria alguém para quem ligar e pedir colo. Alguém para quem voltar.

Essa vida só de freelas sentimentais não me interessa muito mais. Quero carteira assinada, agora.

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Amanhã vou-me dedicar, em algum momento, a decuar o show todo, para saber o que falta. No meio do almoço hoje eu quase engasgo: QUEM VAI FAZER A MUDANÇA DE PALCO DO SHOW?

Ai, meu D*us, um contra-regra, um roadie, por caridade!

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A culpa é do Nick Cave e sua Carry me.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Dia 9

E eu ouço meu celular tocando até nas horas em que ele não está tocando.

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Mandei para as criaturas do além-mar o valor que vou cobrar pela realização do vento. O expediente lá já está encerrando, e até agora ninguém me mandou nem um emailzinho de nada dizendo sim ou não.

Pergunta: posso ter sido demitida?

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Há algo de errado

Tenho duas barras de chocolates suíços exatamente em frente à mim. Nem preciso esticar a mão pra pegar.

E eu não estou com a MENOR vontade de comê-las!

Sobe, que esse corpo não é seu.

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As coisas andaram hoje como não andaram em dia algum.

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UPDATE DAS 23

Não há update relevante. Pare de ler aqui.



Eu avisei.



Entre as seis e as sete da noite passamos no Balcão, Eg e eu, para um ajantarado antecipado, vi O. e descobri que sentia saudades dele. Ultimamente, dei pra sentir falta das pessoas que me tratam bem, das pessoas gentis, das pessoas inteligentes. Esse monte de predicados acaba excluindo muita gente, mas os que ficam...

Essa falta inclui você, Caboclo Agora Leitor, inclui o Caboclo Gentil e Perguntador, a K... Devo começar a resolver essas saudades uma por uma semana que vem, depois da sexta. Agendem-se, crianças, isso é só o fim.

E saí do Balcão em cima da hora para o próximo compromisso, cheguei a tempo, e sobrevivi. Mas uma hora eu conto a "A Saga da Cotação do Dólar".

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As coisas caminham

— Daniela estava chateada naquele dia? Ela nem falou comigo. Diga-lhe que não faço mal a ninguém, só a mim mesmo.

E o pior e que não só falei com dei beijinho, abraço, e ele ainda colou as costas inteiras nas minhas, enquanto conversava com sabe-lá-quem.

Louco.

terça-feira, novembro 27, 2007

Ainda dia 10 - Civilização é isso!

Depois do dia tumultuado, depois da Maratona Daniela de Estranhas Autorizações, v. Juizado de Menores(done), o gentilíssimo moço da nota fiscal veio até aqui para me trazer o talão.

De posse da fatura, eram mais de 11 da noite quando a mandei por fax para aquele país dos infernos. Eles estão quatro horas à frente, o que significa que às quatro da manhã daqui eles já poderão preparar a remessa de dinheiro.

Resolvida a questão da verba de produção? Não, claro. Ainda precisava de um raio de um número do Código Internacional de Remessa de Dinheiro, e precisava consultar meu banco para isso.

De curiosidade — e sem fé e nenhuma esperança — fui vasculhar o site do banco. Cai de gaiata em abrir conta, saltou um popup (sacou? sacou? popup pulou?) oferecendo atendimento ao vivo online. Mais de gaiata ainda, cliquei, entrei com CPF e nome e enviei.

No mesmo segundo, muda a tela e um amontoado de letras se apresenta como Bruna. Gente, eram 23:34! Em São Paulo, que centraliza esses centros de atendimento, era meia noite e meia. A alma não só me atendeu quanto, glória a D*us nas alturas, ME FORNECEU O CÓDIGO SWIFT!

O numerinho acaba de pegar o bonde praquele país que só me manda gente louca, e diz a lenda que a remessa será feita enquanto durmo o sono dos justos e honestos.

Alguém acredita? Meu banco tem atendimento ao vivo 24 horas!

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Enquanto os meus enchem o tanque de chopp — e drink seco e amargo para o moço seco e amargo — no Balcão, eu vou abrir meu livrinho na cama e tentar não piorar a dor nas costas, proveniente da pancada que levei. Pancada mesmo, sentido literal. E dor mesmo, não lamúrias de mulherzinha sensível.

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A verdade...

Minha filha me deu um abraço apertado, encostou a bochecha na minha.

— Você é minha mamãe, não é?
— Sou, meu amor.
— E você é o meu papai também, não é?


Eu NUNCA usei o conceito de que sou pai e mãe dela, e nem o faria na frente dela. De onde essa menina de 2 anos e 9 meses tira essas coisas? Do Discovery Kids é que não é. Mas sabe de uma coisa?

— Sou sim, filha, sou sua mamãe e seu papai.

Não gostou? Venha dar seu jeito!

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Em Salvador, 00:10. Bonjour!

Dia 10

E eu estou com vontade de chorar.

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Hoje eu realmente precisava de alguém para quem eu pudesse ligar e pedir colo.

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Não façam isso sem a supervisão de adultos

Crianças, fazer evento é coisa de gente grande. Se eu disser que para fazer este show eu passei uns 15 minutos ao telefone com a Secretaria da Fazenda do Governo do Estado, alguém acredita? É um SHOW, sacou? SEFAZ? E ainda tive que desabilitar meu Java Sun, instalar o Java MS para poder executar a tarefa que eles me propunham.

Tirando algumas burocracias pelas quais consegui passar intacta, nada andou, nada se resolveu. E faltam quase 9 dias.

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Amiga é essa. No auge do desespero, liguei pra Sem-Noção meio atarantada, precisando de umas informações desencontradas, agitando minha bandeira branca e gritando Mayday, mayday. Desliguei correndo por causa de outra ligação que estava chegando, e acabei correndo pro banho na sequência. Nesse momento eu já estava 30 minutos atraada para e reunião com o meu advogado, que entrou na jogada do trabalho também.

Estou quase com o pé na rua, quando toca a campainha. A Sem-Noção estava resolvendo umas coisas num lugar razoavelmente perto daqui, e mudou o caminho só pra passar na minha casa e me dar apoio moral.

Cada dia mais eu agradeço a D*us pelas pessoas que Ele coloca na minha vida, e que caem do céu na hora em que eu mais preciso.

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Last Night

E mesmo esse dia azedo foi pontuado por uns sorrisos que teimavam em escapar desta boca, que se ria de uma piadinha MUITO pessoal.

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Aí ele me emprestou o Cd do Nick Cave. E eu não ouvi outra coisa que não fosse o tal CD. Nick Cave hoje foi meu Cascadura.

Preciso sair da vibe Cave urgente. Mas não consigo. Ele combinou demais com o meu estado de espírito hoje.

o.O

É disso que estou falando

Turn to me, turn to me, turn to me
Turn and drink of me
Or look away, look away, look away
And never more think of me

Carry me - Cave

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Pérolas

Do contratante

— O fácil deixa pros outros. O dífícil é pra nós.

O.o

Do taxista procrastinador

— Eu sou homem, já conheço o carro, posso PROLETAR a revisão. Mas que não trabalha com isso, não PROLETA.

Protela, Pedro Bó, protela.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Dia 11

Estou a 11 dias do evento (and counting), e a pálpebra do olho direito já pula que nem doida.

O.o

Alguém falou da dor no braço esquerdo? Não? Não contei?

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Tendo como base meu dia, e sabendo que foi só o início dos dez dias loucos do ano, decidi que a hora em que a Lourinha chegar do colégio, serei só dela até a hora de dormir. Pelas minhas contas, ela só voltará a ter a mãe de volta lá pelo dia 12 de dezembro.

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Ontem tive uma conversa com E. pelo MSN (sempre, né?), e falamos longamente de uma pessoa muito amiga que passou pelas nossas vidas, e que pelo menos na minha, causou um estrago de proporções bíblicas.

Contei pra ele em linhas gerais o que aconteceu, ele me apoiou, revirei uma gaveta há muito trancada, cheia de mágoas e fantasmas do passado. Foi difícil, porque era uma pessoa a quem eu amava demais, era a minha melhor amiga da vida inteira, dos momentos mais delicados, das risadas, das confidências, de virar noite juntas.

Quando fui deitar, repassei toda a conversa, e mais algumas situações que tinha vivido com ela, e chorei pelos muitos anos em que nunca derrubei uma lágrima pela morte da amizade.

Curada? Não sei. A gente nunca secura dessas coisas, dessas amizades que terminam por motivo fútil. mas estou muito mais forte do que fui em todos os tempos.

domingo, novembro 25, 2007

O inferno é a repetição [2]

Sou capaz de ouvir Wake up Alone, da Amy Winehouse, vezes sem conta.

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Sinto-me esvaziada. Dormir vai fazer milagres por mim.

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Juro que sentei aqui às 22:45 para trabalhar. Juro. Tinha umas cartas e pedidos de autorização para fazer e deixar engatilhados, mas sabe de uma? Vou pra cama neste minuto, e boa noite pra quem fica.

Fotos, fotos, fotos!

Com quase dois meses de atraso, subi hoje para o Multiply as fotos do Litoral Norte (a trabalho, note bem) de outubro.

Como eu havia dito, a vida sempre melhora depois que vou até Praia do Forte e Imbassahy. Sempre.

Quem quiser que revogue todas as disposições em contrário, que eu estou indo lá ser feliz e não volto.

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Começou a tocar aqui a minha música-clichê para "Fins de Romances Fadados ao Insucesso", e eu prontamente apertei o next no player. Se for como penso, ainda estou no páreo. Só não sei mais se quero.

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A noite que não queria acabar

Eu dormia, acordava, e ainda era sábado à noite, ainda estava no World Bar, ainda vivendo o mesmo pesadelo. O inferno é a repetição.

O show? O show foi bom, sim, mas não tive paz por um momento que fosse. O celular deu chilique a noite inteira, e na última mensagem desaforada, abanei os braços e disse um sonoro FODA-SE. Ninguém ouviu, o show ainda comia solto.

Mas não foi só isso. Nunca é só isso...

O.o



A companhia é que salvou minha noite. O destino inicial era o Balcão. Como tartaruga, que sempre sabe o caminho do mar, eu instintivamente sempre opto pelo melhor chopp de Salvador.

A conversa mudou de rumo quando aceitei a carona da K. A L., que estava com ela, ligou logo em seguida, perguntando se eu não queria ir pro Cascadura. Ah, oferecer Cascadura pra mim é covardia. E depois eu soube que a K. só vinha até a Barra para me apanhar, depois me deixar no Balcão e voltar pro show. Gente, gentileza é uma coisa que me espanta e me aquece dia após dia, e sempre torna minha vida muito mais feliz.

E fomos, lindas, ouvindo Lenine perguntar se é tempo que falta para perceber, e se temos esse tempo pra perder. Não, ele já percebeu, e já me disse textualmente que sim. Sim pra tudo. E nem isso nos aproximou, enfim. Esse tempo está se perdendo.

A figuração do World Bar foi das mais estranhas que já vi. Festa estranha, com gente esquisita, e eu não tô legal, parafraseou a K. E essa foi a última vez que consegui sorrir, até hoje de manhã.

Ninguém estava muito bem. As meninas estavam meio sonadas, E. estava sem seu brilho habitual, O. estava triste, tristinho. Noite sem viço, sem paciência para ser noite.

De alguma maneira, o show acabou. De alguma maneira, paguei minha conta, e as meninas me deixaram em casa. E de alguma maneira, ainda desconhecida, consegui cravar as unhas nas paredes do poço escuro onde estava. Passei o resto da noite avançando para cima, centímetro por centímetro, sem trégua.

A primeira pincelada de rosa no negro absoluto da madrugada me encontrou quase cá em cima, esperando o sol para beijar meu rosto. Estava inteira de novo.

O.o

OK, encontrei o Caboclo Coleguinha de faculdade depois de uns quatro anos, correto? Ontem, depois de quase dez anos, encontrei um grande amigo dele.

Tenho certeza de que no céu, a sala do Departamento das Coincidências é vizinha de porta do Departamento das Piadinhas de Mau Gosto. E do Departamento dos Avisos Celestiais.

Isso nem é hora...

Mas pra mim quase chega. (Área editada)

E em silêncio, porque se ouvir um violãozinho, um violininho, uma merdinha qualquer, juro: me junto ao Panteão onde repousa A Mulher de Roxo, e onde reina Jayme Fygura.

Louca, louquinha.

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Eu ia apagar tudo. Mas tá tudo aí, bonitão. Pra evitar falsidade. Há uma história? Há, sim. Você pertence a ela? De jeito nenhum. Continuamos? Pergunte pro seu amigo.

Só lembbro-lhe que sou conhecida entre os meus pares pela absoluta discrição. Ninguém sabe pra qem eu estou falando. Só e somente você. Se a resposta te serviu, amém.

E tenho dito.

sábado, novembro 24, 2007

Put your hands into the fire

Eu vou. Vou porque está no sangue. Mas que estou louca de sono, ah, isso estou...

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Ele tira onda de durão, de árido, de triste.

Triste até pode ser. Mas é de uma sensibilidade que poucos acessaram até agora. O toque de delicadeza naquele mar de azedume é comparável a um toque de azul no transparente.

Ele pode não saber, mas o sabor residual que ele deixa na boca é ligeiramente adocicado. É doce a ponta daquele homem-iceberg, por quem não ousaria me apaixonar.

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E ao invés de dar pinta no Rio Vermelho, ontem fiquei foi em casa, sem babá, vendo Streets of Fire, e com o coração levinho de alegria pelo presente.

O.o


Repare bem no baterista, por favor. Tá vendo esses bracinhos fortes, com a manga do paletó arregaçada?* O nome disso é FE-TI-CHE.


A primeira cena do filme é daquelas que me fazem sentir orgulho de ter crescido nos anos 80. Ouve aí, Leitor de mais de 30, e me diz que não tem vontade de levantar e conquistar o mundo quando a música está no meio.

* Não tentem fazer isso em casa, sem a supervisão de adultos. Manga do paletó arregaçada aconteceu com sucesso pela última vez em 1984, ano do filme.

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Mais uma vez vou pasar o blog** a limpo para caçar evidências do Caboclo Gentil. Achei umas duas, não alterei ainda, e estou realmente na dúvida sobre isso. O cerco está apertando, e é uma história que não mais envolve só a ele e a mim. E de verdade? Só diz respeito a nós dois.

** Sem erros dessa vez!

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Eu sou capitã do Independentes Futebol Clube. Sou mesmo. Pago as minhas contas (algumas com certo atraso), sustento minha Lourinha (não sozinha ultimamente, já que se não fossem avó e tia, ela seria uma analfabeta sem saúde), vivo razoavelmente bem dentro do que ganho. Carrego peso, sei trocar pneu (pra que aprendi, sabe Deus, porque ainda não chegou o dia em que o médico me dirá: Vai e caminha. Está curada!), não tenho a boca mais limpinha que já vi numa mocinha (Né, Caboclo Agora Leitor?), ando sozinha noite afora.

Mas vou te dizer: ando muito de saco cheio da deselegância masculina em alguns quesitos, viu? E sabe como descobri? Quando em um mês conheci três Caboclos gentilíssimos, daqueles de abrir porta do carro, beijar a mão, dividir cigarro e drink, dizer amabilidades. De frente, vei o Caboclo Agora Leitor, trazendo a reboque o reencontrado Caboclo Gentil, e agora um terceiro ainda não alcunhado.

A contrapartida desses três presentes que a vida me deu (o último, inclusive, já foi chamado assim textualmente pelo meu amigo querido) são esses ciclopes sem educação que me esbarro dia após dia, noite após noite. Uns grossos, sem cavalheirismo, ogros caminhando pela civilização em fatiota de festa.

Por essas (e muitas, muitas outras) é que não há planos de casamento num futuro próximo para esta que vos fala.

Era uma vez...



E viveram felizes para sempre.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Streets of Fire

OK, eu tentei. Tentei muito me manter o mais feliz possível. Se serve o esforço, minha dívida com D*us está paga.

Mas não deu. Estou ilhada nos meus por quês, e por mais que a vida venha sendo cortês comigo, alguma coisa não está encaixada. É no plano afetivo, é no plano profissional. Minhas relações amistosas é que estão florescendo. Essas estão vistosas, como flores depois de um banho de chuva de madrugada.

São essas pessoas, as novas, as antigas, é que me empurram pra frente. É a sensação de pertencer que tem me movido para o próximo passo.

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Este post aqui foi o detonador de um dos presentes mais bacanas ever.

Como leu o Fiel Leitor, Streets of Fire é um dos filmes que forjaram o que sou. E não é que o Caboclo Agora Leitor, também leu o post — e conversamos muito sobre o filme —, e hoje, na hora do rush, deu um pulo aqui só para me dar de presente o DVD?

Eu mereço isso? Eu mereço tanta gentileza do mesmo homem que liga para avisar que estará offline por dois dias? E que ainda offline, consegue tempo para dois ou três bons e prolixos emails para mim?

Devo merecer. Devo mesmo. Mas juro que merecedora, ou não, ele me faz sentir muito mais especial do que venho me sentindo.

Caboclo Agora Leitor, eu fiquei MUITO feliz em te ver. Não pelo presente, que já está morando entre "The Big Blue" e o meu dicionário de estimação, mas por você. Sua risada mansa me faz um bem danado, e saber que volta e meia sou a causadora delas, é priceless.

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Estou com um frio na barriga, como se antecipando alguma coisa — que sinto ser boa demais, mas não sei o que é.

Bom, vou ligar para fazer a ronda da tropa, e se papai chegar num horário razoável, caio na pista. Isso sim eu mereço, depois desse dia estranho, baço, que nublou a minha alma. Esse dia estranho, que só o Caboclo — e aquele seu sorriso arrasa-quarteirão — conseguiu tornar um dia digno de ter esse nome.

There are places I remember all my life

Enquanto me afogo em papéis — e perco os mais importantes —, telefonemas e visitas, enfim consigo uma conversa civilizada no MSN com amigo E.

E nessa conversa eu disse pra ele que, mesmo com toda essa quantidade de perrengues, de indefinições do trabalho (um aparte: minha página inicial do Explorer é o Google personalizado. Um dos aplicativos que instalei foi um contador regressivo até o dia do evento. Há dias eu não deixo carregar a página toda para não ser lembrada de que o tempo está escoando, e que não existem definições), dessa minha pouco ordinária vida, eu HOJE tinha obrigação de ser feliz.

Passei a semana atormentando D*us por causa de uma questão pessoal e de ordem prática, e que não passa por dinheiro ou afetos. Mas atormentando mesmo, pedindo, implorando, dia após dia, noite após noite, em todos os momentos de silêncio.

O milagre começou a se contornar no dia de anteontem, e tomou corpo ontem. Eu o recebi de braços bem abertos, feliz, aliviada. E hoje, o dia da ressaca das coisas boas, não tenho o direito de deixar nenhum tipo de vicissitude me derrubar. Não é correto.

Certo mesmo é ser muito, muito feliz. Pelo menos hoje.

Qualquer coisa menos que a felicidade plena é ingratidão.

O.o

Mas estou chorando até em propaganda de sabão em pó, hoje.

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Durante os funestos anos da faculdade, fui apaixonada somente por um cara. Veterano, bonitão, simpático, e eu sempre achei que de um jeito ou de outro, ele me dava lá suas olhadinhas.

Ele se formou, eu não, mas saímos ambos do inferno, digo, faculdade. A vida empurra todo mundo de um lado pro outro, e nos encontramos muito pouco ao longo dos últimos dez anos. Nos vimos na Concha Acústica, eu subia logo atrás dele na escada, e dessa vez eu não achei que ele tivesse me sacado. EU TIVE CERTEZA.

E anteontem... Anteontem eu terminei a visita técnica, fui comer uma coisinha com a Sem-Noçao e o Diretor de Arte, e na volta passamos no Balcão para um único chopp — depois de toda a propaganda que eu fiz.

Ele estava estacionando e falando ao telefone, quando passei meus olhos nos dois homens que vêm na direção contrária à do Carro. Um deles, o tal colega de faculdade. Sai do carro na hora exata em que ele passou por nós.

Ah, e os olhos se grudaram, e não havia mais ruído na rua, nem amigo falando nem nada. Tinha sim, um tempo sanfonado entre eu e ele, dez anos que se comprimiram para voltar ao mesmo ponto em que começamos: aquela maldita festinha de calouros.

Ele continuou andando e olhando pra trás, andando mais um pouco, olhando, olhando. Quando me dei conta, meus olhos me traíam e eu não mais o via. Fiquei parada no meio da rua, fora do ar, com o coração martelando contra as costelas.

Amor de Baudellaire. Merde!

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O pior é que tenho o telefone dele. E o email. E o número do DRT. Não, não me pergunte como.

Ligar ou não ligar? E se ligar, o que dizer?
Isso é sensacional!



Daqui

quinta-feira, novembro 22, 2007

"Esse é nosso!"

Não consigo escrever sobre ontem, todas as suas implicações, todos os desdobramentos. Simples assim, não consigo.

Só consigo dizer que fiz uma estupidez que alcançou 8 pontos na escala Richter. Com quem? Com quem? Caboclo Gentil, não é mesmo?

A contrapartida foi sensacional, e muito valeu a pena ter burrado mais uma vez. Cartas na mesa, agora.

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Valei-me Deus!

Dia 1.

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In der velt zein

Eles me fazem sentir como não me sinto há muito tempo: querida.

quarta-feira, novembro 21, 2007

And after all...

Quase dez da noite. Não estava rendendo nada desde as oito, mas a necessidade profissional foi imperativa, e lá fiquei eu na primeira das 300 reuniões que me aguardam nos próximos meses.

O celular finalmente voltou a ter sinal, e olha! uma das ligações recebidas foi a do E., do celular do O., para saber onde eu estava. Olhei pro relógio, lembrei da tonelada de perrengues que me aguardavam hoje. Lembrei de como tinha sido o dia de ontem, e que o de hoje não seria diferente. Pesei isso tudo, juntei meus alfarrábios e avisei:

— Pede um chopp que eu tô chegando!

Eu merecia.

O.o

E foi sensacional, com um grupo pequeno de bons amigos, três chopps do mehor chopp da cidade e Beatles, muita coisa de Beatles tocada pelos virtuoses da cena rock.

O.o

— Você conhece "In my life"?
— Uh... não. Minha cultura musical é rasa...
(para o moço que empunhava o violão) — Você toca "In my life" para ela?
— Claro!


"There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain."


Meu coração se rasgou em dois pedaços finos de papel de seda, e saíram voando em direção ao mar que estava ali, subindo a maré para ouvir melhor o que era tocado naquela varanda. Tantos anos persegui essa música, e nunca a alcancei. E ontem ela me foi oferecida assim, tão despretenciosamente, tão carinhosamente.

— O., minha cultura não é tão rasa assim...



O.o

I'm so tired

— CG, essa é pra você!

CG nem sorriu, e o tanto de solidão do não-sorriso terminou de me dilacerar o coração.

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********

Em sendo assim, vou voltar para a minha produção from heaven (?), que me fez esquentar o café da manhã três vezes hoje por causa dos telefonemas.

E pro bem ou pro mal, hoje eu engulo aquele sapo.

o.O

É sério: pensem em mm hoje com todo o estoque de boas energias que puderem. Talvez seja o dia do ano em que mais vou precisar.

Vibe Beatles

Ah, look at all the lonely people!
Ah, look at all the lonely people!


Eleanor Rigby - Fab4

O.o

Minha solidão dói. Mas a solidão dos que amamos prezamos dói muito mais.

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Pro bem ou pro mal, de hoje não passa.

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That's for you (and me, course)

I'd give you everything I've got for a little peace of mind
I'd give you everything I've got for a little peace of mind


I'm so tired - Fab4

I think I'll be the peace of your mind.

terça-feira, novembro 20, 2007

Às 09:47 deste dia meio baço, salvei o arquivo final do relatório. Fiquei olhando, depois levantei, estiquei o corpo, voltei, compus o corpo do email, e ao primeiro minuto das dez horas, o arquivo saiu da minha caixa de correio para ganhar o mundo.

Acabou.

o.O

E na hora em que apertei o send, os olhos encheram d'áua. Trabalho que vai é que ne filho indo pra escola. Tudo o que eu podia fazer por ele, eu fiz. Agora é com o resto do mundo.

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Ontem fui atacada por uma barata voadora meio bêbada. A minha vingança é que depois da agressão, ela tomou a direção do quarto de despojos,onde estão todos os móveis, pratos e caixas da casa em reconstrução. Tola, deve estar arrependida até agora de ter entrado aqui.

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Still worried a lot.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Diálogo imaginário

Sotaque carioca carregadinho. Set de filmagem.

— Ei, eu te conheço! Você me deu o fora naquela festinha!
— É... dei mesmo. Seu amigo era mais interessante.
— Ah, você agora pode dizer que já deu toco num famoso!
— Errado. Você agora pode dizer que levou toco de uma puta produtora.


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Irritando Dani Henning

Sabe o que me irrita profundamente? O vivente abrir a boca pra condenar a imprensa toda como sendo parcial. Odeio ignorância, não tolero burrice e toda unanimidade é burra. Acho que pagar de gatinho malhando a imprensa é o golpe mais manjado, mais clichê que existe.

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Deveras preocupada.

Mayday! Mayday!

A quinta-feira vai me encontrar à base de calmantes e com sintomas de Tourette.

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Adoro meus leitores

Chegaram aqui buscando "puta merda onde surgiu esse cacete da energia hidrica". Juro.

O.o

Ainda tem

"Caboclo Gentil": Dê garra. Se conseguir tirá-lo do autismo, amém nós tudo!
"como conquistar um capricorniano": sério? capricorniano? Eles são tão... tão... estraga-prazeres! Invista num libriano ou num pisciano, que a vida fica mais linda.
"Baixar CD Operação Submarina - Ostras": GRANDE BUSCA! Eu o tenho em CD, mesmo, e acho das grandes coisas da indústria fonográfica do brasil. Puta CDzão!
"putas de itabuna": campeão de buscas do blog. Sempre.

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A um metro de mim esta sendo brandida contra o piso uma marreta. O que vamos combinar, é quase em cima da minha cabeça.

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A monga que vos fala desenvolveu intolerância à lactose. Depois de passar o dia sonhando com chocolates que dançam, biscoitos com marshmallow, barrinhas de ceral com chocolate, comi três quadradinhos do meu Crunch (alguém lembra que se chamava Cri?) e mandei um capuccino diet pra dentro.

Resultado? Estou enjoada até o osso. Mas pelo menos acabaram as fantasias com doces.

domingo, novembro 18, 2007

Underdog

Eu poderia facilmente me envolver com um cara que ama um underdog. Isso e uma outra informação dividiram as minhas águas ontem.

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Mulherzices

Por conta da obra, minha pele e os meus cabelos estão ressacados em último grau. A fresquinha aqui tem usado um creme para o corpo, um para pés e mãos e outro — antiidade, mas abafa a história — para o rosto e o dorso das mãos.

Hoje, nesse saco cheio, vou só usar um hidratante meia-boca nas mãos porque me incomoda a secura, prender o cabelo e cair na cama com o livrinho. Volto à programação de Diva somente amanhã, de humor muito melhor.

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Mercadinho bipolar

Comprinhas hoja na hora do almoço, três supermercados atrás de um produto pro papai. No primeiro deles, tive um surto bipolar, e na mesma cesta tinha uma ricota (que eu comprei JU-RAN-DO quer era queijo frescal. Odeio ricota. Anta.), cinco barrinhas de ceral, uma Coca Zero e um master tablete de chocolate com flocos.

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Falar nego gosta. Ouvir é que são elas, né?

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Das coisas que eu mais gosto nesta vida de Deus é Fanta Uva Light (que aliás foi o pontapé para uma amizade das que eu mais prezo. Um certo Moço achava que o inferno eram rios de Fanta Uva Light e quente, e eu nem sei como foi que ficamos amigos, depois disso...). Só que raro tomo. As coisas que mais amo, incluíndo os reinos animal e vegetal, são degustada numa parcimônia insuspeita.

Diria meu analista, aquele imaginário com quem converso horrores, que eu não acho que mereça uma coisa tão gostosa. Ou pessoas tão especiais.

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Vou engolir um sapo amanhã.

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Definições defintivas

Zona é quando você tem que cavucar as coisas na sua bancada de trabalho para achar os óculos e a caixa das lentes de contato.

Irritação é o que você sente quando não acha os óculos e lenses box embaixo da muvuca.

Pavor é o que você sente dez segundo depois da irritação, ao lembrar que a casa está toda do avesso, e que seu kit de olhos está no meio disso tudo.

Felicidade é o que vem quando você localiza tudoo que procura numa prateleira do próprio quarto.

Mais um final de semana sem internet



Domingo, 09:40

Ando o tempo inteiro com um saco de papel para respirar dentro. Se você, como eu, viu filmes americanos demais, sabe que estou à beira da histeria.

O.o

Minha casa está em reforma. Pelo tamanho do buraco, era pra ser uma estação do Metrô. Ou uma piscina com raia olímpica.

Foi sem planejamento. Na sexta, quase 11 da noite, papai me avisou que a obra começaria no dia seguinte. Cedo. Começou sem que tivéssemos planejado para onde iriam os móveis, a bagulhada, o computador da mamãe.

Ah, o computador. A sala começou a ser quebrada com o computador-servidor ligado. Corri pra tirar, papai enrolou a fiação, trouxe tudo pro meu quarto. Sentei para continuar a trabalhar.

— Merda, caiu a conexão de novo.

Aproveita que está sonhando e pede um pônei, Daniela. Sem servidor, e SEM MODEM, não há conexão para o seu quarto. Levei ainda uns 30 segundos para cair na Terra de novo. Juro, foi a primeira vez, das 45 vezes seguintes, que eu quase chorei. Mesmo. Nas últimas duas páginas do trabalho 1 — a parte onde dependo de internet para pesquisar e redigir —, e começando o trabalho 2 — onde todo o briefing vem por email, e as fotos de locação vão pela mesma via.

Não sei onde ficam os pratos, os copos estão no escritório do papai, o móvel de jacarandá da tia Noquinha está no corredor de saída, o outro está no corredor dos quartos, e nem quero lembrar que passei 15 minutos procurando um cinzeiro, que estava... na lata de lixo abóbora da minha mãe, embaixo do porta-retratos. Lata de lixo, sacou?

Estamos, papai, eu, Lourinha e dois cachorros, ilhados em dois quartos. Como o centro de entretenimento fica no quarto do papai, o meu fica sendo só suporte para acumulo de cacarecos. Hoje de manhã, antes dele dar no pé sair para resolver umas coisas, a previsão era de que até quinta-feira a obra termina. Um minuto de silêncio depois, ele mesmo deu uma risadinha e disse:

— Pra quem está fora, é pouco tempo. Pra quem está dentro, quinta-feira é loooooonge...

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Minha Lourinha foi a única criança da classe dela que dançou toda a coreografia certinho, no tempo, sem dar chilique, com um meio sorriso no rosto.

Tá, não foi a única, mas a maioria deu piti. E lá ia palco afora a minha Pequena, de peruca de tule com purpurina dourada, dourado para combinar com os cachinhos que escapavam, collant amarelo, branquinha e magricela. Do lado de cá, a mãe-manteiga se derretia em lágrimas caudalosas, sem saber se fotografava, se chorava, se só olhava dançar aquele milagrezinho vestido de Pó de Pirlimpimpim.

o.O

— Loura, o que você vai dançar amanhã?
— O rock and roll.


Sério, onde ela aprende isso?

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A gravação da matéria pros gringos foi sensacional. Cometi um errinho de locação, mas graças aos céus, na minha profissão o importante não é só acertar. Como o pouco tempo para a pré-produção acaba com o planejamento mais detalhado, importante também é localizar o erro e resolvê-lo em tempo recorde. Isso eu fiz, a matéria ficou boa, o cliente saiu satisfeitíssimo e fim.

Que venham as próximas duas, e o evento.

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Nada é o que parece

O segundo número da minha lista de chamadas recebidas é o do Caboclo Gentil. Mas não, isso não significa absolutamente nada.

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Não ouvi mais nada hoje além de Boa sorte, da Vanessa da Matta, e numa feliz coincidência, O paraíso tem um tempo bom, do Cidade. Conto-lhes que todos os dias de manhã ouço essa música do Cidade Negra. Sei lá, me deixa felizinha...

sexta-feira, novembro 16, 2007

No show

Tirei as lentes de contato.

Agora é oficial: não vou a lugar nenhum hoje.

Amanhã tem estiva cedo, festinha, mais estiva e chopp.

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Tenho dez livros novos para ler, o que me garante uns... três dias de ócio produtivo. Isso se, e somente se, eu terminar de revisar o relatório.

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Tomarei um banho fervente durante duas horas, entrarei nomeu pijaminha macio e lerei até os olhinhos ficarem vesgos.

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UPDATE DAS 10: Correio Elegante

— Venha pra cá AGORA, que o Caboclo Gentil acabou de chegar!

Tem uma coisa que funciona é a rede de comnicações amorosas. Uma das meninas está apaixonada por um conhecido distante meu, e não sabia onde diabos o vivente havia se escondido. Em 24 horas eu sabia até onde o mocinho trabalhava.

Aprenda, Fiel Leitor: as pessoas tem olhos e ouvidos em absolutamente todos os lugares. Essa do Caboclo Alheio quem me disse foi o Amigo das Antigas, que ainda entregou o Caboclo Carequinha, que me azara, me azara e ato contínuo vai beijar outra em outra plaza.

Não, não vou dar pinta em lugar nenhum hoje por causa do Caboclo Gentil. The war is over for me now tonight. Estou cheirosa, quentinha, de cabelos presos e óculos, indo bonita pra cama, ler até dormir.

Mas antes vou retribuir uma gentileza, e avisar ao meu amigo querido onde se encontra uma das suas musas inspiradoras.

As vinhas da ira

Pensa num dia em que nada do programado deu certo.

Pensou? Eleva à quinta potência.

Elevou? Pois foi o meu dia. Absolutamente nada do que estava planejado deu certo. Tinha que fazer uma locação até as duas da tarde por causa do fuso horário do país dos meus contratantes. O Administrador da locação não autorizou, porque hoje não tem ninguém que guie a visita.

Tinha uma pauta para agora à tarde, depois das três. Nada. A aprovação do orçamento que enviei ONTEM só veio hoje. Por telefone. MUITO tarde.

Tudo remarcado para amanhã, certo? Certo. Só que amanhã é a festa de fim de ano do colégio da minha filha. Essa é a minha prioridade. Se quiserem as fotos de locação no horário que eu posso, amém todo mundo. Se não quiserem, beijomeligaevamoscontinuaramigos.

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Tem uma coisa que eu odeio é esse subdesenvolvimento de só trabalhar nos dias pré-determinados e depois, nada feito. Hoje é feriado? Não. Por que porras não tinha ninguém na locação que vou visitar? Porque ONTEM foi feriado, e amanhã é sábado. Claro.

Só que os meus contratantes não querem saber, e com TODA a razão, se temos esse hábito rudimentar de não trabalhar quendo é preciso. Porque é preciso. O evento é enorme, é grana altíssima na caixa do estabelecimento que locaremos, que diz a lenda, anda mal das pernas. Mas eles querem fotos do local para dimensionar o evento. E querem hoje. E quem vai ter que ouvir?

Tá falando com ela.

O.o

Já me disseram que essa mnha intolerância vem do fato de ser freelance, já que freelance trabalha em datas escrotas, e folga em dias em que todo mundo está na estiva.

Gostaria de lembrá-los que nem sempre fui freelance, e que mesmo na época em que batia cartão, trabalhava fácil até meia-noite, finais de semana. Nem me lembro de quantos sábados fui pra TV finalizar os detalhes que faltavam para gravar o programa segunda, ou todas as vezes em que fiquei lá até alta horas para dar conta de fazer a triagem do material de bandas.

E na época do PG, então, começava a trabalhar às quatro da manhã, terminaa às sete do dia seguinte, dormia até às dez e voltava às 11 da manhã para a empresa. Isso pelo menos uma vez por semana.

Estou em casa numa sexta-feira, espumando de raiva, porque as pessoas não se esforçam o mínimo para trabalhar.

É. A errada sou eu.

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Mudando a vibe...

Tira jurado que não ia pra pista hoje. JU-RA-DO.

Mas vou dar dois telefonemas para ver se acho* alguém que queira tomar o melhor chopp de Salvador no bar que descobri anteontem. Sério, eu valho alguma coisa?

*Achei

Better days are coming

Tive uma notícia tão bacaninha neste drinquinho... É muito bom sair com amigos antigos, companheiros pra vida toda.

Eg, obrigada!

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Meu teclado está uma bosta. Repara os erros, não. Tirando o 'infarte', que o Caboclo-usuário-de-NT (acertei?) tão deselegantemente apontou como sendo errado — e não é, segundo o Aurélio —, meu português é de uma correção ímpar.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Armo todo o esquema da pista de hoje — e foi uma logística fdp —, e caio na real: não estou com a ME-NOR vontade de sair.

Mas vou. Vai que escorrego numa casca de banana amanhã, morro, e deixei de ver o Laboratório Acústico do Cascadura? E o que é um copo d'água pra quem caiu no lago?

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Estou num mau humor tão violento, tão violento... As lentes de contato estão dando pau, estou com sono acumulado E NÃO PEGUEI NO RELATÓRIO HOJE.

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Felpudinho, você me faz feliz mesmo estando a milhares de quilômetros, mesmo passndo tanto tempo sem que eu posa te dar uma boa dúzia de beijos e outra e abraços. Sabe Deus o que mais — além de amor, naturalmente — me move pra frente quando lembro de você.

Tenho estado muito feliz, e passei o dia meditando sobre isso. É a Lourinha, sim. Mas não é só ela. É um crescimento inerente ao juízo. Acho que crescer fez com que nós deixássemos de torcer para morrer escrevendo poesia e tuberculosos. Saímos enfim da adolescência, uns mais e outros menos, mais ainda assim, aqueles doces e amargos dias de romantismo mal-do-século (algumas palavras e expressões eu penso em francês primeiro. Mal-do-Século faz parte do time. Não, não falo francês. Sou estranha, mesmo) ficaram pra trás.

E já não era sem tempo, vamos combinar, que essa personalidade ensolarada, independente e segura me cai muito melhor do que o alter-ego Wednesday Adams.

Te amo, Felpudinho, te amo demais!

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Missão Cascadura: abortada.

Vou tomar um drinquinho rápido com um amigo da era pré-australopithecus. Amanhã eu rodo a matéria pra TV gringa em algum momento, e com essas olheiras que eu estou, geral vai achar que é de ressaca. E o meu máximo é de três chopps bem tirados.

R.I.P.

Às primeiras horas desta manhã, sucumbiu uma esperança. A dona da esperança agradece as palavras de consolo.

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Foi enterrada de vez a história com o Caboclo. Melhor assim? Sim. Há algum tempo venho tentando romper esse padrão de auto-destruição, e desta vez foi da pior forma. Ou da melhor, sabe-se lá, porque do jeito que eu sou, vou acabar convidada para batizar um futuro filho dele.

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Uma aparição relâmpago na noite garantiu um novo número de telefone na minha agenda, e um monte de sorrisos sem explicação aparente.

E um cheiro de perfume que me acompanha desde então...

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Eterno enquanto dure (mesmo que dure 15 minutos)

Sério: vou-me recolher à vida religiosa. Vou ensinar informática às freirinhas da Santa Clara do Desterro.

Não tolero ficar com meia dúzia — mesmo porque mal dou conta de um —, não saio beijando mundo afora, e não traio nem a pau. Fiel, fiel que nem cachorro. Só tem o seguinte: se eu não estiver feliz, digo na tampa, caio fora e vou procurar outra coisa. Assim mesmo.

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ODEIO FOFOCA COM O MEU NOME. Tem dúvida? Faz que nem eu: chega na lata e pergunta. Esclarece. Limpa a história. Agora ficar de fuxiquinho sobre uma pessoa que nem presente está para corroborar a história? Isso é PORCO.

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Quem viu, viu.

Doravante, o antes denominado Caboclo-(fill the blank) será chamado de Caboclo Gentil. Pura precaução. Há pouco tempo recebi um email em que o escriba querido dizia, entre as outras coisinhas bem escritas, que blog é como ônibus: você não sabe quem vai entrar.

O resto da analogia que ele faz é de uma fofura ímpar — e pertence somente a mim —, mas o princípio é esse.

Devo nada a ninguém, não. Estou solteira, e o único compromisso que tenho é comigo mesma. Mas para evitar duas Neosaldinas para a dor de cabeça que vou ter com a alusão correta ao que já se tornou nossa private joke, vou evitar associar o Caboclo à sua atividade marcante.

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UPDATE das 11: do processo

A Degas aqui sentou na frente do computador de madrugada, e VAR-REU quatro meses de boh* blog para trocar todas as referências ao Caboclo Gentil. Depois do tanto que meu nome foi cantado esta noite — pro bem e pro mal —, chegue quem quiser chegar aqui, mas associar o vulgo ao Caboclo? Acho muito difícil.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Caos absoluto

Eu queria um alicate de unhas, um espelho, um colírio, uma pinça. Nada disso eu posso. Estava tudo no finado armário do papai, e neste exato momento está tudo empilhado dentro de gavetas, sacolas e caixinhas.

Resultado? Vou deixar as unhas crescerem até ser confundida com um bicho preguiça, continuarei sem me enxergar no espelho, os olhos vão ressecar até virarem deserto, mas pelo menos estarão protegidos pelas sobrancelhas-franjas.

*suspiro*

Férias

O único estagiário do Terra está de férias. Só isso explica o "Últimas notícias" estar com as mesmas notícias há uma semana, a foto dos veículos futuristas estar quase obsoleta, e ainda anunciarem a separação do marcelo Antony como novidade.

Sério que na era da atualização segundo a segundo o Terra se dá ao luxo de manter um site sem atualização, exceção feita às notícias do futebol?

Bom, pelo menos os horóscopo o estagiário já deixou escrito o mês todo, porque isso está sendo atualizado.

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No [provável] último dia do meu trabalho, quando tenho uma reunião foderosa no final da tarde (o que significa parar de trabalhar no meio do dia), minha casa está um campo de guerra. Ou canteiro de obras, o que vem a ser a mesma coisa.

No quarto exatamente ao lado do meu, uma série de marretadas me faz pular desde muito, muito cedo. Graças aos céus, embora não tenha consigo fazer porra nenhuma até agora, só blogar, sou uma mocinha com expediente, e o treinamento de trabalhar em meio ao caos e burburinho me garante uma manhã proveitosa.

Eu acho.

Vitória na primeira divisão [2]

Sem nem lembrar de quem torce, de quem hasteia o pavilhão rubro e negro, sem nada mais compromissado que não a felicidade alheia, ouvi o chamado do alto do bar do Steinhegger Night, e atendi.

Há umas duas horas ouvia um buzinar sem tréguas, mas me senti compelida a continuar quietinha onde estava, onde uma companhia tricolor me impedia de comemorar à altura. Mas não deu. Apelo de torcida é coisa forte, por menos que você torça pro time. E eu torço. Pelo menos enquanto não jogar contra o Atlético Mineiro.

E fui, ainda — e assim continuo — feliz demais, erguendo os braços e cantando junto o hino, saindo do Steinhegger Night e caindo em pleno Mercado do Peixe. Ano que vem eu tiro a forra: Galo e Leão no Barradão, só pra gente poder quebrar os tabus e vencer. É legal ver um time voltar à primeira divisão, erguido pela força da bola, não do Tapetão.

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Eu não desisto assim tão fácil, meu amor, das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz...

E não me lembro realmente de ter feito merda com o Caboclo Gentil, pela primeira vez em 4 meses. Juro que achei que tinha dado um fora monumental, mas o tempo é o Senhor da razão, e finalmente decidi que nada de errado eu fiz. Bom, eu só coloquei o cérebro em modo de espera, mas e daí? Quem é que gosta de mulheres inteligentes? /modo ironia

Continuo me sentindo uma Medusa burra, porque mais que nunca tenho pensamentos que mesclam ódio e amor em relação ao Caboclo, que me dedica toda aquela voz de calma e tolerância, toda aquela cavalheirice às antigas. Como é que ainda assim eu continuo acordando esse meu monstro, que só desperta ao som do seu canto?

o.O

Ai, esse hábito europeu de ser amiga de todos os ex, que saco!

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Felpudinho, estou ardendo de saudades, mas saudades que doem mesmo. Já tem dois na lista dos que "não vamos perdoar se ele não vier", e acredite: é a "lista de dois" mais relevante que você já viu na sua vida.

Te amo.

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Noite que termina com chuva é sempre uma benção. Chuva na cabeça, dessas que encharcam, então, é prenúncio de que tudo há de mudar para melhor.

Só eu sinto a eletricidade diferente de uma tempestade? Só eu fico tão feliz com tnata chuva?

Vitória na primeira divisão

[09:20]
Em um minuto esse post volta.

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03:23

"Se tudo deu errado foi por culpa dela..."
Cascadura

terça-feira, novembro 13, 2007

Telegráficas

Estou num saco cheio de proporções bíblicas.

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Esperando confirmação do Steinhegger Night.

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Quase acabando. Mas os papéis se multiplicam.

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Sinto falta das longas conversas eme-esse-ênicas. Muita.

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Eu falei que de alguma maneira ano que vem compro uma loca pra morar com a minha Lourinha? Sim, estou fazendo por onde...

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Steinhegger Night confirmado.

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Procuro cabeças para cortar, e seis coisas impossíveis para acreditar antes do café-da-manhã. Tratar com a Rainha de Copas (País das Maravilhas, s/n).

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*suspiro*

segunda-feira, novembro 12, 2007

E quando nada podia piorar...

... aparece um item chamado "Conclusão", que nada mais é que a repetição de TU-DO o que já foi dito nas 60 páginas anteriores.

E aí, Fiel Leitor, é que a porca torce o rabo. Mesmo. São dez páginas de lenga-lenga, de conclusões concretas e inferências nem tanto. E não sendo suficiente, porque o diabo tem artes que ninguém imagina, ainda sobram mais umas 20 páginas de "Ações sugeridas". ZZZZzzzZzZzzzzzZZzZZ.

Estou tentada a virar a noite terminando isso, mesmo porque amanhã a noite já tem Steinhegger Day marcado. Em que condições estarei, jamais saberemos. Mas que vou baixar lá, bonita e altaneira, cheia de maquiagem pra disfarçar as olheiras, ah, isso vou. Mesmo porque talvez seja a chance de eu começar o caminho de redenção e purificação dos pecadilhos do sábado.

Ou, o que é mais provável, eu vá só para chutar o pau da barraca, colocar uma folha de espada-de-São-Jorge na boca, e dançar tango. Sozinha. Em cima das mesas.

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Com um email na madrugada de sábado pra domingo, fiz a Amiga Luandense rir. Eu não podia esperar para expelir a história do [dis]sabor. E olha que não contei nem a parte em que reencarno a Faz-Merdinha da Estrela com o Caboclo Gentil.

Aí ela só parava de rir na África, ao desembarcar.

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Tenho mais dois assuntos sobre os quais gostaria de discorrer, mas as ervilhas frescas me chamam à cozinha, e na volta... ZzzzZZzzzZZzzZzZ... trabahar, claro!

Mulinha

Eu tenho um problema grave de atenção. Só presto atenção no que me interessa. A verdade é que estou empacada num trecho do texto que estou redigindo, e só e somente porque não estou achando um jogo de palavras adequado.

Resultado? Já mandei emails nos tamanhos P, M e G, já limpei caixa de email do webmail, já baixei as fotos da viagem do celular, já falei ao telefone, já comi dois quadradinhos de chocolate suíço, briguei mais um pouco no orkut, e agora estou escrevendo no blog.

Alguém me dá uma dose extra de lucidez, for God's sake!

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Trabalho

Estou voltando, estou voltando, não empurra!

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UPDATE DAS 15:00

Voltando, claro... depois de ler os 12 horóscopos diários, porque preciso jogar nas costas de alguém essa montoeira de vicissitudes.

We're dancing for the resteless and the broken-hearted



Minha próxima aquisição, em algum momento de um futuro não muito imediato, será o original de Ruas de Fogo. Pirataria é só para quando você não se apaixona pelo filme.

Azedinha e sorridente

Resposta que eu queria ter dado a um "ah, cansei!".

— Eu também. Uia, cansei! O-DEI-O gente burra!

o.O

EU NÃO TOLERO GENTE BURRA. Mesmo. Por mim, podiam todos caminhar seguindo a varinha da cenoura, em linha reta, até o poço de piche. Geral no poço de piche, borbulhando e morrendo lentamente.

Gente burra E grossa, então, vai pro cozimento brando pra sofrer mais.

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Quarta-feira quero colocar roupa de festa, perfume de camomila da Johnson (que eu roubo na maior cara-de-pau da minha Lourinha), ficar a manhã inteira sem fumar, só pra ir ver menina Marcele e sua mãe querida. Até lá, já desovei esse trabalho dos infernos. E estarei pronta para outro mais legal, mais bem remunerado e menos absorvente.

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Me faz um bem danado ouvir aquela risada mansa do Caboclo-Agora-Leitor.

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Sobre o Universo e tudo o mais

— Você se sente melhor, Poko?
— Muito melhor!


domingo, novembro 11, 2007

Receita do Strogonoff de Nozes

Ingredientes:
1 lata de leite condensado
3 ovos
100g de nozes

Coloque 1 lata de leite condensado na panela de pressão com água. Quando começar a cozinhar, deixe por 45 min.
Misture 3 gemas com a lata de leite condensado cozida. Leve ao fogo até borbulhar, sempre mexendo.
Bata 3 claras mal batidas e acrescente à mistura, junto com 100g de nozes picadas. Mexe devagar e leve ao fogo por mais 3 min.
Deixe esfriar e coloque nas tacinhas. Decore com nozes picadinhas.
Você também pode colocar num refratário grande e decorar com nozes inteiras.

Fonte: Rainhas do Lar

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Ditadura o escambau!

É, é isso mesmo. Mais um post que ia sair, mas foi censurado antes.

Ô, noite tumultuada...

Ninguém faz mais merda que eu. Juro. Eu comecei a escrever qase cinco, vide horário aí embaixo, e achei que estava sendo inclemente demais comigo mesma, e que valia esperar as sete badaladas.

Nada. Sou a pessoa mais kamikaze que já vi nesta existência.

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Por partes?

Se eu disser que teria sido mais seguro se eu tivesse ficado sozinha, sem amigos, é um argumento válido? Antes, muito antes, tivesse sido um show de pinguins, todos abanando aquelas asinhas incipientes, sem maior poder de incitar uma rebelião.

Só me surpreendo fazendo um auto-flagelo deste tamanho, a esta hora, porque é chegado o momento do freio de arrumação. Fechar, contar o estoque, ver o que quero realmente, o que não quero mais, fazer saldão dos despojos, e voltar repaginada. Com guaraná meio morno e balão de gás na festa de reinauguração.

Estou com o modo "dor na consciência" ligado, mas o pecado foi dos mais irrelevantes da temporada.

O.o

A grande verdade, já com a conta fechada, é que foi uma noite do caralho. Eu curti o show da primeira à última música. Precisava disso.

o.O

Juntos somos nós
Sós não somos, não


Encontrei o Caboclo Gentil sozinho. Não, não foi desta vez. E pelo pelo barulho das rodas da carruagem, será no dia de São Nunca, pela tarde.

Ele é a pessoa no mundo que mais provoca o meu lado Faz-Merdinha da Estrela. É impressionante que toda as vezes que nos encontramos, EU, mais ninguém, faço uma bobagem antológica, e derrubo todo o toda a construção. TO-DA.

Um trabalho miserável para recuperar os territórios perdidos neste imenso tabuleiro de War, territórios esses que perdi na primeira hora de um dia de julho, quando nos conhecemos. Meses fazendo trabalho de base, finalmente resgato os pontos na lojinha do Bomclube, aí sucumbo e deito por terra o esforço.

Deixa lá. Um dia resolvo esse carma, e aí fico livre para caminhar por outras paragens verdinhas, comendo grama fresca de outro vizinho.

O que puder ser, será
Então, que seja bom

Cascadura

O.o

— Mas isso pertencia ao meu imaginário!
— Só ao seu?


Resolvi uma pendência que fez, em agosto último, dez anos. Ainda estou sob o efeito dos acontecimentos, então não posso julgar nada para efeitos práticos.

De qualquer maneira, as coisas não mudaram muito de dez anos pra cá, pelo menos nessa esfera. Quem era estressado, continua. Quem tinha sotaque, não perdeu. E quem era de um cinismo quase encantador, exercitou muitíssimo bem ontem.

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E acabo de dar um print na página do horóscopo de hoje. Nome do arquivo: piada.jpg

Uma semana complicada, cheia de promessas e reviravoltas no mundo afetivo. O grande triângulo dos signos de água garante um clima romântico e emocionado que vai ser um pouco atrapalhado pela tensão entre Vênus, que está no signo de Libra e Marte, que está no signo de Câncer. É tempo de amar e de se atrapalhar um pouco com as coisas do amor...


Ah, vá...

sábado, novembro 10, 2007

Day Off



Há uma semana estou com o traseiro sentado na cadeira fofinha e vermelha, na frente do computador, enfrentando de cabeça erguida — e alguns cochilos, porque o troço ficou chato, viu? — o tal relatório. Uma semana trabalhando dias inteiros com os olhos pregados no monitor, saindo da máquina mais de oito da noite, depois de ter ligado o computador às sete, sete e meia.

Sim, faço intervalos agradabilíssimos, fiz duas me-mo-rá-veis farras esta semana — um Steinhegger Day, uma noite no sertão... Faço paradas para xícaras de chá intermináveis, e conversas ágeis - e que sempre terminam cedo, por mais que durem — com o Caboclo da Temporada, com o amigo-querido-que-escreve-pra-caralho, com o P. Mesmo porque, darling, só me relaciono, em qualquer instância da vida, com gente inteligente.

Onde eu estava? Ah, o trabalho duro. Não devo terminar antes de segunda-feira essa tranqueira. Vejo a terça-feira chegando e eu ainda com esse ebó arriado no meu computadorzinho. Bom.

16:00 do sábado. Hoje. Estava eu com os olhos áridos (alô? Lentes de contato rígidas?), como se estivessem cheios de areia. O que eu disse? Areia? AREIA!

— Lourinha, tira a roupa e põe o biquini que a gente vai pra praia.

É TÃO absurda a idéia da mãe dela na praia, que a Pequena ainda me olhou umas duas vezes para ver se eu estava falando sério. Enquanto ela brigava com a tanguinha da Hello Kitty, eu entrava no maiô, juntava uns trocados no porta-moeda do sapinho, colocava livro, celular, óculos escuros, tudo na bolsa linda do Festival de Verão do ano passado — que veio com o kit de imprensa, levei quase um ano para usar a bolsa de praia. Parecia um furacão pela casa, com medo de algum espírito ruim me fazer desistir. Baldinho, forminhas de areia, pás, fecha a casa, e vamos embora.

Estaria sentada lá até agora, vendo a Lourinha brincando com os castelinhos, lambendo o picolé, tomando lapeada de uma onda mais arisca. Vendo a Lourinha rir com os olhos e com a boca, agarrada em mim porque a bonita aqui esqueceu a bóia de braço. Estaria até agora lá. Nem lembrei que tinha trabalho atrasado pra mais de metro, nem que a minha vida está uma confusão dos diabos. Nada. Só via eu e a Lourinha ali. Nem mais uma alma.

O.o

Minha filha é uma criança pouco gregária. Mais afeita que a mãe à companhia humana — o que não é um referencial para nada, vamos lá, a mãe é quase uma ogra —, o que lhe garante um eventual companheiro de folguedos.

Um gurizinho lindo, pouquinha coisa mais velho que a Lourinha, estava na água de bóias de braço, ele e a babá. Se quedou de amores pela minha Pequena, e tudo o que via, mostrava pra ela. A cada avião que passava, o infante gritava, de onde estivesse:

— Olha o avião! O avião...

E a minha mente doentia nunca deixou de completar, a cada grito:

— ... patrão! O avião!

Nossa, alguém se lembra da Ilha da Fantasia e do Tatou?

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E se tudo der certo, dentro de uma hora e meia (são 09:00PM) estarei no show da Cascadura. E hoje não tem gripe, tem dinheiro na conta, tem filha dormindo feliz.

Amanhã, volto pro trabalho bem sorridente, porque há meses estou me DEVENDO o show da banda que mais ouço. Só não vou pro esquenta porque não tenho mais idade para emendar uma coisa na outra.

Tá, tenho idade e disposição, mas não tenho tempo.

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Estou respondendo ao melhor email que recebi este ano. Sabe como é geminiana, né... Adora um correio cheio de prolixidades saborosas, de descrições acuradas, com longas linhas cheias de histórias pra contar. Adoro email grande.

Óbvio que a resposta vai ficar arquivada aqui, porque nunca me satisfaço com o que redijo. Mas um dia, ah, um dia... depois de um Steinhegger Day, eu aperto o botão de send, e voilà: lá se vai mais um pedaço da minha alma.

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Essa música me dilacerou ontem

Thirteen Senses - ...

sexta-feira, novembro 09, 2007

Volver aos 25

Estou com saudades de alguma coisa que certamente nunca tive. Do alto dos olhos que pouco vêem, uma ou duas lágrimas se avolumam, doidas para enfim correr e ganhar mundo. Doidas para se verem livres desta prisão, onde a carcereira não as deixa sequer olhar por entre os postigos para ver a cor do céu.

De verdade, não tenho o que dizer. Tenho é uma necessidade absurda de fugir, de me esconder de mim mesma, de passar pelo espelho e fingir que não sou eu. Eu podia dizer que tudo foi desencadeado por uma releitura de mim mesma em forma de post, fragmentos perdidos no tempo, e deturpados pelos olhos míopes de quem mal consegue enxergar a própria vida. Mas não é só.

É a imagem clara de um copo de vidro meio baço, no limite exato de transbordar. Borderline. E lá do alto, aquela gota sádica que demora horasdiassegundosanos para terminar de completar seu ciclo e cair. Cair para acabar com o delicado equilibrio que todas as outras gotas haviam conseguido dentro do copo. Essa sou eu. Sou copo, sou água, sou gota, sou o equilibrio e a falta dele. E cansa ser tudo. Cansa não ser só a gota, cansa não ser só o copo, cansa não escolher entre o equilíbrio e o completo desatino.

Eu não sei quando cai — ou caio — a última gota. E não sei como vai ser quando o copo, ou eu, transbordar. Não sei quanto de mim vai se perder nesse gotejar de mim mesma. Nem o que va sobrar.

Mas tem que ser melhor do que essa suave e lacerante agonia da espera. A espera de cair para finalmente me juntar a mim mesma, e voltar a ser completa.

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Reinofy, obrigada. Eu consegui. Aos trancos e lágrimas, mas consegui. Nada do que é bom é simples.

Algumas coisas doem...

Acabo de enviar o que provavelmente foi o email mais difícil de toda a minha carreira. Odeio fracassar, contabilizo pouquíssimos casos em que não consegui atingir a meta, e este foi o caso. Não consegui.

Tenho culpa? Creio que não. Quero crer que não. O binômio especificidades x prazo tornaram a missão praticamente impossível.

Queria não sentir esse travo na garganta, essa sensação de que decepcionei um parceiro de trabalho por quem desenvolvi um carinho enorme, e em tão pouco tempo. Ele vai entender. Assim espero. Os outros envolvidos na questão... bem, eles contam, mas não são exatamente parceiros. São contratantes, e contratantes vêm e vão. Parceiros, como esse moço seria, são raros.

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Moço

Quer dizer que é Taco Day em VCO, e eu aqui, morrendo de pena de mim mesma? Instituído o Steinhegger Day!

o.O

Putz, que post cifrado!

High tide or low tide

Em falando de amigo-querido-que-escreve-pra-caralho, apresento-lhes Zeba, novo link aí do lado. Zeba dispensa comentários para quem acompanha esta minha vida dramatúrgica. Tem foto dele no meu orkut, tenho referências a ele por todo o blog, em todos os anos.

Ele é ácido, meio mal-humorado, de difícil digestão. Bom, meio mundo diria a mesma coisa de mim, e essa é a parte mais legal. Somos MUITO iguais nos geminianismos. Quase parafraseando uma pessoa querida, não estamos sós. Quando nosso planeta explodiu, alguns caíram por aqui pela Terra, e os outros estão espalhados por aí, Universo afora.

Se existe alguém com quem eu compartilho o mesmo planeta, crenças e azedume, esse cara é o Zeba. Falar da minha vida sem falar dele seria omitir as partes mais importantes dos últimos sete anos.

Graças aos céus ele conquistou uma mulher linda, equilibrada, do bem, e tem sido muito feliz desde então. Gosto dele nas marés altas ou nas marés baixas, mas prefiro muito mais quando ele está feliz.

In high tide or in low tide,
I'll be by your side

Das descobertas

O dia em que o navegador entregou o visitante do blog

Era uma vez um blog. Um blog velho, feito por uma escriba sem pretensões literárias (não mais), umbiguista, com algumas referências à tumultuada vida amorosa desta que vos fala , digo, da redatora da bagaça (Moço, estou com uma saudade que dói).

Um dia, a mocinha dona do blog conversava com seu amigo-querido-que-escreve-pra-caralho, e depois de uma seqüência de perguntas técnicas, o amigo sugeriu que a mocinha usasse o firefox. A mocinha então perguntou ao amigo se ele usava o firefox no trabalho, porque todo dia via o domínio da empresa do amigo no contador de visitas do dito diarinho de menina, e o browser indicado era o Internet Explorer.

Surpresa! O amigo não só tem ojeriza ao I.E., como há muito não lia seu blog! Isso deixa uma questão quase respondida na cabeça da mocinha: o leitor diário que vem daquele servidor, usuário de Internet Explorer, é o Caboclo da Temporada, que curiosamente trabalha na mesma empresa que amigo-querido.

Portanto, Caboclo, o que eu já desconfiava é concreto, e te dou as boas vindas. Volte sempre, leia os arquivos, recomende para os amigos. Já escrevi melhor num passado nem tão distante, mas tá tudo aí.

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Trabalho atrasado, cabeça a milhão, humor oscilando. Minha farrinha programada para a tarde acaba de ser adiada, data em aberto. Merde!

o.O

Por outro lado, eu não estava em condições reais de continuar procurando sarna pra me coçar. Ai, meu Deus, chega de noite logo pra eu sair com Eles, e enfim começar a colocar alguma ordem nesta vida vida menos ordinária.

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Crossover musical

Neste momento ouço 3x4, dos finados Engenheiros do Havaí. Na tag aparece Garbage, The world is not enough. Tenho medo de ouvir Iron Maiden e aparecer Aviões do Forró.

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Gente estranha

E encontrei o Caboclo Gentil terça-feira, na farrinha de Steinhegger com a amiga quase-angolana. Foi estranho, porque afinal tanto tempo se passou sem uma manifestação qualquer, de ambas as partes, da continuidade das negociações românticas. Estranho mas muito bom, eu diria. Estreitar os laços com Caboclos interessantes e densos (às veze até denso demais pro meu gosto) sempre é proveitoso.

Encontrei também uma turma de Caboclos ex-colegas de faculdade, e não é que depois de sair dos bancos escolares, me tornei muito interessante aos olhos de um deles?

Entrei muda e saí calada dos 3 anos de faculdade e fui objeto de escárnio de alguns por causa disso. Agora vou descobrindo que um coleguinha me achava a cerejinha do sundae faconiano, o outro companheiro acadêmico dedicava canções vida afora, o outro sempre soube que eu era simpática, e um quarto tinha medo "da minha inteligência agressiva".

Ah, vai catar coquinho, pô! Era na época da faculdade que eu tinha que saber disso, quando era uma insegura foquinha de jornalismo, não agora, mulherão feito, profissionalmente bem resolvida e sem as neuras do final da adolescência.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Back

Did I say back?

I wanna see the light!

o.O

Piada velha.

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Sobre tirar o cabo de rede da minha máquina

Trabalhei que nem cavalo nesses últimos dois dias sem internet. Mentira que tirei o cabo: o modem resolveu acabar coma sua tola vida. Cansou de ser escravizado nesta casa onde o mínnimo de trabalho ativo para os da raça dele é de 20 horas diárias. E dormir? Modem dorme pra quê? Um olho aberto, outro led fechado, para a eventualidade de alguém ter insônia.

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Louca, louca de dor de cabeça. Louca, e ainda de pé para mandar uma reposta ao desafio "Eleanor Rigby".

OK, é outra piada, nova em folha, mas que pertence à minha intimidade. Procurem aí do lado, no link da Wikipedia, que vocês vão pelo menos saber quem é minha amiga Eleanor.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Marcele chegou!

E nasceu a bonequinha da Doce M, uma mocinha de bocão, bem Angelina. Chegou linda, petinininha, rosinha, deixando aos tremeliques o pai de primeira viagem, às lágrimas a vovó Lulu, marinheira de segunda viagem e ainda babona, e aos pulinhos aquele time de tias que foi acompnhar o parto.

Eu bem que havia conversado com ela, pedido pra esperar que tia Dani só voltava dia 04 de novembro. Pois é, ela esperou! That's my girl!

Ah, amiga querida, bem vinda à Confraria das Mães que Comandam o Mundo! Bem vinda, Marcele, mais uma que veio pra destruir impérios e construir outros por cima!

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E eu sou uma sem-vergonha de trabaho atrasado, louca da cabeça, que não fez porra nenhuma além de rearrumar a ordem dos textos, que não ligou pro Super-amigo-que-escreve-para-caralho (Zeba, desculpa, mas ainda não consegui ordenar o serviço), que está vendo a areinha da ampulheta cair e não faz nada.

São nove e trololó, cedo pacas, e estou bêbada de sono, doida pra comer alguma coisa e cair na cama. Mas posso? Posso, com essa montanha de coisas pra fazer? Com os gringos ligando para falar naquele idioma dos infernos? Eu posso dormir assim?




Posso. E vou.

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Amanhã cedo arranco o cabo de rede da minha máquina e fico o dia sem conexão.

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O Barbecue Man, leia-se Caboclo da semana, é o [segundo] cara mais interessante que caiu na minha vida nos últimos tempos. Poucos eu conheço com tanta criatividade quanto ele, poucos me divertem tanto em tão pouco tempo.

Olha, se não der certo juntos, vamos ser amigos demais nesta vida, viu?

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Diálogo no avião

Menininho de uns quatro anos, lindo demais, sentado na poltrona de trás da minha, conversando com amãe

— E cadê o barquinho (assento flutuante)?
— A gente só usa se o avião cair na água, meu filho, e o avião não vai cair
(voz evidentemente decepcionada) — O avião não vai cair mesmo?


Eu ri baixinho cá na frente. Se eu fosse um pouco impressionável, já tinha corrido.

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Dormir uma porra. Vou comer, tomar um banho e cair de volta no computador.

Pra trabalhar Daniela, TRA-BA-LHAR!

domingo, novembro 04, 2007

Mais lá que cá

O corpo voltou, mas a esta hora, o espírito está sentadinho num boteco bacana na Bara Ribeiro, tomando um chopp. E como aprendi: chopp COM PRESSÃO, por favor.

O.o

Voltar do Rio sempre é um drama. Gosto de Salvador, mas como sou feliz no Rio. Como amo aquela cidade, como amo cada meandro, cada sinuosidade, como amo cada esquina. Moraria lá feliz, Lourinha, eu, corpo, espírito e coração.

o.O

Família é uma coisa que não se escolhe. Mesmo. Se você tem um tio torto, uma tia doida, o jeito é esconder embaixo do tapete (eu escolheria a masmorra), e viver com este segredo pro resto da vida. Quem é mais assíduo neste botequim sem pretensões literárias, vai lembrar que família é uma coisa pela qual não me sinto obrigada a ser apaixonada. Sou doida por alguns primos, por alguns tios, mas por alguns outros a indiferença é que domina.

Eu descobri que tenho a sorte de não precisar escolher a família que gostaria de ter, porque eles já fazem parte dela. Conheci um segmento dos Henning Cardoso que fez valer a pena cada minuto com eles. E sem eles também, porque sinto uma saudade miserável depois que bateram asas e voaram.

Primos lindos, lindos mesmo, de corpo, caráter e alma, gente que me faz ter um baita orgulho de dividir com eles os mesmos bisavós. Fiquei com uma sensação doce-amarga que perdemos muito por não termos nos conhecido antes, muitos chopps e férias no eixo Rio-Salvador, mas que outros virão para aplacar esse binômio espaço-tempo que se interpôs entre nós.

O.o

E o Vi? Ah, o Vi é sempre o Vi que nos faz rir com as comparações entre nossos pais, irmãos separados por um ano apenas, e unidos pelo mesmo mar de maluquices.

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Mais um tempo no Rio e eu voltava curadíssima do Caboclo. A realidade é outra, caríssimos, e na impossibilidade de me apaixonar por quem eu realmente gostaria de me apaixonar, vou deixar o barco correr e ver onde a corrente me leva.