Rá! Depois de aprender java na marra, de consertar códigos, de pedir socorro, de finalmente sentar o traseiro por seis horas initerruptas para achar o erro, está no ar Pedágio!
Sim, um site de fotografias pessoais, fotos de viagem. Mas quer coisa mais pessoal que blog, por exemplo?
segunda-feira, junho 30, 2003
domingo, junho 29, 2003
*Em compasso de espera, ouvindo Maná e cozinhando.*
O site está pronto, o sono ainda não voltou pro lugar, o corpo não sabe onde está, e o coração... bom, murcho qual arbusto sem chuva, rachado como chão de sertão.
Desisto do HPG, como desisto de várias coisas que me atrasam a vida. Rupturas e limpezas, e eu nem sei em qual lua estamos. Uma certa tristeza por perto: fosse eu um desenho animado, hoje estaria com uma nuvem sobre a cabeça.
********
Maná... Alguém tem noção da delícia que é essa banda? Será por isso que está-se estendendo um vício pela banda até onde os meus ouvidos alcançam?
********
Não há oráculo a consultar que me dê uma resposta precisa. Nem resposta precisa, nem resposta precisada. Não há vontade de ler o horóscopo, nem meu, nem dele, nem de mais ninguém. Não há vontade de me esquentar ao sol, não há vontade de criar, de inventar.
Só o que há é uma força maior que eu, que me obriga a respirar, a engolir, a pensar. Pensar muito.
O site está pronto, o sono ainda não voltou pro lugar, o corpo não sabe onde está, e o coração... bom, murcho qual arbusto sem chuva, rachado como chão de sertão.
Desisto do HPG, como desisto de várias coisas que me atrasam a vida. Rupturas e limpezas, e eu nem sei em qual lua estamos. Uma certa tristeza por perto: fosse eu um desenho animado, hoje estaria com uma nuvem sobre a cabeça.
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Maná... Alguém tem noção da delícia que é essa banda? Será por isso que está-se estendendo um vício pela banda até onde os meus ouvidos alcançam?
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Não há oráculo a consultar que me dê uma resposta precisa. Nem resposta precisa, nem resposta precisada. Não há vontade de ler o horóscopo, nem meu, nem dele, nem de mais ninguém. Não há vontade de me esquentar ao sol, não há vontade de criar, de inventar.
Só o que há é uma força maior que eu, que me obriga a respirar, a engolir, a pensar. Pensar muito.
sexta-feira, junho 27, 2003
Existem duas maneiras de fazer um trabalho tecnicamente perfeito: com raiva ou com prazer. Por algum motivo que só os céus explicam, só consigo fazer o freelancer com um certo contratante pegando o caminho do prazer. Não que não exista a raiva que move pra frente: existe sim, e muita. Mas o clima que existe entre os outros 16 membros da equipe é tão bom, tão sintonizado, que fica difícil não pegar o embalo.
É delicioso quando a gente se entende só pelo olhar, quando a piada passa de um para o outro sem que precisemos abrir a boca. As risadas em cima do palco são partilhadas, o trabalho flui melhor, nota tocada parece que nos entrelaça ainda mais. Estou falando de amor, mas não amor romântico. É amor pelo companheiro de trabalho, é amor pelo que o grupo significa, é amor pelo que cada um significa pro grupo.
O carinho que havia entre nós — e que embalou todos os cinco dias de viagem — fez com que os solavancos da estrada fossem esquecidos, bem como o frio, o quarto ruim, o cachê mediano. Fomos mais que família nesses cinco dias: família a gente tem vontade de mandar explodir de quando em quando. Fomos mais que isso: fomos amigos.
********
Tem uma música chamada Zouk da Lourinha que é ruim demais. Que fazer, entretanto, se eu adoro de coração esse forrozinho? Fazendo esse freelancer há mais de um ano, sempre páro tudo para ouvir quando a banda começa a tocar.
Desta vez, porém, acho que a magia se apagou. Continuo gostando, mas alguma coisa se perdeu. Não sei se o sorriso que precedia as frases geniais de bateria... Realmente não sei. Acho que falta mesmo eu ser a única lourinha para quem aquela música foi tocada. Além de não ser mais lourinha, não sou mais a única.
********
E claro: bati lona ontem. Febrezinha chata, sono agitado, congestionada...
É delicioso quando a gente se entende só pelo olhar, quando a piada passa de um para o outro sem que precisemos abrir a boca. As risadas em cima do palco são partilhadas, o trabalho flui melhor, nota tocada parece que nos entrelaça ainda mais. Estou falando de amor, mas não amor romântico. É amor pelo companheiro de trabalho, é amor pelo que o grupo significa, é amor pelo que cada um significa pro grupo.
O carinho que havia entre nós — e que embalou todos os cinco dias de viagem — fez com que os solavancos da estrada fossem esquecidos, bem como o frio, o quarto ruim, o cachê mediano. Fomos mais que família nesses cinco dias: família a gente tem vontade de mandar explodir de quando em quando. Fomos mais que isso: fomos amigos.
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Tem uma música chamada Zouk da Lourinha que é ruim demais. Que fazer, entretanto, se eu adoro de coração esse forrozinho? Fazendo esse freelancer há mais de um ano, sempre páro tudo para ouvir quando a banda começa a tocar.
Desta vez, porém, acho que a magia se apagou. Continuo gostando, mas alguma coisa se perdeu. Não sei se o sorriso que precedia as frases geniais de bateria... Realmente não sei. Acho que falta mesmo eu ser a única lourinha para quem aquela música foi tocada. Além de não ser mais lourinha, não sou mais a única.
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E claro: bati lona ontem. Febrezinha chata, sono agitado, congestionada...
quarta-feira, junho 25, 2003
Chegando agora...
E olha que me programei para estar de volta no domingo...
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A melhor viagem que já fiz com a banda. Estou completamente sem voz. Fui convencida a dançar forró por um homem alto, bonito, com perfume delicioso e ombros largos. Virei duas noites seguidas, e de ontem pra hoje dormi depois das 7 da manhã, só pra não morrer. Um MODELO (entenderam? Um modelo, homem bonito que desfila e/ou fotografa roupas e produtos diversos) ficou todo encantadinho comigo. Briguei com a produção do palco nos três shows que fizemos.
E olha que me programei para estar de volta no domingo...
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A melhor viagem que já fiz com a banda. Estou completamente sem voz. Fui convencida a dançar forró por um homem alto, bonito, com perfume delicioso e ombros largos. Virei duas noites seguidas, e de ontem pra hoje dormi depois das 7 da manhã, só pra não morrer. Um MODELO (entenderam? Um modelo, homem bonito que desfila e/ou fotografa roupas e produtos diversos) ficou todo encantadinho comigo. Briguei com a produção do palco nos três shows que fizemos.
sábado, junho 21, 2003
Um "swell" havaiano chega e transforma minha alma em ondas, crispadas vagas que batem contra os meus arrecifes internos. Festa de cores escondidas pelo monocromo azul, corais em tecnicolor que esperavam apenas uma réstia de sol para mostrar tudo o que são.
Eu. Eu, que queria tanto ser um dente de leão, para estender os braços para o sol, enquanto giro louca, destemida, feliz, carregada pelos braços do vento. Eu, que queria ser o próprio vento, para tocar o rosto de alguém muito amado, como um beijo que vem de surpresa. Eu, que queria ser o sol, e poder abraçar toda a superfície do corpo querido, esquentando, acarinhando, como um lençol de miríades douradinhas. Que queria ser fogo, que queria ser furacão, que queria ser anjo, que queria ser amada.
Eu, que queria ser não uma única estrela, mas toda a constelação. A constelação do signo do homem que amo, para ter no meu brilho as respostas para o destino dele. Para poder ser consultada todos os dias, misto de fantasia e temor, sobre o que há de melhor a ser feito. Constelação de uma casa zodiacal, para ter na minha pele-estrela a história da vida dele.
Eu, que queria ser uma lágrima, um pensamento; uma dor, um amor. Eu, raio que nunca fui, que chega sob a égide do medo, do respeito, do fascínio. Inaprisionável raio, indomável raio, etéreo raio. Eu, que sou apenas eu. Eu, que descubro, a cada passo dado, o quanto é difícil ser apenas uma. Antes fosse múltipla. Antes não fosse eu mesma.
Eu. Eu, que queria tanto ser um dente de leão, para estender os braços para o sol, enquanto giro louca, destemida, feliz, carregada pelos braços do vento. Eu, que queria ser o próprio vento, para tocar o rosto de alguém muito amado, como um beijo que vem de surpresa. Eu, que queria ser o sol, e poder abraçar toda a superfície do corpo querido, esquentando, acarinhando, como um lençol de miríades douradinhas. Que queria ser fogo, que queria ser furacão, que queria ser anjo, que queria ser amada.
Eu, que queria ser não uma única estrela, mas toda a constelação. A constelação do signo do homem que amo, para ter no meu brilho as respostas para o destino dele. Para poder ser consultada todos os dias, misto de fantasia e temor, sobre o que há de melhor a ser feito. Constelação de uma casa zodiacal, para ter na minha pele-estrela a história da vida dele.
Eu, que queria ser uma lágrima, um pensamento; uma dor, um amor. Eu, raio que nunca fui, que chega sob a égide do medo, do respeito, do fascínio. Inaprisionável raio, indomável raio, etéreo raio. Eu, que sou apenas eu. Eu, que descubro, a cada passo dado, o quanto é difícil ser apenas uma. Antes fosse múltipla. Antes não fosse eu mesma.
quinta-feira, junho 19, 2003
As pessoas me apavoram!
Chegaram aqui procurando por facom daniela "tv bahia"!
Uh... Acho que sou eu... A menos que a TV Bahia tenha tido o azar de receber outra Daniela tão geniosa vinda da FACOM...
E você, doce estranho (a), quem é? Me conhece da TV? Quais segredos quer descobrir? Descobriu? Fui apaixonada por você, caso seja um estanhO? Isso não é difícil: foi um ano produtivo, aquele. E ainda tenho uma paixonite ou duas por lá — ou três... Dei em cima de algum amor que você teve, caso seja uma estranhA? Desculpa: sou geminiana, apaixono fácil... Gostou do blog? Me conhece pessoalmente?
Ai, como é que fazem isso com um ser que arde em curiosidade???
Chegaram aqui procurando por facom daniela "tv bahia"!
Uh... Acho que sou eu... A menos que a TV Bahia tenha tido o azar de receber outra Daniela tão geniosa vinda da FACOM...
E você, doce estranho (a), quem é? Me conhece da TV? Quais segredos quer descobrir? Descobriu? Fui apaixonada por você, caso seja um estanhO? Isso não é difícil: foi um ano produtivo, aquele. E ainda tenho uma paixonite ou duas por lá — ou três... Dei em cima de algum amor que você teve, caso seja uma estranhA? Desculpa: sou geminiana, apaixono fácil... Gostou do blog? Me conhece pessoalmente?
Ai, como é que fazem isso com um ser que arde em curiosidade???
Depois desse amor instantâneo e solúvel, meu centro de gravidade mudou para um lugar que ainda não me é familiar. Mergulho no escuro, meu corpo despenca vácuo abaixo, e o atrito com o ar machuca. A pele lacra hermeticamente o coração. Caio, rodo em torno do próprio eixo, esborracho no chão. Sangro. Perdi o que nunca tive: equilíbrio.
Por isso vivo às quedas: não sei qual ponto me sustenta.
********
Você sabe que está envelhecendo quando...
... o frio faz doer mais da metade do corpo!
********
O contraponto é que uma constelação de 45 espinhas chegou no dia do meu aniversário. Devem ter gostado muito, porque até agora não foram embora. Adolescência tardia, para combinar com a minha imaturidade emocional... Não que seja novidade: estanquei o fluxo do tempo entre 16 e 26 anos, e comemorei, na verdade, 17 anos...
********
E a daschund acordou agora, rolou dentro da almofada, e o mundo perdeu todo o sentido pra mim. A única coisa que me movia pra frente era a possibilidade de carregar aquela mal humorada no colo, esquentar suas orelhas compridas e deixar que cochilasse enquanto digito. Ela deixou que eu a salvasse da caminha maldita, que tolhia os movimentos desta ariana típica; nem por sonho encostei nas suas orelhas: se não estão doendo, não vou provocar a lembrança delas.
E quanto ao colo... Bom, mais uma vez nossos interesses divergiram. Eu queria dar amor, e ela preferiu correr o mundo-caixinha de surpresas. O que — novamente — não é nenhuma novidade: seria estranho se ela tivesse preferido o meu aconchego. Nem ela, nem ninguém.
********
Ele sempre, sempre me encanta
"Era quase meia-noite e ia aquela família andando pelo acostamento, aparentemente distantes de qualquer habitação ou ponto de luz visível. E iam em silêncio, caminhando lentamente, soturnos e pensativos. Até as crianças iam assim. Graves e, talvez, um pouco tristes por terem que fazer uma longa caminhada no escuro. E eu pensei no quanto aquele menino, um deles, deveria se regozijar se conhecesse a poesia. A poesia torna suportável esses imensos diálogos interiores que longas caminhadas propiciam. E torci para que a poesia ou um carro, até carroça, salvassem aquela família. A tristeza deles pode nem existir mas eu a senti."
É quase o prólogo do meu projeto do livro de fotografias sobre estradas e personagens, projeto este que só compartilhei com o "Zé da Ema"... Ah, homem, eu casava contigo fácil, só para beber tua inteligência, saborear o teu lirismo e ter o prazer da tua companhia...
Por isso vivo às quedas: não sei qual ponto me sustenta.
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Você sabe que está envelhecendo quando...
... o frio faz doer mais da metade do corpo!
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O contraponto é que uma constelação de 45 espinhas chegou no dia do meu aniversário. Devem ter gostado muito, porque até agora não foram embora. Adolescência tardia, para combinar com a minha imaturidade emocional... Não que seja novidade: estanquei o fluxo do tempo entre 16 e 26 anos, e comemorei, na verdade, 17 anos...
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E a daschund acordou agora, rolou dentro da almofada, e o mundo perdeu todo o sentido pra mim. A única coisa que me movia pra frente era a possibilidade de carregar aquela mal humorada no colo, esquentar suas orelhas compridas e deixar que cochilasse enquanto digito. Ela deixou que eu a salvasse da caminha maldita, que tolhia os movimentos desta ariana típica; nem por sonho encostei nas suas orelhas: se não estão doendo, não vou provocar a lembrança delas.
E quanto ao colo... Bom, mais uma vez nossos interesses divergiram. Eu queria dar amor, e ela preferiu correr o mundo-caixinha de surpresas. O que — novamente — não é nenhuma novidade: seria estranho se ela tivesse preferido o meu aconchego. Nem ela, nem ninguém.
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Ele sempre, sempre me encanta
"Era quase meia-noite e ia aquela família andando pelo acostamento, aparentemente distantes de qualquer habitação ou ponto de luz visível. E iam em silêncio, caminhando lentamente, soturnos e pensativos. Até as crianças iam assim. Graves e, talvez, um pouco tristes por terem que fazer uma longa caminhada no escuro. E eu pensei no quanto aquele menino, um deles, deveria se regozijar se conhecesse a poesia. A poesia torna suportável esses imensos diálogos interiores que longas caminhadas propiciam. E torci para que a poesia ou um carro, até carroça, salvassem aquela família. A tristeza deles pode nem existir mas eu a senti."
É quase o prólogo do meu projeto do livro de fotografias sobre estradas e personagens, projeto este que só compartilhei com o "Zé da Ema"... Ah, homem, eu casava contigo fácil, só para beber tua inteligência, saborear o teu lirismo e ter o prazer da tua companhia...
quarta-feira, junho 18, 2003
A coisa que mais sinto falta não é o cheiro de sabonete com maresia que só os ombros dele tinham, nem o gosto das sardas germânicas, nem seus olhos amorosos me acompanhando o caminhar. A coisa que sinto mais falta é da maneira que eu me via espelhada nos olhos dele. Sinto falta do meu reflexo nele, da mulher bonita em que ele me transformou.
Peguei uma fotografia minha, feita por ele. Os olhos que não encaram a câmera são meus, mas a mulher bonita, segura e um tanto matreira não sou eu. Aquela é a mulher que ele via, a mulher por quem ele se apaixonou entre uma garfada da salada e uma colherada do meu coração.
********
Com um, a música era "Come Together", embora "Penny Lane" me leve de volta para aqueles olhos. "Only You" é a música com o fã do Portishead. E ainda tem "Kiss the rain" com um certo menino lourinho, "Enredo do meu samba" com aquele descendente direto dos mouros. "Adagio for strings", uma peça lamentosa para violinos, me catapultava direto para os braços daquele de olhos verdes. E em falando em olhos verdes — e por que não? sinalzinho no canto da boca —, que tal "Cry for help" e "By my side", que faziam o milagre de Lázaro com um certo rapazinho?
"Claire de Lune" era a trilha sonora ideal para dores de cotovelos, e na segunda posição dos cataclismas emocionais vinha "Estudo em Ré Maior", uma depressão em piano. Mas tinham as músicas de levantar o ânimo: "Go West" era a senha para que o papai ignorasse a lei (promulgada por ele em acordo com a mamãe) de não ouvir música alta para não incomodar os vizinhos: ele mesmo ia lá e colocava a música nas alturas. "Bigmouth Strikes Again" me fazia saltitar pela casa, e se virasse "Man! I feel like a woman" e "Dancing Queen", era um dia a menos de Prozac.
Na trilha de agora, "Boss of me" tem o efeito regenerativo no meu (mau) humor. Efeito curto, mas efeito. Se aliado à deliciosa "I'm afraid of Britney Spears", ganhei meu dia! "Ne me quitte pas" com a Maysa ainda é campeã do mundo, mas está quase empatada com Jacques Brel cantando a mesma coisa. "Spooky Madness" lembra aquele amigo-palhaço, "When I come around" é a música que o meu amor-pra-toda-a-vida cantava, apesar de que a síndrome de Rogério Flausino dele me faz achar que "a obrigação da sua voz é estar aqui". E ponto.
Por que toda essa digressão musical? Porque pela primeira vez na minha vida uma pessoa não veio acompanhada de um BG! Não há uma única música neste mundo que me faça lembrar daqueles malares nórdicos! Como, deuses piedosos, como atribuir um valor a um homem que não veio musicado?
********
Se eu estivesse apaixonada por ele, tenha certeza de que o meu lado advogada diria: "A música dele é cantada pelo silêncio".
Peguei uma fotografia minha, feita por ele. Os olhos que não encaram a câmera são meus, mas a mulher bonita, segura e um tanto matreira não sou eu. Aquela é a mulher que ele via, a mulher por quem ele se apaixonou entre uma garfada da salada e uma colherada do meu coração.
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Com um, a música era "Come Together", embora "Penny Lane" me leve de volta para aqueles olhos. "Only You" é a música com o fã do Portishead. E ainda tem "Kiss the rain" com um certo menino lourinho, "Enredo do meu samba" com aquele descendente direto dos mouros. "Adagio for strings", uma peça lamentosa para violinos, me catapultava direto para os braços daquele de olhos verdes. E em falando em olhos verdes — e por que não? sinalzinho no canto da boca —, que tal "Cry for help" e "By my side", que faziam o milagre de Lázaro com um certo rapazinho?
"Claire de Lune" era a trilha sonora ideal para dores de cotovelos, e na segunda posição dos cataclismas emocionais vinha "Estudo em Ré Maior", uma depressão em piano. Mas tinham as músicas de levantar o ânimo: "Go West" era a senha para que o papai ignorasse a lei (promulgada por ele em acordo com a mamãe) de não ouvir música alta para não incomodar os vizinhos: ele mesmo ia lá e colocava a música nas alturas. "Bigmouth Strikes Again" me fazia saltitar pela casa, e se virasse "Man! I feel like a woman" e "Dancing Queen", era um dia a menos de Prozac.
Na trilha de agora, "Boss of me" tem o efeito regenerativo no meu (mau) humor. Efeito curto, mas efeito. Se aliado à deliciosa "I'm afraid of Britney Spears", ganhei meu dia! "Ne me quitte pas" com a Maysa ainda é campeã do mundo, mas está quase empatada com Jacques Brel cantando a mesma coisa. "Spooky Madness" lembra aquele amigo-palhaço, "When I come around" é a música que o meu amor-pra-toda-a-vida cantava, apesar de que a síndrome de Rogério Flausino dele me faz achar que "a obrigação da sua voz é estar aqui". E ponto.
Por que toda essa digressão musical? Porque pela primeira vez na minha vida uma pessoa não veio acompanhada de um BG! Não há uma única música neste mundo que me faça lembrar daqueles malares nórdicos! Como, deuses piedosos, como atribuir um valor a um homem que não veio musicado?
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Se eu estivesse apaixonada por ele, tenha certeza de que o meu lado advogada diria: "A música dele é cantada pelo silêncio".
terça-feira, junho 17, 2003
Eu queria saber se o James Bond, com a mesma beberagem, sofre a mesma coisa que eu no dia seguinte.
********
E o aniversário ainda teve Zeba, Foca, Arno, Felipe, Daniel, Luciana, Ferrugem, Rick, João Paulo. Teve carinho, teve amor, teve zelo, respeito e consideração. Assim é que a gente sabe o quanto é amada...
********
Na moral: "Perhaps, Perhaps, Perhaps", com o Cake, é a mais bacana e brega das músicas! Quiçás, quiçás, quiçás...
********
Eu, que sempre fui antiplayboys. Que sempre gostei dos tipos moderninhos, tatuados, com ar blasé. Eu, que torço o focinho para som de carro estrondando, que adoro música baixa, para poder falar e ouvir sem ter que berrar. Que adoro ter a inteligência desafiada. Eu, logo eu, fui acabar com o campeão conquistense de "racha", na mais estereotipada versão!
Por que eu faço essas coisas comigo? Será que o próximo é o campeão grapiúna de jiu jitsu, com as orelhas deformadas, parecendo couve flor?
********
O telefone estava ali. Free call, e eu sabia exatamente onde encontrá-lo. Sabia que ele estava acordado àquela hora tardia. Sabia que entre nós haveria apenas um punhado de fibra ótica, uma saudade enorme, uma certa frustração. E porque não liguei? Ó, idiota perguntante, porque não ligaste para o seu objeto de paixão?
Porque eu estava insegura até a medula, sem saber se era uma boa idéia ou não discar aqueles 13 digitos que me separavam dele. Acabei num exercício de abstração, para aquietar o coração e deixar que o tempo resolva as coisas à sua maneira.
********
A Desavisada contando da neta:
— Alguém inventou a roda. Bibi ontem inventou a tesoura!
********
E o aniversário ainda teve Zeba, Foca, Arno, Felipe, Daniel, Luciana, Ferrugem, Rick, João Paulo. Teve carinho, teve amor, teve zelo, respeito e consideração. Assim é que a gente sabe o quanto é amada...
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Na moral: "Perhaps, Perhaps, Perhaps", com o Cake, é a mais bacana e brega das músicas! Quiçás, quiçás, quiçás...
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Eu, que sempre fui antiplayboys. Que sempre gostei dos tipos moderninhos, tatuados, com ar blasé. Eu, que torço o focinho para som de carro estrondando, que adoro música baixa, para poder falar e ouvir sem ter que berrar. Que adoro ter a inteligência desafiada. Eu, logo eu, fui acabar com o campeão conquistense de "racha", na mais estereotipada versão!
Por que eu faço essas coisas comigo? Será que o próximo é o campeão grapiúna de jiu jitsu, com as orelhas deformadas, parecendo couve flor?
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O telefone estava ali. Free call, e eu sabia exatamente onde encontrá-lo. Sabia que ele estava acordado àquela hora tardia. Sabia que entre nós haveria apenas um punhado de fibra ótica, uma saudade enorme, uma certa frustração. E porque não liguei? Ó, idiota perguntante, porque não ligaste para o seu objeto de paixão?
Porque eu estava insegura até a medula, sem saber se era uma boa idéia ou não discar aqueles 13 digitos que me separavam dele. Acabei num exercício de abstração, para aquietar o coração e deixar que o tempo resolva as coisas à sua maneira.
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A Desavisada contando da neta:
— Alguém inventou a roda. Bibi ontem inventou a tesoura!
segunda-feira, junho 16, 2003
Rosinha, Carol, minha Valentina, Márcio, Monka, Holden, Alexandre, Foca, Cris "Zé da Ema", Dani PG, Rê, Everalda, Bibia, Alice, Maria Alice e Reinhard, Iba, Dé... Sou tão mais feliz por causa de cada um de vocês... Sou tão melhor, tão mais forte, tão mais confiante. Sou tão mais afortunada, uma felizarda, abençoada porque cada um de vocês colocou uma pedrinha para formar o meu alicerce.
Obrigada por me ajudarem a fazer um dos mais prazerosos aniversários da minha vida!
********
Dois telefonemas insanos — de pessoas que eu JAMAIS imaginaria que tivessem meu aniversário anotado na agenda — me deram de presente um sorriso do tamanho do mundo. Não um sorriso qualquer: o meu sorriso, enorme, estampado na cara como bandeira de time de futebol. Duas pessoas que têm uma importância absurda na minha vida afetiva, duas surpresas que fizeram o coração fazer o caminho do esôfago até o palato.
Isso sim é ser feliz: dois homens que foram (passado?) absurdamente importantes na minha vida ainda me levarem em alta conta. Carinho e amor recíprocos são de um, tudo.
********
Novamente o telefone, desta vez um companheiro de caminhada, que mora na minha Pasárgada.
— Selma? Aqui é o Zé da Ema!
— NÃO ACREDITO!!! Hoje é meu aniversário...
— Eu sei, por isso estou ligando...
(...)
— Sabe qual foi o meu drink de antes do almoço? Aquela cachaça de São Bráz!
— Sério?!?! Mas... Como?
— Eu ganhei meio litro dela, naquele dia... Até pensei em dividir...
— Não dividiu nem a informação...
— Uh... o R. M. sabia...
— Pudera! Ele sempre foi o seu queridinho!
— ...
Como dizer que o meu queridinho sempre foi ele, e não o R. M.?
********
Obrigada por me ajudarem a fazer um dos mais prazerosos aniversários da minha vida!
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Dois telefonemas insanos — de pessoas que eu JAMAIS imaginaria que tivessem meu aniversário anotado na agenda — me deram de presente um sorriso do tamanho do mundo. Não um sorriso qualquer: o meu sorriso, enorme, estampado na cara como bandeira de time de futebol. Duas pessoas que têm uma importância absurda na minha vida afetiva, duas surpresas que fizeram o coração fazer o caminho do esôfago até o palato.
Isso sim é ser feliz: dois homens que foram (passado?) absurdamente importantes na minha vida ainda me levarem em alta conta. Carinho e amor recíprocos são de um, tudo.
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Novamente o telefone, desta vez um companheiro de caminhada, que mora na minha Pasárgada.
— Selma? Aqui é o Zé da Ema!
— NÃO ACREDITO!!! Hoje é meu aniversário...
— Eu sei, por isso estou ligando...
(...)
— Sabe qual foi o meu drink de antes do almoço? Aquela cachaça de São Bráz!
— Sério?!?! Mas... Como?
— Eu ganhei meio litro dela, naquele dia... Até pensei em dividir...
— Não dividiu nem a informação...
— Uh... o R. M. sabia...
— Pudera! Ele sempre foi o seu queridinho!
— ...
Como dizer que o meu queridinho sempre foi ele, e não o R. M.?
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AINDA É MEU ANIVERSÁRIO!!!
Evento natalício (MEU ANIVERSÁRIO! MEU ANIVERSÁRIO! MEU ANIVERSÁRIO!)
Parabéns, garota!
Passaste incólume (ma non troppo) pelo inferno astral. Sobreviveste ao inferno dos 30 dias, e tiveste o degredo mais divertido dos últimos 27 anos. Trilha este caminho de pedras vermelhas, tu escolhestes a cor, a forma e o conteúdo. Sozinha, ou com um bom GT, as pedrinhas brilhantes te prometem flores mais auspiciosas. Que seja doce, que seja doce, que seja doce!
domingo, junho 15, 2003
Falta pouco mais de uma hora, e eu já ganhei o primeiro presente: um email fofo, de alguém que não sabe que é o meu aniversário.
********
27 anos, e eu:
.nunca me casei, nem ninguém nunca fez planos de casar comigo
.não tenho filhos
.não tenho bens imóveis, tampouco móveis ou portáteis
.tenho um curriculum de gente de 30 e poucos anos
.sou uma imatura emocional
.torrei tudo o que ganhei em livros
.não tomo mais sol sem protetor solar
.não sei o que vou ser quando crescer
.saí da primeira série há 20 anos
.tinjo os cabelos só há três anos
.nunca cheirei cocaína
.nunca participei de um "racha"
.nunca saí do país
.não me formei
********
27 anos, e eu:
.nunca me casei, nem ninguém nunca fez planos de casar comigo
.não tenho filhos
.não tenho bens imóveis, tampouco móveis ou portáteis
.tenho um curriculum de gente de 30 e poucos anos
.sou uma imatura emocional
.torrei tudo o que ganhei em livros
.não tomo mais sol sem protetor solar
.não sei o que vou ser quando crescer
.saí da primeira série há 20 anos
.tinjo os cabelos só há três anos
.nunca cheirei cocaína
.nunca participei de um "racha"
.nunca saí do país
.não me formei
Na mesa do almoço
— Pai, o que você está limpando aí no chão?
— Não sei, é alguma coisa...
—... Desagradável aos olhos, né?
Mamãe:
— Dani, se você não gosta, não pergunta, nem fica olhando!
— Mãe, não tenho problemas com coisas nojentas! Eu cresci com a Algas!
Explicando: a minha irmã mencionava manteigas feitas de minhoca amassada, entre outras coisas bacanas. Como é que eu teria nojo de um papo mais escatológico?
— Pai, o que você está limpando aí no chão?
— Não sei, é alguma coisa...
—... Desagradável aos olhos, né?
Mamãe:
— Dani, se você não gosta, não pergunta, nem fica olhando!
— Mãe, não tenho problemas com coisas nojentas! Eu cresci com a Algas!
Explicando: a minha irmã mencionava manteigas feitas de minhoca amassada, entre outras coisas bacanas. Como é que eu teria nojo de um papo mais escatológico?
sábado, junho 14, 2003
Entusiasmo
— Bibia, o que você vai fazer no shopping?
— Tomar "gualana" e brincar no pula pula pula!
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Impressionante como sempre dou um jeito de me meter numa briga de futebol...
No Mercado Modelo, fui atras de uma camisa do Brasil para gravar as cabeças do programa, e acabei batendo boca com um vendedor torcedor do Cruzeiro. No Pelourinho, esperava o final das gravaçoes com os Filhos de Gandhy, e terminei com o meu sorriso irônico estampado na cara:
Ele: — ... tinha camisa do Vasco até no estadio da Copa do Japao. Vai ver se tinha camisa do Vitoria ou do Baêa...
Eu: — Vascaino usa a camisa do time no Japao porque la ninguém conhece, e fica mais dificil de passar vergonha...
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Ah, é porque eu apostei cerveja com uns caras do Bistrô em cima do resultado do bahia e Vitoria de amanha. Droga, devia ter apostado no Galo contra a Raposa, amanha!
********
sim, eu ADORO Kubanacan. Alias, ADORO as novelas do Carlos Lombardi. gosto dos dialogos rapidos, das sacadas, da maneira como ele transforma simbolos sexuais em atabalhoados personagens, e vice-versa. Ele é o autor que eu quero ser.
Meus compromissos sao marcados todos para depois de Kubanacan, e foi com prazer que passei uma boa hora comentando aspectos técnicos, roteiros, interpretaçoes e cenarios com o meu amigo geminiano, na ultima quinta.
Vida longa à Adriana Esteves, ao Vladimir Brichta, ao Bruno Garcia (ai, ai...), ao Lombardi, ao Wolf Maia. Para fazer uma trama dessas tem que ter estofo.
********
Sera que ele vai reconhecer todo o amor que imprimi nas palavras que escrevi para ele? Sera que ele vai reconhecer o esforço de duas horas para compor três paragrafos? Sera que ele vai sentir o gosto da saudade que sinto, da confusao que me enfiei? Sera que ele vai perceber que passei uma hora inteira para escrever a linha de subject? Sera que lembrou de mim como cançao de amor? Sera que ele vai perceber que estou negando que o quero, que acho essa relaçao impossivel, que nao pronuncio o seu nome nem para amigos mais intimos? Sera que ele pensou em mim quando ouviu aquela musica? Sera que ele teve tanta saudade de mim quanto senti dele?
— Bibia, o que você vai fazer no shopping?
— Tomar "gualana" e brincar no pula pula pula!
********
Impressionante como sempre dou um jeito de me meter numa briga de futebol...
No Mercado Modelo, fui atras de uma camisa do Brasil para gravar as cabeças do programa, e acabei batendo boca com um vendedor torcedor do Cruzeiro. No Pelourinho, esperava o final das gravaçoes com os Filhos de Gandhy, e terminei com o meu sorriso irônico estampado na cara:
Ele: — ... tinha camisa do Vasco até no estadio da Copa do Japao. Vai ver se tinha camisa do Vitoria ou do Baêa...
Eu: — Vascaino usa a camisa do time no Japao porque la ninguém conhece, e fica mais dificil de passar vergonha...
********
Ah, é porque eu apostei cerveja com uns caras do Bistrô em cima do resultado do bahia e Vitoria de amanha. Droga, devia ter apostado no Galo contra a Raposa, amanha!
********
sim, eu ADORO Kubanacan. Alias, ADORO as novelas do Carlos Lombardi. gosto dos dialogos rapidos, das sacadas, da maneira como ele transforma simbolos sexuais em atabalhoados personagens, e vice-versa. Ele é o autor que eu quero ser.
Meus compromissos sao marcados todos para depois de Kubanacan, e foi com prazer que passei uma boa hora comentando aspectos técnicos, roteiros, interpretaçoes e cenarios com o meu amigo geminiano, na ultima quinta.
Vida longa à Adriana Esteves, ao Vladimir Brichta, ao Bruno Garcia (ai, ai...), ao Lombardi, ao Wolf Maia. Para fazer uma trama dessas tem que ter estofo.
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Sera que ele vai reconhecer todo o amor que imprimi nas palavras que escrevi para ele? Sera que ele vai reconhecer o esforço de duas horas para compor três paragrafos? Sera que ele vai sentir o gosto da saudade que sinto, da confusao que me enfiei? Sera que ele vai perceber que passei uma hora inteira para escrever a linha de subject? Sera que lembrou de mim como cançao de amor? Sera que ele vai perceber que estou negando que o quero, que acho essa relaçao impossivel, que nao pronuncio o seu nome nem para amigos mais intimos? Sera que ele pensou em mim quando ouviu aquela musica? Sera que ele teve tanta saudade de mim quanto senti dele?
sexta-feira, junho 13, 2003
Final de inferno astral (produtivissimo!)
Raiva. Frustraçao. Inveja.
Sim, tenho sentimentos vis, e me orgulho de cada um deles. Tenho orgulho porque fazem parte de mim, porque nao sou perfeita, porque sou humana, porque me aceito como sou.
Trato cada um desses itens com carinho. Cansei de cultivar — em vao — somente os bons sentimentos, tentando me transformar numa super humana. Nao sou. Sou defeituosa, e faltando 3 dias para o meu aniversario, constato que é um pouco tarde para tentar trocar na fabrica.
Essa postura da idiotinha em busca da elevaçao espiritual cansou. Quero, sim, retorno de energias ruins que me sao dirigidas. Quero, sim, que Fulano se exploda, que caia o pau de Sicrano, que tudo va pelos ares e que sobre somente eu, dançando como louca por cima dos escombros fumegantes.
Sou muito boa para dar conselhos... e so! Nao sigo minhas proprias diretrizes, desrespeito o MEU codigo de conduta, o meu manual do bem-viver. Esse joguinho de Polyanna, de ficar desculpando todo mundo que me ofende, encheu o saco! Se me sacaneou, nao é porque Marte estava num mau aspecto com Saturno, ou porque Plutao teve a rota alterada pelo Hubble: é porque é um bom filho da puta, mesmo! Por que eu sou escrota quando piso na bola, e os outros sao "desfavorecidos pelo astral"?
Vou deixar doer quando magoarem, vou xingar quando for ofendida, vou reagir quando for da minha conveniência. Em aproveitando os passos errados que dei no passado, vou meter as caras e continuar a fazer aquilo que acredito. Se é pra fazer merda, vamos fazer assumindo, e nao fazendo cara de coitadinha no final, de protagonista a figurante no proprio filme.
Raiva. Frustraçao. Inveja.
Sim, tenho sentimentos vis, e me orgulho de cada um deles. Tenho orgulho porque fazem parte de mim, porque nao sou perfeita, porque sou humana, porque me aceito como sou.
Trato cada um desses itens com carinho. Cansei de cultivar — em vao — somente os bons sentimentos, tentando me transformar numa super humana. Nao sou. Sou defeituosa, e faltando 3 dias para o meu aniversario, constato que é um pouco tarde para tentar trocar na fabrica.
Essa postura da idiotinha em busca da elevaçao espiritual cansou. Quero, sim, retorno de energias ruins que me sao dirigidas. Quero, sim, que Fulano se exploda, que caia o pau de Sicrano, que tudo va pelos ares e que sobre somente eu, dançando como louca por cima dos escombros fumegantes.
Sou muito boa para dar conselhos... e so! Nao sigo minhas proprias diretrizes, desrespeito o MEU codigo de conduta, o meu manual do bem-viver. Esse joguinho de Polyanna, de ficar desculpando todo mundo que me ofende, encheu o saco! Se me sacaneou, nao é porque Marte estava num mau aspecto com Saturno, ou porque Plutao teve a rota alterada pelo Hubble: é porque é um bom filho da puta, mesmo! Por que eu sou escrota quando piso na bola, e os outros sao "desfavorecidos pelo astral"?
Vou deixar doer quando magoarem, vou xingar quando for ofendida, vou reagir quando for da minha conveniência. Em aproveitando os passos errados que dei no passado, vou meter as caras e continuar a fazer aquilo que acredito. Se é pra fazer merda, vamos fazer assumindo, e nao fazendo cara de coitadinha no final, de protagonista a figurante no proprio filme.
quinta-feira, junho 12, 2003
O que essa moça escreve é sempre lindo. Mas o que ela escreveu hoje é de uma lucidez — e me identifico tanto...
o topo
Uma das dúvidas mais cruéis da minha vida é:
Quando se chega no topo, o que vem depois?
Saí de casa aos 20 anos, um ano depois de virar mulher, para viver sozinha, por minha própria conta e risco. Aquela mania de ser independente e abrir mão do carro do papai, piscina do prédio e da comidinha da mamãe e máquina de lavar e bolo de cenoura.
Só tinha um pensamento na minha cabeça: subir, subir, subir e chegar no topo.
Passei então a encarar sozinha o que eu chamo de projeto-mor da felicidade: meu trabalho. Sempre quis chegar num momento onde as minhas idéias seriam ouvidas, eu teria reconhecimento, eu seria procurada, eu seria lembrada como a filha da puta que criou aquela comunicação foda e que deu certo e trouxe resultados e que revolucionou e todo mundo babou de inveja e eu lá em cima do topo dando tchauzinho e desprezando qualquer outro designer infeliz que pudesse se imaginar melhor que eu.
Fiz um bons trabalhos, tive ótimas idéias, trabalhei cinco anos feito camela, muitos tapas na cara, muitos esnobes, muitas noites sem sono e muitas transas que deixei de fazer por causa do meu envolvimento com o trabalho e com a perfeição de tudo o que eu conseguisse criar. Revolucionei, vi resultados, bateram palmas pra mim e lá estava eu sendo requisitada para projetos cada vez mais importantes, como nunca tinha sido antes. Depois de tudo isso, cheguei a conclusão que havia chegado no topo. Não o topo de um Everest, mas o topo que deveria estar neste momento, com a minha idade, com a minha experiência. O topinho-baby do topo-papis.
Acontece que chega um momento depois das medalhas e taças, que é o momento pra reciclar, renovar, repensar... e eu não tive esse momento. Começa dia, termina dia e eu aqui, nessa mesa infame, queimando calorias cerebrais, com os olhos esbugalhados, uma pac-girl engolindo todos os projetos sem mastigar. E claro, um projeto indigesto se alojou no meu estômago e toda vez que eu abro a boca ele diz: vá pra casa, suas idéias acabaram, você não tem mais criatividade! Você vai ter que me englolir!
Agora, quase meia-noite, véspera do dia dos namorados, estou sozinha na mesa (convertida em playcenter) de trabalho, e o barulho do ar-condicionado, pedi um disk-hamburguer-e-coca que já comi e estou tentando encontrar uma lâmpada mágica com um gênio que vai atender ao meu desejo e me dar idéias geniais e vou fazer um lance maravilhoso e amanhã às nove horas da manhã quando todos os chefes e clientes chegarem, eu terei o belíssimo trabalho prontinho pousado sobre suas mesas.
E depois disso, eu às nove e meia, exausta e com o cérebro latejante e palpitações e mãos pegajosas e testa enrugada de tanto pensar, rastejando para o taxi na próxima esquina, rumo ao meu lar-doce-lar para dormir por centenas de horas, perdendo o dia dos namorados e lamentando não ter o namorado nesse dia nem nos próximos. E dormir com a sensação de ter esquecido a minha suposta vida pessoal em algum lugar por aí... Mas feliz pois apesar de tudo, o meu trabalho vai estar maravilhoso e no dia seguinte, a sexta-feira 13, vão me dar tapinha nas costas pelo grande feito da semana e vão me desejar um maravilhoso fim-de-semana, mesmo eu sabendo que na segunda-feira tudo vai se repetir, que a cada semana eu envelheço mais cinco anos.
Por que não fui escolher outra profissão, oh my god???
Sei lá, qualquer coisa, dentista, bailarina, garçonete, esposa, professora...
********
E depois de uma meia duzia de telefonemas da empresa pra qual prestei serviço no último mes, fica mais facil de perguntar: já que a vida profissional redundou nessa bosta, QUE MERDA FOI QUE EU FIZ DA MINHA VIDA PESSOAL?
********
Vou vomitar minha frustraçao profissional ali e volto. E nem passe perto: nao vou desviar se respingar em voce!
o topo
Uma das dúvidas mais cruéis da minha vida é:
Quando se chega no topo, o que vem depois?
Saí de casa aos 20 anos, um ano depois de virar mulher, para viver sozinha, por minha própria conta e risco. Aquela mania de ser independente e abrir mão do carro do papai, piscina do prédio e da comidinha da mamãe e máquina de lavar e bolo de cenoura.
Só tinha um pensamento na minha cabeça: subir, subir, subir e chegar no topo.
Passei então a encarar sozinha o que eu chamo de projeto-mor da felicidade: meu trabalho. Sempre quis chegar num momento onde as minhas idéias seriam ouvidas, eu teria reconhecimento, eu seria procurada, eu seria lembrada como a filha da puta que criou aquela comunicação foda e que deu certo e trouxe resultados e que revolucionou e todo mundo babou de inveja e eu lá em cima do topo dando tchauzinho e desprezando qualquer outro designer infeliz que pudesse se imaginar melhor que eu.
Fiz um bons trabalhos, tive ótimas idéias, trabalhei cinco anos feito camela, muitos tapas na cara, muitos esnobes, muitas noites sem sono e muitas transas que deixei de fazer por causa do meu envolvimento com o trabalho e com a perfeição de tudo o que eu conseguisse criar. Revolucionei, vi resultados, bateram palmas pra mim e lá estava eu sendo requisitada para projetos cada vez mais importantes, como nunca tinha sido antes. Depois de tudo isso, cheguei a conclusão que havia chegado no topo. Não o topo de um Everest, mas o topo que deveria estar neste momento, com a minha idade, com a minha experiência. O topinho-baby do topo-papis.
Acontece que chega um momento depois das medalhas e taças, que é o momento pra reciclar, renovar, repensar... e eu não tive esse momento. Começa dia, termina dia e eu aqui, nessa mesa infame, queimando calorias cerebrais, com os olhos esbugalhados, uma pac-girl engolindo todos os projetos sem mastigar. E claro, um projeto indigesto se alojou no meu estômago e toda vez que eu abro a boca ele diz: vá pra casa, suas idéias acabaram, você não tem mais criatividade! Você vai ter que me englolir!
Agora, quase meia-noite, véspera do dia dos namorados, estou sozinha na mesa (convertida em playcenter) de trabalho, e o barulho do ar-condicionado, pedi um disk-hamburguer-e-coca que já comi e estou tentando encontrar uma lâmpada mágica com um gênio que vai atender ao meu desejo e me dar idéias geniais e vou fazer um lance maravilhoso e amanhã às nove horas da manhã quando todos os chefes e clientes chegarem, eu terei o belíssimo trabalho prontinho pousado sobre suas mesas.
E depois disso, eu às nove e meia, exausta e com o cérebro latejante e palpitações e mãos pegajosas e testa enrugada de tanto pensar, rastejando para o taxi na próxima esquina, rumo ao meu lar-doce-lar para dormir por centenas de horas, perdendo o dia dos namorados e lamentando não ter o namorado nesse dia nem nos próximos. E dormir com a sensação de ter esquecido a minha suposta vida pessoal em algum lugar por aí... Mas feliz pois apesar de tudo, o meu trabalho vai estar maravilhoso e no dia seguinte, a sexta-feira 13, vão me dar tapinha nas costas pelo grande feito da semana e vão me desejar um maravilhoso fim-de-semana, mesmo eu sabendo que na segunda-feira tudo vai se repetir, que a cada semana eu envelheço mais cinco anos.
Por que não fui escolher outra profissão, oh my god???
Sei lá, qualquer coisa, dentista, bailarina, garçonete, esposa, professora...
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E depois de uma meia duzia de telefonemas da empresa pra qual prestei serviço no último mes, fica mais facil de perguntar: já que a vida profissional redundou nessa bosta, QUE MERDA FOI QUE EU FIZ DA MINHA VIDA PESSOAL?
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Vou vomitar minha frustraçao profissional ali e volto. E nem passe perto: nao vou desviar se respingar em voce!
Abstraiamos este dia inglorio! Esqueçamos todas as cançoes ridiculas de amor, a enorme quantidade de coraçoes pendurados pela cidade. Ignoremos todos os casais que arrulham como pombos pelas ruas. Morram, oh, filhos das trevas!
Sem nenhum rancor desta que passa mais um ano fazendo freelancer emocional no dia dos Namorados.
********
Fiz, fiz, até que consegui uma alergia à tonelada de chocolate que consumi ontem. Dei de presente para mim mesma uma quantidade obscena de açucar. Presente de namorados, autoflagelo, satisfaçao instantanea, escolha!
Se hoje for uma copia de ontem, domingo ja atingi a obesidade morbida. Ja imaginou uma paquiderme toda cheia de bolinhas de alergia? Que fofura!
********
Hoje nao ouço nenhuma musiquinha melosa! Vou me dedicar aos "United States of Whatever", "Hino do Fluminense", aos meus 40 episodios de "Jackass", aos desenhos da "Pantera Cor-de-Rosa"... Ops, a Pantera nao, a Pantera nao...
********
Musicas terminantemente proibidas:
.Kiss the rain, da Billie Myers (sei que você tem horror a ela, Carol, mas essa m?sica...)
.Come together, Beatles (eu corro, corro e nao escapo)
.Only you, do Portishead (alias, NENHUMA do Portishead)
.Enredo do meu samba, Sandra de S? (forbidden love)
.All Star, Eller
********
Wish lit: 2? parte
.um greyhound
.uma Revo Styler
.uma bolsa de estudos para o Alaska (juro!)
.uma tatuagem (ou duas)
.um piercing (ou dois)
.uma tarde de compras na Adidas Store
.uma DVPro
.uma semana no EcoResort Praia do Forte (so nele!)
.uma aliança na mao esquerda com o nome do Bonitinho e Nada Ordinario
.um curso de pilotagem de aviao
.uma gaita
.uma moto (nem me venha com as CGs!)
.um curso de francês (e/ou alemao)
.um assinatura da TPM, da VIP, da Turma da Monica e da Turma Disney
.um curso de cinegrafista
.uma bolsa para a faculdade de publicidade ou para cinema
.uma soluçao para as minhas janelas pop up do novo template
.um chopp com a minha irma de alma em Sao Paulo (puts, ela e mais uma galera de pessoas queridas!)
.um emprego que me pague muito bem e que me faça viajar duas (ou quatro) vezes por mês
.ingressos para os shows do American Hi-Fi, Jimmy Eat World, 30 Seconds to Mars, Aliados 13
.um curso de tai chi chuan
.uma festa com a velha guarda do samba partido alto (samba de breque serve)
.um jantar com o meu companheiro de floresta
.o Chico Buarque. Sim, ele mesmo!
.ir pra Chapada acompanhada
.um curso de roteiro com o Lauro Cesar Muniz (ou o Carlos Lombardi)
.uma consulta com um vidente bala
.um convite pra fazer um document?rio em qualquer lugar ex?tico do mundo
.um computador mega turbinado, com Velox, ou acesso via radio
.TV a cabo ou por assinatura com pacote m?ximo
.todos os livros do Stephen King (mas eu posso esperar por varios aniversarios até completar a coleçao)
********
— Lady Marmelade! Te flagrei ouvindo Portishead!
— Nao se preocupe! Estou imunizada contra dias dos Namorados!
Sem nenhum rancor desta que passa mais um ano fazendo freelancer emocional no dia dos Namorados.
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Fiz, fiz, até que consegui uma alergia à tonelada de chocolate que consumi ontem. Dei de presente para mim mesma uma quantidade obscena de açucar. Presente de namorados, autoflagelo, satisfaçao instantanea, escolha!
Se hoje for uma copia de ontem, domingo ja atingi a obesidade morbida. Ja imaginou uma paquiderme toda cheia de bolinhas de alergia? Que fofura!
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Hoje nao ouço nenhuma musiquinha melosa! Vou me dedicar aos "United States of Whatever", "Hino do Fluminense", aos meus 40 episodios de "Jackass", aos desenhos da "Pantera Cor-de-Rosa"... Ops, a Pantera nao, a Pantera nao...
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Musicas terminantemente proibidas:
.Kiss the rain, da Billie Myers (sei que você tem horror a ela, Carol, mas essa m?sica...)
.Come together, Beatles (eu corro, corro e nao escapo)
.Only you, do Portishead (alias, NENHUMA do Portishead)
.Enredo do meu samba, Sandra de S? (forbidden love)
.All Star, Eller
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Wish lit: 2? parte
.um greyhound
.uma Revo Styler
.uma bolsa de estudos para o Alaska (juro!)
.uma tatuagem (ou duas)
.um piercing (ou dois)
.uma tarde de compras na Adidas Store
.uma DVPro
.uma semana no EcoResort Praia do Forte (so nele!)
.uma aliança na mao esquerda com o nome do Bonitinho e Nada Ordinario
.um curso de pilotagem de aviao
.uma gaita
.uma moto (nem me venha com as CGs!)
.um curso de francês (e/ou alemao)
.um assinatura da TPM, da VIP, da Turma da Monica e da Turma Disney
.um curso de cinegrafista
.uma bolsa para a faculdade de publicidade ou para cinema
.uma soluçao para as minhas janelas pop up do novo template
.um chopp com a minha irma de alma em Sao Paulo (puts, ela e mais uma galera de pessoas queridas!)
.um emprego que me pague muito bem e que me faça viajar duas (ou quatro) vezes por mês
.ingressos para os shows do American Hi-Fi, Jimmy Eat World, 30 Seconds to Mars, Aliados 13
.um curso de tai chi chuan
.uma festa com a velha guarda do samba partido alto (samba de breque serve)
.um jantar com o meu companheiro de floresta
.o Chico Buarque. Sim, ele mesmo!
.ir pra Chapada acompanhada
.um curso de roteiro com o Lauro Cesar Muniz (ou o Carlos Lombardi)
.uma consulta com um vidente bala
.um convite pra fazer um document?rio em qualquer lugar ex?tico do mundo
.um computador mega turbinado, com Velox, ou acesso via radio
.TV a cabo ou por assinatura com pacote m?ximo
.todos os livros do Stephen King (mas eu posso esperar por varios aniversarios até completar a coleçao)
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— Lady Marmelade! Te flagrei ouvindo Portishead!
— Nao se preocupe! Estou imunizada contra dias dos Namorados!
quarta-feira, junho 11, 2003
Wish list (ou tudo o que eu queria ganhar de presente de aniversario)
.. Acha-se baratinho no Mercado Livre
.carteira de motorista
.livros, varios livros
.casacos
.meu frasco de Prozac
.uma tarde escolhendo roupas num brecho
.tintas para um quadro
.tarot do Deserto
.uma tele para a minha camera
.uma passagem para a Inglaterra
.vaaaaarias camisas de times europeus de futebol
.um notebook
.ta, eu fico feliz com um rocket book (ou um palm)
.um tabuleiro de War
.DVD Ruas de Fogo
.um celular novo (e a conta atrasada paga)
.passagem para Sao Paulo
.carinho já me deixaria bem feliz...
.. Acha-se baratinho no Mercado Livre
.carteira de motorista
.livros, varios livros
.casacos
.meu frasco de Prozac
.uma tarde escolhendo roupas num brecho
.tintas para um quadro
.tarot do Deserto
.uma tele para a minha camera
.uma passagem para a Inglaterra
.vaaaaarias camisas de times europeus de futebol
.um notebook
.ta, eu fico feliz com um rocket book (ou um palm)
.um tabuleiro de War
.DVD Ruas de Fogo
.um celular novo (e a conta atrasada paga)
.passagem para Sao Paulo
.carinho já me deixaria bem feliz...
Tenho medo de conseguir postar, e todos os acentos virarem interrogaçao. Acho que vou me mudar daqui... Mas a Ju se mudou e voltou pra casa antiga em três dias...
Tenho certeza de que a culpa é do Dia dos Namorados!
Tenho certeza de que a culpa é do Dia dos Namorados!
Num site de leilao
"Vendo Manual do conquistador de mulheres + Manual da Hipnose"
Eu fico imaginando se o segundo é parte integrante do primeiro e nao pode ser vendido separadamente...
********
Ecos do domingo
Ela: — Fulano (que nao vale o pao que o diabo amassou com o casco) melhorou muito!
Eu: — Morreu?!
********
SSA/LHR/SSA: R$ 4456,00
Sera que eles têm troco para cinco mil?
********
Com a Algas dirigindo, descobri: sou irma de uma caminhoneira!
********
Noite dessas...
... cheguei em casa e o pega-ladrao estava passado na porta. La vem a Mabs, recém-acordada, abanando o rabo. Enfio o braço pelo vao da porta, acendo a luz, faço carinho nela.
— Mabs, vai chamar alguém! Vai, Mabs, vai acordar alguém!
La vai a cadela sonada de volta pro quarto. "Aposto que a maré-mansa voltou pra cama"!
La vem Mabel, novamente abanando o rabo... e Miriam Lane, com o bom humor que lhe é peculiar!
— Essa cachorra desavisada subiu na cama e ficou me cutucando até eu acordar e levantar da cama!
Revi meus conceitos em relaçao à Mabs...
********
Quero que todos os casais de namorados morram! Para alguns eu recomendo uma morte mais... uh... trabalhada?
"Vendo Manual do conquistador de mulheres + Manual da Hipnose"
Eu fico imaginando se o segundo é parte integrante do primeiro e nao pode ser vendido separadamente...
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Ecos do domingo
Ela: — Fulano (que nao vale o pao que o diabo amassou com o casco) melhorou muito!
Eu: — Morreu?!
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SSA/LHR/SSA: R$ 4456,00
Sera que eles têm troco para cinco mil?
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Com a Algas dirigindo, descobri: sou irma de uma caminhoneira!
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Noite dessas...
... cheguei em casa e o pega-ladrao estava passado na porta. La vem a Mabs, recém-acordada, abanando o rabo. Enfio o braço pelo vao da porta, acendo a luz, faço carinho nela.
— Mabs, vai chamar alguém! Vai, Mabs, vai acordar alguém!
La vai a cadela sonada de volta pro quarto. "Aposto que a maré-mansa voltou pra cama"!
La vem Mabel, novamente abanando o rabo... e Miriam Lane, com o bom humor que lhe é peculiar!
— Essa cachorra desavisada subiu na cama e ficou me cutucando até eu acordar e levantar da cama!
Revi meus conceitos em relaçao à Mabs...
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Quero que todos os casais de namorados morram! Para alguns eu recomendo uma morte mais... uh... trabalhada?
terça-feira, junho 10, 2003
Da série "Menina Antenada"
Ha coisinha de um mês (ja?), eu vinha no carro com um homem a quem admiro estupidamente, ouvindo um cd gravado por ele. O cd era no melhor estilo Daniela: banzé no velho oeste total, com todos os ritmos ja lançados mandando sua colaboraçao. Depois de ouvir Boi de Haxixe, que fazia um tempao que eu nao escutava — e que sempre fez parte das "3 mais" do segundo cd do Zeca Baleiro —, começou a tocar "Enredo do meu samba", musica que amo, que povoa minha fortuna infantil. Oooooobvio que eu nao cantarolei outra coisa no ultimo mês, e qual a minha surpresa quando vejo que ela esta voltando a ser hit! Mais um ponto para essa menina de visao!
********
"Enredo do meu samba" foi tema de uma novela chamada Partido Alto, exibida pela globo em 1984. Memoria violenta e inutil, né?
********
O mar estava cinzaverdeazul, e a traineira ignorava as ondas para poder chegar. Mar de ressaca nos da esses presentes, às vezes...
Ha coisinha de um mês (ja?), eu vinha no carro com um homem a quem admiro estupidamente, ouvindo um cd gravado por ele. O cd era no melhor estilo Daniela: banzé no velho oeste total, com todos os ritmos ja lançados mandando sua colaboraçao. Depois de ouvir Boi de Haxixe, que fazia um tempao que eu nao escutava — e que sempre fez parte das "3 mais" do segundo cd do Zeca Baleiro —, começou a tocar "Enredo do meu samba", musica que amo, que povoa minha fortuna infantil. Oooooobvio que eu nao cantarolei outra coisa no ultimo mês, e qual a minha surpresa quando vejo que ela esta voltando a ser hit! Mais um ponto para essa menina de visao!
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"Enredo do meu samba" foi tema de uma novela chamada Partido Alto, exibida pela globo em 1984. Memoria violenta e inutil, né?
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O mar estava cinzaverdeazul, e a traineira ignorava as ondas para poder chegar. Mar de ressaca nos da esses presentes, às vezes...
segunda-feira, junho 09, 2003
Uma das mais lindas maneiras de se distribuir amor é cozinhando. Você pega um punhado cru, feio, seco, e transforma num bom motivo para estar juntos, num pretexto para celebrar.
Ele, além de especial, além de doce, de sensivel, além disso tudo, ainda cozinha. Mas nao é um cozinhar qualquer. E um cozinhar com amor. Nao um amor qualquer: muito amor.
Cada garfada na pasta ao pesto deixava evidente o carinho com que foi feito. Festa para o paladar, festa para os olhos, que foram presenteados com as cores fortes e os tons pastéis de uma salada, explodindo nos seus vermelhos, verdes e amarelos.
Domingo que nasceu cinzento, dia cujo azul do céu se rendeu e veio comemorar conosco. Tarde que pôs a ressaca a nocaute, que elevou a alma, que fez rir, que agregou. Domingo que terminou com açucar e mais afeto: torta que prometia um conforto para as papilas, e que nos presenteou com um sabor levemente acre. Boa surpresa para a lingua, que esperava a suavidade do chocolate, sem nunca imaginar que o azedinho do limao pudesse estar por perto.
Sabores dispares que formavam combinaçoes surpreendentes, e acredite: nao estou so falando da torta de limao com chocolate. Estou falando de gente, de pessoas de fés, cidades e profissoes diferentes entre si, mas que funcionam como uma boa receita: junte todos os ingredientes, misture delicadamente, va para o canto da sala e aguarde. O resultado é o que se viu ontem: uma massa de gente feliz, crescendo. Como uma boa massa de pao.
********
Tarot na casa da minha Valkiria Ruiva. Escolhas, decisoes, e as cartas voaram ao vento, levando junto meu calor, meu endereço. Noite de mulheres fortes, de mulheres sensiveis, de volta pra casa em 80 minutos. Jogo anotado, porque algo no sistema elétrico-emocional da minha "biomachine" entrou em curto: nao me lembro de uma virgula do que foi dito de especifico.
Voltei pra casa flanando, livre do peso que me ia nas costas. Carregada pelo vento frio, braços dados com a delicia, ombros desnudos, e nao é que essa temperatura amena esta uma delicia? Cinco minutos de caminhada, e o dia foi passado em revista, ja com uma ponta de saudades. A conversa no corredor do prédio, com as risadas multiplicadas por dez pelo eco das paredes; o vinho tomado na mesma taça, partilha de amor; o clip da receita na televisao; "you can dance, you can jive, having the time of your life". Having our time.
Onibus, casa, welcome to the jungle, baby. Se nem tudo pode ser perfeito, deixei que voltar para a "casa dos outros" fosse o anticlimax do dia. E mesmo assim resolvi na me deixar abater: inspirada pela cozinha amorosa dele, me presenteei com o melhor creme de feijao que posso ter feito um dia. Feijoes, que ativam o nosso centro das vontades. Feijoes, que me devolveram os sonhos bons de um dia real.
********
Hora de colocar a vida em ordem. Hora de passar o defrag no HD pessoal, recolocar as pessoas em seus devidos clusters. Cada macaco no seu galho, para acabar com o lirismo hi-tech. Chega de energias conflitantes, de pessoas que nos vampirizam, de pessoas que querem que Daniela se exploda pra poder comer churrasco de palhaça.
Chega! Pessoas queridas, vamos fazendo fila para a distribuiçao pelos grupos. Para o grupo de amigos, fila da direita. Para o grupo de familia, nao peguem fila: façam um bolinho de pessoas ai no canto que a gente ja conversa. Contatos profissionais, caminhem em linha reta até a beira do precipicio. Nao, so parem de caminhar quando eu mandar.
— Ainda estao me ouviiiiiindo?
— Hein??????
— Parem agooooora!
— Heeiiiiiiiiiiiiiin...
Ploft.
Bom, eu avisei que podia parar...
********
Para o dono desse blog saborosissimo : ja deu tempo para passar a vida a limpo umas três vezes.
Volta, Herbert, volta! Seu texto é delicioso!
Ele, além de especial, além de doce, de sensivel, além disso tudo, ainda cozinha. Mas nao é um cozinhar qualquer. E um cozinhar com amor. Nao um amor qualquer: muito amor.
Cada garfada na pasta ao pesto deixava evidente o carinho com que foi feito. Festa para o paladar, festa para os olhos, que foram presenteados com as cores fortes e os tons pastéis de uma salada, explodindo nos seus vermelhos, verdes e amarelos.
Domingo que nasceu cinzento, dia cujo azul do céu se rendeu e veio comemorar conosco. Tarde que pôs a ressaca a nocaute, que elevou a alma, que fez rir, que agregou. Domingo que terminou com açucar e mais afeto: torta que prometia um conforto para as papilas, e que nos presenteou com um sabor levemente acre. Boa surpresa para a lingua, que esperava a suavidade do chocolate, sem nunca imaginar que o azedinho do limao pudesse estar por perto.
Sabores dispares que formavam combinaçoes surpreendentes, e acredite: nao estou so falando da torta de limao com chocolate. Estou falando de gente, de pessoas de fés, cidades e profissoes diferentes entre si, mas que funcionam como uma boa receita: junte todos os ingredientes, misture delicadamente, va para o canto da sala e aguarde. O resultado é o que se viu ontem: uma massa de gente feliz, crescendo. Como uma boa massa de pao.
********
Tarot na casa da minha Valkiria Ruiva. Escolhas, decisoes, e as cartas voaram ao vento, levando junto meu calor, meu endereço. Noite de mulheres fortes, de mulheres sensiveis, de volta pra casa em 80 minutos. Jogo anotado, porque algo no sistema elétrico-emocional da minha "biomachine" entrou em curto: nao me lembro de uma virgula do que foi dito de especifico.
Voltei pra casa flanando, livre do peso que me ia nas costas. Carregada pelo vento frio, braços dados com a delicia, ombros desnudos, e nao é que essa temperatura amena esta uma delicia? Cinco minutos de caminhada, e o dia foi passado em revista, ja com uma ponta de saudades. A conversa no corredor do prédio, com as risadas multiplicadas por dez pelo eco das paredes; o vinho tomado na mesma taça, partilha de amor; o clip da receita na televisao; "you can dance, you can jive, having the time of your life". Having our time.
Onibus, casa, welcome to the jungle, baby. Se nem tudo pode ser perfeito, deixei que voltar para a "casa dos outros" fosse o anticlimax do dia. E mesmo assim resolvi na me deixar abater: inspirada pela cozinha amorosa dele, me presenteei com o melhor creme de feijao que posso ter feito um dia. Feijoes, que ativam o nosso centro das vontades. Feijoes, que me devolveram os sonhos bons de um dia real.
********
Hora de colocar a vida em ordem. Hora de passar o defrag no HD pessoal, recolocar as pessoas em seus devidos clusters. Cada macaco no seu galho, para acabar com o lirismo hi-tech. Chega de energias conflitantes, de pessoas que nos vampirizam, de pessoas que querem que Daniela se exploda pra poder comer churrasco de palhaça.
Chega! Pessoas queridas, vamos fazendo fila para a distribuiçao pelos grupos. Para o grupo de amigos, fila da direita. Para o grupo de familia, nao peguem fila: façam um bolinho de pessoas ai no canto que a gente ja conversa. Contatos profissionais, caminhem em linha reta até a beira do precipicio. Nao, so parem de caminhar quando eu mandar.
— Ainda estao me ouviiiiiindo?
— Hein??????
— Parem agooooora!
— Heeiiiiiiiiiiiiiin...
Ploft.
Bom, eu avisei que podia parar...
********
Para o dono desse blog saborosissimo : ja deu tempo para passar a vida a limpo umas três vezes.
Volta, Herbert, volta! Seu texto é delicioso!
domingo, junho 08, 2003
Que nota se dá para uma criatura que chega em casa às 4 da manhã, cantarolando que "Não entendi o enredo desse samba, amor. Já desfilei na passarela do seu coração", como se a felicidade tivesse sido inventada só pra ela?
********
Conclusões de botequim
(Por menos botequim que o programa de hoje fosse!)
Coloquei os dois na balança hoje. O terceiro e o quarto não: um não me serviria nem vivendo três vida; o outro... o outro... Bom, deixa pra lá.
Coloquei dois no paredão hoje. "Qual dos dois, Daniela"? Um segundo de hesitação, e a cultura venceu o dinheiro! Parece meio reducionista, mas a verdade é que nada substitui uma citação a Stanislaw Ponte Preta. Não anulo o primeiro pelo segundo, nem pelo terceiro, talvez pelo quarto. Mas o segundo, e sua sensibilidade, sua cumplicidade, seu savoir faire... Cachaças entornadas juntos, o chopp combinado, "Você é malandra?", "Come Together", a mesa escolhida...
Pronto, acabou o "Momento Hello Kitty".
********
"I think now, looking back..."
E não é que estávamos sempre próximos um do outro?
********
"Gastei a subvenção
Do amor que você me entregou
Passei pro segundo grupo
E com razão..."
Enredo do meu samba - Sandra de Sá
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Conclusões de botequim
(Por menos botequim que o programa de hoje fosse!)
Coloquei os dois na balança hoje. O terceiro e o quarto não: um não me serviria nem vivendo três vida; o outro... o outro... Bom, deixa pra lá.
Coloquei dois no paredão hoje. "Qual dos dois, Daniela"? Um segundo de hesitação, e a cultura venceu o dinheiro! Parece meio reducionista, mas a verdade é que nada substitui uma citação a Stanislaw Ponte Preta. Não anulo o primeiro pelo segundo, nem pelo terceiro, talvez pelo quarto. Mas o segundo, e sua sensibilidade, sua cumplicidade, seu savoir faire... Cachaças entornadas juntos, o chopp combinado, "Você é malandra?", "Come Together", a mesa escolhida...
Pronto, acabou o "Momento Hello Kitty".
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"I think now, looking back..."
E não é que estávamos sempre próximos um do outro?
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"Gastei a subvenção
Do amor que você me entregou
Passei pro segundo grupo
E com razão..."
Enredo do meu samba - Sandra de Sá
sábado, junho 07, 2003
O signo não é meu, mas...
Leia três vezes em voz alta.
"O passado não é infalível, tudo pode ser mudado, o passado inclusive. Todo mundo duvida disso, mas na verdade o passado, por ser uma memória, muda na mesma medida em que você lhe outorgue outro valor e significado."
Valei-me, Nossa Senhora das Produtoras Candidatas a Diretoras!
********
Do Quiroga, né?
********
Em tempo: é a previsão para o signo do Playmate da semana passada.
********
Em falando em horóscopo
Leio todos os dias as previsões para o Bonitinho e Nada Ordinário. O mesmo signo de um outro forte candidato a Mr. Right, cujas previsões eu consultava diariamente, também. Há quase um mês venho acompanhando as loucuras do céu para o meu companheiro de chopp, e EM MOMENTO ALGUM eu me lembrei que o outro é do mesmo signo.
Sinal do tempo... Que é senhor da razão!
Leia três vezes em voz alta.
"O passado não é infalível, tudo pode ser mudado, o passado inclusive. Todo mundo duvida disso, mas na verdade o passado, por ser uma memória, muda na mesma medida em que você lhe outorgue outro valor e significado."
Valei-me, Nossa Senhora das Produtoras Candidatas a Diretoras!
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Do Quiroga, né?
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Em tempo: é a previsão para o signo do Playmate da semana passada.
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Em falando em horóscopo
Leio todos os dias as previsões para o Bonitinho e Nada Ordinário. O mesmo signo de um outro forte candidato a Mr. Right, cujas previsões eu consultava diariamente, também. Há quase um mês venho acompanhando as loucuras do céu para o meu companheiro de chopp, e EM MOMENTO ALGUM eu me lembrei que o outro é do mesmo signo.
Sinal do tempo... Que é senhor da razão!
Numa outra dimensão
Viagem curta, dia ensolarado. Passa a Desavisada para me pegar, abastecemos o carro, e a notícia:
— Minha sogra vai pegar uma carona até lá! E você vai sentada na frente para co-pilotar!
— Nem que a vaca tussa em Si Bemol eu vou sentada na frente! Vou é pular pro banco de trás!
Depois da Desavisada enfiar o carro numa contramão, de não saber o número do apartamento da mãe do dito cujo, ela ainda me olhou com ar de súplica e resmungou:
— Quem vai acender os meus cigarros?
— Eu acendo aqui no banco de trás, fica fria.
E lá vem uma velhinha cheia de bolsas, sacolinhas, caminhando em direção do carro.
— É ela?
— Não é, não...
— Então estão te mandando a velhinha errada.
Não era a sogra, mesmo. Era a empregada da sogra, chegando com os pertences antes da passageira. Ela já ia descer.
Lá pelas tantas, vem uma senhora meio cambaia, com o sorriso rasgado até as orelhas. E era ela que a Desavisada queria que lagartixasse no banco traseiro do carro...
Ela chega mais perto, e Oh, não!, eu sei exatamente de onde a conheço! Ano passado dois amigos queridos, parceiros de trabalho, estavam dirigindo um filme para a campanha do dia das Mães e precisavam de uma velhinha com ar meio triste, que mudasse a expressão para um radiante sorriso no final. E não é que descolaram a Sogra da Desavisada?
Bem experiente, mas não avisaram que ela só sabia interpretar a segunda parte do VT, a da vovozinha feliz depois do presente. Duas horas depois — e 17 litros de suor derramado —, a paciência já estava no fim, e a única que ainda conseguia sorrir — na hora errada! — era a sogra.
— Dona Sogra, eu preciso que a senhora faça uma cara bem tristinha no início...
— Meu filho, a única coisa que eu sei é sorrrrrrriiiiiiirrrrrr! — e rasga os lábios até a orelha.
Diz a lenda que ela foi substituída logo depois desse último esgar de alegria.
***
No carro
Sentei no banco atrás dela, e pra Desavisada não resmungar, levei os celulares e os cigarros comigo. Tocou, atendo. Quer fumar, acendo.
A sogra:
— Eu demorei um pouco porque fui tentar fazer umas gotas de xixi... Estou com incontinência urinária, quero aguentar ir até lá...
Por via das dúvidas, fui de pés bem encolhidos até aquela bela cidade baiana.
********
Não sei quem pediu comida chinesa. Toca a campainha, não sei quem abre. Camisa do Brasil, cabelos meio revoltos, castanhos claros. Bonito esse entregador, né? Parece com...
— Oi, Dani...
— Bonitinho e Nada Ordinário, você???
— Eu queria ficar aqui... Peguei o primeiro emprego.
[corta para]
Estou encostada nos seus joelhos, e acima de mim, só o céu, os seus olhos e o peso de um amor não-confessado. Eu neguei, ele até tentou me convencer do contrário. Tempo curto. Mais um único dia, e a história que eu queria contar não seria tão triste.
Seu dedo percorre a curva dos meus lábios, e eu respiro fundo, coração martelando na garganta. É amor, amor na mais pura apresentação, versão redux.
Sim, foi um sonho. Mas estou sentindo até agora o traçado do indicador na minha boca...
Viagem curta, dia ensolarado. Passa a Desavisada para me pegar, abastecemos o carro, e a notícia:
— Minha sogra vai pegar uma carona até lá! E você vai sentada na frente para co-pilotar!
— Nem que a vaca tussa em Si Bemol eu vou sentada na frente! Vou é pular pro banco de trás!
Depois da Desavisada enfiar o carro numa contramão, de não saber o número do apartamento da mãe do dito cujo, ela ainda me olhou com ar de súplica e resmungou:
— Quem vai acender os meus cigarros?
— Eu acendo aqui no banco de trás, fica fria.
E lá vem uma velhinha cheia de bolsas, sacolinhas, caminhando em direção do carro.
— É ela?
— Não é, não...
— Então estão te mandando a velhinha errada.
Não era a sogra, mesmo. Era a empregada da sogra, chegando com os pertences antes da passageira. Ela já ia descer.
Lá pelas tantas, vem uma senhora meio cambaia, com o sorriso rasgado até as orelhas. E era ela que a Desavisada queria que lagartixasse no banco traseiro do carro...
Ela chega mais perto, e Oh, não!, eu sei exatamente de onde a conheço! Ano passado dois amigos queridos, parceiros de trabalho, estavam dirigindo um filme para a campanha do dia das Mães e precisavam de uma velhinha com ar meio triste, que mudasse a expressão para um radiante sorriso no final. E não é que descolaram a Sogra da Desavisada?
Bem experiente, mas não avisaram que ela só sabia interpretar a segunda parte do VT, a da vovozinha feliz depois do presente. Duas horas depois — e 17 litros de suor derramado —, a paciência já estava no fim, e a única que ainda conseguia sorrir — na hora errada! — era a sogra.
— Dona Sogra, eu preciso que a senhora faça uma cara bem tristinha no início...
— Meu filho, a única coisa que eu sei é sorrrrrrriiiiiiirrrrrr! — e rasga os lábios até a orelha.
Diz a lenda que ela foi substituída logo depois desse último esgar de alegria.
***
No carro
Sentei no banco atrás dela, e pra Desavisada não resmungar, levei os celulares e os cigarros comigo. Tocou, atendo. Quer fumar, acendo.
A sogra:
— Eu demorei um pouco porque fui tentar fazer umas gotas de xixi... Estou com incontinência urinária, quero aguentar ir até lá...
Por via das dúvidas, fui de pés bem encolhidos até aquela bela cidade baiana.
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Não sei quem pediu comida chinesa. Toca a campainha, não sei quem abre. Camisa do Brasil, cabelos meio revoltos, castanhos claros. Bonito esse entregador, né? Parece com...
— Oi, Dani...
— Bonitinho e Nada Ordinário, você???
— Eu queria ficar aqui... Peguei o primeiro emprego.
[corta para]
Estou encostada nos seus joelhos, e acima de mim, só o céu, os seus olhos e o peso de um amor não-confessado. Eu neguei, ele até tentou me convencer do contrário. Tempo curto. Mais um único dia, e a história que eu queria contar não seria tão triste.
Seu dedo percorre a curva dos meus lábios, e eu respiro fundo, coração martelando na garganta. É amor, amor na mais pura apresentação, versão redux.
Sim, foi um sonho. Mas estou sentindo até agora o traçado do indicador na minha boca...
sexta-feira, junho 06, 2003
Portishead
[que sempre me remete ao lúbrico]
"It's only you, who can tell me apart
And it's only you, who can turn my wooden heart"
Only you
********
Eu tinha umas coisinhas anotadas caprichosamente no bloco, prontinhas para serem contadas. Não hoje. Hoje quero dedicar meu pensamento à tarefa de decifrar o Mr. Only You. Estou relendo um email ainda sem resposta, coração na boca, sem saber a sua reação. Um turbilhão de coisas me atropela, e nomes e siglas laceram minha pele, espetam os meus lábios num beijo de Masoch.
Hoje vi um homem igual a ele. Puxei do livro do I ching sua foto, mostrei pro Zeba, comparamos juntos. Igual, na forma, no talhe, no estilo. Não há um motivo razoável no mundo para que eu goste dele. Nenhum. Nem o signo dele combina com o meu. Vendida por um cheiro de pele, vendida por um punhado de sardas germânicas, vendida por... Vendida.
[que sempre me remete ao lúbrico]
"It's only you, who can tell me apart
And it's only you, who can turn my wooden heart"
Only you
********
Eu tinha umas coisinhas anotadas caprichosamente no bloco, prontinhas para serem contadas. Não hoje. Hoje quero dedicar meu pensamento à tarefa de decifrar o Mr. Only You. Estou relendo um email ainda sem resposta, coração na boca, sem saber a sua reação. Um turbilhão de coisas me atropela, e nomes e siglas laceram minha pele, espetam os meus lábios num beijo de Masoch.
Hoje vi um homem igual a ele. Puxei do livro do I ching sua foto, mostrei pro Zeba, comparamos juntos. Igual, na forma, no talhe, no estilo. Não há um motivo razoável no mundo para que eu goste dele. Nenhum. Nem o signo dele combina com o meu. Vendida por um cheiro de pele, vendida por um punhado de sardas germânicas, vendida por... Vendida.
quinta-feira, junho 05, 2003
A vida estava muito tranquila sem ele. O ano que está acabando somente agora deu seu golpe de misericórdia.
Um envelopinho no canto direito inferior da tela indicava a chegada de uma mensagem.
— Humpf... JB online, AS.org, ou um outro spam qualquer...
Rá! Eu poderia viver mil e quinhentos anos, e jamais, jamais imaginaria que o nome desse que me arrancou tantas lágrimas estaria na linha de "remetente"!
O corpo da mensagem o deixava mais próximo de mim do que esteve nos últimos anos. Ele não muda, e olha que o julguei morto no meu íntimo. Como matar um grande amor, porém? Como calar aquela voz meio rouca? Como apagar a lembrança dos olhos cor de avelã derretida? Como esquecer...?
Tantas texturas e sabores e cheiros, e novamente me encontrei impregnada dele, do seu cheiro de madeira com tabaco, dos seus cabelos em ouro velho. 14, 15 linhas de mensagem, email banal, e estive novamente sentada no meio da rua com ele, noite escura, conversa que preencheria uma vida e meia.
Amor que me tirou do prumo, que me levou a cometer os atos mais insanos da minha biografia. Amor que derrubou no primeiro round, e ainda assim segui espectral por todos os outros assaltos. Amor cataléptico, que acordou por alguns minutos, para adormecer novamente. Sono mais tranquilo, agora. Ele dormindo, eu em vigília, mas ambos em paz.
********
A verdade vem da boca dos pais (e dói)
— Eu vou fazer cirurgia espiritual no joelho.
— Ei, eu queria operar os olhos espiritualmente!
— Boa idéia, Dani! Vou ver isso pra você!
— Eles podiam aproveitar e operar os meus joelhos, a coluna, o estômago...
— Dani, o espiritismo não é a favor de milagres...
Um envelopinho no canto direito inferior da tela indicava a chegada de uma mensagem.
— Humpf... JB online, AS.org, ou um outro spam qualquer...
Rá! Eu poderia viver mil e quinhentos anos, e jamais, jamais imaginaria que o nome desse que me arrancou tantas lágrimas estaria na linha de "remetente"!
O corpo da mensagem o deixava mais próximo de mim do que esteve nos últimos anos. Ele não muda, e olha que o julguei morto no meu íntimo. Como matar um grande amor, porém? Como calar aquela voz meio rouca? Como apagar a lembrança dos olhos cor de avelã derretida? Como esquecer...?
Tantas texturas e sabores e cheiros, e novamente me encontrei impregnada dele, do seu cheiro de madeira com tabaco, dos seus cabelos em ouro velho. 14, 15 linhas de mensagem, email banal, e estive novamente sentada no meio da rua com ele, noite escura, conversa que preencheria uma vida e meia.
Amor que me tirou do prumo, que me levou a cometer os atos mais insanos da minha biografia. Amor que derrubou no primeiro round, e ainda assim segui espectral por todos os outros assaltos. Amor cataléptico, que acordou por alguns minutos, para adormecer novamente. Sono mais tranquilo, agora. Ele dormindo, eu em vigília, mas ambos em paz.
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A verdade vem da boca dos pais (e dói)
— Eu vou fazer cirurgia espiritual no joelho.
— Ei, eu queria operar os olhos espiritualmente!
— Boa idéia, Dani! Vou ver isso pra você!
— Eles podiam aproveitar e operar os meus joelhos, a coluna, o estômago...
— Dani, o espiritismo não é a favor de milagres...
quarta-feira, junho 04, 2003
Eu nunca disse que ouço Carmina Burana quando estou com a cabeça a milhão, não é?
Dentro da química, aprendi que ácido + ácido = base + água. Aplico, então, a equação ao meu modus vivendi: quanto mais atormentada, mais forte deve ser o BG. E guardo Carl Orff para momentos de turbilhão absoluto. Como hoje.
Ele me escreveu. O meu desafeto ligou. Escrevi para o terceiro. Reencontrei o quarto pela internet. Vi o quinto passando no carro da empresa. As notícias não são das melhores, mas nada que me envolva. Ou não, como diria Gilberto Gil.
Não, Fiel Leitor, não enlouqueci de vez. Não de todo. As más notícias não resvalam em mim diretamente. Mas atingem uma pessoa a quem amo. Um amigo querido. Tenho certeza de que ele vai transmutar esse vodu em energia boa.
E a ópera continua no modo repeat, para apaziguar minha alma, para levar meus ânimos até a ebulição, para logo em seguida baixar sua temperatura abaixo do zero. Coração enfim pasteurizado.
********
Faço longas cartas pra alguém. E nunca as envio. Apertar o botão send tem sido custoso. Longas linhas rabiscada a troco de nada.
********
Acabei de apertar o send de uma longa carta. God gave me strenght... Thanx!
Dentro da química, aprendi que ácido + ácido = base + água. Aplico, então, a equação ao meu modus vivendi: quanto mais atormentada, mais forte deve ser o BG. E guardo Carl Orff para momentos de turbilhão absoluto. Como hoje.
Ele me escreveu. O meu desafeto ligou. Escrevi para o terceiro. Reencontrei o quarto pela internet. Vi o quinto passando no carro da empresa. As notícias não são das melhores, mas nada que me envolva. Ou não, como diria Gilberto Gil.
Não, Fiel Leitor, não enlouqueci de vez. Não de todo. As más notícias não resvalam em mim diretamente. Mas atingem uma pessoa a quem amo. Um amigo querido. Tenho certeza de que ele vai transmutar esse vodu em energia boa.
E a ópera continua no modo repeat, para apaziguar minha alma, para levar meus ânimos até a ebulição, para logo em seguida baixar sua temperatura abaixo do zero. Coração enfim pasteurizado.
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Faço longas cartas pra alguém. E nunca as envio. Apertar o botão send tem sido custoso. Longas linhas rabiscada a troco de nada.
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Acabei de apertar o send de uma longa carta. God gave me strenght... Thanx!
terça-feira, junho 03, 2003
segunda-feira, junho 02, 2003
Sistah, I luv'ya!
Cozinha. Miriam Lane passa por mim, balançando seu pé barulhento, resmungando:
— Assim é foda! Tentar parar de fumar no inferno astral é foda!
Corta para
Quarto da mamãe, novela das sete. Miriam Lane começa a me beliscar, e repete como mantra:
— Preciso de cigarro!
— Miriam Lane, se você não melhorar, eu vou injetar nicotina na sua veia! Você fica rebaixada da categoria de ser humano quando pára de fumar!
— Não grite comigo! Estou no meu inferno astral!
— EU TAMBÉM ESTOU!
Mais calminha, Miriam Lane pergunta em meia voz:
— Uh... as duas em inferno astral... Você está tentando parar de fumar também?
********
A mesma Miriam Lane tem dois sobrinhos, agora crescidinhos. Certa feita ela levou os meninos, com 3 e 7 anos na época, para passear de pedalinho. Lá pelo meio do lago, as pernas pediram arrego. Pedala que pedala, pedala que pedala, e ela pergunta candidamente para as crianças:
— Vocês já pensaram em voltar nadando?
Ela é quase um milagre da educação dos infantes...
********
Num coquetel
Um diretor a quem prezo muito, contando de uma conhecida atriz que encenou uma peça espírita. Fracasso de bilheteria encarnada, a platéia contava com três pagantes. Pagantes encarnados, como ela fez ver para o elenco, já que o resto dos lugares estava tomado por espíritos.
— E lá fora está um bafafá de desencarnados se engalfinhando na fila, querendo entrar!
Cozinha. Miriam Lane passa por mim, balançando seu pé barulhento, resmungando:
— Assim é foda! Tentar parar de fumar no inferno astral é foda!
Corta para
Quarto da mamãe, novela das sete. Miriam Lane começa a me beliscar, e repete como mantra:
— Preciso de cigarro!
— Miriam Lane, se você não melhorar, eu vou injetar nicotina na sua veia! Você fica rebaixada da categoria de ser humano quando pára de fumar!
— Não grite comigo! Estou no meu inferno astral!
— EU TAMBÉM ESTOU!
Mais calminha, Miriam Lane pergunta em meia voz:
— Uh... as duas em inferno astral... Você está tentando parar de fumar também?
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A mesma Miriam Lane tem dois sobrinhos, agora crescidinhos. Certa feita ela levou os meninos, com 3 e 7 anos na época, para passear de pedalinho. Lá pelo meio do lago, as pernas pediram arrego. Pedala que pedala, pedala que pedala, e ela pergunta candidamente para as crianças:
— Vocês já pensaram em voltar nadando?
Ela é quase um milagre da educação dos infantes...
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Num coquetel
Um diretor a quem prezo muito, contando de uma conhecida atriz que encenou uma peça espírita. Fracasso de bilheteria encarnada, a platéia contava com três pagantes. Pagantes encarnados, como ela fez ver para o elenco, já que o resto dos lugares estava tomado por espíritos.
— E lá fora está um bafafá de desencarnados se engalfinhando na fila, querendo entrar!
Bom CD esse "Il canto di malavita", as músicas tradicionais da Máfia Siciliana.
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Não sei o que o Cosmo quer quando manipula meu winamp e me coloca para ouvir aquele samba antigo, ou Pennylane, ou Only you, do Portishead. Acho que quer me enlouquecer. E eu vou, tô facinha...
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Sigo forrando de espinhos o lombo do dragão que me conduz. Jogo a manta por cima, encilho, mas eu e ele sabemos o que há entre nós. O sargaço dói nele, dói em mim. Sei que uma hora o meu dragão vai corcovear, e me atirar ao chão. Estou plantando isso. Porque insisto em me ferir, ou pior, dar as armas nas mãos alheias para que tenham como única alternativa me machucar? Por que estou pesquisando sobre um assunto que não me diz respeito?
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Não sei o que o Cosmo quer quando manipula meu winamp e me coloca para ouvir aquele samba antigo, ou Pennylane, ou Only you, do Portishead. Acho que quer me enlouquecer. E eu vou, tô facinha...
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Sigo forrando de espinhos o lombo do dragão que me conduz. Jogo a manta por cima, encilho, mas eu e ele sabemos o que há entre nós. O sargaço dói nele, dói em mim. Sei que uma hora o meu dragão vai corcovear, e me atirar ao chão. Estou plantando isso. Porque insisto em me ferir, ou pior, dar as armas nas mãos alheias para que tenham como única alternativa me machucar? Por que estou pesquisando sobre um assunto que não me diz respeito?
Eu tenho consciência de que tenho que viver umas três vidas mais para fazer jus a ele, para evoluir do ponto de vista físico quanto espiritual. Mas como, Senhor, como esquecer a maneira como escolhemos a mesa do restaurante, em meio às risadas e fachos de luz filtrada pelo jardim?
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O corpo tem necessidade de algo mais artístico do que as palavras, mas a minha capacidade é restrita ao batucar das teclas do computador. Desenhar o meu tarot? Montar o meu site novo? Fotografar?
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Só checando
Vocês já não viram essa novela antes?
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O corpo tem necessidade de algo mais artístico do que as palavras, mas a minha capacidade é restrita ao batucar das teclas do computador. Desenhar o meu tarot? Montar o meu site novo? Fotografar?
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Só checando
Vocês já não viram essa novela antes?
domingo, junho 01, 2003
Esse Bruno Garcia... Pai celestial, eu largava a minha insípida carreira, meu insosso (ma non troppo) curriculum, minha terra multicor, e tratava de seguir a trilha dele...
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Dada a largada! Dois dias de vadiagem, e estou voltando à ativa amanhã. Curto descanso, depois de um desgaste violento de mente, corpo e espírito. As coisas não serão mais simples agora, com a diferença de que quem manda nesse novo terreiro sou eu.
********
Santos e São Paulo. Nunca, nunca fui tão santista quanto hoje... Toca Baravento, toca Paulo Miklos!
********
Delícias
Inventar coisas pra fazer na rua, e ter o papai como cúmplice. Rodar a cidade atrás da diversão do domingo, acabar com um filme alugado, dois bons livros novos e a promessa do reembolso. Falar mal da vizinha na fila do supermercado, e ter a amiga/parente dela logo à frente. Perder 10 minutos na frente da locadora desfiando um rosário de possibilidades de distração dominical, antes de resolver entrar e alugar mesmo uma fita. Rodar pelas delicatessens atrás da coxinha ideal — e terminar comendo uma gelada, mesmo, mas com o catupiry celestial.
Achar um samba antigo na internet, que me foi lembrado por um sultão das matas num dia qualquer a caminho do Pelourinho. Receber um email cujo remetente me chama de gostosa. Continuar a ouvir o samba da Sandra de Sá, e lembrar da flecha de São Jorge. A indecisão: dormir, comer, ler, assistir ao Austin Powers? Saber que ele não é pro meu bico, e não ficar deprimida com isso. Antecipação do prazer de sacanear um sãopaulino ferrenho. É querer desejar "Força corithiana", e rir com isso. Virar casaca porque o coração manda.
Delícia é ter passado mais uma tormenta, é ser walker on the storm, é sair ilesa da briga. Delícia é apertar o send da mensagem que termina assim:
"... repetir o ritual sem você não teve a menor graça."
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Pois é, pois é... danihenning não teve o menor sucesso na hora de conectar no chat com o Bruno Garcia... E eu queria tanto saber qual a diferença entre o menino franzino, com o olhar levemente blasé, de "Dona Flor" — que decupei 318 vezes — e o homem deliciosamente insitgante que ele é...
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Uma enormidade de dados para alimentar meu banco de informações profissionais, e saco regulado entre o zero e o um para fazer isso.
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Dada a largada! Dois dias de vadiagem, e estou voltando à ativa amanhã. Curto descanso, depois de um desgaste violento de mente, corpo e espírito. As coisas não serão mais simples agora, com a diferença de que quem manda nesse novo terreiro sou eu.
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Santos e São Paulo. Nunca, nunca fui tão santista quanto hoje... Toca Baravento, toca Paulo Miklos!
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Delícias
Inventar coisas pra fazer na rua, e ter o papai como cúmplice. Rodar a cidade atrás da diversão do domingo, acabar com um filme alugado, dois bons livros novos e a promessa do reembolso. Falar mal da vizinha na fila do supermercado, e ter a amiga/parente dela logo à frente. Perder 10 minutos na frente da locadora desfiando um rosário de possibilidades de distração dominical, antes de resolver entrar e alugar mesmo uma fita. Rodar pelas delicatessens atrás da coxinha ideal — e terminar comendo uma gelada, mesmo, mas com o catupiry celestial.
Achar um samba antigo na internet, que me foi lembrado por um sultão das matas num dia qualquer a caminho do Pelourinho. Receber um email cujo remetente me chama de gostosa. Continuar a ouvir o samba da Sandra de Sá, e lembrar da flecha de São Jorge. A indecisão: dormir, comer, ler, assistir ao Austin Powers? Saber que ele não é pro meu bico, e não ficar deprimida com isso. Antecipação do prazer de sacanear um sãopaulino ferrenho. É querer desejar "Força corithiana", e rir com isso. Virar casaca porque o coração manda.
Delícia é ter passado mais uma tormenta, é ser walker on the storm, é sair ilesa da briga. Delícia é apertar o send da mensagem que termina assim:
"... repetir o ritual sem você não teve a menor graça."
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Pois é, pois é... danihenning não teve o menor sucesso na hora de conectar no chat com o Bruno Garcia... E eu queria tanto saber qual a diferença entre o menino franzino, com o olhar levemente blasé, de "Dona Flor" — que decupei 318 vezes — e o homem deliciosamente insitgante que ele é...
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Uma enormidade de dados para alimentar meu banco de informações profissionais, e saco regulado entre o zero e o um para fazer isso.
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