Passei o dia na iminência de chorar.
Ainda estou, aliás, com os olhos um tanto irritados pelo esforço de calar a boca dos canais lacrimais. Dizer que o dia na produtora não foi fácil é um eufemismo. Foi uma bosta. Foi um pesadelo da hora em que toquei a campainha, até a hora em que bati meus sapatinhos na porta, disse "desta terra não levo nem o pó" e subi voando para o Terreiro de Jesus.
Mas não foi só o fato de ter sido desrespeitada, ou de terem passado por cima de umas determinações minhas, ou até mesmo de eu ter dado ordem de, pela primeira vez, não assinar meu nome na direção do material liberado. Foi tudo. Foi encontrar o atual-dono-do-meu-passe-? depois de um final de semana nos infernos por causa dele. Foi olhar praquele lugar que eu adoro e ver o que estão fazendo. Foi a falta de crença de que vou conseguir aquilo pro qual estou vivendo e me preparando há mais de dois meses. Foi o desencanto com a raça humana. Foi saber que o meu amigo "não é mais fixo da casa" — dia dos eufemismos. Foi saber que do cachê que recebi hoje, vai sobrar o suficiente para voltar de ônibus pra casa. Foi, falando nisso, voltar pra casa e não ter consolo, nem ninguém que sofresse comigo por causa dessa falta de grana. Foi a consciência de que eu não posso mais fazer uma compra pra mim porque o ESCROTO do pai da minha filha só serve para fazer papel de palhaço duas horas por semana (e já acho essas duas horas um inferno, mas se é por ela, o inferno é Bariloche), isso depois de sumir por três meses. Foi ouvir do outro que ia me ajudar a resolver o problema da nota fiscal, vê-lo prometer que ia me ligar, e me fazer esperar a ligação até esta hora. Foi ter que mentir pra uma pessoa que eu amo. Foi a falta de uma noite de sono decente. Foi o excesso de sofrimento acumulado ao longo dos últimos exatos quinze dias. Foi a maldita golden ring. Foi a franja da Lourinha, que cortei torta há duas semanas. A falta de trabalho que me empolgue. A falta de perspectiva. O saco cheio.
Foi isso. Foi uma sensação de derrota tão grande que não cabia nas lágrimas que viriam.
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Se eu tiver um colapso cardíaco, não será exatamente uma novidade, né?
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Pausa para uma talagada de Mylanta Plus.
De volta.
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Em cima da minha cama, pedaços de um catavento que foi devidamente cataventado. Destroços de uma carreira curta.
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Merda, postei no blog errado!
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Cigarros, música francesa e solidão
No MSN, a foto que tiramos, minha amiga linda e eu, no meu dia de férias com o D. Claro que ainda veio uma minha com ele, e hoje, justo hoje, eu queria mandar a prudência para a casa do caralho e usar essa foto como imagem de exibição do Messenger.
Mas não vou. Tudo tem um limite na vida. Até a minha exposição.
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Eu nunca disse que tenho um outro blog, né?
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Plinc
plinc
plinc
plinc
plinc
plinc
plinc
Lágrimas que não caem.
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