domingo, novembro 18, 2007

Mais um final de semana sem internet



Domingo, 09:40

Ando o tempo inteiro com um saco de papel para respirar dentro. Se você, como eu, viu filmes americanos demais, sabe que estou à beira da histeria.

O.o

Minha casa está em reforma. Pelo tamanho do buraco, era pra ser uma estação do Metrô. Ou uma piscina com raia olímpica.

Foi sem planejamento. Na sexta, quase 11 da noite, papai me avisou que a obra começaria no dia seguinte. Cedo. Começou sem que tivéssemos planejado para onde iriam os móveis, a bagulhada, o computador da mamãe.

Ah, o computador. A sala começou a ser quebrada com o computador-servidor ligado. Corri pra tirar, papai enrolou a fiação, trouxe tudo pro meu quarto. Sentei para continuar a trabalhar.

— Merda, caiu a conexão de novo.

Aproveita que está sonhando e pede um pônei, Daniela. Sem servidor, e SEM MODEM, não há conexão para o seu quarto. Levei ainda uns 30 segundos para cair na Terra de novo. Juro, foi a primeira vez, das 45 vezes seguintes, que eu quase chorei. Mesmo. Nas últimas duas páginas do trabalho 1 — a parte onde dependo de internet para pesquisar e redigir —, e começando o trabalho 2 — onde todo o briefing vem por email, e as fotos de locação vão pela mesma via.

Não sei onde ficam os pratos, os copos estão no escritório do papai, o móvel de jacarandá da tia Noquinha está no corredor de saída, o outro está no corredor dos quartos, e nem quero lembrar que passei 15 minutos procurando um cinzeiro, que estava... na lata de lixo abóbora da minha mãe, embaixo do porta-retratos. Lata de lixo, sacou?

Estamos, papai, eu, Lourinha e dois cachorros, ilhados em dois quartos. Como o centro de entretenimento fica no quarto do papai, o meu fica sendo só suporte para acumulo de cacarecos. Hoje de manhã, antes dele dar no pé sair para resolver umas coisas, a previsão era de que até quinta-feira a obra termina. Um minuto de silêncio depois, ele mesmo deu uma risadinha e disse:

— Pra quem está fora, é pouco tempo. Pra quem está dentro, quinta-feira é loooooonge...

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Minha Lourinha foi a única criança da classe dela que dançou toda a coreografia certinho, no tempo, sem dar chilique, com um meio sorriso no rosto.

Tá, não foi a única, mas a maioria deu piti. E lá ia palco afora a minha Pequena, de peruca de tule com purpurina dourada, dourado para combinar com os cachinhos que escapavam, collant amarelo, branquinha e magricela. Do lado de cá, a mãe-manteiga se derretia em lágrimas caudalosas, sem saber se fotografava, se chorava, se só olhava dançar aquele milagrezinho vestido de Pó de Pirlimpimpim.

o.O

— Loura, o que você vai dançar amanhã?
— O rock and roll.


Sério, onde ela aprende isso?

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A gravação da matéria pros gringos foi sensacional. Cometi um errinho de locação, mas graças aos céus, na minha profissão o importante não é só acertar. Como o pouco tempo para a pré-produção acaba com o planejamento mais detalhado, importante também é localizar o erro e resolvê-lo em tempo recorde. Isso eu fiz, a matéria ficou boa, o cliente saiu satisfeitíssimo e fim.

Que venham as próximas duas, e o evento.

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Nada é o que parece

O segundo número da minha lista de chamadas recebidas é o do Caboclo Gentil. Mas não, isso não significa absolutamente nada.

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Não ouvi mais nada hoje além de Boa sorte, da Vanessa da Matta, e numa feliz coincidência, O paraíso tem um tempo bom, do Cidade. Conto-lhes que todos os dias de manhã ouço essa música do Cidade Negra. Sei lá, me deixa felizinha...

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