Seja Arembepe, seja Lençóis, seja o quinto dos infernos: eu vou SUMIR por uns tempos assim que sair dinheiro.
Mas sumir mesmo, sem celular, sem destino, sem notícia. Só minha mochila, um ou dois bons companheiros, meus livros, meu discman e minhas decisões a serem tomadas. Eu, silêncio, cigarros, alguns monossílabos trocados com os bons companheiros, e espero ratificar uma decisão: adeus mundinho freelancer.
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Minha Valentina, tem vaga aí na sua terra pra uma quase jornalista?
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Motorista espiritualizado
Papai, espírita praticante, no trânsito, enquanto "desfila" um pedestre na frente do carro em movimento. Calmamente, ele resmunga:
— O que é? Resolveu desistir da sua missão na Terra? Assim, no meio?
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"Amélia é que era mulher de verdade!"
Dani quer casar. Pronto, resolvi. Não quero mais ser profissional de nada, de jornalismo, de produção, de direção, de nada. Quero ser mãe. Mãe de uns cinco, com um cara bacana para reger essa prole toda. Quero copos de refrigerante virados atrás do sofá, ao invés de filhos-abajures, arrumadinhos, sentadinhos. Quero bolinhas de gude pelo chão da sala, chão marcado de lama de pequenos pés, barulhos de risadinhas estridentes de crianças felizes.
Quero aprender musiquinhas infantis, assistir aos programas para saber se os meus pequenos poderão acompanhar, ir ao cinema para ver os filmes animados aos quais nunca assisto. Quero uma horda de cachorros entrando e saindo da casa, patas e pezinhos marcando compasso para o meu coração bater melhor. Quero um marido chegando em casa todas as noites, quero poder escolher com carinho a receita do jantar, quero levar e pegar as crianças na escola, quero ganhar desenhos tortos, cinzeiros tronchos e beijinhos lambuzados de chocolate e amor.
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