Devagar eu vou retomando o ritmo da minha vida. Devagar reestabeleço laços, mando mensagens para amigos, respondo, rio eventualmente com eles. Rir tem sido difícil. O rosto está enferrujado, parece que range quando movimento os músculos da bochecha. Mas é preciso.
Devagar volto a pisar no chão, saindo do sonho de alice, voltando do País das Maravilhas e aterrisando em solo real. Realidade é o que vivo agora, não o período de sonhos que tive nos últimos tempos.
Devagar faço a assimilação, e mais devagar ainda, quase parando, me convenço de que tudo tinha que ser assim mesmo. Certo, certo, vamos preservar a verdade: ainda está longe desse dia chegar. Mas me esforço.
Devagar eu marco o reencontro comigo mesma, não com o monstro que em mim habitou por um breve período. A Daniela de verdade não comete os crimes que eu cometi, nem contra si mesma, nem contra outrem. E eu me declaro culpada.
Devagar, muito devagar, volto a fazer planos de viajar, de mudar de carreira, de enfiar a Lourinha embaixo do braço e mudar de estado. sei lá, voltar pra São Paulo, tentar o Rio (e ser indecentemente feliz até o fim da vida), ou o tocantins... Sei lá.
Devagar eu olho no espelho e tento reconhecer a estranha que me olha de lá. Devagar eu retorno para a terapia, me encharco de remédios, na esperança de um dia achar o caminho que tem meu nome na placa.
Eu não desisto de ser feliz.
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Alguém podia fazer uma rápida prece por mim? sabe como é... quando uma merda vem, ela não vem sozinha, e minha cota estourou...
Um comentário:
Que todas as deusas, santos, anjos , entidades, forças da natureza...Estejam com você!!! Amém
bjocas
Ps: Mesmo não sendo palavras alegres ou um texto marcado pela irônia inteligente, adorei sua volta.
Lua
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