Deitada no azul, coberta de azul, edredon pintado de estrelinhas. Uma, quem sabe duas estrelinhas.
Silêncio, só a voz dentro da minha cabeça se fazia ouvir em forma de oração, que precisou ser reiniciada algumas vezes, tamanho era o encantamento com a noite que vinha. Deitada no mar, abraçada pelas águas, olhos abarcando todas as nuances do azul do céu que nos protege.
Paz. Pelo menos um arremedo de tranquilidade; sozinha: eu, meu coração, o céu e as minhas orações. Flutuando sozinha, mar todo meu, sem o som do pagode que um ser resolveu dividir com os outros habitantes da praia. Coração solto do meu lado, deixando a água salgada cicatrizar o que não tem cura. Pensamentos, lembranças e sensações foram diluídas na salmoura, perdendo a cor, a importância, e — ao menos por um tempinho — deixando a dor sumir.
Foi bom. Sai da água fria com a alma esfregada, torcida, sacudida ao mar. E ao vento. Numa serenidade imensa, juntei meus alfarrábios, ajeitei o cabelo e escalei a montanha de volta para casa.
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E encontrei o filho do mar. Estrela do meu mar, altaneiro na sua escalada rumo às planícies da Vitória, coxas firmes sob a pele mourisca, olhos que não perderam os meus por um minuto sequer, olhos que me acharam ainda sem me ver.
Homem que venceu as ondas do passado às braçadas, que saiu das cortinas do tempo para invadir meus sonhos, minha vigília, meus planos. Homem que entrou e saiu da mnha vida no tempo exato de fazer o meu coração falhar duas batidas. Ele veio e foi. Está fazendo quinze anos que ele vem e vai. E que reaparece somente para me fazer feliz.
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And "Nothing Else Matters"!!!!!
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