terça-feira, dezembro 31, 2002

Eu nunca mais bebo.

A minha impressão é a de que tenho uma colher de sopa enfiada em cada órbita dos olhos. A cabeça dói de uma maneira surreal, e eu nem bebi tanto. Foram só 5 drinquinhos... A bem da verdade, as duas primeiras caipirinhas não contam. Pequenininhas e com adoçante.

Jesus, mas o coquetel de martini com vodka que veio a seguir... Bom, o resultado é uma enxaqueca do tamanho do mundo, uma fome absurda e as notícias de um amor do passado, que nem casado está. Ainda guardo um vestígio de ressaca moral, que dói mais que a física.

A mão estapeia a testa a cada vez que me lembro do que fiz. Burra, devassa, messalina, desfrutável, mundana. Vou comer um biscoitinho de benjoim, mirra e incenso só pra me punir. Vou ouvir músicas do Nahim (alguém lembra do Nahim?) e do Marquinhos Moura, vou fazer piercing na língua, montar fã-clube para o Rouge, tatuar o Latino na perna, dançar a Ragatanga. E nada, nada disso vai me purificar, nada disso vai me fazer esquecer, nada disso vai me tirar o título de "Faz-Merdinha".

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Esses itens de autoflagelo podem não dar certo, mas ouvir o CD da Kelly Key que o vizinho comprou pode funcionar. Ouvir Cachorrinho INITERRUPTAMENTE é quase "uma psicotrôpica". E o pior é descobrir que tem outras músicas no CD...

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Se no inferno tem rádio, tenho certeza de que o hit parade é Jorge Vercilo. Cortesia do meu vizinho querido. Estou quase com saudades do CD da Kelly Key...

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F. está solteiro e sem filhos!!! A pergunta que não quer calar é: quem raios eram aquela mulher e aquelas crianças que estavam com ele na doceria? Mas ele está solteiro, free as a bird.

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Ressaca também bagunça o meu termostato. Estou com um frio absurdo. Vou pro chuveiro quente cozinhar os ossos.

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É de boa educação, né? Então vá lá:

FELIZ ANO NOVO, MINHA TROPA!



======== CENSURA ========

Director's cut.

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"Good times for a change..."

segunda-feira, dezembro 30, 2002

Numa long distance call:

— Roberto, Roberto... E Roberto é nome de austríaco?
— Irmã, Roberto não é um nome austríaco...
— Ué?!
— ... e o nome dele é André...
— (rápido silêncio) E André é um nome austríaco?!


Gargalhadas via Embratel.

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Mesma pessoa, quando ouviu o telefone tocar:

— Coloquei o abajur pra despertar, achei que era ele...

Como é?

sábado, dezembro 28, 2002

Mamãe apareceu em casa com três saquinhos de biscoito. Um de alecrim, um de manjericão, outro de beterraba (acho). As três modalidades de biscoitos se parecem com hóstias, e nesse lar não-católico, a curiosidade sobre o pão sem fermento prevaleceu. Mastiguei metade, a outra parte foi pra Algas.

Meu pai acha que os biscoitos são de incenso, mirra e benjoim. Tudo junto, não um de cada sabor.

Eu estou na dúvida, e antes de emitir uma opinião conclusiva, quer fazer experiências. Biscoito não é. Vou tocar fogo: se queimar inteiro, é defumador. Se não pegar, vou moer, enrolar e fumar.

A Algas ainda não conseguiu engolir os farelos do biscoito para poder opinar sobre o produto.

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Adaptação de uma conversa com um Homem Muito Querido (e continua sendo, viu? Eu é que ando estranha e antisocial.):

Ele: — Depois do Grinch no Natal, qual o seu personagem para o Reveillon?
Eu: — Pela rabugice e luz própria... SININHO!

Fade out rápido.

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Para o próximo 25 de dezembro, uma homenagem ao Charles Dickens: vou encarnar Scrooge antes do dia de Natal.

sexta-feira, dezembro 27, 2002

Saí para a praia, acabei num enterro. Fui a uma festa, terminei a noite num hospital.

Coisas que só acontecem com Daniela.

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Eu estou aprendendo a lidar melhor com as mortes. Dói, mas eu consigo pensar com clareza. Morreu a mãe do meu ex-diretor. Baque, ninguém esperava. A Rê sentiu mais a porrada, é muito, muito próxima a ele.

Fui direto da praia para o velório, esse estranho. Passei na casa de um amigo querido, meu companheiro de vagabundagem nas areias, peguei um tênis e uma camisa Pólo branca emprestada. Quando me dei conta, estava toda combinandinha, vestidinha de tenista... Puts, e eu tentando parecer mais séria...

Fiquei completamente alheia à dor dos outros. Preocupada, sim, mas era como se fosse um filme, e eu sentadinha na poltrona assistindo a tudo. As pessoas chegavam, acompanhadas da suas dores, e eu ali, me sentindo meio intrusa — já que passado o impacto inicial, a minha vida continuou fluindo normalmente. Um caso absurdo de insensibilidade, de egoísmo, mas meu carinho pelos que sofriam era genuíno.

Não consigo sentir o que todo mundo sente em momentos de perda. "A vida é um nada", "Somos tão frágeis", "A gente se preocupa por tão pouco e não sabe o que é sofrer de verdade". Não, não concordo com nada disso! A gente sabe, sim, o que é sofrer de verdade, cada um com as suas dores; a gente não é tão frágil assim; e a vida é muito extensa, só que uma hora tem que acabar. Pra nós, que ficamos, nunca seria hora de ninguém ir embora.

Mas as pessoas vão. Seria muito injusto se só nós tivessemos a companhia dessas pessoas que nos são tão queridas. Em outro plano, outras pessoas vão ficar muito felizes em receber a mãe desse meu amigo.

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Muito simples, né, Daniela? Quero ver na hora em que a dor for mais pungente, a perda for de alguém muito, muito próximo...

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Fui pro amigo secreto do pessoal da Resenha mesmo sem ter participado da troca de presentes. Noite bacana, quase despedida de amigos que vão pra longe, uma renovação dos votos de amizade. Uma história complicada começou a se resolver, e para o bem, abraços foram trocados, desejos sinceros de um bom ano novo foram feitos... Noite de paz, enfim.

Paz? Paz completa se o Dani não tivesse terminado de arrebentar o joelho. Vamos nós pra emergência ortopédica as duas e meia da manhã, para o médico dizer que não é nada, que o limite quem vai impor é o próprio Dani. Caracóis!!! ele tem um cisto de 3,5 cm no joelho esquerdo e o médico diz que não é nada??? Por que raios o meu médico preferido não estava de plantão ontem?

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Peço desculpas àqueles a quem não desejei boas festas. Não tenho nada contra o Natal, pelo contrário, mas estou introspectiva. Não ando própria para o consumo humano. Do meu jeito torto, eu pensei em cada um dos meus amigos queridos — blogueiros ou de carne e osso — e do fundo do coração desejei que tivessem o melhor de todos mundos. E não só no próximo ano, mas ao longo de toda, toda a vida.


quarta-feira, dezembro 25, 2002

Achado no Brazooka...

DISCURSO DE POSSE DO COMPANHEIRO GILBERTO GIL NO MINISTÉRIO DA CULTURA

"Senhoras e senhores quase brancos, pobres como pretos, pobres e mulatos, quase brancos, quase pretos de tão pobres, boa noite.
Alô, moça da favela, aquele abraço!
Alô, Banda de Ipanema, aquele abraço!
Todo mundo da Portela, aquele abraço!
Alô ,alô, Realengo, aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo, aquele abraço!
Ó, mundo tão desigual. Tudo é tão desigual. De um lado, este carnaval. De outro, a fome total.
Não me iludo. Tudo permanecerá do jeito que tem sido, transcorrendo, transformando, tempo e espaço navegando todos os sentidos.
Não se incomode. Porque o que a gente pode, pode. O que a gente não pode, explodirá.
Tenho e terei total apoio do companheiro presidente Lula.
Abacateiro, acataremos teu ato. Nós também somos do mato, como o pato e o leão.
Marmelada de banana, goiabada de marmelo! Bananada de goiaba, companheiros!
Minha alma cheira talco como bumbum de bebê. De bebê! Pense no Haiti. Reze pelo Haiti.


Obrigado."

terça-feira, dezembro 24, 2002

O cachorro marrom persegue as bolhas de sabão pela casa.

Trinta, quarenta bolhas de sabão, e ela continua correndo atrás de cada remessa como se fossem novidade. Persegue os sonhos como se eles não fosse explodir logo à frente, sempre, sempre.

As bolhas-sonhos têm vida curta. Voam e se chocam contra a parede. Voam e simplesmente explodem no ar. Voam, vão ficando rarefeitas, perdendo o colorido, até que somem. Como os sonhos.

Nana parece não saber disso. Cada bolha é única; em cada bolha, um encanto. Algumas ela consegue abocanhar, outras se perdem na distância, explodem, e mesmo assim ela não se deixa abater. A sabedoria canídea lhe assegura que outras bolhas virão, e que serão perseguidas com o mesmo entusiasmo dispensado às primeiras.

E pensar que a única manifestação de espírito natalino deste Grinch que vos fala veio de um daschund que nunca desiste das bolhas de sonho-sabão...

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Meus pais devem estar esperando a visita de alienígenas pra jantar hoje à noite. Comida demais, dá pra alimentar a Fonte Nova em dia de Ba-Vi...

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Creme vienense carregado no whisky, lago dentro da lavanderia, pochete biológica... Hein? Uma conversa telefônica com a minha irmã de alma, far away, so, so close... Feliz Natal, irmã, tomara que você não tenha embebedado a família com as ameixas etílicas!

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Verdade seja dita...

Preste atenção. Se fosse a Kelly Key a cantora, todo mundo falaria mal:

"Já sei namorar/ já sei beijar de língua... Eu sou de ninguém/ Eu sou de todo mundo... E todo mundo é meu também".

segunda-feira, dezembro 23, 2002

Uma babel na esquina de casa. Sentada num bar na beira da praia, abro o cardápio de idiomas e resolvo pedir todos.

Na mesa do meu lado esquerdo, um grupo de italianos discute sobre prostituição. Senhores italianos, peles crestadas de sol, olhos azuis, verdes, castanhos como avelãs derretidas. São olhos que já viram muito, as idades avançadas que os habilitam a falar com propriedade do assunto em questão. Por um momento eu me atenho somente ao fluido palavreado que ouço da mesa ao lado. Língua doce, melódica, que me remete ao passado não muito longínquo, onde as palavras em italiano serviam para me dizer o quão especial eu era. Os velhinhos, que parecem saídos de um um filme do Jean-Luc Besson, me devolvem, por um átimo de segundo, o piscar de olhos cúmplice do Paolo, a textura dos cabelos dele, o gosto do último café tomado no aeroporto, minutos antes do embarque.

Do outro lado, um diálogo em espanhol entre um casal gay. Quanta recorrência... Espanhóis e gays, já tive o meu quinhão para todo o resto do ano. Nem dedico os meus ouvidos ao exercício da bisbilhotice.

Atrás de mim, vozes rasgam o burburinho. Sílabas guturais, não entendo uma única palavra? Alemão! Alimento a esperança de que seja o André, austríaco que fala um portuñol perfeito. Viro pra trás e não vejo seus olhos brincando com os meus, azul no castanho, nem o ouço pedindo "por favor, você consegue um cigarro mentolado?" Não registro quem está atrás: volto para a posição original e fico degustando esse idioma estranho, áspero, que tanto me intriga. Um germânico tentando falar português é algo que me fascina: os artigos nunca casam com os gêneros, os verbos não fazem par com os tempos.

Nem os sotaques que ouço na minha mesa são os usuais: uma carioca, uma paulista, dois baianos, uma sergipana, uma gaúcha. Cada um com uma gíria diferente, com um maneirismo para particularizar a região de onde vem. As consoantes são ditas cada hora de uma maneira diferente, com e sem chiado, com e sem acentos circunflexos. De propósito (?) não entendo o que a outra extremidade da mesa quer dizer. Sorrio, faço de desentendida, e escapo da pergunta inoportuna. "No, ich no parlo su language!"

Volto pra casa mais cedo do que esperei. Tantos idiomas e dialetos diferentes me deram o álibi perfeito para mais uma vez não entender nada do que foi dito. Ou entender, mas sorrir educadamente, sacudir a cabeça e responder: "Sorry, no coins!"

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How the Grinch stoles the Christmas?

sábado, dezembro 21, 2002

Um misto de dor física e dor emocional me deram a noite de sono mais longa dos últimos dez anos.

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A dor física danificou meu lado direito do rosto: cabeça, dentes, olhos. Hoje estou quase viva, novamente, mas por instantes achei que ia jogar ping pong com as bolinhas dos olhos, de tanto que elas estavam sendo pressionadas para fora. Uma amostra do que o bruxismo pode fazer por mim...

Era pra ser uma noite de risadas, de cumplicidade, de lua alta, de caminhos a serem (re)descobertos. Noite para comemorar os resultados que a quinta-feira de pleniluni trouxeram, para aproveitar a lua em cancer, para rir dos infortúnios da semana que passou e nos fortalecer para os da próxima.

Mas acabei encontrando refúgio no sono. Sono inquieto, suado, dolorido. Sono nada reparador, mas sono-fuga. Fuga dos dias desleais, dos dias em que eu assimilei mais pancadas do que o meu corpo — e o meu espírito — podiam receber.

Dormi das seis e meia da tarde de ontem até as nove e meia da manhã de hoje. Sem sonhos, sem a tranquilidade necessária para abrir os olhos e descobrir o mundo sem dor.

quinta-feira, dezembro 19, 2002

Encontrei nos fragmentos um homem do passado.

Senti o cheiro dele num pescoço amigo, perfume amadeirado, misturado com cheiro de cigarro. Pode parecer ruim, mas a mistura é — e sempre foi — explosiva! Um cheiro querido, que precisava de um estímulo externo para novamente voltar a impregnar o meu olfato. Um cheiro que sempre esteve em mim.

Vi o rosto dele num rosto do além-mar. Mesmo sorriso, tanto nos olhos — não verdes, mas azuis — quanto nos lábios. Mesma cor de cabelo, fios de ouro velho, caindo insistentemente nos olhos.

O quadro se completa com o cheiro da palha de milho queimada entre goles de cerveja. Uma confluência de elementos que me conduziram a dias felizes, a olhares, confidências trocadas na cozinha, tarde da noite. Tempo do maior aprendizado, tempo de definição do meu papel, tempo que serviu para sedimentar todo o porvir.

Noite de presente, de celebração, de vida que vem, de vida que está. Lua em gêmeos, quase cheia, noite clara, véspera de definições. Tive de volta um amor do passado, coloquei-o na mesa, degustei um pouco, e fiz o que era justo: lancei-o de volta aos tempos idos, sacudi a cabeça e olhei pra frente. A noite estava clara como os dias que ainda virão.

terça-feira, dezembro 17, 2002

Genial esse Gerador de Letras Tribalistas! Roubado do Jesus, me chicoteia!, que emprestou do Mundo Perfeito

Essa é a minha composição:



Menos e mais

Aportei em Caxias, Monopoli
Dois mais dois é igual a mais
É hora de andar, hora de ser
Avistei ovo
Quero sabão no sertão sedutor


Bis

Lesera livida leave him
É hora de andar, hora de ser
Sossega meu avõ, oh yeah!
Sou menos e sou mais Vi
Sou eu e sou nós
Balanço bonachão, não brinque
É hora de andar, hora de ser



Repita 75 vezes até que alguém cometa suicídio.

O sonho-pesadelo termina com dois globos coloridos de papel marché, um jantar melancólico, um abraço apertado. Essa é a pior parte de gostar das pessoas: elas vão embora.

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Para terminar minha temporada castelhana, um argentino. E que companhia maravilhosa a dele! Guillermo fez o melhor espetáculo de todo o evento, pungente, tenso, doce, acre, singelo.

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Nightmares and Dreamscapes

Voltando do teatro, caminhando por uma avenida arborizada. Meia noite e muito. Um catador de latinhas vem pra cima de mim com uma garrafa na mão. Atravesso a rua na direção contrária, paro em frente à guarita de um prédio. O porteiro destrava o portão, mas eu não entro. O catador não se aproxima muito, fica olhando, resmungando algo, e continua a andar na mesma direção que eu iria.

Precaução e água benta não fazem mal a ninguém. Abri a mochila, saquei o canivete. Prendo o cabo com o dedão, escondo a lâmina na palma da mão, camuflada no dedo médio. Pronto, agora continuo a caminhar, sem perder de vista o cara. Ele passa atrás de um caminhão. Não sai do outro lado. Oh-Oh... Reduzo o passo, quase paro. Vejo as pernas dele por baixo da carroceria. Quando ele me vê parada, corre atrás de mim. Corro para um apart hotel, dois seguranças à vista. O catador corre atrás, entra no apart. Os seguranças o convidam para sair, ele aceita o convite um tanto quanto relutante. Quando o segurança me acompanha até a rua, olha pra minha mão e vê o canivete.

"Onde raios você aprendeu a segurar um canivete desse jeito malandro?"

A pergunta não é feita, mas a frase seguinte é dita com insuspeita doçura:

— Menina, isso mata...
— É isso que eu quero...


Segui meu caminho. O catador tomou direção ignorada.

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Sim, tentaram me assaltar ontem. Não, não conseguiram.

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Noite de conversas esclarecedoras. Bom não beber, pq posso jogar à vontade. Falei mal sem abrir a boca, sem me comprometer. Arranquei confissões que nem eram necessárias. Eu SEMPRE soube o motivo da minha demissão. Abençoada demissão.

Não é desejar o mal: é contar com a lei da ação e reação. Todas as vezes que ela me sacaneou, em alguma coisa ela foi lesada. Ou quebrou equipamento, ou perdeu dinheiro, ou ... Não, nunca fiz absolutamente nada. Só vim me dar conta de que ela estava recebendo os trocos muito rápido no 3o. ou 4o. episódio. Eu não fiz nada. Mas eu tenho quem olhe por mim.

sábado, dezembro 14, 2002

Isso não se faz!

Tarde no teatro. Os espanhóis afinando a luz, e eu sentada no chão, vendo uma televisão escondida embaixo da mesa de som. Os técnicos vendo Programa Raul Gil. Entra um cantor baiano que fez sucesso com grupo de pagode, e que resolveu seguir carreira solo. Depois de cantar, a conversa:

— Raul, manda um beijo pra Luis Eduardo Magalhães!
— Hã?
— É, manda um abraço para Luís Eduardo Magalhães!
— Err... O que é Luis Eduardo Magalhães?
(sorridente, como se NADA tivesse acontencendo)
— Uma cidade lá no interior da Bahia!


Alívio. Vai pegar seu banquinho!

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Tá pensando que acabou?

Air guitar? OK. Air drumm? É... Vá lá... Mas AIR CAVAQUINHO???

Oh, yeah, baby, hoje eu vi, no mesmo programa, com o mesmo cantor... A Bahia não é um estado: é um portal para outra dimensão.

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Estou pensando em espanhol, cantando em espanhol, ouvindo espanhol, sonhando em espanhol. E EU NÃO FALO ESPANHOL!

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Não falava, mas depois de uma troupe de espanhóis e um cubano, estou até diferenciando o espanhol de Madrid, de Cuba, da Colombia...


Uma flor. Presente inesperado, que veio de uma pessoa insuspeitíssima. Rosa amarela, já um pouco cansada da viagem de uma pequena capital nordestina pra cá. Pequeno carinho, um prestador de serviços do evento que em algum momento me reteve na mente, e me viu merecedora de uma flor. As pessoas ainda me emocionam.

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Almoço surpreendentemente bem acompanhada. Linóleo e cortinas brancas a caminho de Sergipe. Tarde deliciosa, de boas conversas e comparações linguísticas. Jantar divertido, não tinham garçons no número adequado, peguei a bandeja e saí servindo todo mundo. Último grande desafio superado. Cansada.

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Um encontro geminiano: 11 e 16 de junho. Duas culturas diferentes, um com experiência socialista e sofrida, outra com experiência capitalista e nem tão restrita assim. Um abismo de idiomas, um abismo de modelos políticos. Um abismo cultural, dessa vez invertido.

Aquele que veio do país onde o creme dental, o sabonete e a comida são porcionados e racionados é, no mínimo, uma sumidade. Culto ao extremo, bem articulado, bem educado — do ponto de vista de educação formal.

Aquela que veio do país onde os bifes são comprados indiscriminadamente tem uma educação formal medíocre, uma cultura de almanaque, uma articulação pasteurizada. Ele de Cuba. Eu do Brasil. Horas de conversa, horas de boas risadas, horas de piadas partilhadas, horas de entendimento, que ora se fez mudo, ora se fez num idioma criado hoje a tarde, mescla de português, espanhol, gestos e olhos.

Presente bom vindo da ilha do Fidel.

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Que tipo de ser humano — 26 anos, sete tatuagens fixas — compra um chiclete de bola só por causa das tatuagens descartáveis? É que tipo de pessoa é essa que aplica a tal tatuagem de chiclete no braço e exibe orgulhosa para todos os comensais?

Tô nem aí... Me diverti à beça!

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Saudade daquele homem especial. Saudade mesmo, forte, dura, áspera. E só vou poder matar as saudades quando conseguir chegar em casa num horário cristão.

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[ Espaço reservado para a reapresentação da segunda parte de "I wish you we´re here", do Pink Floyd ]

Continuo sentindo essa música...

sexta-feira, dezembro 13, 2002

Não posso estar triste. Estou me encharcando de Prozac.

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Checked List

O sofá quebrou no meio do espetáculo. O cara do transfer se perdeu dos chegantes. A comida do jantar levou quase duas horas pra chegar. Cheguei em casa quase duas, dormi mais de três, acordei as cinco e meia pra resolver o transfer. RESOLVI com todas as boas cartadas de produtora que se dá ao respeito. A van para levar embora um grupo de outro estado chegou com SEIS horas de atraso. Meu estômago nem se queixou de nada hoje. Não tomei café da manhã. Não jantei. Almocei ridiculamente. Cochilei no saguão do hotel enquanto esperava o pessoal pra uma reunião... que só começou meia noite e meia. Não acho uma porra de um linóleo branco em Salvador. Ah, as cortinas do espetáculo argentino tem que ficar prontas amanhã a tarde. Léo foi assistir ao espetáculo de hoje comigo. As pessoas vomitam em cena no espetáculo. A russa, a carioca, o ilheense e o cubano sentiram frio em Salvador, alguém acredita?

Não sou mais um ser humano.

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— Eu adorra dar aulas na USP, mas não gosta São Paulo. Quando cheguei Salvador ontem, respirei bem fundo e olhei pro céu. Salvador me emociona! O céu não estava azul: estava esmeralda.

Precisei ouvir isso de uma russa para olhar Salvador com olhos mais apaixonados de novo.

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Quase duas horas. Estou pifando.

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How I wish, how I wish you were here
We´re just two lost souls swimming in a fish bowl
Year after year
Running over the same old ground
What have we found?
The same old fears
Wish you were here


I wish you were here - Pink Floyd

Faço minhas as palavras deles.

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Câmbio, desligo.

quarta-feira, dezembro 11, 2002

O que fazer quando você leva uma geral de uma senhora grosseira que acha que a sua obrigação é vender revistas?
Tenho a impressão de que as pessoas só vão me respeitar como profissional quando eu tiver rugas.

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Mas hoje eu consegui. Hoje eu conquistei respeito.

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That´s all, folks. Say a little pray for me...

terça-feira, dezembro 10, 2002

Um dia eu acordo levitando.

Não, nenhuma nova técnica de relaxamento. Mosquitos. Um dia eles me carregam.

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Cansada, absurdamente cansada. O evento começa hoje, terça, e meu pensamento fixo durante TODO o dia é: preciso dormir. Preciso dormir, preciso de colo, preciso de carinho, preciso de beijinhos, preciso de alguém... Ah, aí já é pedir demais... Só preciso dormir. E acredite: é tarefa difícil para esta noctívaga que vos fala.

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Minha amiga querida, alma companheira, obrigada pela mensagem de texto no celular. No ritmo que as coisas vão, acho que a gente só vai conseguir se encontrar no Messenger no dia 19. Puts, só lá? Você recebeu minha mensagem de texto? Manda notícia por email, ou melhor: FAÇA UM BLOG!!!!!

E sim, vc consegue!

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H.m.Q.

What's new?
How's the weather?
Is it stormy where you are?
Cause I'm so far but it feels like you're so close

Kiss the rain, com uma pequena adaptação - Billie Myers

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Juro, juro que quero saber quem é esse homem que apareceu no meu jogo de cartas. Quem é esse homem unido a mim por outras vidas?

domingo, dezembro 08, 2002

Pequenas coincidências me deixam MUITO feliz.

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OK, não existem coincidências, né? Concordo, mas vamos comigo: os encontros randômicos só passam a não ser coincidências quando você pensa muito sobre o assunto e descobre qual a função de ter encontrado aquela pessoa no lugar mais improvável. Nesse caso, não quero, não pretendo, e não vou pensar no assunto.

Saí do escritório depois das quatro e meia. Peguei um ônibus vazio, sentei num dos bancos, puxei "Dreamcatcher" da bolsa e não o abri. Estranho. Fiquei olhando pra fora, paisagem feia, obras de construção de um viaduto. Carro vermelho ao lado do ônibus. Um homem sozinho, alto. Perfil tão familiar que senti um dedo gelado percorrendo minhas costas. KR??? Uma olhada para a placa do carro confirmou as minhas supeitas. Ele.

Pausa: KR foi um grande, grande amor que tive. Eu me lembro do dia em que o conheci. Sentei no gramado do Farol da Barra, um bom livro, sol indo embora. Cidade vazia, exatamente como eu gosto. Apaixonei primeiro pelas pernas das calças dele, que passaram na minha frente. Um segundo depois, um quilômetro de homem para cima, eu descobri que o amava e nem ao menos sabia quem ele era.

2 horas depois de o ver, já sabia onde ele trabalhava, seu nome. E nós nem nos falamos. Passei a acompanhar a carreira dele ? o melhor profissional de comunicação da Bahia, na minha opinião ?, nos encontrávamos em bares, locais públicos. Nunca, nunca nos falamos. Um ano depois, passei a trabalhar na mesma empresa que ele. Nossos encontros passaram a ser diários. Continuamos sem nos falar. Saí da empresa, passei um ano fora de Salvador, voltei. Passei mais um ano e meio sem sequer vê-lo.

E nos dois últimos meses... O encontrei no aeroporto, no caixa exatamente em frente ao meu. O estômago se embrulhou todo no reconhecimento daquele que já foi pra mim o mais querido. Olhos cravados nos olhos, nenhuma palavra, "o seu troco, senhora", adeus.

Sexta-feira 6, ao meu lado o carro da empresa onde ele trabalha. Um motorista, o mesmo que tantas vezes me atendeu, e ele. Meu olhar acompanhou o carro até que sumisse no trânsito, minha boca acompanhou a linha do sorriso hermético, a cabeça trilhou o caminho das lembranças.

E hoje. Sozinho, sério, sem camisa, voltando da praia. E novamente as lembranças das muitas vezes em que nos encontramos, um rápido retrospecto de cinco anos e meio de encontros e desencontros, do meu amor unilateral, irracional.

Ele sozinho lá, imerso nos pensamentos dele. Eu sozinha aqui, imersa nos meus pensamentos. Nossas interrogações ? aquelas que trazemos no alto das cabeças ? se encontraram novamente, se engancharam, fizeram com que rodássemos um em torno do outro. Imersos em pensamento continuamos, desenroscamos os nossos pontos de interrogação, seguimos adiante. Mais uma vez, seguimos na mesma direção.


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Domingo de alegria. Virei a noite numa farra absurda. Noite maravilhosa, amigos dos mais queridos, um bar fora do roteiro, um cigano que não errou uma vírgula sobre a minha vida, chopp morno no Barravento, chopp estranho no Subway do Espanhol. Só que eu não sabia que ia trabalhar. E fui.

Gosto de meião de jogador de futebol na boca, óculos escuros que filtram 90% da luz externa, filtro na alma que me torna refratária às crises de mau humor do mundo. A Cabocla Produtora baixou de novo! Almoço do Mac Donald´s comido às pressas entre anotações para comprar terra escura (para uma performance), preços de linóleo, tabelas de chegadas de vôos. Andava com saudade disso...

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Numa casa de show de uma capital do Nordeste...

? Vocês têm mesa de som?
? Ah, temos sim!


Horas depois...

? A mesa de som, onde é?
? Está aqui!


Um rack para acomodar uma aparelhagem de som.

***

Conversa telefônica entre duas capitais do Nordeste

? Fecha o transporte do cenário do espetáculo por esse valor X. O orçamento do outro fornecedor era o dobro desse valor.
? Ah, mas o do outro fornecedor já tinha a volta do cenário.
? Hein? Esse é o preço só da ida?
? É! Você não falou que tinha que trazer de volta!


É, errada era eu. Podia ser que o cenário quisesse vir de mudança para Salvador.

Adoro esses pequenos presentes que ganho.

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Tinha uma produção de campo pra fazer hoje. Tinha que vistoriar as acomodações de uma grande artista que estaremos recebendo. Mas passei o dia inteiro numa má vontade brutal. Não queria ver o sol — nem dava, tudo nublado. Estava muito feliz com Henry, Jonesy, Beaver, Pete e Duddits, numa cabana no meio do Maine chamada Hole in the Wall. Ah, desculpa, esqueci de contar que estou relendo "Dreamcatcher", do King, o Stephen.

Pois é. Resolvi me investir de coragem, liguei pro hotel pra marcar o horário da visita.

— Esse departamento só funciona de segunda a sexta, senhora.

Obrigada, Deus!!!

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O mais doce presente que ganhei: um subject de email. Isso mesmo: só um subject. Só o assunto do email conseguiu mitigar a dorzinha chata e forte que me ia na alma.

Engraçado. Eu programei meus emails para serem descarregados pelo Outlook. Mas tenho uma conta de email cujo endereço somente duas pessoas sabem. É um email que vasculho com uma ansiedade estúpida, esperando sempre palavras sopradas de longe; sempre, sempre trazendo soluções, carinho, respostas, amor. Sobretudo amor.

E ontem... Ontem pq ainda não dormi — "porque hoje é sábado" —, o Homem MUITO Especial foi escolhido "Anjo da Guarda", e veio trazendo boas novas. Basta olhar pro post aí embaixo pra ver que azeda era uma palavra amena para me designar... E nesse mar de mau humor e amargor, o alívio instantâneo: um raro e delicioso email DELE, um subject que me fez recriar o ritual de leitura: a escolha de uma música adequada, a posição de lótus, três hiperventilações.

Li. O conteúdo? Tão doce quanto o subject! Parece um adivinho: era o dia em que eu mais gostaria de saber dele, de estar com ele. Dia que merecia terminar em colo, carinho, consolo, beijinhos, e a garantia de que tudo vai terminar bem.

De certa forma, meu dia terminou assim. O colo, o carinho, o consolo, os beijinhos e a garantia de que tudo ia terminar bem... Ah, esses vieram por email mesmo, vieram de um homem que jamais poderia saber que suas palavras iriam me fazer tão bem, tão bem.

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Receber um presente desses implica em troca. Eu espero estar à altura para retribuir todo o bem que ele me faz. E não é um "esperar" de expectativa. É esperar de "torcer para". De me esforçar todos os dias um pouquinho para evoluir e poder "trocar", ao invés de só receber.

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E salve o povo cigano! Salve seu Kadu, salve Santa Sara Khali.

Sabe que eu nunca tinha pensado a sério num casal de gêmeos?

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Meu coração é uma máquina de escrever
As paixões passam
As canções ficam
Os poemas respiram nas prisões
Pra ler um verso, ouvir, escutar
Meu coração falar
Até se calar a pulsação
Meu coração é uma máquina de escrever
No papel da solidão
Meu coração é
Da era de Guttemberg
Meu coração se ergue
Meu coração é
Uma impressão
Meu coração
Já era
Quando ainda não era
A palavra emoção
Mas há palavras no meu coração
Letras e sons
Brinquedos e diversões
Que passem as paixões
Que fiquem as canções
Nos poemas, nos batimentos
Das teclas da máquina de escrever
Meu coração é uma máquina de escrever
Ilusões
Meu coração é uma máquina de escrever
É só você bater
Prá entrar na minha história


Máquina de Escrever
Mathilda Kovak e Luís Capucho - Pedro Luis e a Parede

E finalmente, anos depois, PL e the Wall (né, Monka?) HOJE!

sábado, dezembro 07, 2002

Onde arranjar ânimo para dizer que não estou lá tão feliz?

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Como estar feliz? "Pô, Dani, trabalho novo!".

É. Alguém conhece a completa acepção da palavra... Ah, deixa pra lá.

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Como estar feliz? Descartável. É isso que eu sou. As pessoas usam e jogam fora. Usam mesmo. Sirvo para determinadas funções. Sirvo para determinadas datas. Sirvo para certas ocasiões. Quando as coisas voltam ao normal, foda-se Daniela.

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Se você acha que contribuiu para esse meu estado de espírito, obrigada! Certamente contribuiu mesmo.

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Mas não se preocupe. JAMAIS vou estender o dedo e acusar.

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E amanhã, de volta à postura "filhote de beagle de olhos arregalados no pet shop".

— Me leva?

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Um dia eu aprendo. Um dia...

sexta-feira, dezembro 06, 2002

Ei, Homem MUITO Querido, você também escreve horóscopos?

Chegará o momento em que os complexos raciocínios da lógica se tornarão incapazes de esclarecer você. Será então que você dependerá da intuição ou da inspiração para seguir em frente. Aceite essa realidade.

Horóscopo para Gêmeos - Estado de São Paulo

Acho que a hora chegou... Você estava certo... como sempre!

O que uma lua nova não fizer...

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Trabalho. Trabalho novo! Apaixonei pelo projeto antes mesmo de saber o valor do cachê. O responsável pelo evento fala com um entusiasmo, seus olhos brilham tanto, que não tem jeito dos nossos próprios olhos não brilharem junto. Vou me ferrar por causa de horários, mas vai valer a pena.

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Uma das coisas que mais me faz feliz é poder, eventualmente, aceitar trabalhos ganhando pouco ou nada. Fico feliz pq estou fazendo com o coração, fazendo por prazer, fazendo pq antes de tudo EU ACREDITO. Acredito no trabalho, no projeto, no futuro, na minha importância para esse trabalho, no quanto as pessoas vão se beneficiar. Ainda não sei quanto vou ganhar com esse projeto, mas só fazer já paga o meu cachê.

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De toda sorte, quero poder começar a planejar meu carnaval fora de Salvador. Alguma sugestão sobre para onde viajar, pessoas?

quinta-feira, dezembro 05, 2002

É o terceiro post que começo a escrever e não publico. E isso desde as oito da manhã.

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Desde cedo num mau humor de fazer inveja ao Mutly. Mas depois de um ano procurando, achei "Ela disse adeus" ao vivo. Que falta de humor sobrevive aos metais dos Paralamas?

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Que espécie de ser humano baixa músicas como Doces Beijos, If you´re not here e Quiero ser, dos Menudos?

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Um ser humano saudoso, claro!

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Cada namorado ou mera paixão que veio — e foi — deixou um pouquinho do gosto musical. Todos eles, tanto quanto os amigos, me fizeram ver de maneira diferente uma determinada banda, uma música específica, um trecho de uma canção que muito dizia a eles. Ângelo, que nunca foi namorado, mas... Ângelo me trouxe Oingo Boingo, Red Hot Chilli Peppers. Frederico me apaixonou pela guitarra do Mark Knofler em "Sultans of Swing", e em tudo o mais do Dire Straits. O Emerson aumentou meu amor pelo U2, amadureceu minha admiração pelo Pink Floyd. Teve um que decupou comigo "No Quarter", do Zeppelin, e depois me fez ouvir a música no volume máximo, num headphone. Quase fico surda, mas o Led Zeppelin ganhou mais uma admiradora.

Um me fez ouvir "Bullroarer", do Midnigth Oil, com o olhar perdido; o mesmo que gostava de música australiana também era louco pela Maria Bethânia — "Onde estará o meu amor?" —, e quase me fez chorar com "Magamalabares". Um, dos mais especiais, entranhou "Chão de Giz" na minha pele. "Basket Case", "When I come around", do Green Day, "Reggae do Maneiro", "Vinte e Poucos Anos", dos Raimundos, vieram com o cara mais doce que conheço.

Na história recente, "Black", do Pearl Jam, voltou à minha órbita depois de 10 anos, por causa do Taurino. Aliás, ele me trouxe de volta umas coisas interessantes: The Police, Iron (e o meu winamp do demo acaba de escolher Black!), Charlie Brown Jr... O Paolo me abriu um horizonte de possibilidades na música italiana, do pop rock ao folk, com uma longa pausa no liscio. O italiano cantava pra mim duas músicas em especial: "Femmina" e "Daniela". Será que foi por isso que eu apaixonei?

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Let her get on with life
Let her have some fun


quarta-feira, dezembro 04, 2002

Não, não acho que os Engenheiros do havaí sejam punks. Acho a atitude punk deles forçada. Sim, acabei de baixar "Alta Noite" com o Arnaldo Antunes, agora sim ela faz todo o sentido. Sim, acabei baixando algumas músicas dos Engenheiros, descobri que Spiderweb, do No Doubt, é DE-LI-CI-O-SA. Sim, MTV com a tecla "mute" apertada é uma experiência única, principalmente se estiver tocando a tal Spiderweb o tempo todo.

Sim, estou num mau humor franciscano.


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Voltei aos bancos escolares. Na verdade, acho que só vou terminar esse semestre porque vou me entupir de Prozac a partir de amanhã, porque está sendo feita uma junta de anjos para me empurrar pra fora da FACOM... E porque tem ar condicionado numa as salas de aula. Mas só por isso.

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Da série "Por que é que eu chamei a atenção?"

Um ex-professor meu e uma professora que daria meu próximo período se encontram no corredor. Daniela com eles.

— Imagina, Professor, eu lá embaixo preocupada com o meu atraso, com os alunos, e olha: Daniela e João Paulo (outro dino, mesmo semestre de entrada que eu), só!

Daniela, que não aguenta ficar de boca fechada:

— Ah, mas a gente merece preocupação...

O professor, que me conhece de outros carnavais:

— Professora Fulana, a senhora ainda tem sorte que Daniela está frequentando sua disciplina. Na minha ela nunca aparecia!

Cai o pano, próximo ato.

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E ainda sou obrigada a encontrar o entregador de comida da vizinha de cima em atividades sexuais solitárias, na garagem do prédio, olhando para a minha casa. Ainda sou obrigada a pagar uma geral nele, ameaçar, espumar de raiva, descompensar e levar uma hora inteira pra reequilibrar.

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Mas estou viva, viva, viva.

terça-feira, dezembro 03, 2002

Três curtos sinais sonoros, vindos do meu celular, soados às três e trinta da manhã, fizeram com que a minha terça feira fosse mais doce. Ele cumpriu a promessa: mandou mensagem pro meu celular avisando que chegou...

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Estou mais para "O Pulso" do que para "Fame"...

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Sm, ainda em repouso quase absoluto. Sim, a paciente está fora de risco.

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Não quero mais brincar disso!

Ora, geminiano, assumir um compromisso não precisa ser uma coisa assim tão complicada. A liberdade é um estado de espírito, é impossível acorrentá-lo à terra. Limites, você é que se impõe. Não perca tempo e energia se debatendo. Uma passagem com ida e volta marcadas não o impedirá de voar: aproveite a viagem, pare de sacudir o avião.

Fonte: Terra - Esotérico: Horóscopo para Gêmeos

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"Now the deed is done
As you blink she is gone
Let her get on with life
Let her have some fun


(...)

Lágrimas por ninguém
Só porque é triste o fim
Outro amor se acabou


Ele quis lhe pedir pra ficar
De nada ia adiantar
Quis lhe prometer melhorar
E quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você
Sempre o último a saber..


Ela Disse Adeus - Paralamas

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Em 98, no fim de uma história lindinha, resolvi colocar um Sérgio no lugar do outro pra ver se esquecia. Coisas que só Daniela entende, mas quase deu certo. No final, acabei me mandando pra Recife, o Sérgio Sub acabou virando amigão, e acabei ficando muito amiga do ex (pra variar!). E "Ela Disse Adeus" era uma coisa que eu ouvia quase compulsivamente.

Ano passado, estava trabalhando na Praia do Forte e depois de jantar, saí pra andar um minutinho. Me deparei com um botequinho onde na televisão passava o show que os Paralamas fizeram pra Multishow. 500 bandas, nenhuma me dizia nada, e eu tinha que passr justo na hora em que entra o solinho dos metais. Como um raio, vieram Sérgio Sub, o outro e o 3º daquela temporada. Há tempos não lembrava deles, e de lá pra cá, venho pensando neles com uma certa recorrência.

Historinha gratuita, mas que voltou pra cabeça quando ouvi Ela Disse Adeus agora há pouco...


segunda-feira, dezembro 02, 2002

"Eu procuro um amor que ainda não encontrei
Diferentes de todos que amei
Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver
E as feridas dessa vida eu quero esquecer


Pode ser que eu o encontre numa fila de cinema
Numa esquina ou numa mesa de bar
Procuro um amor que seja bom pra mim
Vou procurar eu vou até o fim..."


Segredos - Frejat

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30 dias. 30 longos dias sem ele por aqui. Meu produto preferido, meu companheiro, cúmplice, cupincha, chegado, mano. Vou tentar, meu amor... vou tentar viajar pra passar o Reveillon com você!

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Estou trocando as pontas dos dedos por 15 quindins.

Não quindins comuns. Quindins translúcidos, brilhantes, molhadinhos, do tamanho exato de duas grandes mordidas. Quindins abrigados em forminhas de papel, daquelas que melecam a mão quando a gente pega, quindins feitos com amor, ou nem tanto, feitos com coco ralado direto do coco, não aquela farsa em saquinhos. Não gelados, tampouco quentes: quindins em temperatura ambiente.

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"Estou feliz por você, mas se pensa que vai me ferir de novo, se enganou. Deixei meu coração na outra calça!"
Hot Shots II - Texto do Charlie Sheen

Grande filme...

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Dia 1.

Contratempos... Tive todos no dia do show. Problemas com músicos, o único roadie bom sumiu. Tive que ficar com o desconhecido e sem iniciativa e convocar um que é PÉSSIMO! O mínimo que ele fez foi passar o show dizendo desaforos pro baterista.

Fora isso... Bem, o palco estava com uma energia horrível, o show foi tecnicamente ruim, mas o público, pra variar, não percebeu. O cavalo não era o Meteoro, meu baterista preferido foi como convidado especial, nunca rezei tanto para chover e acalmar a nuvem de poeira que subia o tempo todo. O boi não entrou, fui cumprimetá-lo no pastinho onde ele estava, CONSEGUI NÃO FALAR COM O PRODUTOR DO EVENTO, reencontrei Paulinho, baterista da melhor qualidade, a quem eu não via há uns 3 anos. Achei R$ 8,00 no palco 1 (oito, sempre oito, que recorrência), quase esgano o meu artista pq a produção do palco estava em cima de mim para terminar o show.

Quando a primeira pincelada de azul claro se intrometeu no azul escuro do céu, o show acabou. "From dusk till dawn". Ninguém virou pó, os vampiros não foram embora, mas tudo terminou.

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A tensão do início do show beira o sobrehumano. Não tenho a menor idéia de qual é a música de introdução; a única coisa que sei é que no set list ela é chamada de "abertura". Eu não ouço nada, só o meu próprio coração batendo quase dentro da minha cabeça, como num metrônomo embutido, marcando as minhas passadas.

E se o cavalo surtar? E se o microfone falhar (falhou!)? Estou a uma distância infinita do palco, razoavelmente perto da house. Mas estou sozinha; o artista, o cavalo e eu. Qualquer problema é comigo e comigo. O público é imprevisível. É neguinho que quer bater no cavalo, é bêbado que quer subir no cavalo, tocar berrante, tocar na produtora, dançar com a produtora. E a produtora correndo, dando ordem para a segurança, sorrindo para bêbado, sorrindo para o artista, sorrindo para o cavalo...

Mas... Eu ainda me emociono com todos os shows do meu artista. Na hora em que os instrumentos começam tocar a mesma coisa, me dá uma sensação de pertencer, de saber que eu fui peça fundamental para isso estar acontecendo. É um tempo ínfimo, mas me parece uma eternidade quando olho do palco para o meu artista e me permito sentir um carinho enorme por ele.

Mas passa! E como passa rápido!

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Ainda teve o sábado e sua festa alemã. Quilos de würst, rösti, chopp, e eu lá, com um choppinho morno na mão, pq era tudo o que eu tinha me permitido ingerir. E em pé, me sentindo mal. Destaque para as piadas sobre suspensórios austríacos, ursinhos de pelúcia como brinde da tômbola, carneiros e bodes rifados. Alemães são pessoas estranhas, com rituais estranhos.

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Tômbola, gente! Rá, eu não ouvia falar disso desde os idos de 1983, numa festa qualquer que eu devo ter ido! Alemães e seus descendentes são estranhos! Hã, de onde vem meu Henning mesmo?

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Já pensou se eu ganho uma ovelha na rifa? O que é que eu ia fazer com ela? Trazer pra casa e criar como bicho de estimação? Passear a ovelha na coleira e chamar de Toby, Lassie, Lady? E a crise de identidade da ovelha, achando que é cachorro? Ao invés de balir, ensaiando uns latidos com a Nana e a Mabel. Será que a ovelha correria atrás de gatos?

O que ovelhas comem? Será que ela ia subir na cama dos meus pais de manhã para pedir pão no café da manhã? Será que a ovelha ia gostar de brincar de bola de tênis?

Ainda bem que não comprei a rifa lá no bazar alemão. Eu jamais seria boa mãe pra ovelhinha...


domingo, dezembro 01, 2002

Piorei depois do show. Pudera. Correr atrás de um cavalo que bate os cascos no poeirão... Bom... Vou espirrar mais um pouco e volto.

sexta-feira, novembro 29, 2002

Rinite, febre, pesadelos, tremedeira... Digam olá para a minha noite!

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Eu preciso investigar. Na semana em que assumi aquele trabalho grande, tive uma febre monstruosa, um prenúncio de gripe que nunca se concretizou. E agora, na semana de show com meu artista, uma rinite absurda, uma febre sem motivo.

Já sei: Alergia ao trabalho!

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E até agora: 12:15, não temos a van para levar os músicos, a van dos instrumentos, nada. A produção do evento não me da um retorno, não me atualiza. E eu não estou com a menor dor na consciência. Vou assumir que estou só na produção do show, e não na pré-produção.

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O pior é que eu sei que daqui a uma hora, uma hora e meia, eu já vou estar agoniada, ligando pra meio mundo pra resolver o problema.

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Basta eu tirar a mão um minuto e a história já desanda. Dessa vez eu não interferi na escolha dos roadies, e olha o que me arranjam:

.um roadie desconhecido que nunca trabalhou como roadie
.um roadie desconhecido que, segundo o cara que o empurrou pra nós, "não tem iniciativa"
.um roadie bom (não excelente), mas que quase cochila no palco.

Lembremos sempre que é um show ENORME, com uma estrutura enorme, com duas interferências do artista no meio do público, em cima de um boi e de um cavalo, com 9 músicos, duas bailarinas e o artista no palco ao mesmo tempo. Em alguns blocos do show ele usa violão, que NUNCA funciona de primeira, o baterista sempre tem problemas com a caixa da bateria... E eu com essas três belezinhas no palco comigo.

Vou cobrar cachê de roadie também!

quinta-feira, novembro 28, 2002

Bizarrices telefônicas

— Dona Mamãe está, por favor?
— Ela não está.
— Ela está no trabalho?
— Quem está falando?
— Berenice, do cartão de crédito Credicard. A dona Mamãe...
— Ela não está.
— Ela saiu?
— Eu creio que sim... se ela não está...


Por que é que NINGUÉM mais nesta casa atende aos telefonemas bizarros?

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Show amanhã. A mesma ladainha: cavalo que me odeia, boi que pisa no meu pé, público enlouqecido, bêbados em todos os lugares, até onde não deveriam. Mas não estou me queixando, não, viu, Deus?


quarta-feira, novembro 27, 2002

Encontrei um vampiro energético hoje.

Eu sempre encontro pessoas que vampirizam a energia das outras, mas nunca de uma maneira tão absurda quanto esse ser humano de hoje.

Ele é amigo de uma amiga minha. Fomos ao encontro dele, que fazia um trabalho artístico e queria mostrar pra ela. Meu santo nunca cruzou de verdade com o dele. Não é flor que se cheire, e minha intuição diz que o caráter do mocinho não é lá essas coisas. Mas calo a minha boca pq nunca me foi perguntado o que é que eu achava do sujeito.

Quando saimos do lugar onde nos encontramos, depois de uma série de pequenas provas de que ele não vale lá o pão que degusta, comentei com essa minha amiga, sutilmente, que alguma coisa nele me incomodava. Ela perguntou o quê, disfarcei e aventei a possibilidade de nossas energias serem conflitantes.

Fiquei quietinha no carro até a metade do caminho. Um sono narcoléptico, uma vontade de pedir a ela pra rodar 525 quilômetros, para eu poder ficar na mesma posição, dormindo durante as 6 horas de viagem. Um peso nos braços, nas pernas. "Caracóis!!! esse cara me sugou toda a energia!!!" Como qualquer geminiano sabe, de vez em quando as palavras saltam da boca, e quando nos damos conta, não dá mais tempo de segurá-las.

Percebi que tinha dito o que tinha pensado. Olhei para a minha amiga meio de soslaio, esperando o desenrolar da rebordosa. "Era isso!!! Era isso mesmo que eu estava pensando e não sabia explicar!!"

Assim que chegamos ao destino, a casa de uma terceira amiga, escapuli um minutinho e recarreguei na primeira parede, num ritual bobo, bobo, mas tão poderoso.

A notícia boa é que continuo tradutora oficial de amigas que não conseguem se expressar!

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A rinite continua. O corpo está molinho, estou ligeiramente enjoada, a cabeça está anunciando uma dorzinha. Dorzinha mesmo, pq nunca dói demais, é sempre muito tolerável a headache dessas enfermidades do focinho. Será q se eu jogar fora o chiclete melhora?

Estou seguindo todos os conselhos da Medicina Popular: tenho uma garrafa d'água do meu lado (gelada, é claro, pq tudo na vida tem um limite!), diminuí os cigarros, me protegi do vento fresquinho da noite, pq a temperatura caiu pra caramba. E até ia dormir, mas descobri que uma alma-irmã vai virar a noite trabalhando, e estou fazendo plantão esperando por ela. Mas não agüento ficar acordada muito mais tempo...

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Engraçado é que quando eu mais precisava de um alento espiritual, meu pai chega em casa com um livro de presente pra mim. O livro fala sobre os caboclos no espiritismo, sobre as semelhanças e diferenças do umbandismo e do kardecismo, sempre valorizando a tão surrada doutrina afro-brasileira.

Sou espírita com um lado tendendo o kardecismo, e o outro, que tem me puxado com mais força, voltado para o candomblé. Quartas e quintas eu uso minhas guias, faço a minha obrigação anual com os orixás, uso vermelho na quarta-feira e trago a marca da entidade que comanda os raios e tempestades.

Mas ando meio desconectada. Desconectada do kardecismo, do candomblé, da magia, de tudo. Em algum lugar o meu caminho ficou um tanto estreito. E hoje, dia de encontro com um raro vampiro que me derrubou, meu pai vem como um angelo e me dá um livro que responderá, decerto, a várias questões sobre os possíveis pontos de contato entre o kardecismo e o candomblé.

E o melhor: o livro veio com uma gravura psicografada por Matisse. FEITA PRA MIM, com aquelas cores fortes que o Matisse realmente usava!

Isso, sim, é uma benção!

terça-feira, novembro 26, 2002

Tenho rinite alérgica. Não é uma rinite qualquer, cujas crises vão de leves a moderadas. É uma rinite brutal, que me leva pra lona. Não que eu deixe de fazer as coisas do quotidiano. Mas é um pouco menos sedutor encarar o dia com o focinho entupido.

Há tempos não tinha uma única crise de rinite. Da mesma maneira que as pessoas prevêem a mudança do tempo naquele osso quebrado na batalha de Montecastelo, eu costumava sentir que ia chover, ou ia esfriar, pelo nariz.

Desta vez, a rinite veio como um raio. Cabrum!, e no minuto seguinte eu já era o ser humano mais próximo do Rodolfo, a Rena do Nariz Vermelho. E assim tenho estado desde domingo.

Só que os meus lencinhos de papel acabaram e o meu suprimento vitalício das farmácias Doente Feliz ainda não chegou. O que me restou? Papel higiênico. Seria lindo se... SE O PAPEL HIGIÊNICO NÃO FOSSE PERFUMADO!!! Tenho a impressão de que vou morrer de espirrar se o socorro não chegar com Kleenex suficiente para forrar um estádio de futebol!

Quem foi que teve a brilhante idéia de perfumar o papel higiênico? Era o quê? Falta do que mexer nesse artigo já tão perfeitinho? Pusessem a cara do Garfield impressa no rolo inteiro, então. Colocassem babados nas bordas, passassem fitas de seda, qualquer coisa, menos um delicioso aroma de "flores dos campos suíços quando a primavera chegou depois de um rigoroso inverno".

Pior do que isso, entretanto, é saber que na minha casa moram os inimigos. Como é que os meus pais, em pleno domínio das — parcas — faculdades mentais, compram algo com esse cheiro tão agressivo? Eles me odeiam? Eles querem a minha fortuna? Eles querem me separar do amor da minha vida? Eles querem que eu desapareça?

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Vou espirrar lá no sofá, que é lugar quente... E a Nana está lá e não reclama da constante movimentação. Ela me ama desse jeitinho torto, mesmo.

Eu adoro a maneira como ele brinca com as palavras. E estou com saudades absurdas das conversas noite adentro.
A magia da TV

12:40. Daniela sentada em frente à TV assistindo Discovery Health. Ei, uma aula de Tai Chi Chuan! Levantei numa empolgação infantil e comecei a acompanhar a aula. Dê um passo pra trás agora e veja a imagem: um ser humano de vestidinho fresquinho, em pé na frente da televisão, no meio da sala, se contorcendo ao som de música oriental.

Não ia dar coisa que prestasse: meu braço direito está doloridinho...

segunda-feira, novembro 25, 2002

Mamãe quer trocar o carro.

— Eu quero um fusca vermelho para fazer umas bolinhas pretas, colocar duas antenas e chamar de joaninha.

Eu às vezes nem acredito que somos todos da mesma família...

E nesse momento a Mabel, cão estranho que habita este lar, está em frente à televisão, com aquele chorinho sentido dos cachorros, porque os Teletubbies foram embora. JURO!

Ela é completamente apaixonada pelos Teletubbies. O mais engraçado é que a cada vez que entra aquele filmetezinho com crianças, ela vira as costas e vai embora. Há pouco ela estava confortavelmente sentada no pufe da sala, vidrada na televisão... Ela gane, vira a cabeça, estende a patinha...

Bom. A coisa se dá em menor intensidade quando o canal é Discovery e o programa, de bichinhos, mas ela fica quase tão ligada quanto nos Teletubbies.

O pior de tudo é a família inteira assistindo à Mabel assistir aos Teletubbies...

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E a tartaruga da minha irmã, a.k.a. cágado, que vai pro banho de sol com as cachorras? Nana, Mabel e a Tartaruga rumando para uma nesga de sol no chão da sala... Se ela latir, está valendo!

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Rá, cachorro que vê Teletubbies, tartaruga que acha que é cachorro, daschund que acha que é pitbull... Isso não é um lar: é uma casa de repouso para animais mentalmente perturbados!

Deus, eu sei que vc lê o blog! Faz com que esta segunda acelere até as 18:30 e se arraste até as 8 e meia?

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Ressaca futebolística é dose! Além dos gols da rodada, que TODAS as emissoras exibem à exaustão, ainda me aparece uma amiga traídora que me conta, com o sorriso batendo nas orelhas, que torceu HORRORES pro Corinthians! Damnit!

Tem o jogo de volta, e aí vcs vão ver!

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Eu sei que eu disse nesse post aí embaixo que não se fala mais em futebol. Mas o blog é meu e eu falo — e sofro — quanto eu quiser!

The Oscar goes to...

Imagina um filme com Dolph Lundgren, Steven Seagal, Francisco Cuoco e Bambam?

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Legal. A luz acaba de voltar. As noites estão cada dia mais animadinhas...

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Neste blog não se fala de futebol!

domingo, novembro 24, 2002

4x2 pro Corinthians???? Quanto é que o time paulista pagou pro juiz no intervalo?

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31 minutos dos 2º Tempo.

Depressed.

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6x2 pro Corinthians?????? Aos 41' do 2º tempo???????

Este blog está de luto.
STEADY CAM NO MINEIRÃO ! ! !
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40 min » GOOOOOOLLLLLLLLLL do Atlético!!!! Mancine cobra falta a bola desvia em Ânderson e engana Doni.41 minutos: Michel.
41 min » GOOOOOOOOOLLLLLLLLLLL do Galo!!!!!!!!! Michel recebe na esquerda e chuta forte, no canto esquerdo de Doni. Em dois minutos o Atlético empata a partida.

Fonte: Terra

Será que o Arthur Xexéo acha justo tirar férias e me deixar meio órfã?
O que é isso? Uma junta de pais e mães de santo fazendo despacho de encomenda para o Cacá Bueno? A formatura da nova turma de baiana(o)s do acarajé? Ou todos da Fat Family vestidos de branco, cantando o Hino Nacional na final de Stock Car?

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Hit Parade do Vizinho (ou "sua música está alta para caramba!")

1. Baby can I hold you? - Tracy Chapman
Um clássico do final dos anos 80. Todo mundo que teve um amor lá por 88, 89, sofreu ouvindo essa música. Menos eu. Eu D E T E S T O ! "Baby can I hold you". Sempre gostei mais da quase inocência de "Behind the Wall", da mesma Chapman.

2. You gotta love someone - Elton John
Tenho a impressão de que o Elton John "saiu do armário" para a minha geração com essa música. Duh! Menos pra mim. Descobri Elton pouquinho antes, com "Blue Eyes", e depois dela, só voltei a dar alguma atenção ao Mr. John com "Blessed".

3. Still loving you - Scorpions
Gotcha! Depois de várias musiquinhas inócuas para mim, finalmente uma que me faz levantar os olhos do teclado. Idos de 83, e esta que vos fala ainda uma guria, ligeiramente agastada pelo primeiro amor perdido. Um dos irmãos Barros, não me lembro bem... Cláudio ou... Não me lembro mesmo.

4. If - Bread
Francamente! O vizinho deve ter tomado um senhor pé-na-bunda da namorada! Como estamos lamentosos, hoje! "If" eu ouvia em 1991, no escuro do quarto, nas looooooongas noites de insônia em que eu passava pensando no namorado que tanto me dava dor de cabeça. O namorado se foi, e junto com ele, minha disposição para Bread.

5. I´m lost in your eyes - Debbie Gibson
Tudo na vida tem um limite! Debbie Gibson NÃO! Que o vizinho sofra, tudo bem! Mas me fazer sofrer com a Gibson errada é sacanagem! Vou aumentar o som do fone de ouvido...

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Que isso permaneça no mundo dos sonhos!

Esta noite fui visitada por uma pessoa a quem já desejei a própria morte. Desejei inconscientemente, mas eu realmente acreditava que a minha sensação desconfortável terminaria junto com a vida dessa pessoa. Pois é.

Sonhei que essa pessoa tinha morrido. Não vi sua morte, mas coube a mim a missão de avisar a todos. Acordei agoniada, e por um instante eu realmente acreditei na morte.

Se eu precisava pagar um preço, a dívida foi quitada hoje.

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Meu blog é um somatório de todas as pessoas da minha vida. Obrigada.

sábado, novembro 23, 2002

Horóscopo é uma coisa gaiata, né? Veja isso aí embaixo, roubado do Estado de hoje.

Mesmo à distância, e sem telefones nem computadores, as pessoas se comunicam. A distância é uma ilusão do espaço, e o tempo sincroniza e aproxima os corações que pensam juntos, sem importar quão longe estejam.

Puts... Eu não preciso dizer mais nada, né?

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Contrariando as dicas do Cosmo, estou com nada menos que QUATRO telefones do meu lado, agora. Não, nenhuma expectativa... Acaso...

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Alguma coisa na minha forma de utilizar a internet se perdeu. Estou com 8 janelas de navegação abertas, e nenhuma delas me atrai o suficiente para justificar minha estada aqui. Aliás, a idéia de sair de casa é pouco ou nada sedutora. Aliás, a idéia de ficar de molho na banheira também não me apetece. What´s wrong?

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Estou mais desinteressante que o habitual, hoje...

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Miguel Falabella me sensibiliza além do que posso explicar. Talvez seja um bom indício de que estou aprendendo as lições que tão amorosamente tenho recebido. Sentimento não se explica. Basta aprender a sentir mais que racionalizar, sentir, sentir, sentir.


"O que nos deixa com um gosto amargo na boca é muito mais aquilo que não se pode dizer do que a palavra que brota dos lábios e voa pelo ar, enfim nascida, inventada e recriada. O que nos maltrata o peito é muito mais o sentimento não realizado do que o amor consumado que um dia vai embora, pois dele restam nomes, apelidos e a ilusão de que a solidão pode-se derrotar. O que nos assusta é muito mais a imagem no espelho que vai ganhando um desenho desconhecido do que a necessidade de se acostumar com a nova pessoa que nos olha intrigada, como a adivinhar o que nos passa no coração. São as perguntas não respondidas que terminam por esfumaçar os corações, como aqueles afrescos descobertos, subitamente expostos à luz do sol (...)"

Roubado deste blog genial:

"Um sábio amigo meu diz que do segundo ao vigésimo chopp a função da bebida é só de se esquecer a emoção do primeiro copo."

sexta-feira, novembro 22, 2002

Deus existe!

O que é o Alejandro Sanz declamando Poema XV, do Neruda?

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Alien Ant Farm tem uma música chamada Good for Woman que tem uma introdução I-DÊN-TI-CA á de Crazy Train, do Ozzy Osbourne.

Certo, não é idêntica, é muito parecida... e eu ADOREI!

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Rá! Sua vida mudou depois dessa informação, né?

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Se vocês quiserem me abandonar, tudo bem. Sei que meus posts andam fúteis, vazios... Mas é só fase, viu?


(Chuif)


Ah, não me deixem, não! Eu me apeguei, já...

14 horas exatas sem tomar nem água. Até pensei em desmaiar diante da agulha que tirou uns doze litros do meu sangue, mas lembrei que estava sozinha, e resolvi guardar o número para quando minha irmã estivesse por perto.

O cara que tirou meu liquido precioso (ué, não era cerveja?) devia estar contando os minutos para o expediente acabar. Enfiou a agulha meu braço que eu nem vi, como quem enfia um punhal no coração do desafeto. Enquanto sugava meu sangue, vampiro de profissão, me interrogava sobre datas, períodos e ocasiões.

— Lembrou?
— O senhor acha realmente que vou conseguir pensar em alguma coisa olhando pra essa agulha enorme?
— Olha para o outro lado, então!


Cai o pano. Próximo ato.

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Esses doces dias de vadiagem estão terminando. Não que eu considere a atividade acadêmica um empecilho para as outras instâncias da minha vida. Mas é que agora vou ter que renovar meu estoque de desculpas para quase cochilar nas aulas, nenhuma delas que me interesse o suficiente para me mover espontaneamente da cama.

Eu queria era estar novamente às voltas com kenofloos, sangans, bruts, fresnéis, toda a traquitana de um set de filmagem. Ou on the road again, fazendo shows. Deixa lá. vou considerar esta 5ª tentativa como sendo a definitiva.

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Quando saí da agência de notícias e fui pra TV, a minha ex-chefe me disse que era uma bobagem, pq eu nunca mais ia ser estudante. Anos depois eu concordo, mas que profissional seria eu se tivesse ficado nos bancos universitários? Ainda bem que apanhei tanto, que vivi tantos momentos felizes, que comecei a me fazer respeitar, que pude passar por tudo o que vivi. Nunca, em momento algum, o diploma me daria tudo o que conquistei.

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Vocês sabiam que vou estudar coral neste semestre? Daniela, o caranguejo gripado, um ser sem noção de ritmo, harmonia, alegorias e adereços, vai estuar canto? Rá, essa vai ser uma temporada divertidíssima!

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Eu adoro o ar malandro dessa música!

Conversa de botequim
Vadico e Noel Rosa

Seu garçom, faça o favor
De me trazer depressa uma boa média
Que não seja requentada
Um pão bem quente
Com manteiga à beça, um guardanapo
Um copo d’água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol
Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto e nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão uma caneta, um tinteiro
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro
Telefone ao menos uma vez para 34-4333
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçon me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa no cabide ali em frente



quinta-feira, novembro 21, 2002

Conspiração dos céus
Copiei a mensagem! Câmbio!

Hoje envolva seu coração em cada ato, se for necessário abandone os planos meticulosamente elaborados, pois eles se baseiam na lógica e não nos sentimentos. Faça tudo com sentimento, abandone o que estiver desprovido deles.

Horóscopo do Estado de São Paulo - Gêmeos

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Médico. De novo. E não acabou.

Em Brasília, 2:33.
Deus lê o meu blog!!!

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Dormi cedo, lá pelas oito e meia. Dormi com as lentes de contato, de jeans, luz acesa e livro aberto. Acordei há mais de uma hora. Acendi a luz do abajur. Nada. Droga, queimou a lâmpada. Levantei meio bêbada de sono, fui ao interruptor. Nada. Pô, a luz do quarto queimou também?

Peguei uma reta pelo corredor. Futuquei o botão da luz. Nada de novo. Será que...? Ah, não, sem luz, não!!!!! Vaguei pela casa, sentei na sala, olhando para as estrelas, fumando. Experimentei o telefone. Mudo. Cortaram o telefone, também? Não, ó, idiota perguntante! Telefone sem fio não funciona sem luz. Ilhada, ilhada.

Resolvi voltar pra cama e ler com a lanterninha de shows que guardo na bolsa. E onde está a bolsa? Search Engine pelo método braile: saí tateando a cadeira do quarto, a bicicleta-cabideiro, os cantos. Nada. Na cama. Yes!!!! Virei a bolsa de qulaquer jeito, achei a ponta do porta-credencial onde agora penduro minha lanterna.

Subi na cama, ajeitei os travesseiros, abri o livro. Duas linhas lidas e... A LUZ VOLTOU!!!! Pô, isso é sacanagem?

A lanterna agora está na minha frente, aqui no computador. E eu tenho certeza de que ela acaba de mostrar a língua pra mim...

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Coisas estranhas dos subjects na minha caixa de email

."Daniela, você me falou e eu te ajudarei." (Spam de um portal de prêmios. Algum mensageiro?)
."Want a BIG Penis?" (YES!)
."Decifra-me ou te mato!" (Isso poderia ser uma declaração de amor linda... Perderam o timing)
."Don't wonder any longer, do something" (what?)
."The Bird, Ducks and a Good Woman" (qual a relação, pelos Deuses?)
."Sandra, maybe you should read this" (Pobre Sandra. Ficou sem ler..)
."Looking for love?" ("Oh, where, oh, where can my baby be?")

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Processos Mentais

Chamada para a "Sessão de Sábado". Um filme de ação, legal. "Mas, meu Deus, que ator gorducho e mal acabado que eles acharam." "Ah, deve ser um orçamento baixo." "Nossa, mas o cara é a cara de um vizinho folgado que eu tenho..."

"Não perca: O Qualquer-Coisa, com Charlie Sheen"

O QUE FIZERAM COM O CHARLIE SHEEN?


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O que é Paulo Betti fazendo papel de cafajeste, hein? Tripudiem, homens: adoro um tipinho malandro!

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Aquilo não é acupuntura. É uma sessão psiquiatrica. Voltei levitando pra casa...

quarta-feira, novembro 20, 2002

Aviso: Se não quiser ler este post, não leia!
Você não vai agregar nada à sua fortuna conceitual. Está QUASE todo fútil.

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A alma está levinha, limpinha, como um lençol que fica flutuando em propaganda de sabão em pó.

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E a madrugada foi um bálsamo para esta alma lacerada. A cada vez que falo com ELE, agradeço aos céus pelo presente que recebi. Agradeço por este homem ser tão especial quanto é.

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Mas confesso que as flautinhas andinas que estou ouvindo agora não condizem com o meu espírito "lençol ao vento". Edelweiss, como em "A Noviça Rebelde", quando a família Von Trapp sai saracoteando pelos campos austríacos? DE JEITO NENHUM. Vamos ver a próxima... "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo, e todo mundo me quer bem (...) tô te querendo, como eu te quero! Tô te querendo como Deus quiser"... Tribalistas... Estamos perto, pelo menos ouvi a música inteira.

Acho que falta uma guitarra distorcida... Na minha coleção de "músicas para pular", "Follow U down", do Gin Blossoms, "What do you want from me", do Monaco, "Mr. Jones", do Couting Crows, "Bigmouth Strikes Again", dos Smiths. Nenhuma delas toca...

Pronto!!! Resolvido o problema:

"You can dance, you can jive
Having the time of your life
See that girl
Watch that scene
Diggin' the dancing queen"

Oh, yeah! "Dancing Queen", com o ABBA!!!

Tô indo saltitar pela casa e volto!

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Daniela saltitando...

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Estou me sentindo com 20 anos menos do que tenho na verdade. E 150 menos do que às vezes me obrigo a carregar...

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A partir de hoje, incorporo mais uma estrelinha à minha constelação bloguica! Ao invés de sete, oito no separador!

É um complô?

Com a entrada da Lua no seu signo, você perceberá os efeitos das muitas mudanças que estão acontecendo na sua maneira de interagir com as outras pessoas. Seu tradicional distanciamento pode ser substituído por uma postura mais doce e menos objetiva. Durante esse período, o autoconhecimento é difícil, mas é essencial.

(...) Impregnado pela energia de Sagitário, o senhor do pensamento lógico perde um pouco da sua capacidade de discriminação, mas ganha um entusiasmo que pode ser muito fascinante, embora também muito onipotente.


Árvore do bem - Horóscopo para gêmeos

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O que há de mal em ser lógica?

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O que é o Coffin Joe dizendo que "o Sepultura é um grupo que eu gosto muito"?

terça-feira, novembro 19, 2002

Eu devo ter a maior vocação para gueixa que o Ocidente já viu. Ao mesmo tempo em que estou com uma vontade louca de acompanhar o meu dragão nesse vôo cada vez mais alto, tenho uma necessidade quase física de ficar aqui e esperar pacientemente para que um ELE, que TEM que estar escrito em algum lugar na minha história, faça com que tudo dê certo.

Mas o meu dragão manda notícias do além-mar. Meu dragão manda dizer que o tempo é bom, que os campos são lindos, que as cidades são belas e que "como a paisagem é linda, pena que você não esteja aqui".

Tenho sentido falta do meu dragão de fogo. Era uma relação que eu pensava simbiótica, mas hoje percebo que eu parasitava nele. Eu dependia da sua força pra continuar no eixo. Certo, uma das lições saborosas que aprendi é que os geminianos deslizam entre os dois pólos do símbolo do infinito, o oito deitado. O centro do oito é o equilíbrio, e passamos, nós, os castorpoluxianos, a vida inteira migrando de um extremo ao outro, sempre passando pelo equilibrio.

Mas sem o meu dragão por perto eu tenho tido uma certa lentidão em fazer o caminho de volta ao centro...

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Por onde será que anda o meu dragão? Por quais reinos míticos ele tem voejado? Que eventos quiméricos ele tem visto e tem saboreado em segredo?

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Estúdio hoje a noite. Certo, um estúdio pequeno, mas com pessoas a quem eu amo. Há quanto tempo eu não tenho o prazer de entrar num estúdio para gravar com amores da minha vida?

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Tirar meu sinalzinho do colo quinta-feira. Lá vou eu ameaçar com Dormonid o meu médico cobiçado por dez entre dez mocinhas em idade de casar. Detesto qualquer coisa que me deixe sentindo cheiro de autochurrasco. E bisturis elétricos vão fritar minha pele.

Homem MUITO Querido, quando você ler o meu blog, estava MORRENDO DE SAUDADES!

, quando você ler o meu blog, OBRIGADA pela receita de sorvete de anta e cenourOs!

Felipe, se você lê o meu blog, OBRIGADA por hoje!!!

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Noite de Resenha. Fiz uma pré-resenha com o Felipe no Mercado do Peixe. Felipe e sua coleção de malucos... Hoje foi um vendedor de incensos, que acabou sentado na mesa conosco, filando cerveja e contando como ele QUASE (sic) venceu o Festival dos Festivais (1984). Realmente tenho medo do que será daqui a dez anos...

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E o resto? Bem, tirando uma necessidade absurda de mudar de país, tirando o cansaço natural, tudo bem. Bem mesmo, e ainda guardo na cabeça um email que só tive condições emocionais de ler uma vez. Ruim? Pelo contrário! Uma das grandes coisas que já recebi, email que veio de longe, de um certo jardim, de uma certa cidade, de uma alma companheira.

Justamente por ser tão forte é que meu emocional brecou a segunda leitura. Estranho, porque eu sempre leio umas 18 vezes os emails importantes. Se o meu dia não tivesse sido tão sensível, teria conseguido juntar um bocado de idéias que ricocheteiam na minha cabeça e teria respondido com as palavras que o meu coração quer usar. Amanhã...

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E uma pergunta recorrente não me deixa dormir em paz. Uma pergunta, uma rápida consulta ao Felipe, uma certa tranquilidade que a opinião dele me deu, mas ainda sim uma inquietação.

Deve ser a depressão circadiana...

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Mas a lua hoje, hein? Como mudou o meu comportamento...

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Realmente a saída é um carimbo no passaporte.

Monopoli, Itália? Não, Daniela, não começa com isso de novo. Boston, US? Possível, a realização do sonho. Halifax, Canadá? Novidade na minha lista, um caso a ser pensado e mais discutido. Brisbane, Austrália? Se não fosse o preço da passagem, era lá.

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Deus, se você lê o meu blog, por favor, faz isso parar de martelar na minha cabeça?

segunda-feira, novembro 18, 2002

Estou há três horas com o editor do blogger aberto, sem saber por onde começar. Num raro momento em que as palavras realmente escapam, não sei o que pensar, dizer, sentir e falar.

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Talvez pq eu não esteja programada para sentir tanta coisa ao mesmo tempo, e pior: posso não estar programada nem pra sentir. Carinho, raiva, medo, amor, expectativa, ansiedade, culpa, vontade de ir embora... Junte tudo isso num curto espaço de tempo e vc terá Daniela, versão 2002.2.

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Regina, a sem-noção, e os óculos novos

— Pois é, Dani, mandei fazer meus óculos novos. Eles queriam que eu comprasse umas lentes com... Ai, como é que é o nome daquilo? Ah, FOTOSSENSOR!
— Rê, podem ser lentes com ANTIREFLEXO?
— Ah, é isso aí mesmo!!


(...)

— Rê, seus óculos são para leitura, também?
— Ah, são, inclusive eles vão demorar mais de me entregar pq a lente é... é... MONOMOTOR!
— Regina, Multifocal, né?
— Ah, é isso aí mesmo!


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Pq é que eu entendo o que ela quer dizer? Ora, pq sou mais sem-noção que ela!

domingo, novembro 17, 2002

Que coisa mais esquizofrênica é "Ne me quitte pas" com batida dance!
Jacques Brel se revirando no túmulo!

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Um dos meus vícios estranhos é colecionar várias gravações da mesma música. Mas como ouvir Mireille Mathieu se eu tenho a magistral Maysa, que um belo dia chorou copiosamente cantando "Ne me quitte pas"?

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Eu preciso parar com a mistura Coca Light e vodka... Algo da noite de ontem se perdeu na tradução...

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Retiro o que disse sobre como ouvir outra versão que não a da Maysa. Acabei de baixar Jacques Brel. Se um homem com essa voz lamentosa canta isso pra mim, ele vai ter uma esposa-escrava, submissa qual uma gueixa, até o fim da vida!

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Esse tal de Jean Reno mexe com certas instâncias da minha fortuna conceitual... Pronto!! Melhor que Jacques Brel cantando, Jean Reno declamando...

"Ne me quitte pas,
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort,
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière.
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi,
Où l'amour sera loi,
Où tu seras reine."

sábado, novembro 16, 2002

Bibia tem três anos e meio. 20 minutos no telefone com ela. Como adoro aquele linguajar próprio das crianças de 3 anos... Imaginem este ser humano que vos fala imitando uma girafa, uma vaca, um leão... POR TELEFONE!

E o pior: a Bibia sempre prefere falar com os meus personagens do que comigo. Quando eu canso de mugir, retomo a voz normal e ela pede pra falar com a vaca de novo. Ou com a girafa. "O leão foi embora, Bibia!"

E eu lá, toda boba, reduzida a três anos e meio de idade.

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Beatriz é a filha da Verena, e é meio afilhada, meio filha, meio sobrinha. Opa: três metades? Ah, você entendeu...

É uma garotinha que está aprendendo a gostar do cor-de-rosa, que gosta mais da bruxa que da princesa nas historinhas, que vibra quando vê a Cuca. Eu a ensinei a gostar de Mighty Mighty Bosstones, e eu rezo pra ela não perder o fio do rock/punk/ska. A mãe, que não teve uma tia Dani que carregasse o case de CDs pra baixo e pra cima, acabou contaminada pelo axé/pagode. *sigh*

Tem cachinhos louros, que a mãe insiste em manter presos em marias-chiquinhas, em presilhinhas, em rabos de cavalos. Os olhos merecem uma investigação mais detalhada. Verdes? Castanhos? Acinzentados?

Na escola, ela deixa de lanchar para cuidar dos amiguinhos. E isso inclui até os amiguinhos da primeira série. Cuida, quer colocar no colo, quer dar comidinha... Pequena mulher, com a alma já tão encaminhada, tão definida, tão nobre.

Conta a mãe que, na festa de Yemanja, dançou ritmadamente ao som dos atabaques na beira da praia. Pequena Rainha das Águas, mãe, protetora, mítica, mística. Volta e meia fala umas verdades que não poderiam nunca vir da boca de uma criança.

Saí do trabalho irada certa noite. Fui direto pra casa da Verena. Cheguei lá, sentei no chão e Bibia se aninhou no meu colo. Com as mãozinhas minúsculas e gorduchas, começou a fazer carinho no meu cabelo, no meu rosto. Comecei a perder a rabugice.

O golpe de misericórdia foi quando ela tirou a chupeta da boca perguntou se eu estava triste. "Só um pouquinho, meu amor"

Ela não teve dúvidas: enfiou a chupeta na minha boca sem cerimônia alguma! A primeira imagem que você fez foi de uma situação patética, né? Uma marmanja com uma chupeta cor-de-rosa na boca...

Ledo engano, caro leitor. Foi uma das situações mais lindas da minha vida. Quando ela estava triste, chupeta na Bibia. Ela achou que se funcionava com ela, ia funcionar comigo. Abriu mão de um dos bens mais queridos da pequena fortuna infantil pq achou que eu precisava mais. Para eu ficar feliz.

Ela é o meu "passe": dois beijinhos e um abraço forte da guria já fazem ver a vida com uma cor diferente...

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Bibia, a menina-índia

— Dani, vou passear hoje!
— E vai aonde, Bibia?
— Vou com a mamãe no parque (Aeroclube)!
— E o que você vai fazer lá?
— Tomar sorvete, comer batata-doce...


sexta-feira, novembro 15, 2002

Meu prédio fica exatamente de frente para a Baía de Todos os Santos. Ter o mar tão a mão já me proporcionou o nascimento de alguns amores: navios de guerra, nuvens carregadas ao pôr-do-sol, as várias tonalidades da água.

Hoje o presente veio sem que eu esperasse. Chegando do bistrô, meio alheia; cabeça nas alturas, num planeta distante, num extraterrestre superdesenvolvido, que foi minha paixão literária em tempos outros. Yargo, o personagem perfeito.

Cabeça nas estrelas, na utopia de um planeta onde eu pudesse finalmente ser feliz. E como a personagem da Jacqueline Susann, ter o Yargo voltando. Voltando pq me ama, voltando pq precisa de mim, voltando pq uma metade não dorme sem a outra...

Voltando... Desci do carro, abri o portão, e quando virei pra fechá-lo... De frente pra mim, o rastro da lua no mar. Lua crescendo, bem ao gosto desta geminiana que já foi tão feliz em luas crescentes. Lua meio debruçada sobre o mar, brilhando, um misto de cristais de sal e cristais de luz.

Entrei no prédio, fui pro ponto mais alto do playground, inclinei o corpo em direção ao mar, numa tentativa infantil de me aproximar da lua, da sua esteira na água. Dei o rosto a tapa. Ao tapa do vento, ao tapa da maresia, ao tapa da lua. Deixei meus olhos se embebedarem do mercúrio escorregadio que se oferecia para o meu paladar.

Num instante fugidío, encostei meu rosto no veludo escuro que a lua — tão caprichosamente — bordava de prata. E nesse momento tão volátil, e só nesse momento, acreditei que dias mais doces viriam. Acreditei que aquele caminho que me conduzia pelo mar até a lua era um sinal.

Um sinal de que o vôo do meu dragão seria de fato um sucesso, um sinal de que os meus planos todos dariam certo, um sinal de que meus anos de "cãozinho filhote em pet shop, implorando para ser levado para casa" tinham finalmente chegado ao fim.

Um cheiro limpo, doce, de mar, com vento salgado, com poeirinha de brilho de lua, corroborou a teoria. "Que seja doce, que seja doce" , e o meu mantra, naquela hora, me pareceu tomado de um poder infinito.

Ergui a cabeça num orgulho pueril dos dias que estavam por vir, enfrentei o vento, perfilei o rosto com o mar. Aprumei a coluna num gesto involuntário de destemor insuspeito. Durante todo aquele enorme segundo de coragem, tive a certeza de que aquela era eu. Não aquele farrapo tímido, embusteiro. Eu era, sim, aquela mulher altiva cuja face pétrea a lua coroava.

Eu não contava com a nuvem. Num ritual de masoch, a nuvem foi cobrindo a lua num vagar exasperante. O meu caminho para as estrelas foi sendo apagado. Num golpe de misericórdia, a lua sumiu mais rapidamente por trás das nuvens.

Mar escuro, centelha alguma do que tinha sido o brilho da lua no mar convergia para mim. Como, em nome dos Deuses, meu Yargo acharia o caminho até mim?

Vim pra casa. Ainda não foi dessa vez.

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Quero capturar um cheiro que está engastado na minha pele. E ele dança na minha frente, bem embaixo do meu nariz, zombando da minha presuñção. "Como, Daniela, se estou em todos os lugares, e na verdade, nunca pertenci a você?"

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Triste. Eu vi as estrelinhas do meu starway caindo uma a uma, estilhaçando no mar. Pedaços de sonho...


quinta-feira, novembro 14, 2002

O sono que me dá depois de escrever um texto particularmente trabalhado é algo que só se explica através do espiritismo. Estou caindo... Mas passa.

“São Paulo que não pode adormecer
Porque durante a noite
Paulista vai pensando
Nas coisas
Que de dia vai fazer...”


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Banheira cheia de água quente. Uma boa porção de óleo de canela. Livros, vários livros. Ficar de molho até enrugar. Ou terminar esse processo louco de reviravolta mental. Se isso não for a minha idéia de noite ideal, eu aceito sugestões do que pode ser melhor.

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Nana. Nana tem um humorzinho de cobra. É daschund, mas jura que é rotweiller. Linda, mas brigona. Pois é.

Talvez seja o ser que eu mais amo na vida. Acho que é o tipo de amor que terei pelos meus filhos: permissivo, desmedido, seguro, sem cobrança, disciplinador.

Ela me faz acordar de madrugada para despertá-la de um sonho ruim. Saio buscando pela casa para saber onde ela está enfurnada. Quando viajo, a primeira coisa da qual começo a sentir falta é dela. Sinto falta da maneira como ela sapateia sem cerimônia pelas minhas costas quando estou deitada, da maneira como ela me olha quando quer carinho.

Gosto da maneira como ela dorme, da maneira como ela lida com tudo à volta dela. O mundo é uma grande caixinha de surpresa para a Nana. Destemida, temerária, experimentadora, curiosa, múltipla. Como eu.

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Uma coisa ela ama mais na vida do que ao meu pai e a mim: bola. Bolas de tênis, bolas de frescobol, bolas de meia, laranjas: qualquer coisa com o formato esférico, e é o suficiente para ela tirar o sossego de qualquer vivente desta cave.

Logo depois da última temporada da gravidez psicológica (normalmente são três episódios por ano, um divertimento...), ela perdeu a última bola. Culpa do meu pai, claro. Ela deve ter levado para a garagem, acabou de brincar, e não trouxe de volta. Meu pai, o relapso, deveria ter recolhido os brinquedinhos dela ao final dos folguedos.

Bom, fato é que tivemos um cão desolado por quase um mês. Acreditem: poucas coisas doem tanto quanto um cão deprimido. Murcha, não corria tanto pela casa, dormitava como o gato que tanto repudia...

Até hoje.

Meu pai trouxe a bola top of mind da Nana: A BOLA DE TÊNIS!

Na hora em que escorreguei da cama, a primeira coisa que ela fez foi, orgulhosa, empurrar a bola com o focinho para os meus pés. Exibiu o troféu pra mim. Nunca vi a Nana tão feliz, e acabei, por tabela, ganhando meu dia também.

Só que tudo na vida tem um limite.

Duas horas depois, e ela louca, correndo atrás de mim com a bola na boca, eu já amaldiçoava discretamente as dez gerações passadas do meu pai. Ela estava quase um cachorro tranquilo sem a bola. Pq raios ele inventou de bater palmas para maluca, tresvariada da Nana dançar?

Neste exato momento ela dorme. Gracias, madre! Dorme toda aninhada em torno da bola, como um pretzel de daschund. Como se estivesse chocando a tão estimada bolinha.

Eis o problema: ao invés de um cachorro, eu tenho um pato.

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Máquina de volta!!!!!!!! Certo... Tomei uma surra pra reinstalar o modem do Velox, e os animais da Telemar ainda me diziam:

— Senhoooooora, tem que optar por conexão Ethernet.

Catzo de asas!!! Não sou a entidade mais versada nas artes informáticas, mas... Zente, eu uso USB, como é que vou conectar na placa de rede???

Resolvi fazer aquilo que o meu coração mandava. Desliguei tudo e reinstalei o modem como porta USB. Nesse intervalo, liga Zeba, e confirma as minhas previsões: Ethernet o caralho, meu nome é USB!

Duas horas de sofrimento, e finalmente: eis-me online!

A bem da verdade, online, mas com o pé na rua. Vamos para a segunda parte da novela mexicana de Berlim: "A saga das desvalidas". Estrelando: Andrea, no papel de alemã 1, roteirista de cinema, inglês razoável; e Christiana, alemã dois, mãe da alemã 1, inglês castiço!

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Dilema Tostines: gosto do Dave Matthews pq ele é a cara do Doc "infinito em pé", ou gosto do Doc "infinito em pé" pq ele é a cara do Dave Matthews?

Certo, o Doc não deve nem tocar violão, que dirá me emocionar como o Dave faz... Mas enfim... O passado não volta...

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E eu juro que em mais da metade do tempo eu agradeço por isso...



Que horário louco!!

Em Brasília — e Salvador — 04:51

Câmbio, desligo.
Teclado reconfigurado: vamos testar...
?:ç

OK..

Mas vou deixar o post anterior sem modificar.

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Dormindo? Ou o bina fez vc decidir por não me atender? Tantas perguntas, nenhuma resposta, e uma madrugada vazia... Mais uma delas...

Saudades... Sua falta é uma coisa que já sinto na hora em que desligo. Imagina com 61 horas e 4 minutos (agora, desde a última vez em nos falamos: 15:00 da segunda-feira)... Saudades e frustração. Nem era tão tarde assim quando te liguei. 12:57 na primeira chamada, 01:27 na segunda.

*sigh*

Deixa lá...

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Tenho medo do que vão ser as madrugadas da gente daqui a dez anos. Segundo Felipe, "naves espaciais vão baixar aqui para chorarem no ombro da gente". Sim, pq dessa vez conseguimos duas alemãs que choraram copiosamente contando uma história de um irmão que mantém a mãe em cativeiro em Santo Antônio de Jesus.

Aliás, a pergunta que não quer calar: vocês já viram um alemão vertendo lágrimas que não fossem por causa da mostarda forte? Diria um "amigo", que se diz freela de um lugar onde trabalhamos juntos: " Que galera ' What a hell' "!

Destaque para Daniela desenferrujando o inglês com uma alemã que misturava o germânico com o inglês propriamente dito. Cenas, cenas bizarras, e acho que ainda arranho o idioma bretão...

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Obrigada, minha irmã-alma-companheira por ter ligado hoje! 15 minutos antes eu estava deixando uma mensagem desaforada no celular de um amigo, reclamando que as pessoas tinham me abandonado, que as pessoas não se interessavam em saber se eu ainda caminhava por cima desta terra...

Inútil dizer que vc sempre acerta, né? Acerta a hora, acerta o dia, acerta o estado de espírito...

E achei aquele disquete de backup que te disse q tinha ido junto com a máquina para o psiquiatra... Psiquiatra preciso eu, aliás, mas volto pro acupunturista terça-feira de manhã. Deve resolver alguma coisa... Doc com nome de flor é legal.. E depois das espetadelas, ele ainda faz massagem para destravar os músculos das costas. Segundo ele, sou seu grande desafio, pq meus músculos se solidificaram... Tenho uma carapaça quitinosa. Sou uma barata!

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Eu devo ser a garota mais zelosa do mundo no que tange o celular. Cuido bem, carrego todas as noites, deixo ligado 24 horas... ENTÃO POR QUE RAIOS A BATERIA RESOLVEU ACABAR HOJE? Se não fosse o Zeba, agora sem link pq resolveu matar o blog, que insistiu em que eu usasse o celular dele pro que quer que fosse, incluíndo interurbanos, intergalácticos, interuniversais... Sei não, talvez eu estivesse arrependida de não ter tentado mais uma vez...

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Descobri uma coisa MUITO importante: por mais que eu tente bagunçar o meu coreto universitário (e acredite: depois de abandonar o curso 5 vezes por causad e compromissos profissionais, me considero um fenômeno da persistência acadêmica), FALTA UM SEMESTRE DE CURSO (e mais um de projeto) para eu me formar! A partir de junho de 2003 passo a operar do 1º Distrito Naval, ou seja, do Rio. Meu projeto vai ter que ser todo desenvolvido no Rio, já que é todo calcado na organização militar da Marinha.

Como superar a banca examinadora com um tema militar? Não tenho nem noção, mas a realidade caiu que nem um ovo cozido na minha cabeça: tenho que começar a mexer meus pauzinhos para poder passar meus seis meses fora com tranquilidade.

Autorização para embarque de civil em navio militar, bibliografia especializada, mote do projeto, ORIENTADOR, descobrir qual navio vai fazer o Endurance em 2003.2, correr atrás da Oficina de Roteiros da Globo, entrar em forma!!!, contar pra minha avó de que ela vai ter hóspede por seis meses, BANCA EXAMINADORA!!! Vão ser oito meses para organizar a minha vida...

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Não desisto. Amanhã (uh... Hoje?) te ligo de novo. E de manhã... *Evil Dani strikes back*

Tudo na vida tem um limite. A protomáquina tb achou. Resultado: PC no conserto, eu desconectada, precisando receber instru;ões para um novo trabalho via email e sem receber, conexão discada, teclado desconfigurado, longe demais de tudo.

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Tudo come;ou com um virus. Sem um espirro, sem sinal de que o sistema imunol[ogico estivesse mal. Depois come;ou a metastase: arquivos corrompidos, uma supermáquina reduzida a pó. Ontem ela foi pro médico. Acho q a solu;ão é uma só: lobotomia no HD.

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E junto com ela foram meus sonhos escritos, meus trabalhos, minhas músicas, meu vínculo com o mundo.

terça-feira, novembro 12, 2002

Excelente blog, este. Estou roubando uma piadinha!

"Fiquei muito feliz com o fato de Symony (por que os menos instruídos adoram pôr H, Y, K e dobrar as consoantes no próprio nome?) estar grávida do segundo filho com Afro X.

Sabe como se chamará o terceiro?

Triplo X."

A reunião da "Justa" foi qualquer nota. Se a gente — o Luna e eu — fizer esse documentário, dois dias depois a gente morre. E não é morrer no sentido figurado. É morrer no sentido definitivo.

As pessoas querem — entre outras coisas — uma denúncia sobre a corrupção na polícia. Dado importante: o maior traficante da Bahia, que leva o nome de um personagem de novela, tem toda a sua segurança feita pelos caras da Justa. As pessoas querem que a gente entre nas dependências da Justa com um motivo e grave outro. As pessoas querem... as pessoas querem é ver o circo pegando fogo pra comer o churrasco dos palhaços — Luna e eu.

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Tudo culpa dos sonhos. A gente sempre aposta tanto nos nossos sonhos... Todo mundo devia ter um sonho de reserva. Um plano de contigência.

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Eu sabia que essa temporada de dolce far niente não ia deixar um saldo muito bom... Trabalhar em casa é divino! Posso fumar à vontade, posso trabalhar com a minha saia de malha preta — que meu pai diz que só não é mais velha que o meu perispírito —, com os cabelos presos lá no alto, num coque desfiado (ué, eu já não fazia isso?), digitando em posição de lótus (oh, yeah, criaturinha estranha, né?)...

Mas isso dá um medão quando a gente tem que sair pro mundo real... Perdi o hábito de empregos das nove às cinco, perdi o saco para andar mais paramentada que jegue no Círio de Nazaré, de ter que cumprir horário. Quem já foi freela um dia sabe que a gente normalmente dá um duro muito maior que as pessoas que nos condenam por estar planejando uma farra na segunda feira, porque na terça a gente não tem compromisso.

Foi o caso desses últimos 4 dias. Uma pauleira, há tempos não fazia um trabalho tão envolvente e desgastante ao mesmo tempo.

Envolvente pq toda a produção foi feita na raça. Roteiro pelo qual já era apaixonada há tempos, a equipe composta somente por AMIGOS. Mas foi um desgaste pq a estrutura ainda não foi aquela que merecemos. Ainda...

Mas o corpo penou. Cansei de verdade. E hoje, segunda-feira, dia internacional da boa farrinha, estou em casa, depois de uma reunião que me deixou tensa, sem vontade nenhuma de arredar pé daqui. Tinha a Resenha, que eu podia ir. Tinha o lançamento de "Madame Satã", que eu vou doar as pontas dos dedos se não for ver enquanto estiver em cartaz...

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Mas optei por ficar em casa, e macerar os pensamentos. E rezar pra extrair alguma coisa que faça mais sentido do que o que eu estou sentindo agora...

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In der welt zein.

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Que delícia ficar de papo com essa amiga querida!!! Quantas risadas, quantas coisas partilhadas, quantas coincidências, quantas similaridades... Panquecas de sulfite com garrafada nordestina, Shoptime, livros nas bolsas, sorvete de anta... Eu sabia que tinha um bom motivo para não ir pra Resenha nem pra Madame Satã. Valeu, Dé!

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Recorde: 6 horas e meia para escrever o post! E ainda saiu meia-boca...