quinta-feira, julho 23, 2009

Lost (personalíssimo)

É bobagem. Claro que é.

Bom. Ontem eu comecei a assitir Lost, outro vício. Bleleza, todo mundo tem seus apegos. Pra quem perdeu um parente no Air France 447, não é bem assim.

Longe, primo da mamãe, há anos morando fora... Mas parente, e sangue, meus caros, sangue a gente não nega. Somos poucos, os Leite, os Henning, somos pouquíssimos. A notícia veio no corredor de casa, pela mamãe:

— Dani, o L** estava no võo do Air France.

E o mundo se fragmentou, qual os quadros dele. Artista plástico de talento ímpar, com uma visão de skyline tão similar à minha que só se explica pela ancestralidade. Eu, fotógrafa bissexta e cega; ele, artista; separados por uma enorme geração, e ainda assim dividindo o mesmo gosto estético. Nós, e nossos horizontes no chão, um um mundo de céu pela frente. Nós, e o apego pelo vermelho.

Foi ligeiramente chocante vistiar a casa da sua mãe meses antes, e ver que as referências artísticas foram preservadas, passando uma geração inteira. Tinhamos o mesmo apuro, o mesmo detalhismo... |O horizonte... O vermelho...

Enfim... Me apçaixonei por Lost hoje, e isso há de render um ou dois posts no futuro. Mas hoje... Hoje, o misto de desejo de que você estivesse na ilha de Lost (estou na primeira temporada, sem spoilers, please), e que você realmente fosse um dos 50 corpos identificados. Como foi.

Não sei se já foi enterrado (na Alemanha, justo, justíssimo), mas whatever... A ilha de Lost não seria suficiente para a sua genialidade.

Que bom você foi achado.

2 comentários:

Manuella disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuella disse...

Vou falar uma coisa muito mórbida, mas se pudesse escolher ia querer morrer numa queda de avião, simplesmente "encantar" em algum lugar do oceano... Sem caixão, coroas d flores e algodões no nariz.