É bobagem. Claro que é.
Bom. Ontem eu comecei a assitir Lost, outro vício. Bleleza, todo mundo tem seus apegos. Pra quem perdeu um parente no Air France 447, não é bem assim.
Longe, primo da mamãe, há anos morando fora... Mas parente, e sangue, meus caros, sangue a gente não nega. Somos poucos, os Leite, os Henning, somos pouquíssimos. A notícia veio no corredor de casa, pela mamãe:
— Dani, o L** estava no võo do Air France.
E o mundo se fragmentou, qual os quadros dele. Artista plástico de talento ímpar, com uma visão de skyline tão similar à minha que só se explica pela ancestralidade. Eu, fotógrafa bissexta e cega; ele, artista; separados por uma enorme geração, e ainda assim dividindo o mesmo gosto estético. Nós, e nossos horizontes no chão, um um mundo de céu pela frente. Nós, e o apego pelo vermelho.
Foi ligeiramente chocante vistiar a casa da sua mãe meses antes, e ver que as referências artísticas foram preservadas, passando uma geração inteira. Tinhamos o mesmo apuro, o mesmo detalhismo... |O horizonte... O vermelho...
Enfim... Me apçaixonei por Lost hoje, e isso há de render um ou dois posts no futuro. Mas hoje... Hoje, o misto de desejo de que você estivesse na ilha de Lost (estou na primeira temporada, sem spoilers, please), e que você realmente fosse um dos 50 corpos identificados. Como foi.
Não sei se já foi enterrado (na Alemanha, justo, justíssimo), mas whatever... A ilha de Lost não seria suficiente para a sua genialidade.
Que bom você foi achado.
2 comentários:
Vou falar uma coisa muito mórbida, mas se pudesse escolher ia querer morrer numa queda de avião, simplesmente "encantar" em algum lugar do oceano... Sem caixão, coroas d flores e algodões no nariz.
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