domingo, fevereiro 29, 2004

Johnny e Holden,

Na verdade, o ditado é "praga de puta Deus escuta", e eu normalmente uso para falar das pragas que eu rogo... Afinal de contas, TEM QUE HAVER algum motivo para este blog ser campeão das buscas de "putas de Itabuna"...

Talvez porque aquela bela cidade sul-baiana tenha poucos recursos de entretenimento, as pessoas achem que toda prática sexual é concedida mediante pagamento de cachê. Rá, pagamento de cachê torna mais honrada a profissão...

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Delay de vinte e quatro horas, o corpo não sabia que desde sexta feira estava num rollercoaster físico e emocional. Entre as cinco da manhã, que foi a hora que me estendi na cama com um dos meus quatro livros novos, e as nove e meia, que foi a hora em que o sonho ruim me acordou, finalmente paguei o preço da exaustão.

Todos os músculos doem. Como recomendação de bula de remédio, é bom que eu não opere maquinário pesado hoje — um mouse, por exemplo.

Mas absolutamente cada minuto compensou. Todas as variações de atividade foram perigosamente felizes. E eu, que não me lembrava como era ser feliz tão sem restrição. Eu, que não me lembrava como era cochilar com a cabeça tão bem acomodada em braços que pareciam feitos para mim. Que ainda acho estranho confiar de olhos tão fechados. Eu, que não sabia mais como era ser bem tratada, bem cuidada. Que não me lembrava como era dividir a compreensão muda, as decisões tácitas, que não sabia mais entender com os olhos o que só os olhos outros dizem. Eu, que não atinei, que até podia achar que alguma coisa está errada.

Mas não pode estar. Nada que seja tão bom pode ser errado. Não pode. Não é.

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O último que se meteu a me invejar está estudando a geografia do campo santo por baixo. Fique feliz comigo, mas não deseje para vocÊ JAMAIS. Eu te amaldiçoo a levar não só a minha felicidade, mas toda a dor que já tive. E nem nos pesadelos em que vocÊ acordou suando frio, tremendo e com o coração disparado, nem aí você conseguiu vislumbrar o que é dor realmente.

Mas quer experimentar? Sinta um grama de inveja de mim.

sábado, fevereiro 28, 2004

As coisas mais importantes eu jamais divido.

Tenho uma foto do Himalaia que, além de mim, uma única pessoa tem. Minha irmã de alma, companheira de folguedos de tempos outros. Ela tem.

Um trecho do Miguel Falabella, a quem eu notoriamente amo, e que é quase o meu mantra para todas as horas complicadas. Ninguém conhece.

E não vou dividir hoje com mais ninguém. Faz parte dos meus dias importantes, faz parte da minha fortuna conceitual, faz parte do que eu prezo e amo.

Não, a noite foi minha. E dele. Quem quiser que divague.

E nem adianta sentir inveja:

ESTOU

I N D E C E N T E M E N T E

FELIZ, MESMO, E PRAGA DE PUTA DEUS NÃO ESCUTA!

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Da Shaggatoscs Estúdios



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Agora que já fiz a coisa mais importante do dia, vou trabalhar um pouquinho...
A maldição do Prozac

Hoje até um carinho desajeitado do chimpanzé seria bom. Carinho outro, que não fosse do meu maço de Marlboro, das minhas próprias mãos que afagam os meus cabelos ticianescos, das pessoas guardadas — e amarelecendo — nas centenas de fotografias que amealhei ao longo dos anos.

Queria que tanto amor saísse do papel Kodak de volta para mim, que o silêncio que escuto agora fosse rompido pelas risadas da hora do instantâneo. Queria que as pessoas voltassem ao momento exato da foto, que todas elas pudessem se reunir num grande grupo. Pessoas de todos os tempos, livres do sépia característico do tempo em que estiveram longe de mim. Queria estar de volta àquela escadaria de igreja, num longínquo sul baiano. Queria sentir de novo o sabor do beijo, a textura da boca sobre a boca, o gosto da bala que me foi dada pouco antes de fazer uma pose mal humorada diante da minha câmera.

Acho que por isso gosto tanto de fotografia. As pessoas costumam trafegar com muita rapidez pela minha vida, entram e saem na velocidade do obturador. E somente com os pedaços de papel eu posso provar que um dia fiz parte de um todo, que um dia fui especial o suficiente para figurar nas minhas próprias fotografias. Um dia eu fui amada pelo que sou, estivesse em plena forma, ou estivesse completamente over weight — como agora —, e a imagem gravada está aí para não me deixar mentir.

Um dia eu fui NÓS, fossemos dois, fossemos dez. E é cíclico: volta e meia eu consigo conjugar os verbos na primeira pessoa do plural.

Sim, Leitor Fiel, às vezes eu sou feliz.

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TANGOLOMANGO HOJE!!
Puta que Pariu Futebol Clube!!

Esse é o meu horóscopo pra hoje, Guruweb.

Adendo 1: Só tem sentido depois de ler o post abaixo.

Adendo 2: Chegou por email pouco antes de eu começar a escrever o supracitado texto.

Tente perceber se seu jeito meio inconstante e sua tendência a esconder os sentimentos não estão decepcionando a pessoa que você gosta. Isso vale tanto para o namoro quanto para as conquistas afetivas. Os astros indicam que você estará retomando uma certa estabilidade interior e isso dará uma nova orientação aos seus objetivos e metas pessoais.

Prende mas não esculacha!
Meu sucesso na categoria frieza é relativo.

Nem me lembrava que nem mais a amiga ele tinha. Esqueci das minhas determinações auto impostas: não sorria, não ceda, não fale, não ouça; não me beije, não me toque, não me afague, eu não existo, tampouco você.

O pátio foi coberto em duas passadas. Nossas saudades um do outro não permitiram um caminhar mais lento: eram largos os passos, era imensa a falta que fizemos um ao outro. O abraço foi tão hermético que entre nós não cabia mais nada. Nem palavras.

Foi a volta à casa em 60 segundos. Quisera eu poder legar a todos os meus a felicidade pura que foi minha naquele espaço entre uma batida e outra do coração. Quisera eu ter a garantia de que uma vez mais na vida vou me sentir tão plena quanto fui naquele minuto, minuto em que os relógios se congelaram, e que nada mais havia, nada que não fosse ele. Nada que não fosse eu. Nada que não fosse nós.

Que saudade daquele cheiro, daqueles braços, daquela voz matreira, amiga, cúmplice! Quem sou eu, pequena, insignificante, para me punir desta maneira, para privar os meus sentidos desses estímulos? Quem sou eu para achar que eu vou viver sem e continuar completa?

Quando dei por mim, as resoluções de me manter à distância já estavam no chão, agonizantes; já tinha recebido um monte de beijos, beijos no pescoço, no rosto..., um carinho na mão. Já tinha sido crivada de perguntas, já tinha declarado a minha saudade enorme. Ele já tinha choramingado alguma coisa sobre ter sido abandonado, eu já tinha pedido desculpas aos céus, aos deuses, aos meus, desculpas por incorrer no eterno erro da prepotência.

A história é longa demais, bela demais, poderosa demais para ser aniquilada pelas minhas dúvidas existenciais. Cada dia mais eu descubro que sem algumas pessoas, eu estou pelo meio. Sou apenas um croqui da mulher intensa, completa, poderosa, que sou, quando os meus dois ou três pedaços estão comigo.

Voltei pra casa mais dona de mim. Hoje eu sou uma mulher de verdade.

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E antes que você se atreva a sentir inveja, esqueça!
ISSO NÃO PEGA EM MIM!


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E num paradoxo que vai causar o caos no meu microuniverso, descobrir que sim, preciso deles para estar inteira, me fez voltar ao estado mais confortável do meu comportamento: eu me basto a mim mesma. Não preciso contar para ninguém o que me dói, não tenho necessidade de confissões. Mantenho o sorriso ligeiramente histérico no rosto, esgar de alegria que os incautos decodificam como felicidade real.

Pode até ser. Mas só eu sei o que ainda raspa minha alma e deixa sensíveis as arestas, como dente latejando dentro da boca. Só eu sei da delícia de precisar, e da maravilha de não depender. Só eu sei o quanto é bela a minha ilha, ilha de uma mulher só.

Só eu sei o quanto é bom, e o quanto é ruim, ser Daniela Henning.

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Dia que começa estranho, com cara de segunda-feira tardia. Dia que começa com planos estranhos, planos de clarear/escurecer os cabelos, de viajar na próxima semana, de sumir por uns tempos, de reciclar. Dia que começa com algumas promessas a serem cumpridas.

Dia em que vou colocar as rodas no asfalto. Vou comprar meus pés de pato, achar minha máscara de mergulho e voltar a ser estrela do mar. Vou arrumar o armário — rá, farsante! Vou pra produtora. Vou ao cinema. Vou ouvir Portishead e Evanescense.

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O Tio Barnabé é um hippie fugido, né? E diz, diz olhando nos meus olhos, diz que aquele cachimbo não é uma marica!

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Amanhã tem Peu Meurray no Porto da Barra. Numa boa, genial é o mínimo para se dizer desse cara!

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É muito gostoso quando chegam no blog procurando direto pelo meu nome no search engine... Coisas da carência.

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Falando em carência... Além de dormir com abraçada na minha toalha de banho king size, duas manhãs atrás eu acordei agarrada num rolo de cromos que fiz em costa de Sauípe, ainda naquele trabalho bizarro de setembro. No rolo, fotos artísticas de costas de tocadores de tambor, fotos da espanholada, da equipe, autoretratos (com câmera de foco manual, é um puta desafio fazer autoretrato) e de cenas gravadas.

Será que o meu subcosnciente está querendo me avisar que fui feliz naquele tempo?

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No princípio era o Verbo. Aí Deus inventou a luz, e viu que era bom. No segundo dia, Deus criou as sombras. Pronto, estava criado o primeiro diretor de fotografia. Deus suspirou, viu que não tinha jeito, e criou o maquinista, o 1º e 2º assistentes de câmeras, o chefe elétrico.

No décimo terceiro dia — 13, hein? 13, notem bem! —, faltou comida no set, o elenco atrasou, a van com o equipamento ficou retida no aeroporto, e os motoristas não conseguiram montar uma única planilha de apanha sem furos. Para resolver tudo isso, Deus tinha duas saídas: explodir aquela porra e começar tudo de novo, dessa vez só com organismos unicelulares (daí vieram os modelos), ou inventar a solução.

Nasceu o primeiro produtor. Deus viu que era bom, e finalmente pode descansar em paz.

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Mau humor? Imagina! Eu não vou morrer produtora, mesmo...

Alguém me ajuda?

Onde porras eu posso pendurar um site for free?

A porra do HPG e a merda do Kit.Net não me aceitam mais!

Regra que vale para o bom viver:

NÃO SE MUDAM AS REGRAS COM O JOGO COMEÇADO!
Estou morrendo para comer chocolate...

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Quatro livros em quatro dias

Depois da enésima leitura de "As Brumas de Avalon", eu quase chorei no final da história.

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De um livro do Pedro Bloch:

Esperança é um pedaço da gente que tem certeza de que vai dar certo.

E meus olhos encheram de lágrimas.

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Que raios está havendo com o meu sistema de abastecimento de água? Por que estou com essa goteira nos dutos superiores? Será alguma pressão que está forçando a água a cair? Será que a falta de vazão anterior fez com que a água tivesse que forçar passagem por algum lugar? E por que não pelos ouvidos, ao invés de só e somente pelos olhos? Assim não ia caracterizar lágrima...

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Box do Superman engolido às pressas do meio pro fim da tarde. Vale lembrar que o final do filme 1 tem a mais linda cena de amor da história do cinema: o objeto voador não-identificado inverte a rotação da Terra para salvar sua amada mortal.

Fora isso... Bom, acho que estou mal acostumada demais com a edição rápida, nervosa, de video clip; cenas mais definidas, sequências mais curtas, explicações mais sintéticas. Fora que o produtor de moda de Krypton deve ser o Stevie Wonder...

Ainda faltam dois filmes e meio para terminar a saga e devolver o box para o dono. Vocês vão ver quando eu for a feliz proprietária do box do Indiana Jones, tá?

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Johnny, a sinuca ficou para quinta. Depois de um dia longo, em que vou fingir que trabalho — porque eu duvido que consiga começar a mexer no material da Fundação —, certamente vou precisar de uma partidinha de sinuca para esperar a sexta-feira.

E o legal é chegar antes de todo mundo no saloon... É difícil para a marmanjada engolir duas ou três meninas — uma branquela, uma morena e uma japonesa — abrindo a mesa de sinuca sem homem por perto. É um tal de o cara da mesa do lado querer ensinar a jogar...

Então estamos combinados? Você me liga no fim da tarde para checar se está tudo OK?

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Filmes que me arrependo de não ter visto

Fast and Furious
Copacabana
Um copo de cólera
Casamento grego
Austin Power: Goldmember
Himalaia
Sonhos
Zoolander
Os Excêntricos Tenembauns
Orgazmo

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A entrevista do Jô com o especialista em piolho foi exibida no dia do meu aniverário. Alguma analogia?

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Finalmente!

Vai sair a primeira página do Pedágio, que ainda vai mudar de endereço! Estou caminhando em direção ao Dreamweaver sem fim.

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From: Me
To: U know who




Leia nas entrelinhas!!!

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Daniélicas

Em 2005, o Carnaval começa em 03 de fevereiro.

Alguém tem noção que o dia 2 de fevereiro é dia de Yemanjá, e que não há um movimento civilizado nesta cidade por conta da parte profana da festa? E que no dia 1º de fevereiro, uma terça-feira, já deve ter n feijoadas pré-carnavalescas, pré Yemanja, pré-whatever? E que ninguém que more no circuito — carnavalesco — como eu — consegue sair de casa?

Ano que vem eu vou para a Ilha Quadrada, mesmo! Vou imprimir várias tabelas de pontinho, vou montar um cd com marchinhas de Carnaval que o Silvio Santos gravou — " a pipa do vovô não sobe mais..." — e vou gravar váaaarios DVDs com as novelas Olhos D'Água, Chispita e Carrossel,

Ih, eu vou me divertir tanto!

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Daniélicas ii

O vice presidente José de Alencar teve alta hospitalar hoje, quarta-feira de Cinzas.

No Rio tem um bloco chamado "Que é que eu vou dizer lá em casa?", montado pelos elementos que foram detidos durante o Carnaval. Na boa, ninguém me tira da cabeça que um senhor de cabelos brancos foi o folião mais animado desse bloco, hoje. E a imprensa nem mostrou, hein?

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Aceito sugestões para locais de viagem para o próximo Carnaval. Não pode ser atulhado de gente, tem que ter chuveiro quente, nada de galináceos por perto. Que seja friozinho, que tenha tabuleiros de xadrez para partidas descompromissadas, hectolitros de chá e café quentes, que seja possível voltar para o hotel/barraca de madrugada, e que tenha um inferninho local que não toque pagode. Forró roots e brega fashion pode.

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Resoluções de Ano Novo (alguém duvida que o ano só começa amanhã?)

.Entrar numa academia de dança. Dança de salão ou power yoga.
.Editar o material da Fundação duas semanas antes do deadline.
.Aprender a operar o equipamento de edição, falando nisso.
.Aprender, também, a trocar chassis de Arriflex. Daniela em busca do posto de 2ª assistente de câmera de cinema.
.Virar cinegrafista, aliás.
.Fechar as prestações de contas. Todas. Financeiras e as outras.

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Extra! Extra!

Foi suspensa a alta médica do vice presidente José de Alencar, marcada para hoje.

Rá, aposto que soltou a agulha de soro durante os pulinhos ao som de "O seu cabelo não nega, mulata"! Ou então se enroscou no colar de havaiana. A havaiana está com ele no leito hospitalar até agora.
Coisas estranhas

Eu passei o dia de ontem querendo assistir a um show do Reginaldo Rossi. E querendo comer mel.

Minha carência atingiu 7 pontos na escala Richter! Há dias venho dormindo abraçada também na minha gigantesca toalha de banho azul royal.

Quase chorei no capítulo de ontem do Big Brother.

Estou de saco cheio de ser uma. Tenho saudade de ser três. Ou quatro. Ou cinco.

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— Os tuaregues não são da Austrália?
— Não, pai, são do norte da África.
— Se eu repetir que eles são da Austrália, eles vão acabar se mudando para lá...


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Eu me pergunto, de quando em quando, se eu tenho esse poder todo que me atribuem. Estou cansada de ser forte. Falta-me ainda alguém que não me dê esporro quando eu preciso de carinho, alguém que deixe para ser minha consicência quando minhas lágrimas estiverem secas. Alguém que saiba que o meu emocional não funciona sob pressão, que entenda quando eu quero chorar e não levar bronca. Alguém que me machuque menos, que me faça mais afagos, que durma abraçado comigo, que espalhe os jornais na cama domingo de manhã. E que me traga, de quando em quando, para a realidade.

terça-feira, fevereiro 24, 2004

Xi, Edu, essa foto é publicidade enganosa... Basta ver a foto daí debaixo, na saída dos Mascarados... E tem outras aí do lado, você mesmo vai pode tirar as suas novas conclusões...

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Sinuca? Foi isso que eu ouvi? Sinuca na Pituba? A que horas? 4 da tarde? Negócio fechado!

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Amor, não foi dessa vez.

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Johnny,

Nem dói, bobo, pode puxar a vontade! Mas eu respondo nos comments para que a história tenha continuação, para que as pessoas não tenham que ficar procurando qual comment foi respondido... Mesmo porque eu eventualmente descubro comments em posts antigos, e fica mais fácil de quem escreveu ter a resposta. Não é descaso, desleixo, não, como também não acho que tenha sido o da pessoa que você falou...

Fugitiva,

Fiz, sim, no dia 11 de dezembro. Fiz um Olho de Thundera no ombro direito, na parte de trás, e que deve ter uns 15 centimetros de diâmetro. Linda que dói! O que aconteceu foi que atualizei a foto do blog pelo editor de html, mas esqueci de atualizar também o número de tatuagens... E gostei muito, mas muito mesmo, do que você escreveu no Por quem e Nossa História, no seu blog!

Edu,

Eu precisava mexer de novo nessa foto de abertura do blog. Está muito chinfrim o trabalho nela, tenho trabalhos realmente muito melhores com Photoshop! Falta saco para abrir o programa e fazer alguma coisa que realmente preste com a matriz da foto...

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Volta e meia me lembro dele, do seu auxílio luxuoso na tatuagem do dragão, com o BG do Zakk Wylde nos ouvidos e aqueles olhos azuis sobre a minha pele. E hoje, num golpe de sorte, dei com a sua foto no jornal. E tive saudade daquela tarde morna de agosto, quando fomos três contra o mundo, quando tive engastada na pele a coragem do dragão.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Daniela na Ilha Quadrada

Se alguém disser que me viu no bloco Os Mascarados...é verdade!!!



— Luciano, você e a Mon querem que eu vá, mesmo sabendo que eu ODEIO carnaval, que eu não vou me divertir, que eu vou ficar rabugenta e que eu estou morrendo de sono?
— Queremos
!

E eu fui.

Duas, duas horas da manhã, e o trio marcado para sair as nove da noite aninda não tinha saído. Anjos de pelúcia lilás, deuses gregos, romanos e nagôs, muçulmanos, Filhos de Ghandy e árabes conviviam pacificamente. Índios, policiais e cowboys soltos na buraqueira quase fizeram a maior concentração de covers do Village People. Sóbria qual uma freira, broxada como velho sem Viagra, escapando do Robertinho, que queria me beijar a todo custo — desde antes de chegar perto da concentração —, com uma dor de cabeça que faria meus olhos saltarem, como saltam os olhos dos cães pequineses.

— Vamos passar a corda?

Nãaaaaaaaaaaao! Olha a quantidade de gente, olha que festa estranha, com gente esquisita, e eu não tô legal! Vamos atrás do trio, ao invés de na frente! Vamos beeeeem atrás, de preferência a quatro quilômetros de distância do último. Não funcionou. Entramos no bloco, e aí começa de verdade o meu calvário. Antes tinha sido só ensaio.

Nunca vi concentração de bloco ser na frente de um hospital. Pois aqui é, e já que estou dentro, cadê a música? As pessoas se espremiam como na brincadeira de "Gata Parida" — se você nunca brincou disso, problema é seu! —, pisavam nos meus pés, e nem quero ver os hematomas na minha costela, hoje.

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— Aaaaaaaai, eu nuuuunca me diverti taaaaaaanto!

Músicas do carnaval de 1988, e não é que isso está ficando maneirinho? Uma biba LINDA me abraçou, abraçou o bofe dele e saímos os três saltando qual rãs no banhado. Banhado, aliás é o nome correto para aquele lamaçal. Porque choveu, Fiel Leitor. Claro que choveu, ou você acha realmente que eu ia sair sem o pacote completo pisões+cutucadas+agarrões lésbicos+lama nas pernas? Sim, meu prezado, agarrões lésbicos, porque caso você não saiba, Os Mascarados é um bloco GLS. E errada sou eu ali no meio, que nem metrosexual sou. Chega-se a um ponto que confessar que sou hetero quase vira motivo de vergonha.

As sandálias da Mon arrebentaram antes do desfile, o que fez com que comprassemos um tubo de Super Bonder... Que tentamos utilizar após a chuvarada, com as tiras da sandália em pandarecos. E molhada. Claro que não deu certo, e ainda assim, de sandálias na mão, meias fazendo shlot! a cada pisada no chão, voltamos Mon e eu — que ainda estava composta — para o fundo do trio em busca do Luciano, o padre perdido; da Regina, a Bruxa Keka absurda de linda, e da Edyala, um arraso em preto e dourado.

O ponto de encontro era dentro da caixa de som. Ou juro que essa foi a minha impressão. Depois ficou diferente: a caixa de som estava dentro de mim. Mais precisamente alojada entre os meus nervos óticos, o que fez com que os olhos estremecessem a cada batida de tambor. E não é que os bonitinhos mudaram de lugar? Ficamos a duas patas ensurdecendo enquanto as belezinhas estavam lindas e louras mais atrás.

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Como resolvi ir embora?

Quando uma moça resolveu que eu seria sua próxima namorada e desandou a me acoxar. Tudo, tudo na vida tem um limite! Juntei meus cordões de tênis e para o alto, e avante!

Moni, linda no ínicio da festa, fantasiada de mocinha dos anos 50, na volta parecia Alice voltando do País das Maravilhas, depois que o chá de lírio perdeu o efeito. Eu, um troço molhado e lambido — e quase beijado —, com pedrinhas dentro do sapato, resmungava sobre nunca mais tentar conviver momescamente falando. Meu carnaval durou exatas duas horas.

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A parte boa

Alguém tem noção do que é saltitar ao lado do Fause Haten, único, charmoso, de um, tudo? Será talento pega só de encostar? E o que há de ser dito do Vladimir Brichta, de camisa do Super Homem, molhado de chuva, mexendo com o meu imaginário? E o namorado do Paulo Borges, do SPFW, um ser branquinho que nem sabonete Lux, lindinho?

De toda sorte, não devo repetir a façanha carnavalesca. Resfriei, a cabeça dói, e o pior de tudo: NEM É RESSACA!

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Le Grand Bleu

Deitada no azul, coberta de azul, edredon pintado de estrelinhas. Uma, quem sabe duas estrelinhas.



Silêncio, só a voz dentro da minha cabeça se fazia ouvir em forma de oração, que precisou ser reiniciada algumas vezes, tamanho era o encantamento com a noite que vinha. Deitada no mar, abraçada pelas águas, olhos abarcando todas as nuances do azul do céu que nos protege.

Paz. Pelo menos um arremedo de tranquilidade; sozinha: eu, meu coração, o céu e as minhas orações. Flutuando sozinha, mar todo meu, sem o som do pagode que um ser resolveu dividir com os outros habitantes da praia. Coração solto do meu lado, deixando a água salgada cicatrizar o que não tem cura. Pensamentos, lembranças e sensações foram diluídas na salmoura, perdendo a cor, a importância, e — ao menos por um tempinho — deixando a dor sumir.

Foi bom. Sai da água fria com a alma esfregada, torcida, sacudida ao mar. E ao vento. Numa serenidade imensa, juntei meus alfarrábios, ajeitei o cabelo e escalei a montanha de volta para casa.

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E encontrei o filho do mar. Estrela do meu mar, altaneiro na sua escalada rumo às planícies da Vitória, coxas firmes sob a pele mourisca, olhos que não perderam os meus por um minuto sequer, olhos que me acharam ainda sem me ver.

Homem que venceu as ondas do passado às braçadas, que saiu das cortinas do tempo para invadir meus sonhos, minha vigília, meus planos. Homem que entrou e saiu da mnha vida no tempo exato de fazer o meu coração falhar duas batidas. Ele veio e foi. Está fazendo quinze anos que ele vem e vai. E que reaparece somente para me fazer feliz.

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And "Nothing Else Matters"!!!!!

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Eu tenho certeza de que o dia em que for a um show do Roberto Carlos, eu choro do início ao fim.

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Campanha Anti Namorado




Tenho oito tatuagens, e algumas não são pequenas nem convencionais. Adoro Roberto Carlos na fase antiga e romântica. Gosto de dormir abraçada. Não tolero carnaval. Tenho uma religião pouco convencional. Como tudo o mais em mim, aliás. Nunca fui a mais bonita da sala. Talvez a mais inteligente, mas isso não dá IBOPE.

Quero casar. Quero usar aliançaa, mas não quero nada em igreja e cartório. Quero filhos. Três. Meninos. Sou desorganizada. Jogo toalha molhada em cima da cama. Cozinho muito bem, mas quando saio da cozinha parece que passou um furacão. Não sei bordar, tricotar, e é melhor nem me pedir para pregar um botão. Ou cerzir suas meias.

Convivo com homens mais da metade do tempo. Odeio brigar por causa de ciúme. Tenho TPM. Gosto de surf music. Te largo falando sozinho por um livro. Sou dramática. Trabalho como se amanhã fosse o último dos dias e eu tivesse que produzir o Apocalipse. Não entendo quase nada de futebol, mas tenho uma memória tão boa que lanço dados em cima de você e te desarmo.

Tenho narcolepsia. Tenho insônia. Não abro mão de ter um cachorro. Ou dois. Sou viciada em doces. Entre uma faxina e uma farra, eu nem lembro da faxina. Já usei no cabelo metade das cores da escala Pantone. Falta a outra metade. Tenho uma profissão estapafúrdia. Fico meses sem receber um centavo.

Entendo mais de computador que você. Meu humor muda com a tábua de marés. Ou com o vento. Falo dormindo. Sou capaz de ouvir a mesma música por três horas. Sem parar.

Sou ciumenta. Fumante. Fora de forma. E de fôrma.
Pérolas do Par Perfeito

Rick-ba
Altura: 1,72
Tipo Físico: Em forma
Olhos: Castanhos escuros
Cabelos: Não Preenchido


Pudera, ele é calvo como um ovo...

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Frase de apresentação: O ESSENCIAL SÓ É VISTO COM O CORAÇÃO

E isso significa que eu tenho que ignorar a corcunda dele?

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Algas me deu uma carona até a casa daquela mocinha linda, e quem mora em Salvador sabe: o trânsito está o fim da picada. E espera que espera para fazer a conversão, e chegam três argentinos para conversar pela janela do carro. Um deles já encostou, esticou a mão e pegou a minha. Parecia o Cris, e isso deu um curto no meu sistema de defesa. Quando eu achava que já tinha visto tudo na vida pelo menos duas vezes...

— Tem música no carro? Eu danço pra você!

E começou a saracotear ao som da própria voz, que cantava "Sambadinha do Negão".

Dias de carnaval que apenas começam, e prometem ser surreais...
Meu amor.

Amor pra toda a vida, esta e todas as outras. Cheiro que me pertence, boca que diz que me ama, olhos que confirmam. Homem meu, meu como nunca será de mais ninguém.

Os dias se transformaram em meses, e esse intervalo foi árido de amor. Amor dele, amor que não exige, que não cobra. Amor que se sabe único, altaneiro.

Ele chegou, e não era pra ser ontem. Tnha que ser hoje, sem pressa, com confissões, mãos entrelaçadas, verdades engolidas entre uma mordida e outra da pizza. Conversa com pontos de continuação, pausadas por uma tacada e outra da sinuca, intercaladas pelo cheiro do Semiac.

Bolas ímpares para ele, e nossa vida quase foi decidida num green de feltro. A última bola ia decidir quem ia ceder: eu vou ou ele fica?

Dei o empate. Nossa vida é muito mais que uma bola rosa e outra amarela. Fecha a mesa, vamos comemorar com uma cerveja gelada, carinho despreocupado, dedos que se buscam para provar que sim, estamos ali, a uma distância quase indecente de dois centimetros entre uma perna e outra.

Amor de toda uma vida, duas semanas para dizer o que ainda não foi dito, duas semanas para fazer com que o Rio fique onde está, e que o novo-velho filho de Jorge Amado continue em terras da Soterópolis.

Porque não há dúvidas: aqui é o lugar dele. Aqui, comigo, perto. Porque eu sem ele não sou Daniela. Eu, sem ele, falta um pedaço que me reduz à menor — e mais incompleta — forma de vida.

Inclassificável. Não um protozoário. Não uma ameba. Uma reles "sem-Felipe".

terça-feira, fevereiro 17, 2004

E eu acordei com a minha Naninha coçando as costas na cama embaixo da minha. Bastou um bom dia para ela abanar o rabo pra mim e virar as patinhas para o alto. Ufa, o tratamento de choque fez efeito!

Como é que um dia dá errado quando começado assim?

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O barulho do encaixe perfeito fez eco no corredor do prédio da minha alminha companheira.

O "todos por um" voltou a vigorar ontem. Meu azedume ficou sentado na escada, olhando amuado, como um Scrooge de São Valentim. Nós cinco voltamos a ser um, um abraço coletivo que durou o tempo exato das lagriminhas daquela moça começarem a cair de novo.

Só ela conseguiria reunir de novo os que andavam tão afastados. Só ela me faria ver os meus como meus que sempre foram. Só ela foi capaz de bater as palmas das mãos e desfazer a tempestade que ainda não caiu.

Voltamos a ser cinco num abraço que foi para a alma dela, mas que foi essencial para a nossa. Ou pelo menos para a minha, que anda tão surrada, quase perdendo a cor, lavagem errada para jeans fora de moda. Alma desbotada.

Pelo menos por uma noite conseguimos retomar uma parte ínfima do que fomos. Sobre hoje? Bom, nem hoje, tampouco amanhã, menos ainda na quinta-feira. Ainda falta cola para eu remendar os cacos do que sou, e finalmente poder dividir novamente só o meu bom humor. Porque maus modos, eu ando convencida, são os filhos gêmeos da frustração, e irmãos diletos da tristeza.

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Externa de curta duração. De lá, para a casa daquela moça linda, de grandes olhinhos pequenos. E lá vai a vida, correndo na minha frente...

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Só quem tem cachorro conhece a sensação de impotência quando esse pedacinho da gente adoece...



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A gente não torce pro mesmo time. Enxergamos a vida por viéses diferentes. Ele come peixe, e eu tenho alergia. Eu acredito em amor pra sempre; ele não. Sou ciumenta até o osso, e ele é o mais desprendido dos seres.

Eu sou yang, ele também. Ele é visionário, e eu vivo olhando para trás. Ele não age regido pela emoção, e ultimamente eu sou só coração. Ou era. Ele sempre é o melhor, e eu me contento em ser. Apenas ser.

Ele quer seguir caminho, e eu só quero ter um marido e filhos para quem voltar toda noite. Ele quer alçar vôo, e eu vivo de tentar colocar os pés no chão. Ele é 100%, e eu nem comecei a escala. Ele é amigo. Eu sou filha da puta. Ele coleciona sucessos, e eu... bom, eu tenho um ou outro. Ele tem o que quiser, e eu tenho o que me sobra.

Ele é só ele. Eu? Sou ele também.

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Anotem aí: em março eu VOU ao Maracanã!

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Se esse repórter Fernando Rocha me desse bola, eu até ignorava esse cabelo de anjinho dele...

domingo, fevereiro 15, 2004

Era óbvio que São Valentim ia aprontar das suas... pela falta de jeito, ele deve ser irmão de São Nunca.

13 horas de trabalho com meia hora para almoçar, e quem tem coragem de armar um GT para sair? Tão cansada estava que cheguei em casa às 11, e só depois de apagar até meia noite e meia é que consegui forças para levantar, tomar um banho, engolir alguma coisa e voltar pra cama.

E o jantar? Ainda bem que dei o W.O. O primeiro saquê certamente seria o último emborcado em sã consciência — hã? Eu tenho isso? —, e fico imaginando como é que eu conduziria o sushi até a boca... Com a mão, certamente, ou espetaria o hashi como quem enfia palito de dente em batata frita. Mão engessada, Leitor Fiel, lembra?

E depois do vexame com a entrada, eu certamente tentaria trançar os fios de yakissoba, fingiria de gueixa ocidental, brincaria de arremesso de tirinhas de cenoura no copo do meu amigo, faria olhinhos puxados com o resinho de fita preta que trago na bolsa. Finalmente, na hora da sobremesa, eu prenderia os biscoitos da sorte no nariz, como bolinhas vermelhas de palhaço.

Pra quem é de Salvador, essa tenda seria armada no Taquê. Ainda bem que eu não fui...

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Diria minha alminha companheira — você ainda está brava comigo? —:

— Eu nem queria ir, mesmo!

sábado, fevereiro 14, 2004

Happy Valentine day... if you can!

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Como se ele nunca tivesse existido, acordo, coloco as lentes de contato, ligo o computador. E aí vem a primeira prova — do sem número que inundam o meu dia — de que ele um dia caminhou por cima do meu coração: eu ainda leio o seu horóscopo.

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So o espírito de porco do brasileiro é que, na falta de um dia dos Namorados no ano, resolve comemorar dois!

Eu queria saber qual o índice de atentados contra a própria vida nesses dias...

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Eu, por via das dúvidas, estou acertando um jantar com um amigo solteiro para hoje, pós trabalho. Inofensivo, não solta as tiras e nem tem cheiro. Não corro risco algum de me apaixonar, e sofrer, e sofrer, e sofrer de novo.

O máximo que pode acontecer é uma série de beijinhos dos quais NÃO vou me arrepender amanhã.

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E afinal de contas, terça-feira está ai, né?

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— Dani, você não seria você se não sofresse por amor.

Obrigada, amigo Carlos... Sou um ser humano muito melhor depois disso...

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Eu deixei tudo para chorar.

Um toque do telefone serviu como despertador, e saí da decupagem para o mundo. De certa forma, só dei continuidade ao que já estava fazendo: editando, procurando pontos de corte, tirando o que não serve. Viver bem é exatamente como editar.

Saí disposta a passar a lima divina em um ou dois pescoços. Bom, talvez três, mas isso não vem ao caso. Enfrentei o sol munida apenas de um maço de cigarros. Tenho a impressão de ter levado mais uma bala pelas costas, mas sabe quando a pele já está tão machucada que tanto faz uma bala a mais ou uma a menos? Pois é, estou anestesiada, nem deixei minha tradicional curiosidade me mover para a frente. Não perguntei, não fiz questão de entender, não levei a questão adiante. Tenho coisas mais importantes para pensar. Uma coisa é fato: a verdade e as explicações sempre vêm para mim. Por menos que eu as queira.

Fingi uma alegria que não é minha, tomei hectolitros de Coca Light, fumei um maço e meio de cigarros das cinco às nove da noite. E não chorei. Quem tem quem se lhe cuide nunca fica desamparado. Eu tenho os meus, e agradeço todo o tempo por saber que o grosso das pancadas eles evitam para mim. E assim o foi: na hora em que eu achei que dali eu saíria amarrada numa camisa de força ("ou de vênus..."), me aparecem 3 anjos da guarda ("Sentimentos tão poderosos, que só poderiam ter vindo de Deus, levaram aos sentimentos mais condenados por Sua palavra."), um deles bem conservado pelas dobras do tempo.

Minha alminha companheira, e seu vestido colado com fita-banana, e sua compreensão secular, seu carinho sem medida, seu desvelo, seu aposentado tratamento de choque, sua quietude; Johnny, porejando inteligência e charme, perceptivo e receptivo e intuitivo, sabedor da minha vida como alguns dos mais próximos não o são. E o Lula, há 15 anos na minha estrada, com quem divido (e não sabia) colégio, faculdade, amigos antigos e histórias. 15 anos de idas e vindas, e ele nunca tinha me dito que me acha linda.

E o sol foi embora, as risadas continuaram, e eu, que fingia não sentir, que me esforçava para não lembrar, de repente me vi cercada de carinho por todos os lados, qual uma ilha de pessoinha. Eu, que estava isolada pela dor, vi tsunamis de compreensão muda espalhando as sacanagens dos dias que passaram.

Respondendo ao dilema Tostines, nem todo mundo é filho da puta. Tem sempre um anjo, ou dois, ou três, que redimem a raça humana. O problema é quando os filhos da puta são pessoas a quem aprendemos a amar de uma maneira tão desprendida.

Ainda dói? Dói. Mas os meus me cuidam. Agora é com eles.

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Eu nunca aprendi a lição do arrependimento.

Na minha cartilha eu tenho a lição do perdão — estou quase dando aulas sobre... —, da abstração, da tolerância, e parado desde 99, a do amor incondicional. Mas alguma coisa se perdeu, e perdi as aulas que ensinavam a me arrepender.

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A porrada veio em etapas, como tudo o que dói na minha vida. Escorregão e queda, escorregão e queda, seja em no plano físico, seja no plano emocional. Você já levou um tiro?

Assim que a nova saraivada de balas trespassou a minha pele, eu desliguei o monitor e fiquei só ouvidos e coração. Sobrevivência, acredite: eu precisava entender. Eu já não estava mais na sala de produção, cercada de pessoas que nem sempre me diziam algo. Tampouco sabia onde estava: só sabia que tinha muita água, e que não era hoje.

A ligação se desfez, e eu, qual autômata, levantei do chão, suspirei e caminhei porta afora. Alguma coisa quente nas costas: sangue, sangue da bala. Mas o quente não é desagrdável. Não havia dor ainda. Desliguei todos os canansi de comunicação com o exterior: surda e cega, só havia o coração, que tentava se ajustar ao novo ritmo imposto pelo ferimento.

A bala entrou bem do lado de um tiro antigo: reabriu os pontos que não haviam fechado direito, um machucado confundiu-se com o outro, e num instante de delírio eu não sabia se vivia o passado ou o presente.

Como a vida continua, continuei a levar o dia. Fiquei escondida atrás de um computador hostil, mas a dor me achou. E veio na velocidade do tiro: entrou rasgando, desta vez pelo estômago. Arquejei, encolhi o corpo, fechei os olhos. Eu vou enlouquecer, minha vida precisa sair do loop! Eu vou perder a razão, preciso sair dessa história de terror!

Perto de perder a razão, reuni o que me restava de coragem — e era muito pouco —, transmiti o relatório e encerrei o dia. Pendurei uma tabuleta na porta da alma, suspensa pelo nariz.

Fechada para balanço.

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Que curiosidade mórbida te trouxe? Esperou ver os anúncios fúnebres? Esperou um desatino emocionado? Esperou um esbravejar contra os céus? Esperava essa dor tão grande? Sorriu com ela? Conseguiu o que queria?

Estou destruída, mas aproveite: seu prazer não dura pra sempre.

Minha dor tem prazo de validade.

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Eu odeio abandonar a mesa, mas não faço questão de virar sobremesa.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Mais dor que o desrespeito não há.

E mais uma bala para a minha coleção, balas que vieram pelas costas.

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Dilema Tostines: todo mundo é filho da puta demais ou eu é que acredito demais?

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A dor é tão grande que não cabe num parágrafo.

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Bad Hair Week

Não há melhor época para engessar um braço do que o verão.

Não há melhor braço para um destro engessar do que o direito.

Não há melhor trabalho para um engessado fazer do que release.

Não há melhor dedo para ser imobilizado do que o indicador. Há sim: o polegar.

O que me resta agora é comer um camarão por engano e ter uma das minhas famosas alergias coçantes no braço engessado.

Sete dias com esse troço, e nem a dor foi embora, nem completei 24 horas, nem tenho os próximos dias livres, nem estou fazendo uma coisa que me dá prazer.

Só o carinho de uma alma ou7 outra é que ainda me fazem rir.
Não estou sendo punida porque os meus sabem que a ira não foi direcionada. Se mais ninguém acreditar que quem ama não maltrata, que pelo menos ele tenha certeza.

Por todos os dias em que o sol esteve por cima das nossas cabeças juntas, por todas as pedras do caminho que já fizemos um ao lado do outro, por todos os nossos milhares de dias em comum, agora, antes e depois, eu espero que ele saiba que nunca vou ser capaz de odiá-lo.

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"Me queima o sol
Me queima e nem assim
Percebe o quanto amei"


Guedes

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Acho que estou perdendo o jeito: ele tentou, tentou com classe.... E EU NÃO ME APAIXONEI! Ele é lindo, tem conteúdo, é doce como um filhotinho de cachorro, é libriano, E EU NÃO ME APAIXONEI!
Deus, é o ínicio dos planos de reclusão religiosa?

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Dua feliz, e tudo o que eu queria era dividir com os meus. Tudo o que eu queria era ligar para um e gargalhar junto; mandar mensagem de texto para o outro dizendo o quanto o amo, fofocar com uma alminha companheira, marcar algo para essa semana.

Aí veio a dor, e o céu ficou cinza. Aí eu tenti dividir também, mas meu jeito brusco atraiu a rispidez de um, a determinação do outro, e minha alminha companheira nem tinha voltado da faculdade ainda.

E então eu chorei por uma hora e pouco, corpo curvado sobre a própria solidão. "Por Deus, nunca me vi tão só!", e as lágrimas machucaram o meu rosto quando caíram.

O carinho veio dos estranhos que estavam comigo. Sim, o meu querido determinado me fez chorar mais um pouco, a rispidez do outro me encontrou frágil, e mais uma torrente de água se derramou pelas minhas pálpebras. Será que ele sempre vai me fazer expor um lado que eu levei tanto tempo para camuflar?

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Polegar no gesso, indicador no ferro, mancha roxa no braço direito com uns 15 cm. Digitando com uma mão só, cansada, cansada, cansada. Uma semana de molho. Estou com dor. Está acabando Sauípe. Não me apaixonei. Não esqueci. Não desamei.

Vem comigo, eu te explico no caminho.

domingo, fevereiro 08, 2004

Pequeno Livro do Ódio

Tem uns doze, treze minutos que eu estou sentada na frente do computador, com o W.Bloggar aberto, sem saber como organizar os pensamentos e continuar a escrever.

Escrevi uma frase. Duas. Parei para ver o Mundial de Natação. Reli. Apaguei.

— Seu coração está muito agitado.

Sim, está. Eu ouvi isso nesta madrugada, atormentada pelo monstro que descobri dentro de mim. O monstro que sou. Ouvi isso na frente da minha casa, despindo a fantasia de palito de fósforo. Cabeça que queima, dessa vez lentamente, fogo que dói nos ossos.

Eu odeio essa Daniela que descobri dia disses. Sempre disse que amava os meus defeitos porque eles são meus, porque fazem parte de mim. Essa Daniela eu odeio justamente por isso: porque está bordada na minha pele em ponto de cruz.

Para o resto, a clássica tecla: foda-se. Foda-se se você acha que eu estou só querendo chamar a atenção, foda-se se vocÊ acha que eu só faço birra. foda-se se você acha que pode sapatear por cima das minhas costelas, marcando os pés na minha pele. Foda-se se você ACHA· que vai passar por cima de mim, se acha que vai me empurrar um outro parceiro em benefício próprio. Não quero os homens que me oferecem, não adianta fazer o teaser.

Foda-se se você acha que ele não me completa, foda-se a sua opinião. Foda-se se eu te mostrei o quanto ele pode ser bom, e foda-se se você acreditou. Sobretudo,foda-se se você me acha boazinha.

Porque eu não sou. Eu sou mais filha da puta que altruísta, sou vingativa como uma Hera grega. Ergo a cabeça, recorto o rosto no céu tumultuado, e altaneira, bato palmas e faço descer uma tempestade sobre sua vida. No tempo de um raio, acabo com a sua existência emocional, te faço perder a vontade de desbravar a selva, te faço ter nojo da civilização.

Porque fizeram isso comigo, e estou cansada de ser boazinha. Tirando uma ou outra alma, quero que as outras recebam decuplicado o que me fizeram. Quero que percam a vontade de acordar, tomar um banho e colocar as rodas no asfalto, porque eu perdi. Quero que saibam que a idiota se foi com o vento frio. A idiota foi idiotar em outras praias, e deixou sua irmã mais velha, mais fria, mais descrente, mais sabida.

E eu juro: essa irmã da idiota não vai ter a menor dor na consiciência quando conquistar a bandeira do time adversário. Mesmo que isso me obrigue a fazer "associações" indesejadas. Mesmo que isso me obrigue a fingir um interesse que deveras sinto. Quando eu reduzir a pó o seu presente e o seu futuro, vou erguer os cantos da boca num esgar de escárnio, olhar para os despojos por entre os cílios, e sentar para comemorar.

Sozinha, porque a essas alturas todo mundo vai saber exatamente quem eu sou.

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— Eu queria te tranquilizar. Estou melhor, ainda descompensada, mas um tanto mais serena.
— O que você tem, meu amor?
— Ah, estou cheia de razão! TPM, problemas em casa, problemas no trabalho...
— Dani, isso é uma questão técnica, então!


Só faltou dizer que era uma questão de hardware, não de software...

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SOS

Socorro, minha Valentina. Minha nau estrá fazendo água, acho que vou enlouquecer antes do próximo Carnaval. Joga a bóia salva-vidas, faça uma prece por mim, reserve 10 minutos no seu dia para mandar good vibes para mim. Pesquisa minha vida com os seus, pergunta se existe felicidade, manda o meu diagnóstico, mostra o meu mundo visto pelos seus olhos. Preciso fazer jus à visão além do alcance que o Olho de Thundera me deu.

Por enquanto, estou limitada às bordas da minha alma.

sábado, fevereiro 07, 2004

Ponto final.

Interrogação?

Todas.

Doem?

Sim.

Mas vai doer mais se eu insistir.

Game over, man. Pode dormir sossegado. Meus sinos não dobram mais por você.

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

"Tenho por princípios nunca fechar portas
Mas como mante-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento quer
Derrubar tudo?"


Calcanhoto

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Eu tentei. Isso mesmo, antenado Leitor Fiel, verbo no pretérito perfeito. Acabou. Não tento mais.

Devo ser a melhor ex-namorada do mundo. Sou amiga, pergunto da atual namorada, não pentelho, não faço cena, derramo uma ou duas lágrimas em público — como convém —, para só depois ir pra casa dar uma de Rebeca Buendía, de Cem Anos de Solidão.

Desfaço lentamente os nós entre o ex e eu. Dói menos para mim, dói menos para ele, e a vida continua. Sei onde vai, deixo saber onde vou, com quem e como foi. Se beijo uma nova boca, alerto a todos os nossos amigos para que não tornem público o incidente, principalmente se fui eu que terminei. Se foi ele, beijo até sem vontade e conto para as pessoas certas: ele tem que saber!

Alguns dos meus melhores amigos são meus ex-namorados, ou ex-ficantes. A relação de amor acaba, mas sobra a amizade, que no final, é ou não um outro tipo de amor? Deixo todas as portas abertas, respeito o tempo da dor do fim, respeito a distância que se faz necessária no início — ou a proximidade que o coração ainda pede —, prezo todos os sentimentos. Vou reestabelecendo os contatos vagarosamente, com cuidado, analisando o terreno metro a metro.

Não entendo, então, o porquê de algumas criaturas que já passaram pela minha vida sumirem com tamanha eficácia! Eu tento, me esmero no carinho, pergunto pela vida, e os ouvidos moucos impedem que a voz se manifeste. Sou bacana, gente, não precisa ter medo de ser visto comigo! Tomo banho todo dia, às vezes dois e até três, escovo os dentes, só falo palavrão quando o ambiente permite, consigo estabelecer uma conversa madura e séria... Não precisa ter vergonha de dizer que é meu amigo, ou ex-namorado, ou ex-ficante! Não diminui ninguém!

Eu tentei refazer os laços que um dia foram muito bem atados. Ele não quer? Mais uma das minhas facetas do respeito: vou manter a distância que ele quer. Se o amor dele por mim ainda não acabou, não posso esperar que ele se sinta feliz por me ver bem, apaixonada e com sucesso.
Na linha do Hiperealismo...

Cardápio de hoje: macarrão com molho branco. Vou provar

— Tá bom, Lu, mas está meio... meio... doce!
— É porque eu usei Cremogema...
— Como é?????
— Não tinha maizena, eu engrossei com Cremogema!
— Luciana, Cremogema é doce! Tem açúcar!
— Ah, mas esse não é o da sua mãe, não, é o de vocês...


O prato ainda está sub judice...

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Tarde quente, sonolenta, estranha, e meu espírito só achou a paz quando sentei naquele chão que já me é familiar. Olho meio aberto, o outro meio fechado, encostada na cama do amigo querido, lagartixando pós-comidinha. Ainda não era paz, mas estava até bem encaminhada.

Não estou conseguindo a adaptação à nova impulsividade dos meus. Adoro mudanças, mas não cobrem a minha: tudo na vida tem sua hora. Respeito o momento de absolutamente todo mundo, insisto até quando vejo que esse é o limite alheio. Mesmo que me doa, coloco em ponto morto, sigo naquele compasso de espera, esperando o sinal verde para continuar avançando. Ou engato a ré, faço a volta e vou embora.

Mas não tentem forçar a minha mudança. Respeite o meu tempo, não é assim. A flexibilidade de um bambu tem um fim. Se forçar demais, quebro, encurto, inutilizo. Um pouquinho todo dia, enverga com cuidado, com carinho, deixa que eu volte à posição inicial, para tornar a empurrar mais um pouco no dia seguinte. Nada brusco, isso dói, não funciona, enteso e não cedo mais nada.

E nessas ruminações, sentada que estava no chão de um quarto, dormitando o final da novela, ganho uma cabeça no meu colo. Mãos distraídas se ocuparam no carinho no cabelo alheio, fazendo nele o que gostaria de estar ganhando. Ah, tá valendo.

Continuo longe, viva somente na mente e nas mãos. Resolvo ligar o vídeo, ainda sem volume. Aguço os olhos e vejo o tal Marcelo Dourado, profissão: BBB, tema de uma conversa que promete se prolongar na noite de hoje. Minha amiguinha de 17 anos no final estava certa: as costas daquele ser humano são hercúleas!

Uma risadinha me tira da inércia. Sincados áudio e vídeo, sincronizados corpo e alma, afetos e dores; cabeça ainda no colo, mãos que não haviam parado o carinho, e finalmente alcanço os 15 minutos de paz a que todo mundo tem direito uma vez por dia. Não sei se foi o pão caseiro, a textura da pele e do cabelo sob as minhas mãos ou a perspectiva da conversa com a minha amiguinha quase pós-adolescente: estava em casa.

Estiquei o corpo num espreguiçar de gato de beco, gata satisfeita, e me atirei com ânimo redobrado no cafuné daquele que estava no meu colo. Felicidade é tão simples, às vezes...

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Conversa de janela

Meu vizinho lindo, de uns cinco anos, respondendo aos berros ao amiguinho lindo, de uns 5 anos também, que o havia convidado para brincar:

— Não posso ir agora, não, que o meu primo chato está aqui e eu tenho que ficar com ele!

Fico imaginando que se eu ouvi, e moro em outro prédio...



Auxiliar de carpintaria, sem jeito como só eu. Cama encaixada, dedo machucado, arquejos de dor e fuga para o banheiro.

— Me dá um minuto sozinha!

Sangue, dor, mais e muita. Minha vida na ponta do dedo, dedo que sangra, unha quebrada no meio, machucado lavado com lágrimas inoportunas. Ou estou ficando fresquinha ou ele desperta o que de mais sensível eu tenho. Duas enxurradas de duas lágrimas em duas semanas, e ele por perto nas duas vezes... Isso deve ter algum significado cabalístico.

Dez minutos em pé, cabeça baixa, dedo em riste, e seco as duas lagriminhas, lavo o rosto, volto desenxabida. Bochechas rosadas de choro, e quando dou por mim, ele está segurando a minha mão, olhando para o meu machucado. O ciclo de dois é rompido, então: ganho três beijos, um deles no dedo, para passar. Droga, será que eu vou chorar de novo?

Garganta apertada, como é que ele consegue fazer isso comigo? Sempre fui tão forte, nunca precisei de beijinhos de ninguém para cuidar de mim... Por que logo agora estou tão vulnerável às manifestações de carinho? E se/quando acabar, o que vou fazer com as sucatas que uso (ava) para me defender dos ataques de beijinhos e carinhos?

Não, não chorei. E não é que o beijinho no dedo mitigou boa parte da dor?

domingo, fevereiro 01, 2004

Esse menino acha descobre umas coisas...

Voy a quedarme todo el tiempo que haga falta. Estoy esperando la casualidad de mi vida, la más grande y eso que las he tenido de muchas clases. Sí, podría contar mi vida uniendo casualidades?

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Acordei precisando fazer alguma coisa por mim. Não por mim corpo, mas por mim alma.

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Alguém já viu cicatriz de alma? Pode não ter visto, mas desafio que você, Fiel Leitor, não as tenha. Porque eu tenho, e não sou poucas.

Cada cicatriz conta de uma batalha, de uma dor que foi e não foi, de copos cheios de lágrimas. Cada remendo tem um formato diferente: uns foram amorosamente recompostos, quase não se vêem, e só doem quando muda o tempo. Estão quase escondidas, ninguém entende que tem machucado ali que justifique a dor.

Algumas cicatizes foram cerzidas como meias: resolvem o problema, mas são vistas facilmente. Essas estão sempre ameaçando romper, mas alguma força estranha aplicada na linha faz com que elas prossigam, e prossigam, e prossigam. E as outras, acho que mais numerosas, foram fechadas com cosedura de necrópsia. são largos os nós, não seguram o dique, a ferida não fecha, sangra, dói, não se consegue esquecer. Está lá, feia cicatriz, meio aberta, meio fechada, curativo que deixa escapar pelos lados o que deveria nem existir.

E eu andei futucando as cicatrizes. Todas, das mais bonitinhas e nobres até as mais vis e purulentas. Em todas elas encostei meu dedo sujo, consciente de que um dia ou dois depois eu pagaria o preço da ousadia. Doeram todas na hora, mas o pior é o latejar surdo que fica quando por fim resolvo parar de magoar ainda mais o que já estava sensível. Enfiei a unha pelo vão dos remendos, deixei doer, e agora não sei onde existe o remédio para começar a cicatrizar tudo de novo.

Me afoguei em sonhos como linimento, fuga para um mundo onde quem manda na minha vida sou eu, e minha alma está tão livre de marcas quanto se tivesse acabado de ser criada.

No mundo onírico, eu me aproximo muito mais da minha verdade, do que sou. No mundo dos sonhos, o episódio do sábado não termina em tragédia, e o do domingo... Bem, já na abertura, o episódio de domingo já tem sol, suor, cócegas e água. Jornais espalhados, revistas em quadrinhos; risadas e Kiss the rain como BG.

Não esse dia cinzazul que demora a acabar.