segunda-feira, dezembro 29, 2008

Reminiscências

Eu sou destra, muito míope, com os olhos deformados. Acredito em amor eterno, em Deus, embora eventualmente questione um deles — e nunca o amor eterno. Leio Sidney Sheldon, Stephen King, mas cito Rousseau com uma propriedade insuspeita. Acho que casaria com o Robert Rodriguez, mas como sustentar uma relação em que o amor vem somente da admiração?

Sou tirana, sim. Sou ranheta, mal-humorada eventual, e em falando em hífen, certamente levarei muito tempo para me adaptar à nova ortografia. Tive um ou dois amores, mas o melhor é o que vivo agora. Minha filha é inteligentíssima, mas ainda assim é criança, e sou tradicionalíssima no quesito educação. Passei a gostar de cor-de-rosa depois dela, e hoje metade das minhas coisas são nessa cor.

Sou o cão trabalhando, mulherzinha quando na vida civil. Não sei fazer nada além de televisão, mas acho que seria excelente chef. Ou contadora, embora tenha pouca aptidão para os números. Tinha parado de fumar, voltei, e não me critique, que eu não te dei esse espaço. Gosto e acabou. Queria acampar, mas acho que não tenho mais saco para banhos frios e chãos duros.

Descobri que adoro ser Amélia, e nisso já vão quase nove anos de cozinha para marmanjos — 24 de cozinha para a geral —, além de uma ligeira vibe gueixa. Choro de rir com "Curious George", enquanto "Princesas" me aborrece até as lágrimas. Dependo de óculos escuros, cozinho bem, escrevo melhor quando estou sofrendo (e quem não é assim?), sou chegada numa pornografia. Não, nada light.

Tomei uma lata e meia de Smirnoff ice, estou feliz porque amanhã ele chega, feliz porque saí com a Ká, feliz porque... porque feliz, ora. Feliz.

Cupido insano

Dias estranhos, de reencontros estranhos, de descobertas acachapantes, e ah, se não fosse ele o meu amor... pelo jeito 2008 resolveu me desencalhar mesmo. Mas nem dei muita corda, depois que descobri que a intenção não era só um intercâmbio de informações e sorrisos felizes.

Engraçado que enquanto eu estava contribuindo para o Sindicato das Piriguetes (SindiPiri), ninguém queria me tirar daquela vida. Aí aparece um doido que se apaixona por mim de maneira fulminante — e eu por ele, só que descobri isso dez minutos antes dele —, me transforma numa respeitável namorada, e aí aparece meio mundo que quer andar de mãos dadas comigo no Shopping Barra.

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A noiva estava linda, o noivo era a tradução da felicidade, o vestido da mãe da noiva era deslumbrante, e de modo geral, tudo funcionou bem. Muita gente feliz espalhada pelo salão, e festa boa é aquela em que os noivos aproveitam cada minuto.

Foi bonito de se ver, de contemplar um início tão cheio de bons augúrios, e os dois são tão lindinhos, tão do bem, que a única coisa que a gente consegue desejar é que eles tenham 70 anos de casamento exatamente do jeito que ele começou.

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Falta tão pouco pra ele voltar, e ao mesmo tempo, parece que ainda falta um ano. Tenho zilhares de coisas pra fazer nesses dois dias, para poder tirar uma folga a partir de terça a noite. Foram dias pavorosos sem ele, com toda a instabilidade da rede telefônica, com as raras informações sobre fatos, e não sobre sentimentos.

Não, Leitor, não sou uma neurótica que pede detalhes do talher do jantar de Natal, mas pera lá: uma ou outra informaçãozinha mais detalhada, um carinhozinho telefônico, isso cai mal? Está sendo horrível namorar meu telefone, só, e ainda assim não saber as agruras pelas quais ele está passando lá. Minha bola de cristal está rachada, e não consigo adivinhar as coisas.

Mas tudo se resolve, tudo se resolveu, e daqui a pouco mais de 24 horas, ele volta a pisar os pés em solo da soterópolis, para felicidade geral da Nação. Mesmo que seja só a nação do meu território, o povo do país de 85 metros quadrados onde habito.

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Ando com idéinhas novas de conhecer leitoras. Ana e Lua, vocês já são parte do blog, pô! O que pensam da idéia? Alguém se habilita?

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Por que raios o Spa Salute me manda emails de Feliz Ano Novo? Esse povo surta, né?

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quinta-feira, dezembro 25, 2008

Diatribe

O que é essa blusa da Rita Lee no Especial do Roberto Carlos?

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Não é solidão. É estar sozinha. Meia garrafa de vinho, duas latas de cerveja, dois maços de cigarro e Roberto Carlos.

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Mamãe e eu

— Liga, Dani, que começou Roberto Carlos!
— Eu não, mãe, que vou acabar dando cotoveladas em velhinhas pra ganhar rosas ao fim do show...

Liguei, claro.

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Falando em Leitora querida...
Lua, cadê você?

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Maysa na TV

E eu prevejo um rio de lágrimas. Minhas, claro.

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Estou com comichões para escrever no outro blog. Abandonado, pobrecito, desde a última paixão. Sim, é blog unicamente passional. Deixa o vinho acabar para vir o furor das letras me atropelando, e aí sento e escrevo mais um texto apaixonado, mais uma declaração de amor.

Desta vez, valendo.

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Talvez o meu mau humor seja motivado pelo sol. Não que eu tenha uma vibe vampira, longe de mim. mas enquanto teve sol pendurado no céu, eu estive azeda. Dormi dormi, dormi, sofri e suei, e quando o sol se pôs, me arrumei linda para ir filar bóia na casa da mamãe.

Então o humor já estava melhor, e consegui trocar palavras e carinhos com outros humanos.

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Sou uma ilha de azedume cercada de amor por todos os lados.

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Quanto tempo
Será que demora
Um mês
Pra passar


Porque vou te dizer: parece um mês, viu?

Nos dissemos "boa viagem" vezes demais nos últimos dias.

Loucura

Loucura é fazer as coisas da mesma forma repetidamente e esperar resultados diferentes.

(Einstein)

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O inferno é a repetição.

(S. King)


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De novo.

Eu ia começar o texto de hoje no mais fúnebre clima. Não, não estou exatamente morrendo de felicidade, e não, não tenho nenhum motivo que faça valer a pena essa melancolia desajustada.

Também não faço parte daquela cepa de gente que deprime no natal. Não, não senhor, tenho preguiça de deprimir numa festa de aniversário, seja minha, seja de Jesus.

Estou aborrecida, e só. Bom, não é bem "e só". Estou a cuspir marimbondos, estou a dormir largamente, estou sem dizer uma palavra desde as oito da manhã (e antes disso não as usei muito). Desliguei o celular até agora há pouco, e só liguei de novo porque minha cria loura está na casa do pai — e sabe como é: filho embaixo da asa da gainha, yadda, yadda, yadda...

O comodatário do meu passe está numa aprazível cidade sul-baiana, onde residi por longos quase doze meses. Sua família é de lá, e lá vai ele em direção ao sul dourado. O Moço diria que é uma insensatez (para usar a mais meiga das palavras dele quando se refere a essa cidade) sair de Salvador para lá, mas fazer o quê? Se a minha família fosse de Jequié, eu também... Não, Jequié, não, eu NÃO iria. Bom, minha família é do Rio, e não vou passar Natal lá. Não por falta de vontade. Falta vontade da minha conta em se desfazer de quase mil reais para uma festnha onde come-se demais (menos na minha casa, ceia na medida), ri-se de menos, e sempre forçado, trocam-se presentes não muito úteis (e todos os que ganhei eram perfeitos para mim), e volta-se pra casa sem ter podido ir pra um oba-oba na casa do melhor amigo.

Digressões, digressões de uma criatura que passou a noite na superfície do sono, boiando e eventualmente afundando. Dormi de menos, pensei demais, como não convém. Não prevejo consequencias para o mundo, nem para o Cosmo — o micro e o macro. Talvez uma ou duas cicatrizes no meu relacionamento, mas o que é da vida sem uma ou duas marquinhas para ilustrar histórias?

Então, o meu dia de natal me encontrou assim: uma da tarde, um copo de coca Zero, meio saco de Doritos, cigarros e computador. E silêncio. Não silêncio absoluto, como eu teria pedido de presente, como eu preciso e mereço. Silêncio de vozes. Minha, dele, dela, deles, de todos. E isso é bom. Estou sem música também, e o único som produzido por esta casa é o do teclado. Conforta.

Devo voltar pra cama eventualmente, e descumprir mais uma vez o combinado com amigo querido, de ir até a sua casa para enterrar os ossos da ceia, rir das suas aventuras nos shows da Madonna (sim, ele foi a dois dias) e voltar pra casa flanando. Devo quebrar o silêncio, ligar para amiga querida, que há exato um ano me emprestou a própria família para o almoço de Natal. E devo emitir mais uns dois grunhidos de satisfação como os de agora, depois de me espreguiçar longamente na cadeira do computador.

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Ele não respeita minha rabugice. Estou espumando de alguma coisa mais passiva que raiva (porque nem pra isso tenho ânimo), ele me liga, virado de ontem pra hoje ainda, e diz que "me dedica essa música":

Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar...

Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudades de você...

Eu Te Amo!
Eu Te Amo!
Eu Te Amo!

Eu não sei
Por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar...

Para mim não adianta
Tanta coisa sem você
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar...

Eu Te Amo!
Eu Te Amo!
Eu Te Amo!...


E eu, sabiamente, me rendo a um sorriso rasgado no meio da cara, e deixo para discutir o ocorrido mais tarde, daqui a menos 28 cervejas, e menos 450 km.

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Ana,

Foram 32 anos para o cupido treinar tiro ao alvo comigo, sempre errando, sempre acertando onde não devia, criando paixões que não podiam, amores que não iam, romances que ficaram. Dessa vez ele me acertou em cheio. Sabe quando falta o ar quando você pousa os olhos pela primeira vez naquele que você tanto quer? quase a sensação de um murro no estômago?

Então... foi assim. Manda o email do seu cupido, que o meu agora vai ser treinador de franco atiradores. Quando você menos esperar, e um dia te conto a história toda, com rio, barcos, encontros e o resto, seu cupido vai ser medalhista de tiro.

Beijo, beijo, feliz natal!


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Agora não quero mais silêncio. Vou botar roupa de festa e voar para o oba-oba na casa do amigo querido.

domingo, dezembro 21, 2008

Verão

Férias de verão, ué? Pela primeira vez na vida senti prazer naquele vento meio morno que bate no meio de um dia de céu indecentemente azul. Acho que é a primeira vez que o verão me chama, e eu tenho que ir pra rua.

Estou viva, feliz, com bronzeado de peão (aquele com camiseta, saca? O meu ainda tem a marca de mochila, mas abstraia), semi-casada com o homem por quem esperei a vida toda, e que me apareceu no lugar errado, acompanhado das pessoas não-certas (alguém entende a sutileza entre errado e não-certo?), na hora mais ingrata que podia acontecer. Mas aconteceu, e foi rápido, matador, certeiro, e palmas para o cupido: medalha de ouro na categoria pontaria.

Assim vamos, assim vou, vivendo um dia depois do outro, meio de férias, meio rezando para as coisas mudarem pra melhor no trabalho, com a família, com meus fantasmas.

E vão. Vão, porque agora sou mais forte.

Um + um não é igual a dois.

É igual a nós, e nós tem um peso maior que 1 + 1.

E estou adorando ser nós com ele.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Felicidade extra virgem

Porque eu passei cinco dias rodando pela caatinga baiana, e só porque a minha vida mudou inteira nesses cincos dias. Porque eu ainda sento e olho encantada pras surpresas que o Destino, que é uma variação do Sr. Tempo, me oferece.

Porque eu não tive medo, mesmo quando achei que tinha sido picada por cobra, ou quando descobri que estava prestes a dar um passo inedito na minha biografia. Porque afinal, tudo se resume numa coisa só: medo. Não o medo em si, mas a falta dele.

Porque tem sido muito bom viver sem medo. É muito boa essa recém-nascida fé em mim e no próximo. É muito bom esse frio na barriga que nasce de algumas certezas - mesmo que seja a certeza de que tudo que virá precisa de ajustes, depende da arte de flexionar.

Porque tem sido muito bom ser adulta enfim, e nem tenho sentido falta de Neverland. Porque mesmo sendo adulta, é infantil o sorriso que me volta aos lábios junto com as lembranças. Porque eu mereço, eu fiz por merecer, eu plantei e a colheita desse mundo de frutos é só minha.

Ops. Só minha não.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Meus agradecimentos!

Obrigada.

Obrigada por ouvir esta canção comigo — another time, another place —, e embora fluente num idioma que eu por ora não domino, não pôde — ou quis — decodificar aquilo que eu queria ouvir. Obrigada, porque "would I lie tou you?" responderia as perguntas certas — sobre você —, mas continuei ainda a indagar sobre os peixes, o universo, e tudo o mais. E você nunca respondeu.

Obrigada por nunca responder à pergunta-chave da música. Obrigada pelo ar de obviedade sarcastica quando tentei descobrir mais acerca do refrão que por anos me atormentou.

Obrigada por me ver no inferno, e lavar as mãos por isso. Obrigada por ter me deixado purgar sozinha esse carma que é meu, somente meu. Obrigada por me permitir mais tempo para absorver aquilo que só eu poderia sentir. Obrigada pelo dia de hoje, e por tudo o que ele me devolveu.

Obrigada pelas flores brancas, amarelas e rosa, que você me proporciou indiretamente. Pela grama aparada, que me deu a falsa sensação de reequilibrio

E por último, mas não menos importante, obrigada pelas lágrimas que lavaram cada palavra escrita aqui. Obrigada pela suavidade que eu tive ao fim do dia, embaixo daquele azul que costumava ser só meu no Rio; por me deixar macerar cada minuto a música, e ainda assim molhar as letras com um choro que é de alívio. De cura.

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Pé na estrada de novo, para um lugar pertiiiiiiiiinho e refrescaaaaaante. Doze horas de ida, doze de volta. Lá vou eu pra longe da Lourinha febril (e assintomática), lá vou eu pra longe dele.

Encomendei um sonífero, porque não sou filhote de corno para ir acordada, morrendo de saudade e de preocupação. Volto semana que vem.

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Eu não sou vingativa. Sou é adepta da lei do retorno.

terça-feira, novembro 25, 2008

Better

Melhor do que dormir desesperadamente depois de um trabalho estafante é vê-lo dormir desespeadamente depois de um trabalho estafante.

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E foi delicioso o tal trabalho. O cacique da empresa de telefones é SENSACIONAL, figura boa de se trabalhar, acessível demais, sem frescura.

Trabalhos assim é que pagam o cansaço, o desgaste, o pavor de as coisas não saírem como devem. Mamãe perguntou ontem se eu havia conseguido as autorizações. Com um sorriso amarrado atrás da orelha, respondi que nunca aceitei bem levar um "não" nas fuças.

Meu sim vem, pelo menos o sim de trabalho. Vem mascarado de não, vem escondido atrás de "resposta precária", de condições, de horas e regras. Mas meu sim sempre vem, nem que seja dos céus.

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E rever amigo de colégio, e ex-namorado amor da vida, e amiga querida que a cada dia se mostra melhor produtora, e diretor do bem, e enfim conhecer gringo gato da unha suja. E me preocupar, e tomar chuvar, e lá pelas tantas, porque eu mereço, levantar as mãos pra cima no meio da garoa; mãos e rosto, e silenciosamente, inconscientemente, agradecer pela água nossa que cai do céu e nos protege. Sacudir o pêlo como cachorro feliz, sorrir e voltar ao trabalho.

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Na mesma intensidade

Bom vê-lo dormir desesperadamente depois de um trabalho estafante; péssimo vê-lo se arrastar da minha cama duas horas depois de deitar, exausto, porque precisa ir pra casa por causa do trabalho do dia seguinte.

Mas ainda muito bom dormir desesperadamente depois de um dia como hoje. Mesmo que seja sem ele.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Estresse

Até que demorou. Faltam só 24 horas para rodar o VT, e finalmente estou com todos os sintomas de estresse pré-producional. A pálpebra treme, o coração está batendo na garganta, e à uma velocidade não-humana; a boca está seca, e pelo andar da carruagem, só vou conseguir dormir dentro de 12 dias.

Sim, tive problemas com o Tráfego.
Sim, tive problema com o Patrimônio Cultural.
Não, Glória a D*us nas alturas, ainda não tive nenhum problema com a Poícia Militar.

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Update das 22:30

A cabeça dói. Existe uma lei que diz que todo trabalho aceito com cachê menor que o habitual será mais trabalhoso que a média. Dito e certo. Esse cachê é quase a metade da minha diária de sempre, mas como o dono da empresa é o cara mais honesto e do bem de todo o mercado publicitário, topei, topo e toparei todas as vezes que for preciso.

Isso, somente, não blinda a produção de problemas, que aliás, nem passam pela seara dele. Meus problemas são de ordem BURROCRÁTICA, e acabam resolvidos por uma, duas, três almas de bom coração, que se insurgem contra o sistema idiota e cretinamente hierarquizado ao qual somos submetidos.

Resolvi meus pepinos todos, alguns nos 45 minutos do segundo tempo. Rodamos o VT amanhã até com alguma tranquilidade. Mas vou te dizer: o quanto isso me desgastou é impossível de ser quantificado.

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No meio dessa zona de "agora pode, agora não pode", precisava falar com um fornecedor.

Liguei uma, duas, na terceira, achei que tinha alguma coisa errada. Nada, tudo certinho, liguei mais uma vez. Aí achei que tinha número demais. Contei um por um dos dígitos. Nove. Oh-oh.

Olhei de novo, cantei os números, e enfim os olhos desviaram para o alto da coluna onde estava anotado o telefone dele.

Parabéns, Daniela, você tentou ligar para um número de RG.

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E vamos lá. Show time.

Se viva estiver, conto como foi o VT com o picão da empresa de telefones que podem ser levados para todos os lugares.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Honra

Antes de ser rabiscadora de blog, sou leitora. E leitora chata — o que não é novidade, em se tratando de mim. Eu sei que para eu ler todo o arquivo de um blog, tenho que estar completamente apaixonada pela história, pelo estilo.

E foi isso que aconteceu. A Ana chegou aqui num dia de insônia (oi? meu nome é Daniela, tenho 32 anos, e não tenho dormido antes das três e meia da manhã, todos os dias?), foi lendo, foi lendo, achou arquivos, e ainda descobriu algumas histórias sem final.

Ana, me sinto honrada pela leitura dos arquivos, pelas visitas constantes, por me relembrar uma história que hoje é engraçada (e depois conto o final: é saborosíssimo). A questão do "indecent obsession" é por causa de uma figura de outros carnavais, e que jurou achar meu blog (como se fosse dificílimo).

Volte, volte mesmo, comente, opine, esculacha, e manda email, também. Escriba de blog escreve para dar a cara a tapa, para ser julgado, e quando alguém nos admira, acredite, dá um quentinho na alma.

Beijão!

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Maratona Daniela de Estranhos e Apaixonantes Trabalhos. Equipe que amo, num lugar onde jurei só gravar uma vez por ano (e é esta), com a mais honesta empresa realizadora. Rodo terça-feira, com ou sem chuva. E aí caio no segundo ponto. Chuva.

É a minha primeira chuva na casa nova, e se só o barulho não é suficiente, vou me pendurar na janela daqui a pouco para ficar vendo a dança das gotas no chão de asfalto. E tenho que acordar cedo amanhã. E não posso dormir horrores, como adoro fazer depois que Dona Lourinha é devidamente despachada pro colégio. Tenho que organizar meus documentos de trabalho, ofícios, telefones, agendas e checking lists, para ir cedo para a produtora.

Como manter a insônia nessas bases? Como terminarei o dia de amanhã? De onde eu vim? É bonito aqui? Onde está Wallie?

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Sorvete de raspas de laranja com chocolate faz feliz.

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Tem insônias que vem para o bem...

terça-feira, novembro 18, 2008

Com tanto pra falar...

... você bem sabe.

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Tinha, realmente, muito pra falar. Esqueci, claro, porque ando com a cabeça longe, ando morrendo de calor, ando de saco cheio dessa entressafra, ando olhando mais detidamente para o céu que nos protege. Ando apaixonada pelas minhas plantas, ando pensando em mudinhas e torrões e adubos o dia todo, ando pensando em como pagar as contas, ando querendo dois dias sem celular. Ando querendo fazer as pazes com quem briguei, ando querendo dizer que amo, ando querendo matar as saudades de uns — ou aproveitar o tempo curto que tenho com outro.

Então eu esqueci tudo o que queria dizer, e disse tudo o que não estava planejado. Por um motivo ou por outro, e creia-me, nem todos bons, tem sido bem bacana viver.

domingo, novembro 16, 2008

Indecent Obsession

Prezado(a) Usuário(a) de WinNT, que passou exatos 100 minutos lendo meus arquivos, favor se identificar. Tenho mais historinhas para contar, dessas impublicáveis num blog de família (hã?).

sexta-feira, novembro 07, 2008

Nota mental

Nunca mais ir à "quinta na feira" sem meu pai.

Meia dúzia de frutinhas; um, dois legumes, e o peso total disso é quase uma tonelada. Certo, certo, mais uma garrafa de espumante espanhol, um Keep Cooler, iogurtes e um vaso de flor. E esses últimos itens pesam desde quando? Bom, desde que resolvi voltar andando o curto trajeto entre mercado e minha casa. Curto?

Enfim: voltei qual Atlas, mundo inteiro nas costas, expurgando pelo suor as toxinas que o corpo retinha por puro capricho. Ainda absorvendo o coleguinha de compras semanais, moreno de sol, barba descuidada, quase um cover do Primo Basílio. Sol de cravadas doze horas, Vedder no ouvido, cabeça lá longe, mas prestes a voltar.

Não posso mais viver tão distante assim da minha base de operações. Da minha realidade. Não dá mais pra idealizer o par perfeito, a hora certa, o dia D. Ele existe, sim, mas batalha perdida é aquela onde entra somente um exército . Não vou brigar só. Game over.

A hora é essa, qualquer que seja ela. A minha hora quem vai fazer sou eu.

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MALDIÇãO

Instalei The Sims. Adeus, mundo cruel.

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Mas ainda ouço Vedder.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Histórias trocadas

E ela começa assim:

Aos 3 eu tinha medo de trator. Aos 4 joguei uma pedrinha em um carro. Aos 5 , quis comprar jornal sozinha lá na Praça da República. Aos 6, queria ser modelo, me chamar Débora e ser professora. O desejo de lecionar já não existia aos 7. Brinquei como um moleque, era apaixonada por barbies. Isso até os 14...


E daí por diante minha irmã desfia uma Helga que, se eu conhecia, há muito não encontrava tão de perto.

É, a Algas tem um blog agora, e tenho muito orgulho em saber que ela já é alfabetizada! Sério: alguém admite que a irmã mais nova cresceu, formou-se no colégio, na faculdade e ainda abandonou a pós-graduação?

Então vai lá, e se ela não atualizar, fala comigo. Vou usar meus poderes de primogênita e baixar o sarrafo nela.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Para fechar

Claro que além da depressão-mãe, que atingiu os 8.7 pontos da escala Richter, eu ia ter mais alguma coisinha para me queixar: saí de casa ao meio-dia de ontem e ESQUECI uma panela com água no fogo. Voltei às dez da noite para apanhar um documento e sapatos para a Loura, e qual não foi minha surpresa?

O saldo: um botijão de gás pelo meio, uma panela que está perdendo a cor e o coração disparado.

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Se cheguei aos trancos nesta segunda-feira com mais sol do que desejei, entrego a grade para a terça-feira com alguma suavidade, um tanto de alívio, 49 minutos de Skype com o Moço, e a retomada do projeto "Corra e Morra". Sim, voltei a correr, e depois de parar de fumar, gostaria de dizer que sair destrambelhada pela rua ficou muito mais fácil do o foi há uns... 15 anos.

Se a solução me parece ainda distante, os paliativos têm-se mostrado eficientíssimos. Sorri, saí com a Doce M., deixamos as meninas com a babá dela, tomamos água de côco, depois fui à praia com a Lourinha, e assim, devagar, a vida continua.

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Into the wild


Ele me apresentou a trilha, e era mais uma das nossas saborosas convergências de gostos. Eddie Vedder. Eu amo Vedder, amo o tanto de emoção que ele imprime no que canta, no que escreve.

Aí eu achei o filme, a trilha, li a sinopse e os reviews, e sendo baseado num livro do Jon Krakauer, não há chance de não gostar. Vou me dedicar a ele amanhã, num momento em que a Lourinha estiver dormindo, para poder fruir com a devida atenção.

E é isso que ouço agora: Vedder para Into the Wild. Se bem não faz, mal não faz de jeito nenhum.

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Ainda sobre saborosas convergências, ele gosta do Midnight Oil. Midnight Oil, caramba!

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Estraga-prazeres

Pode ir desfazendo a decoração, tirando chapéuzinho da cabeça e apito da boca: a daqui não morreu, não pretende (num futuro próximo), e caminha em direção ao luxo e à riqueza.

domingo, novembro 02, 2008

Daniela playing Chico, de Anchietanos

(ou "Eu avisei que não era uma comédia. Se você achou que era, o problema é seu."
Gerbase, Furtado, Assis Brasil)


Lágrimas. Litros de lágrimas, uma tristeza sem fim, e a vontade de não existir. Não, não a vontade de morrer, nem a vontade de estar noutro lugar. Era a vontade de não existir mesmo.

A crise de labirintite — e um susto de proporções diluvianas — trouxe um episódio pequeno de pânico, mas ainda assim pânico. E mais lágrimas, mais um reforço no sentimento de inadequação.

Não tem explicação. Poderia colocar na conta da inseguraça, da frustração, da sensação apavorante de que nada tem solução, de que a depressão nunca vai acabar. Poderia ser um misto da raiva que não deságua com a dor da repetição, e o inferno é a repetição, creiam-me. Mas não pode ser só isso.

Talvez seja o medo absoluto da solidão, a certeza de que somos finitos, a responsabilidade, a pasmaceira da maré de trabalho, a incompreensão absoluta do que é o ser humano, talez, talvez, talvez.

Mas não é nada disso. Ou é tudo isso, e me sinto tão náufraga dentro do meu próprio desespero que não percebo que para não sufocar é só colocar os pés no chão: o lago é uma poça, e estou afogando num copo d'água.

Não sei, e o não saber também angustia. Preciso justificar essa tristeza sem fim, preciso de um nome para cada lágrima que desce dos olhos, desenhando grades no meu rosto. E não tem. Meu Deus, não tem explicação.

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Mas amanhã passa, ou pelo menos melhora. Não é o primeiro episódio, e embora torça muito para que seja o último, sei que não é.

Peço desculpas se você veio em busca de algum humor. Hoje não deu.

sexta-feira, outubro 31, 2008

O pulso

Dor de estômago. Labirintite, melancolia, e o que um chute errado com o pé de dedo quebrado não fizer, meu nego, nada mais faz.

Mas o pulso ainda pulsa.

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Algas, você está PROIBIDA de voltar neste blog! Debochada...

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Ouvindo samba para ver se melhor o nível da discussão (aparte: samba, caro Leitor, NÃO É PAGODE como você o conhece), e lá vem a Mart'nália com Res't la Maloya.

Pronto, triste fim de Policarpo Quaresma.

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É isso! Falta praia! Falta praia nesta vidinha ordinária! Vou pegar meu baldinho, minhas pás, meu Sundown Kids e caminhar em direção ao pôr-do-sol!

Opino depois da fotossíntese.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Em tempo

Era disso que eu estava falando:

PEQUENAS EPIFANIAS (Caio Fernando Abreu)

Dois ou três almoços, uns silêncios.
Fragmentos disso que chamamos de “minha vida”.


Há alguns dias, Deus – ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus –, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer – eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal – não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.
Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector – Tentação – na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.
De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou – descuidado, também – em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.
Era isso – aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

Clarices e Caiices

Virando o Sitemeter do avesso,descobri que chegaram aqui procurando por um trecho do Caio Fernando Abreu. Fui reler, e como ele puxa sempre mais uma crônica, me perdi pelos labirintos daquele coração tortuoso.

Quando consegui colocar parte da cabeça para fora, vi que no afã de respirar, tinha trazido também fragmentos de Clarice Liuspector. Não me leve à mal, Leitor Caríssimo. Não sou daquelas — daquelas, você sabe, que idolatram Lispector —, não sou radical, e nem sempre tenho tempo, paciência, ou ciência, mesmo, para acessar esses mais obscuros reconditos da alma.

Mas isso, além da acurada descrição do CFA, isso da Clarice me abateu:

Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector – Tentação – na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.


Note, prezado Visitante, que nem cito Clarice ipsis literis. Cito Caio falando dela. Tenho medo de novamente mergulhar, dessa vez num universo clariciano, e descobrir que, como no mar do Caio, de lá tamém não se volta facilmente — e jamais incólume.

E é isso. Não só o Caio, mas os ruivos basset e menina. Não só o prosaico, mas o amor que não vingou, e também o menino de barba azul e a menina antes ruiva. Não só as palavras que foram escritas, mas também as letras que ficaram suspensas, por dizer, perdidas num tempo menos delicado e pouco gentil.

***

Pronto. Abri uma cerveja — raridade, já nunca bebo sozinha —, servi meio copo, coloquei o resto da lata do congelador, e voltei a esticar as pernas sobre a CPU. Ainda tenho alguma dor de cabeça, e dois dias sem remédio fizeram meu labirinto enlouquecer de novo. Azar, quem queria equilibrio, mesmo?

O mesmo remédio mantém dois tipos de equilibrio: emocional e físico. Nem preciso dizer que ambos andam em falta. Talvez por isso eu venha oscilando tanto entre o sétimo e o quinto círculos do inferno.

Chega. Vou deixar o resto da cerveja para amanhã a noite. Agora é hora de banho, Carlos Eduardo Novaes e cama.

Pela atenção, muito obrigada.

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Hoje eu mataria por um cigarro.

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Saco de papel na cabeça! Na minha!


Essa Diana Krall é estúpida de linda.

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No restaurante


A Lourinha se enturmou com "os amiguinhos". E brincam, correm, vão pro parquinho. Lá pelas tantas, vem ela, e pergunta baixinho no meu ouvido:

— Mamãe, posso trazer o amiguinho para sentar aqui na mesa?
— Claro, minha filha!

Volta ela com um molequinho lindo de uns cinco anos, com cara de rapazinho.

— Oi, você não quer sentar?
— Nãaaaaaaaaaao, só vim aqui para conhecer a mãe dela. "Ela" era a minha filha.

Oi, eu sou daniela, tenho 32 anos e tenho um genro.

***

Enquanto isso, a filha de 1 ano da minha amiga transbordava charme para cima do guri na mesa ao lado da nossa.

As mães das duas Messalinas? Cochilando por cima de mariscos e bolinhos de queijo.

Decadence sans elegance.

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Nota mental: retocar as raízes do cabelo quando convidada para o Programa (argh) do Jô.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Pés no chão

E no dia em que estou anormalmente sensível, enfim ele me acena com as lentes de contato. Me vesti de festa, coloquei a alma para pegar vento, calcei sandalinhas e voei pro consultório dele.

E as lentes não ficaram boas. O lado esquerdo veio completamente fora dos parâmetros, e lá se vão mais três semanas até chegarem as novas. Eu, que não sou de chorar tão fácil assim, quase tiro o dedinho do moleque do dique, e deixo romper a barragem de lagriminhas.

Voltei arrastando uma bola de ferro nos pés, além de uma nuvem na cabeça. Triste, num dia que começou tão, tão bem.

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Teclado em cima da CPU, monitor em cima da cadeira, distante de mim um bom metro. Mouse apoiado na poltrona onde estou sentada.

Toda errada, mas tenho internet em casa.

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Mulherzices

Queria muito que hoje fosse ontem.

Receita de bolo

Se eu tivese verg9onha na cara, já tinha fotogrsfado a casa nova e mandado para o Moço, por exemplo, e para mais uma ou duas almas distantes.

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O sol sempre dissolve as palavras que a noite tão laboriosamente escreve no meu inconsciente. A poesia se esconde sob a primeira pincelada de rosa do dia. O que sobra é a rudeza e o vocabulário escasso.

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Eu, empresária


Tomara que o projeto seja aprovado. Não gostaria de saber que fiquei fritando em cima de um trabalho que não vai render um centavo.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Casa Nova

Parei a busca, e o apartamento quase veio até mim. Mudei segunda-feira. Estou sem internet ainda. Estou feliz.

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Tenho sonhado com um "ele" que não é exatamente o "ele".

É meio obscuro, sim, mas não tenho a menor pretensão de dissecar isso aqui. É só para fins de registro.

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Minha casa é linda.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Dona Nilda Spencer


Lábios que Beijei
(roubada do arquivo de A Tarde)

Eu nunca consegui chamá-la pelo prenome. Para mim, desde o primeiro dia, e até hoje, não o último, mas sim o próximo ato, ela era Dona Nilda. Ela entrou na minha vida com o vigor que os 75 anos não lhe haviam tirado. A voz era segura, sem as variações trêmulas típicas da sua idade cronológica.

O dia era comum; a pauta, idem. Eu era jovem demais para estar ali. Aos 22 anos, todos os dias são verão, e merecem ser vividos na praia. Mas eu ainda acreditava — e talvez isso separe as crianças dos adultos —, e levava muito a sério aquela carreira recém-iniciada.

O teatro era fresquinho, escuro, com um confortante cheirinho de bolor. Acho que só eu associo à proteção o cheiro do bolor dos carpetes de um teatro não muito novo. A missão era simples: um trecho da peça, os atores convidando os telespectadores para o teatro, e fim.

Enquanto conversava, as mãos maquiavam o rosto para criar as nuances do personagem. Eu a vi desaparecer camada por camada, enquanto nascia uma mulher de olhar duro, roupas austeras, com um ar de crueldade. Câmera armada, sentei quietinha, e tive, naqueles dez minutos, o privilégio que pouquíssimos tiveram: Dona Nilda e Wilson Mello atuando para uma platéia de duas. Foi com "Lábios que Beijei" que aprendi que chorar no trabalho só fazia de mim uma pessoa melhor.

Nunca, em tempo algum, esqueci de Wilson olhando para um céu que só ele via, cantarolando uma versão ligeiramente esclerosada de Moonriver, enquanto Dona Nilda endurecia o olhar da personagem. Chorei, chorei muito, e não chorei só: Ana, assessora de imprensa do espetáculo, terminou a gravação com o rosto tão molhado quanto o meu.

***

Hoje, a cada vez que escrevi sobre ela — e em algum momento, relembrei o que era escrever à mão com uma fúria que andou perdida —, chorei como em "Lábios que Beijei". Chorei como choro agora. Não, não éramos íntimas, nem próximas, tampouco amigas. Duvido que nesses últimos dez anos ela tenha lembrado de mim, a repórter pirralha, que ainda com o rosto molhado, passou os braços pelo seu ombro e agradeceu por aquela que seria uma das melhores matérias da minha vida.

Não chorei hoje pela sua morte, mesmo porque ando bem convicta de que o espetáculo continua em outros palcos. Choro porque nunca mais ninguém vai ter a oportunidade de levar para vida a lição transformadora que ela me proporcionou.

Nunca mais um repórter guri vai poder aprender que chorar numa matéria nos devolve a humanidade que o jornalismo rouba.

Dona Nilda, merda! Merda pra senhora!

quarta-feira, outubro 01, 2008

Então...

Então eu chutei o pau da barraca, digo, do apartamento, e mandei a corretora agradecer à proprietária. Peguei a documentação de volta, bati palmas e voei. Como praga de puta D*us escuta, até hoje ele está lá, mofando na seção de classificados do jornal, semana a semana, com o preço cada vez mais baixo.

Azar o de quem, mesmo? Uma dica: EU não estou morando embaixo da ponte...

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Então eu ainda sou uma ermitã sem-educação, que some da vida social, da vida dos amigos, da vida. Na mesma semana eu perdi as lentes de contato (Oi? Quinze graus de miopia? Uma doença que piora HORRORES a acuidade?), as estribeiras, a vergonha na cara, e ainda fiz ski-dedo na escadaria da buatchy. Sóbria. De verdade.

O saldo é uma irritação de 8 pontos na escala Richter, um dedo do pé quebrado (passadas três semanas ele ainda é ruim de mexer e dói. Quebrou, né?), um pouco de remorso e auto-exílio.

***

Então a saga do apartamento continuará, mas não sei quando. Perdi muito do tesão de ir visitar lugares, bater na parede, puxar descarga, ver se janelas abrem, yadda, yadda, yadda. Cansei um tanto de investir energia demais num assunto, para uma filha da puta ficar me cozinhando por pura conveniência.

Lá de onde eu venho, no meu planeta, as pessoas entendem que o direito de um vai até onde começa o direito do outro. E o melhor: as pessoas lá RESPEITAM isso. Aqui... Bom aqui, o seu direito vai até onde eu quiser que vá, porque o meu é comprido e grosso, e se você falar muito, vou enfiá-lo na sua via de mão única.

*suspiro*

Eu já fui mais educada.

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Então vou ler na cama, que é lugar quente, porque amanhã tem zilhares de coisas a resolver, a fazer e a trabalhar.

Ai, como sou importante... / ironia

Gosto eu discuto, sim

Eu não entendo gente que odeia animais. Sério.

— Eu odeio gato!
— Eu odeio cachorro!
— Eu odeio...


Você pode não ter lá muitas afinidades, pode não ser íntimo, pode não concordar — eu não concordo com pássaros presos em gaiola, acho o fim. Tem asa é pra voar, não pra ficar pulando de poleiro em poleiro.

Eu entendo o medo — eu tenho PA-VOR de bichos de pena, exceção para patos, que adoro, mas eles lá, eu cá; e avestruzes, das quais também uma distância segura (são lindas, as brutas, mas burrinhas...). Eu respeito todas as vertentes, menos o ódio. Odiar um tipo de bicho depõe contra o caráter. Não estou dizendo que amar é a praxe, mas odiar traz uma vibe muito pesada.

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Idem, idem comunidades do orkut: Odeio isso, odeio fulano, odeio... Nojinho! É muita rebeldia sem causa, é muita adolescência concentrada

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Esse era um post para o dia 21 de setembro. Como o blogger me sacaneou — e mais uma vez depois disso —, deixei o que sobrou nos rascunhos, mesmo, sem saco para voltar.

Voltamos, pelo menos hoje, à programação de sempre.

sábado, setembro 13, 2008

Cega ou lesa?

Em pleno frenesi (hã?) do casamento da Sandy, abro a Folha Online, e pela visão periférica, me dou com ele.

— Nossa, o Xororó errou a mão no bronzeamento artificial para o casamento da filha.

Era o Evo Morales.

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Estou ouvindo Fábio Jr. e curtindo a milhão.

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Sem perguntas sobre como vim parar aqui, mas liga a caixa de som e ouça que delicadeza essa música. Olha que delícia esse português com acento estrangeiro, que ao meu ver, confere mais ingenuidade à canção.

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Lá vamos nós outra vez em queda livre!

Se estou sumida daqui, e estou, sumi do resto do mundo também. Estou no meio da mais louca e transformadora aventura da minha vida, e tudo dando muito certo, esta semana se resolve.

O Moço tem sido essencial nesses dias de trovão, nem que seja para me chamar carinhosamente de "paiaça", como o quase mineiro que é. Há umas três semanas não durmo direito, e quando fecho os olhos, é para sonhar com o tema recorrente.

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Tapa na cara, numa conversa com O Moço

— Mas eu já sinto como se o desafio tivesse acabado. Estou vazia.
— Agora é que começa o verdadeiro desafio, não aqueles utópicos de antes.



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Nota suíte

A música do site chama-se "Quando as crianças fazem uau", e é de um italiano chamado Giuseppe Povia. Amanhã de manhã busca-la-ei na mula. E como eu havia imaginado, o idioma de origem de quem canta é latino.

Será que sou a única que não viu a campanha do Kinder Ovo na TV, com essa música?

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Pequeno Príncipe (roubado daqui)

"Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr de sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planêta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo tôdas as vêzes que desejavas...
- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vêzes!
E um pouco mais tarde acrescentaste:
- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr de sol...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?
Mas o príncipezinho não respondeu."


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E dela também:

Todo dia eu acordo, junto as duas mãozinhas e peço: "Deos, dá-me constância".

An-rã.

terça-feira, setembro 02, 2008

Alívio

Só D*us sabe o peso que tirei das costas. Passei um job chato, mal pago, com o qual tinha uma birra do tamanho do mundo, para a queridíssima dona do Ford Cat. Avisei isso tudo, porque não sou amiga escrota, que era insuportável de fazer, que a grana era uma mixuruquice, mas ela assim mesmo quis.

Paralelo a isso, fui resolver questões referentes à minha independência de locomoção, de alojamento, comprei várias coisinhas que precisarei num futuro próximo (Moço, comprei um jogo de facas SENSACIONAL), passei num curso para resolver minhas faltas, e ainda consegui voltar andando para casa, ouvindo música, cega, tropeçando pelos buracos, sem noção alguma de profundidade.

***

Quando estava no auge do desespero porque não conseguia fazer o trabalho, prometi que só veria o último capítulo de Grey's anatomy quando resolvesse o problema. Pergunta: ter terceirizado o pepino me dá o direito de ver o final da temporada?

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Último dia de óculos exclusivamente. Amanhã já mando fazer as novas lentes, apanho receita para novos óculos... e dou um mega rombo na conta do banco.

Suspiro.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Perséfone

— Certo, Srta. Atendente, e quantos dias sem lentes de contato para a consulta?
— Rígida ou gelatinosa?
— Rígida.
— Cinco dias.
— NÃO ERAM TRÊS???
— Para lentes gelatinosas. Para rígidas, cinco dias.


Tudo, tudo evolui na vida. Do raio-x para o ultrassom, para a tomografia, para o contraste radioativo. Tudo evolui na vida... menos a oftalmologia e a odontologia. O homem já andou na lua como no Central Park, e os oftalmos ainda precisam de CINCO MISERÁVEIS DIAS para ver a curvatura (podre) da minha córnea???

Alguém tem idéia do que são 15 graus de miopia, acuidade 20/100 pela melhor correção legal (leia-se óculos e quase cegueira) e fotofobia, tudo isso sem as lentes de contato por cinco dias?

Claro que me mantive nos tradicionais três dias de abstenção das lentes, e isso significa que desde ontem à noite estou num humor de cão. Claro que além de não enxergar, ainda deixo muitíssimo a desejar na categoria gatinha, ao contrário do Moço, link aí do lado, que fica sensacional com os seus — tão estúpidos quanto os meus — óculos.

Calha que desde sábado estou-me preparando para um périplo digno de Vasco da Gama (o navegador, o navegador...), e só ontem lembrei que estaria incapacitada até quarta. Não deu tempo de adestrar como guia de cego minha dachshund velha e cheia de manias. Resultado: alugar papai.

Pobre homem. Até quarta-feira aturando uma cega insitucional rabugenta, tropeçando pelas ruas e reclamando do sol.

***

Sobre os dentistas, que nunca saíram da Idade Média, falo mês que vem, na revisão semestral.

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Corte os pulsos!

Que tal receber um convite para uma saída rápida, uma conversa boa, com uma companhia deliciosa, com direito a alguns beijos, tudo isso num sábado à noite, e ter que dizer não, porque está assistindo Cinderela, da Disney?

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Geek

Vamos todos levantar e dar as boas vindas à portabilidade numérica!

domingo, agosto 24, 2008

Olha que coisa mais linda...



... mais cheia de graça
É ela, a menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar


Só porque ando apaixonada por essa foto.

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Computador de volta à vida, o que, para minha tristeza, me obriga a trabalhar de novo no projeto sem fim.

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Então, kids, eu quase não consigo mais sair à noite. Ontem até consegui levantar da cama, tomar um banho, escolher roupinha linda e vestir. Só. Deitei na cama para esperar a Ká avisar que estava saindo, e apaguei. Acordei com mamãe me pedindo pra não dormir com roupa de sair (discurso de mãe muda em alguma idade dos filhos?)

Serão os remedinhos a pá de cal nesta alma baladeira?

***

O pior não é isso. O pior é começar a achar que balada vai passar a ser "eu cozinho e você traz o vinho".

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Tenho dois recados da Déa pra responder. Déa, amei as coisas que você escreveu, só vi o do dia do seu aniversário quando você falou, e se não respondi, acredite-me, falta de carinho não é: é excesso de sono.

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Rapaz, eu vejo tanta coisa estranha nessa vida, que juro que não sei como os olhos não sangraram ainda.

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Tem uma porra de uma musiquinha dor-de-corno que eu fiz a gentileza de passar pro player. A sacana da canção é linda, melosa, e me lembra um certo sujeito que se pretérito é, está longe de ser perfeito. Resultado? Cada vez que a ouço, chicoteio as costas com lâminas, para doer mesmo.

Blé!

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E hoje parece ser dia dele, do Sr. Pretérito Imperfeito. Mais uma das músicas que ouviamos muito no seu carro, madrugada afora.

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Amar é...

Gravar um CD com a discografia de um certo artista pelo qual não sou absolutamente apaixonada, escrever missiva em papel de carta, e mandar tudo pra São Paulo, não sem antes dar um beijo de saudade no envelope.

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Diria Billie Myers


Keep in mind
We're under the same sky
And the nights
As empty for me, as for you

sexta-feira, agosto 22, 2008

Hoje é nona-feira

Os dias das pessoas normais são separados em grupos de sete. Cinco desses são de feira. Sábado e domingo, que são dias da feira propriamente dita, não têm feira no nome. Não tem importância.

Os dias de produção são uma eterna sucessão de oitavas-feiras. Dia de produção só existe no mágico calendário que rege essa raça insana — e deliciosa.

A oitava-feira tem um cheiro diferente, uma cor atípica, uma sensação que nem é a do dia de trabalho norma, nem é a mesma sensação de acordar num sábado de manhã e saber que há pela frente dois longos dias de dolce far niente. É o misto de noite mal-dormida com ansiedade de primeiro dia de trabalho. É resultado de acordar de hora em hora para não perder o toque do despertador. É ver o dia nascer e nem ser na volta da balada. É sair quando todo mundo está chegando.

A oitava-feira deve ser cuidadosamente observada, porque como não temos muita noção(.) de final de semana, dia santo ou útil, corre o risco de uma produção mais afoita programar errado os horários de chegada e saída, sem levar em conta o trânsito — ou a falta dele.

Depois de muitas oitavas-feiras seguidas, enfim o job acaba, e chega ela, a nona-feira. Ah, a nona-feira, esse dia mágico, que cheira como feriado de uma profissão específica: a minha. Todo o mundo acorda para ir ao trabalho, e na nona-feira o profissional de cinema abre os olhos, espreguiça o corpo moído (e sempre está), dá um meio sorriso e dorme de novo. Na nona-feira a praia está mais vazia, o banco abre e dá pra ir resolver a vida até as 16 horas, os restaurantes são mais tranquilos, não existe fila para o cinema e os motéis têm promoção.

A nona-feira não é especial só porque quase sempre cai num dia de semana. A nona-feira é campeã justamente porque sucede aquele monte de oitavas-feiras loucas, de trabalho insano. É o descanso merecido de quem está anormalmente cansado. A nona-feira é divina. Cheira a Sundown, soa como Diesel and Dust, do Midnight Oil, e é mais gostosa que férias do colégio.

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Ontem fiz 16 anos sem ele. Acho que foi o primeiro dessa longa fileira de anos que não fiquei triste. Só tive saudade. Muita.

Minha vida seria completamente diferente se ele estivesse aqui ainda.

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E o ocaso do dia foi um dos mais lindos que vi nessa última metade da minha vida.

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E amanhã, o que fazer?

sexta-feira, agosto 15, 2008

Vícios

Eu era fumante. Durante 19 anos e meio da minha vida, fumei horrores. Cigarros de filtro amarelo, de filtro claro, mata-rato, arranca-pulmão, cigarros chiques e outro nem tanto.

Há pouco mais de 4 meses, parei, e parei sem sofrer, sem sentir falta. Se de vez em quando fumo, e fumo mesmo, porque a vida é minha, pode ter certeza: é durante uma rodada alcóolica. Como ultimamente isso tem sido raro na minha vida, e mesmo quando rola Steinhegger Night não é garantido que eu vá fumar, minha média tem sido 5 cigarros por mês. E caindo.

Mas não é a única coisa que me move pra frente. Tenho vícios sazonais, que são mais infernais que os vícios diários. Tem uma delicatessen perto da minha casa que contribui deveras para a manutenção da obsessão.

Por meses a fio, todo santo dia meu café da manhã foi calzone da Di Mercatto. Todo-santo-dia. Aí enjoei. Enjoei de não aguentar sentir o cheiro. E arranjei outra paixão, do mesmo templo da gulodice: bauru grande.

Por que grande? Porque a massa é mais levinha, porque tem queijo cremoso, porque é infinitamente mais gostoso que o pequeno. Durante o São João, a delicatessen cismou de fazer só os pequenos. Foram dias de terror, de aflição, de pesadelos e termores. Abstinência. Ainda hoje, bauru grande é meu café da manhã diário.

E não paro por aí nas obsessões gastronômicas. Nesta temporada, tudo o que vejo no supermercado, nas delicatessesn, nas Amercianas, é o maledetto do M&M's. Onde quer que eu olhe, tem uma embalagem amarela olhando pra mim, ou uma marrozinha dando tchau lá da prateleira.

Do Mento's + Coca Light eu sei... Mas alguém sabe se dá problema M&M's + Coca Zero?

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Amo. Amo muito.



De 00:00 até 01:17

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Amo demais. Mesmo.



Soundtrack de Once.

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Preciso de um namorado. Preciso me apaixonar primeiro. Preciso de um namorado para quem cozinhar, para quem alugar filmes, com quem possa programar finais de semana juntos, enfurnados em casa, vendo filme. Ou acampados no Capão. Ou numa balada master. Ou sei lá.

Talvez um namorado melhore meu humor.

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Não vou antecipar nada, mas...

... mas deixa domingo chegar, pra ver no que dá.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Do esporte bretão

Não me meto em time alheio, muito menos a essa hora da manhã, mas essa foi f*da.

Custa alguma coisa o retardado do goleiro do Vitória ficar na p*rra da pequena área, ao invés de ficar saracteando fora da grande área em momentos decisivos?

Pela atenção, obrigada.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Lá vamos nós outra vez

... em queda livre.

Maratona Daniela de Estranhos Projetos. Eu estava há muito me encaminhando para isso. Agora tenho a vontade, a coragem e o principal: os meios.

Fora isso, a Maratona Daniela de Estranhos Projetos inclui a Doce M em duas outras empreitadas, que se muito pouco, vão me fazer feliz.

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Mulheres, olá,

Eu gostaria de anunciar que é perfeitamente viável viver com duas mudas de roupa. Sim, a gente sofre; sim, tem que ter cuidado para comer molho, mas estou conseguindo.

Casa em obra de novo. Em algum momento dos últimos dias, achei que o meu quarto tinha virado uma estação do Metrô. Acho que papai está viciado em pó de cimento. Ainda tenho mais uma noite dormindo acampada — e devo dizer que a Lourinha está adorando —, para amanhã finalmente rejuntarem e me deixarem entrar com os meus poucos móveis.

Não sei pra quê, na verdade, mas enfim...

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Pergunta:

Por que todo avô dos comerciais usa uma boina ri-dí-cu-la?

Isso me lembra um comercial que fiz, onde caracterizaram o cabeleireiro com uma boina branca francesa. Oh, my! Ficou um padeiro francês de desenho animado.

Ainda bem que perceberam a tempo que era patético.

sexta-feira, julho 25, 2008

quarta-feira, julho 09, 2008

Você sabe que alguma coisa anda errada com sua disponibilidade de tempo quando o fogão de casa foi comprado há quase duas semanas, e você não tem idéia de como acendê-lo.

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We're as lonely as we wanted to be. Embora seja uma lição valiosa, de tempos em tempos eu esqueço. Aí sofro, sofro, sofro. E então lembro disso, e o sofrimento começa a diminuir.

Só que diminuir não é desaparecer.

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Pela enésima vez vimos Curious George, e pela enésima vez choramos de rir, a Lourinha e eu.

Duas bestas.

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Entre as 25 consequências da Devassa de segunda-feira, perder a carteira certamente foi a mais grave. Foi, pretérito perfeito. Daqui a meia hora vão passar aqui em casa para me entregar.

D*us me ama, sem dúvida alguma.

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Tenho algumas impressões que não querem me deixar, de coisas que acho que vão me irritar/aborrecer. Não quero, juro que não quero saber.

Mas é inevitável. Eu atraio todo tipo de informação, relevante ou não.

segunda-feira, junho 30, 2008

Ensaio sobre a cegueira

De lentes, menos de meio período. De óculos, enxergo menos ainda, mas com alguma nitidez.

Sinto cheiro de transplante no ar. Sorocaba, aqui vou eu.

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Freela de 15 dias para a TV. Pela primeira vez em oito anos, terei ROTINA. Hora para entrar, hora para sair, hora de almoço, hora de voltar. E sabe de uma coisa?

ESTOU ADORANDO!

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Acabo de dar baixa num brigadeiro. Mais um, e esqueço aquele homem (mesmo porque, vamos combinar, já venceu o prazo de validade, né?).











Mentira. Prazo de validade indefinido. Chuif.

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Depois de uma tentativa frustrada de trocar a bateria, o iPod se recusa a funcionar. Eu sou viciada em música para caminhar pela cidade. Solução: levar na autorizada da Apple.

Problema 1: Fui proibida de levar na MacBahia. Minha amiga Doce M. foi ludibriada em último grau de sacanagem pela galera de lá, e me vetou a ida. "Vá na Macinrio."

Problema 2: A Macinrio fica na casa do cacete. Tá, Boca do Rio, mas não é lá a casa do cacete? Eu ia hoje, depois do trabalho. Aí saí da TV num horário proibitivo. "Bom, vou amanhã". Ah, vai? Amanhã de manhã estou com a Lourinha, e pela tarde tenho um médico irremarcável. Ah, sim, e no mesmo horário do médico, começa a minha pauta de edição. No way.

"Ah, quarta-feira está tranquilo"
. É, tranquilo até demais. Feriado. Suspiro. "De quinta não passa". Gravação das partes principais do programa (cabeças, tia Dani ensina). Manhã e tarde. Outro suspiro.

Sobra a sexta, e sabe D*us porque, tenho quase certeza de que algum compromisso profissional vai me afastar do rebirth do meu sonzinho.

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Sério, o que estou fazendo aqui, ainda tendo que tomar banho, passar creminhos que atacam rinite (mas deixam macia e cheirosa) e fazer meditação?

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Já passou
Agora já passou
Mas foi tão triste
Que eu não quero nem lembrar


Ando precisando me apaixonar. De novo.

domingo, junho 29, 2008

Sem perguntas

Eu te desejo não parar tão cedo
pois toda idade tem prazer e medo
e com os que erram feio e bastante
que você consiga ser tolerante

Quando você ficar triste
que seja por um dia e não o ano inteiro
e que você descubra que rir é bom
mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar,
pra recomeçar


Eu te desejo muitos amigos
mas que em um você possa confiar
e que tenha até inimigos
pra você não deixar de duvidar

Desejo que você ganhe dinheiro
pois é preciso viver também
e que você diga a ele pelo menos uma vez
quem é mesmo o dono de quem

********

É. Eu sei. Sem perguntas, porque você tem as respostas. Diria uma conhecida:

— Trinca os dentes e aceita a gentileza.

Quero pra você o que eu quero pra mim. Amar você durante essa fração de tempo te fez especial — e a mim, mais especial ainda. Obrigada por ter entrado na minha vida tão de repente.

quarta-feira, junho 25, 2008

"Não viaja, Daniela, não viaja"

Ontem eu não tinha coragem. Hoje estou ardendo de vontade de voltar no seu perfil do orkut e saborear aquela foto minúscula de novo.

Idiota.

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Voltei a ler o horóscopo de dois signos todos os dias.

Idiota.

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Não viaja, Daniela!


Repito como mantra duzentas vezes por dia. Sério. Odeio esse saber que as coisas não vão caminhar, e odeio mais ainda essa intuição de merda, que insiste em me dizer que espere até o final da semana.

Intuição de merda, eu te conheço, sua pulha! Velha caduca, radar obsoleto, pára de encher minha cabeça de caraminholas — e de me dar friozinho na barriga —, porque eu não tenho mais treze anos.

Idiota.

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Aquele querido disse que eu sou velha e rabugenta, mas que mesmo assim me ama.

É bom, né, quando a gente está se afogando, aí vem alguém do mundo real e estende a mão...

Aaaaaaaaaaaaaaaah, como sou idiota!

terça-feira, junho 24, 2008

Drops

Dor de garganta. Tomei chuva ontem à noite no Pelourinho. Adorei, claro.

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É tão bom olhar pra trás e ver minha Lourinha dormindo na cama dela...

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Por que o Moço não pode morar aqui em Salvador?

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"Não viaja, Daniela, não viaja".

Mas como não viajar, Daniela, como não viajar?"

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Eu, quase ex-fumante.

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Esse calor insuportável não abranda o frio da alma.

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Preciso me apaixonar de novo.

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Sempre haverá toda essa distância?

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Mais dois Toblerones e eu sou um cubo feliz.

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Nem vou dizer que ouvi arrocha hoje. Nem vou dizer porque, também.

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Lavei os ouvidos com os metais do Streetlight. Andava com saudade.

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iPod + andar por aí = Daniela feliz.

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Preciso de outro abraço casual. Como aquele.

Braile

E mais essa: trabalhei metade do dia sem o olho esquerdo. Deu perda total. No final da noite, a delícia: estourou o dirito, também.

Bengala e labrador, que óculos escuros eu já tenho e ainda pude escolher.

Daqui não saio, daqui ninguém me tira

Não estava entendendo o porquê do tiquinho do almoço — que acabei de comer — estar parado no esôfago. Comi miseravelmente, passei o dia sem mastigar nada além de um kibe, almocei agora... E NÃO PASSEI DA SEGUNDA GARFADA?

Aí lembrei do meu azedume, do merda do garçom, do meu cansaço de tudo. Lembrei das saudades e da distância, lembrei que far away é far away, e não so close. Lembrei que agora tudo, absolutamente tudo que não é do tamanho ideal, pára no esôfago. Não engulo mais.

E tudo foi explicado. Sim, continuo com a comida no tubo, nem lá, nem cá. Mas agora sei porque ela não desceu.

Como todo o resto, aliás.

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O trabalho foi tão bom, tão bom, fiquei tão feliz com a equipe que veio, que nem quero, por ora, dividir com o mundo. Adoro essas surpresas que vêm no dia em que a gente menos espera (e mais merece).

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Na primeira promoção mega de passagens, eu garanto: vou comprar estoques para visitas quinzenais. Ah, tem que ser assim mesmo.

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É MUITA coisa para uma cabeça só. Mesmo que seja a minha, prodigiosa, é coisa demais. Um fato: essa ciranda TEM que acabar. Pelo bem de todos, e felicidade geral da nação.

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Sempre teremos Paris.

sábado, junho 21, 2008

A falta que ela me faz

Mesmo mal criada, desbocada, argumentadora, é o meu amor, é o ar que alimenta o meu fogo, e morro de saudades dela antes mesmo dela ir.

Até dos pitis dela eu sinto uma falta miserável. Quanto tmepo será que demora?

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Pátio da Mansão Foster para Amigos Imaginários. Ela estava sentada num degrau abaixo do meu.

— Minhas amigas me surpreendem.
— Como assim?
— Os caras com quem elas saem eu jamais imaginaria que elas escolheriam. Só você se salva, Dani.


Dei uma risadinha, abri o celular, selecionei uma mensagem de texto — a tal que fez sorrir — e estiquei o braço pra ela ler. Juro: a gargalhada que ela deu pagou minha noite.

Nem eu me salvo, minha amiga, nem eu...

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Dois episódios matadores de Grey's Anatomy. Sério: por que eu faço isso comigo?

sexta-feira, junho 20, 2008

Necromaquiagem

Meio (MUITO) à contragosto, vou sair. Me arrumei, subi nos saltos, fiz maquiagem. Gente, na hora em que sai da luz dourada para a luz branca, eu quase tenho um troço. Estou tão pálida, tão pálida, que o blush nos malares ficou parecendo obra de maquiador de funerária.

Agora sim, justifiquei esse monte de buscas que caem aqui procurando por curso de necromaquiagem, que por sinal, sei onde fazem. Procurem no FOL, quando tem curso, eles anunciam. Mande inclusive um cartão postal de lá para os amigos. Acho sensacional o site da Funerária Online. Juro. Está nos meus favoritos.

Ela, sempre ela

Apenas para pontuar: minha filha hoje sentou e viu "O Estranho Mundo de Jack", do TIM BURTON, e adorou. TIM BURTON, alguém leu? Minha.filha.gosta.do.Tim.Burton!!!

Quem sai à sua não degenera!

Humpty Dumpty




Minha filha partiu para cinco dias longe de mim. Ela feliz — ma non troppo, deu grudinho hoje porque não queria ir — da vida, batendo os chinelinhos contra o chão de mármore do meu prédio. Eu, agachada, tentando catar os pedaços do meu coração, que despedaçou ali mesmo.

E agora, como adoro auto flagelo, estou ouvindo Cat Power, com o resto da casa em silêncio e escura, e morrendo de pena de mim mesma. Alguém além de mim prevê uma longuíssima noite?

*Humpty Dumpty: o ovo que, no cimo do muro, tenta manter o equilíbrio.

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Drummond

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você esta esperando desde o dia em que nasceu.


Saudade. Saudade sem explicação. Sem razão. Ou talvez tenha. Talvez eu tenha encontrado o "ele" por quem espero desde o dia que nasci. Mas passa. Passa mesmo.

***

— Um chicote com lâminas nas pontas? Er... é meu mesmo, de... uh... coçar as costas!

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Tomei o baque de um reencontro. Não ruim, pelo contrário, mas sabe quando vcê NUNCA imaginou que encontraria determinada pessoa (por mais que quisesse)?

Foi isso.

quinta-feira, junho 19, 2008

A saga das laranjas

Amaldiçoei a décima geração do corno que inventou a festa de São João. Não Isabel, a mãe do propriamente dito, mesmo porque João, Antônio e Pedro são meus chegados.

(um comentário: fui consultar quem era a mãe do João depois de ter escrito. Que tipo de gente sabe que a mãe de S. Pedro é Isabel?)

Xinguei mesmo aquele sacana que um dia colocou fruta na cachaça e criou o licor (e para o meu azar, de jenipapo, que nem fruta é: é uma piada interna de D*us); o mesmo deve ter jogado um punhadinho de pólvora na fogueira, e criou as porras das bombas. Aí alguém tocou um triângulo, e pronto: estava criada a praga junina.

Não tenho a menor amizade com a festa de S. João, alguém percebeu? Não sou entusiasta do forró, não tenho vocação para longos deslocamentos em busca da fogueira perfeita, odeio jenipapo, e não ligo muito pra laranja. Sério, por que eu tenho que participar?

Porque eu tenho uma filha em idade escolar. *suspiro* Só por isso. Porque ela nasceu numa região que tem o S. João como sagrado, e porque mesmo que a gente já estivesse morando no Rio, eu teria que me virar em retalhos para fazer uma fantasia de caipira pra ela, pintar rodelas vermelhas nas bochechas e sardas de lápis de olho.

Resumindo o arrocha a ópera, descaquei enfim 20 laranjas, cortei o dedão um sem-número de vezes, estou só o cheiro da casca cítrica (que não é sexy, adianto logo. Ainda bem que não deu pra cumprir a tabela do jogo por absoluta falta de tempo). Me sinto um copo de laranjada do McDonald's.

Mas está lá: uma pilha de lindas e — tenho certeza — azedas laranjas, todas descascadas, ensacadas em grupos de dez e refrigeradas. O vestidinho de caipira, novo em folha, está passado e pendurado no cabide. E juro que amanhã vou fazer um esforço de guerra para levar a pequena no colégio, só pra ver a gangue quadrilha de Rosinhas e Chico Bentos de 2, 3 e 4 anos.

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Mesmo que eu relute...

Mensagem de texto faz sorrir.

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E agora vou largar a porra do relatório, cujo preview gostaria MUITO de mandar até sábado para quem de direito, tomar outro banho pelando, deitar na minha caminha e assistir The Transporter — que acabo de descobrir que foi escrito pelo Luc Besson, meu segundo deus — até ficar vesga.

Mãedrasta

Em dias normais, eu pensaria em vender. Hoje eu DARIA a minha filha. Alguém por acaso sabe/lembra o que é a rebeldia de alguém que está testando os primeiros limites na vida?

***

O melhor é a saga do vestido de caipira perfeito, rodando a cidade com a Loura a tiracolo. Achei, não era o ideal, mas funciona para amanhã. Sim, eu deixei para comprar a fantasia nos 45 do 2o. tempo. Sim, idiota, mesmo.

E isso não é nada. Eu, dotada de habilidades manuais só descritas por Tim Burton em Edward Mãos de Tesoura, terei uma longa noite para descobrir como se descasca uma laranja. Uma, não, vinte. Vinte laranjas para uma turma que mal e mal deve dar uma lambida na laranja e passar para o colega do lado.

*suspiro*

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Terapia funciona. Vão por mim, kids, só façam se estiverem dispostos a tomar uns sacodes de quando em quando (no meu caso, uma vez por semana).

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"Procuro um amor que seja bom pra mim.
Vou procurar, eu vou até o fim."


E procuro também um apartamento de dois quartos em região ecúmena, já habitada por humanos civilizados, que passe ônibus por perto, e que não me cobre um rim pelo valor do aluguel. Procuro também um emprego razoável, ou alguma constância nos freelas. Sabe como é, pagar água, luz, telefone, tudo isso depende de dinheiro.

terça-feira, junho 17, 2008

Dilema

Sabendo que:

1) Minha filha vai passar uma semana das férias na casa do pai (que mora a 700 metros da minha casa, em linha reta);
2) Eu ODEIO São João;
3) Mamãe e minha irmã embarcam para o Rio quinta-feira;
4) Achei uma puta promoção de passagens pela Varig

Pergunto:

— Estou emocionalmente pronta para voltar ao Rio?

Porque eu vou te dizer: mais uma volta como a última, de cara inchada e soluços o caminho inteiro, e eu vou ficar completamente desequilibrada.

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De verdade, vou ficar por aqui, tomando sol de manhã, lendo jornal na praia, ligando pra minha filha 3 vezes por dia, todos os dias, pintando quarto, fazendo orçamento de móveis.

Além disso, o Moço vem aí, e prevejo dias do curso intensivo "Como a qualidade vem da quantidade", ministrado por Daniela Henning. E não fosse o Moço vir, a pequena acabou de deitar no meu colo e pedir para eu "não viajar todo dia".

Digo a povo — e à Varig — que fico. Pesarosa, mas minha sanidade vale muito mais.

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No capítulo de hoje da (longa) série "Aniversário Juninos", rega-bofe da Andréa num bar que nunca nem ouvi falar, numa rua que me remete a um passado nem tão distante.

Suspiro.

Sinto cheiro de Steinhegger Night.

domingo, junho 15, 2008

Inferno Astral: considerações finais

Não me lembro de outra véspera de aniversário mais estranha.

Sim, daqui a menos de três horas faço 32 anos. T-R-I-N-T-A E D-O-I-S A-N-O-S. Nem eu acredito que tanto tempo passou, que estou tão velha, nem acredito nessas rugas que insistem em brotar no canto da boca. Mesmo que só eu as veja, elas estão ali.

Foi um inferno astral louquíssimo, saboroso, cheio de reviravoltas e mudanças no final. Decerto foi o mês mais agitado e bacana do meu ano, e ainda tem metade dele vindo por aí. Ou lá vem um ano inteiro, já que meu Reveillon é hoje.

Estou em tratamento, acabei de voltar do lugar ao qual eu pertenço, estou fazendo por mim o que não fiz em 32 anos. Estou solteira, sim, o que não é sinônimo de sozinha. Minha filha é sensacional, tem um gênio do cão, é inteligentíssima, generosa e passou o último ano sem fraldas. Mini me.

Trabalho no que amo, tenho amigos novos que me fazem pensar em como vivi sem eles até hoje. Tenho amigos antigos, e essas amizades eu preservo à qualquer custo. Rompi algumas relações, reestabeleci outras, sofri com o fim de algumas amizades. Meu manequim é 38/40, minhas unhas estão um caco, meus cabelos estão uma porcaria, não consegui (AINDA) comprar meu apartamento, mas e daí? E DAÍ?

Eu conquistei coisa para caralho nesse último ano, e assim devo seguir. Se olhar pra trás, e faço isso sempre, tive o que plantei, e descubro a cada dia que minha semeadura foi das mais proveitosas.

Então, meus caros, feliz aniversário/Ano Novo pra mim, e que o ano até agora tenha sido só o ensaio pro que está vindo.

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Porque é foda ser geminiana

Estou lendo um blog, escrevendo no meu, coordenando a transferência das fotos da viagem do computador da mamãe para o meu (quase uma mudança de girafa), tratando umas outras fotos, escrevendo um email gigante para a minha irmã, de ouvidos atentos nos eventuais chiliques da outra e pegando o telefone para combinar um pré-aniversário hoje no japa.

Multitask total.

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E as coisas vão indo, sim, já sem (muitas) lágrimas, já de celular ligado, já mais ou menos de volta. O Rio ainda permeia meus sonhos, meus pensamentos vagueiam o dia inteiro por Copacabana, por Botafogo, pela Rio Branco — principalmente por lá. Tenho emails pessoais para responder, notícias para dar, novidades para contar, beijos para retribuir.

Mas não hoje. Não agora. Agora estou curtindo o luto de ter sido arrancada dos braços do meu amor. Agora estou sentindo uma falta miserável daquela luz, daquele vento, de andar pelo calçadão ouvindo a minha trilha sonora pessoal (e tirar os fones do ouvido para ouvir jazz lá pelo posto 4). Agora estou morrendo de pena de mim pela falta que sinto do azul — do céu e dos olhos, ah, aqueles olhos... —, pela saudade do sol da manhã, fraquinho e delicado.

O Rio é uma poesia diária, uma poesia sem a qual não vivo. Meu ano é composto de Rio e os intervalos.

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Em tempo

Obrigada, Santo Antônio! Acertou na mão, hein?

sexta-feira, junho 13, 2008

Suspiro

Esse é um post suspirento. Muito suspirento. Muito saudoso.

Voltei do Rio. A quarta-feira foi um dia que me viu de mau-humor, triste e chorosa. Sim, mas o dia — e o acaso — se esforçou para me fazer feliz. E quase conseguiu. Quase conseguiu exatamente na estação Uruguaiana. A felicidade durou até a Estação Carioca, saída da Rio Branco, em frente ao Ed. Central.

O dia ter-me-ia feito feliz se não fosse um único detalhe: eu ia embora dentro de sete horas e dez minutos. Exatamente. Não sei se sou feliz porque vivo essas relações, ou se sou infeliz pelo mesmo motivo. Não sei mesmo.

O fato é que foi ali mesmo que nos despedimos, e dali seguimos nossos caminhos tortos, nos finalmente 20 graus cariocas. E se já tinha todos os motivos para chorar de saudade do único lugar ao qual realmente pertenço, agora tinha mais um. Ele lá, eu cá.

***

Vida que segue, hoje é dia de Santo Antônio, e estou um ttanto disposta a descobrir o que há reservado para mim.

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Consegui a façanha de sair de Salvador para correr da polícia em São Paulo. Sim, eu estava no tumulto da 25 de março.

Feliz da vida, claro.

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Exercício de hermetismo

Em estando o iPod morto — e o livro, um porre —, resolvi olhar a paisagem na Rodoviária do Rio, enquanto 50 minutos separavam aquele momento da hora do embarque para SP.

A paisagem... bom, devo dizer que nunca foi tão divertido aguardar um ônibus, e que teria sido mais legal ainda se minha carruagem saísse às 3:30 da manhã, e não 00:42. Minha auto-estima, tão machucadinha, enrodilhada que nem cachorro depois da sova, se espreguiçou, levantou os braços e saiu assobiando, toda-toda.

E acreditem, kids: fui pra São Paulo com um sorriso bem idiotinha no rosto.

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Buenas, estou sem o meu computador querido, usando o da mamãe, e o tempo cá é curto. De mais a mais, ainda estou em trânsito...

quinta-feira, junho 05, 2008

Quiroga

Um passo depois do outro, ou tudo de uma vez só? De fato, é irrelevante o estilo que você adote, o que importa é você entrar em ação e produzir resultados através desta. Por isso, evite as palavras, que agora não seriam eficientes.


Ah, ele tem sido tão bonzinho comigo...

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D*us tem um senso de humor sui generis...

Auto flagelo

Eu tenho intolerância à lactose. Ponto 1. Eu tenho problemas com a digestão de açucar. Ponto 2. Pergunta:

POR QUE RAIOS EU INSISTO EM COMER CREMINHO DE CHOCOLATE???

Enjoadíssima.

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Se eu já fiz as malas? Claro que não!

Mas já achei o palm, que andava de férias depois da maratona de trabalho ao qual foi submetido no último mês. Não achei o respectivo carregador, mas o cabo de dados supre essa deficiência. Vou mudar o filme do cartão de memória, porque não estou aguentando ver "O Motoqueiro Fantasma" (o que é a peruca do Nicholas Cage?) naquela telinha de 3 centímetros. Aquilo é pra ver filmes com menos ação. Algum iraniano.

O iPod está carregadíssimo, e por uma questão de sobrevivência, não passei a discografia da Cat Power pra ele. Corro o risco de desmanchar em lágrimas antes de GIG.

É o melhor momento pra ir, não a melhor fase. O périplo que estou prevendo à partir de domingo é digno de Júlio Verne. Acho que vou desobedecer metade do que tenho a fazer, mas e daí? Quem manda no meu tempo sou eu, ora!

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Nem com lascas de bambu eu abro o motivo da minha viagem, que é sério, mas não grave, e de vital importância pra mim. Mas façam um pensamento positivo pra esse final de semana, vai? Tanta coisa se definiria nesses dois dias...

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Alguém faz a gentileza de enfiar a cabeça pra fora da janela e ver que luz absurda de linda que está lá fora?

quarta-feira, junho 04, 2008

Quase lá

Meio desconectada, deixando tudo para a última hora, hoje abri um blog e trombei com uma das mais lindas fotos do Rio.

Sabe frio na barriga que dá quando a gente se apaixona, quando lembra do primeiro beijo na paixão da semana? Eu senti a mesmíssima coisa só vendo a foto. Ainda agora me aperta o estômago só de pensar, é um caso de amor louco, irremediável, intransferível. Até vou a São Paulo, tenho coisas importantes a fazer lá também, mas só o Rio me esquenta o coração.

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To do list

Playcenter




Mas acho que não vai dar.

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Pergunta

Aquele menino-prodígio da publicidade não tem amigos? Não me lembro de tê-lo encontrado acompanhado de viv'alma, em todos esses anos em que o conheço. Sempre vagando, desfilando aquele charmezinho cafa para uma platéia inexistente. [/veneno]

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O preço para bancar minhas apostas é alto. Mas eu pago.

terça-feira, junho 03, 2008

Save the eggs!

Último dia de gravações, um dia com clima estranho, embora o trabalho de pré-produção estivesse todo bem-feito. A locação era a praça em frente à igreja de Santo Antônio Além do Carmo, linda, com coreto e o escambau. A cena programada era o início de um empreendimento comercial, uma vendinha de hortifrutigrangeiro na frente da casa do personagem. Legumes frescos, frutas, ovos, lindo.

Lindo? Quem, no estado de torpor e exaustão, conseguiu lembrar devoto que de Santo Antônio dá pão para mendigos toda terça-feira? E quem lembrou que aquela pracinha com coreto ficava em frente à igreja de Santo Antônio? E que o dia de gravação era terça-feira?

O que se deu foi cômico, porque conosco o trágico não cola: tivemos que deslocar o segurança do set para fazer a segurança dos ovos e alfaces, porque a mendigaiada estava tentando roubar os elementos de cena.

***

Não, não somos cruéis. Dois dias antes, a equipe inteira havia se mobilizado para comprar duas passagens de volta para Tucano, norte da Bahia, para os dois semi-mendigos que dormiam na praça onde fomos gravar. Toda a comida que ficou no set foi dada para os mendigos remanescentes na praça, e mesmo durante as gravações, dividimos o nosso lanche com alguns deles.

Então não somos cruéis. Somos profissionais, e temos que preservar os ovos.

Copacabana, Liberdade, 25, Maracanã

Minha irmã já avisou que está um frio de lascar por lá (e sabe que eu adoro). Nem pensei nas malas, e é nem capaz de eu vadiar até sexta, seis da manhã, e só arrumar faltando uma hora para embarcar. Sim, eu já fiz isso. É horrível.

Vou ao Rio sexta, 11:30 da manhã. Fico até a madrugada de domingo para segunda, quando eu sigo para São Paulo. Aí começa o dilema. Fico dia 9 e volto pro Rio? Fico dia 9, durmo lá, e volto pro Rio na madrugada de 10 pra 11? Vou dia 10?

O fato é que a parte séria da viagem termina ao meio-dia do domingo. Depois, "tarde livre para compras" até quinta, 19 horas.

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escravita_isaura@hotmail.com

Estou no ar com três campanhas. Em um deles faço figuração.





Não é queixa, viu, D*us. É agradecimento.

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I, robot M.D.

Fiz o que o meu médico disse que ia fazer e não fez porque não teve tempo: dobrei a dose do remedinho.

Agora fico boa de tudo... mesmo que babando que nem um basset round pela casa, com ar de drogadita.

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Acabei de saber de um elogio tão foderoso, tão... Tão sei lá, de tão foda que é!

O que paga trabalho é reconhecimento, não só o cachê.

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Comendo bombom sabor sabão de coco. Mas vou até o fim.

sexta-feira, maio 30, 2008

Digressões

Casa silenciosa. A Lourinha me deixou por longos dois dias. Pra quem mal viu a filha durante as duas últimas semanas, dois dias vão custar a passar.

Mamãe saiu com minha irmã, papai foi pro evento que está produzindo, e até as cachorras estão caladas. Só eu existo aqui. Eu, um maço de cigarros (dope, voltei a fumar...), meio McCheddar congelado, meio McFlurry de Sufflair, um saco de chocolates e seis filmes por assistir.

Acabei de falar com Irmão Produtor (não parece uma corruptela de "Irmão Caminhoneiro"), e parece que amanhã vou dar uma força para aquela alma tão exausta quanto a minha. Talvez role fazer uma locação em cidades próximas, e isso praticamente acabaria com a minha noite.

Acabaria. Tem show da Cascadura, há meses não vou, e se tudo der muito certo, eu baixo por lá, lavo a alma cantando Queda Livre aos gritos, volto pra casa e durmo no caminho para o trabalho, amanhã.

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A propósito...

Alguém sabe onde acho uma plantação de verduras e legumes num raio de 150 km de Salvador?

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E o azul virou cinza. E finalmente o que estava represado desde ontem se rompeu. E chorei litros. E não foi bom. Por um lado foi. Mas estou-me sentindo miserável.

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As horas passam, o cansaço aumenta e a vontade de sair diminui. Por enquanto, não trabalho amanhã.

Daniela pergunta:

O Príncipe Escamoso é solteiro, não é gay e não pretende sair do Brasil. Então... Por que não?

27 de maio

Amigo Produtor responde:

Tá certo... Mas você não vai discutir tese com ele, né? Ali é Barradão domingo, roda de pagode, vai vendo...

30 de maio

Então... Príncipe Escamoso continua no jogo. Mas de verdade: Amigo Produtor está coberto de razão. É essa vibe: Jovem Pagodeiro Baiano.

Ai, Daniela, já dantes navegastes nesses mares...

Suspiro.

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O primeiro telefonema de trabalho foi às 3:57. Da manhã, mesmo, jovem leitor. Neste momento são 00:54. Estou exausta e insône. Exausta mesmo, de não lembrar o meu nome. De achar que a piadinha ouvida no desmonte do último set não aconteceu. Porque se aconteceu, o caso Príncipe Escamoso vai tomar uma reviravolta.

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A paciente se queixa de inúmeras lacerações pelo corpo, incluíndo queimadura de sol e uma batida no mesmo ombro, inúmeros cortes pelas mãos e pernas, manchas roxas nos braços e pernas. Administrou Toddynho 200 ml, mas esquecceu/ignorou que tem intolerância à lactose. Está enjoadíssima.

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Aprende, Daniela. Com tudo, para tudo. Aprende.

terça-feira, maio 27, 2008

Papercut

No dedão direito. Dói. Suspiro. Mais uma ferida de guerra.

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Pessoas roubadas

Há uns dois meses criei um fotolog, atualizado a três ou quatro mãos, chamado Pessoas Roubadas. A idéia é fotografarmos anônimos em situações quotidianas, pelo prazer de roubar delas um momento íntimo.

Não postei até agora, admito, não tenho uma gota de vergonha na cara. Mal tenho tido tempo de ver a cria loura, que dirá de me dedicar a MAIS UMA (orkut, facebook, multiply, fotolog, blog, msn) vertente da second life.

Pois. Hoje, dia 3 de 3 do VT que estamos rodando, cheguei em casa exatas 17 horas depois de começar o trabalho, e viciadinha, tomei banho, jantei meus sushis luxo e vim pro computador. Quando fui puxar as fotos do celular, vi pelo thumbnail uma que tinha feito no set, especialmente para o Pessoas Roubadas. Quando ampliei, a delícia: uma das pessoas roubadas era o Ele da semana. Fiquei olhando com alguma saudade, alguma nostalgia que chegou mais cedo, e algumas idéias na cabeça.

O Príncipe Escamoso é solteiro, não é gay e não pretende sair do Brasil. Então... Por que não?

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Deus benza, Deus benza!

Mais um trabalho terminado, e amanhã, a pré de outro. Deus, muito obrigada.

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Onde mais, que não no nosso set, haveria uma briga de trânsito envolvendo um dos fornecedores, áudio direto no meio de uma quase feira livre e uma dona de locação aos prantos no meio de um surto de loucura?

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Horóscopo

Com a Lua se aproximando de Urano, o céu cria uma energia magnética maravilhosa para encontros inesperados e amores à primeira vista.


Tive um encontro inesperado. Se vai virar amor à primeira vista, só nos próximos capítulos.

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Pra terminar, outro corte

Dobra do dedão. Feito pela embalagaem de comida japonesa. Dói. Suspiro. Última ferida desta guerra. Amanhã tem mais.

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Faltam dez dias.

sábado, maio 24, 2008

Fui ler o horóscopo no fim do dia...

Dois eventos astrais de peso colorem seu sábado: Vênus que sai de Touro, e toca num ponto delicado do céu, anunciando perigo se você for viver um amor secreto, e Lua e Júpiter conjuntos no pratico e realista Capricórnio, expandindo seu poder de entender em profundidade as pessoas. Fuja das dividas, porem.

E só agora vocês me avisam isso? Por que não li o horóscopo às 05:15 da manhã, minutos antes de sair de casa?

Agora é tarde, Inês é morta, e o cara está no páreo.

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Só meu set encontro amigo que não vejo há meses, de sopetão. E só com ele marco um espaguete metafórico, tão enrolados somos.

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Gotas de luxo caíram do céu...

... e eu ganhei um perfuminho Issey Miyake!!! Lancome na boca, Miyake no pescoço, "ninguém vai resistir se eu usar os meus poderes para o mal". E, ai, como é bom sussurrar promessas de isca saborosa para o peixinho que lá da lagoa me olha... Desejoso ele de saber como é o mundo cá fora, desejosa eu de fisgar o peixinho. É a fome com a vontade de comer.

Ainda não chequei, claro, mas alguém quer apostar que o Príncipe Escamoso é casado?

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Isso não é equipe: é uma quadrilha. Gente feia, boba, má, egoísta... e saborosa, gente que eu amo, gente que se defende, gente que se junta para descer "de galera" pra dar uma surra também metafórica em quem nos ofende.

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Quase 17 horas de trabalho, cansada pra caramba, uma insônia do cão. E amanhã, 05:30 da manhã na ativa de novo. Isso não é profissão. É carma.

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Beijomeliga.

sexta-feira, maio 23, 2008

Em tempo!

Blog, blog meu, existe alguém com mão mais podre pra homem do que eu? [3]

E o bonitinho da semana passada, que até parecia interessadinho, tem todos os indícios de ser gay.

Vou aprender a fazer licor com as minhas colegas freirinhas lá do Convento de Santa Clara do Desterro. De hábito, sim, cabelos curtos... Mas um par de havaianas flash por baixo de tudo, porque eu sou luxo, tá?

Leitor faz feliz!

É muito quentinho receber elogios, embora eu ainda não saiba como fazer isso sem negar, dizer que não é bem assim, e trololó. Diria uma conhecida — que hoje sei que me prestou um tremendo serviço (na época achei que a inconfidência lhe valia ácido muritático nas fuças): "Recebeu elogio? Trinca os dentes e aceita sem reclamar".

Isso posto, Lua, obrigada! Obrigada por ler os arquivos, pelos elogios e pela comparação ao Manoel Castro, que amo também. A propósito, não muito por acaso (mas também não tão propositadamente), o nome da minha filha é Helena...

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Então...

Eu ia. Ontem eu ia mesmo. Juro. Estava de banho tomado, vestida, arrumada, um luxo. Menos, Daniela, menos. Estava mais ou menos gatinha, mas estava pronta. Esperava só que a pequena dormisse. Reserve.

Às 22:30, horário praticamente impossível de se encontrar minha cria loura acordada, ouço uma voz, animada de tudo, vinda da sua cama:

— Mamãe, como dança o urso?

Na mesma hora, liguei para Ká, avisando que não iria. Se àquela hora, a menina conseguia construir um período invertido, antes das duas da manhã ela não dormiria. A profecia não se concretizou: dormiu quase 11.

Mas fiquei em casa.

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Blog, blog meu, existe alguém com mão mais podre pra homem do que eu? [2]

O (nem tão) bonitinho da semana é CASADO. E eu achando que se investisse, era pedofilia...

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E o que deu mole de uns dias pra cá também é casado. Suspiro.

Prevejo que o resto da minha vida será de reclusão religiosa num convento, porque não é possível. Com homem não dá mais certo, não tenho vocação pra lésbica, e zoofilia não dá, tenho alergia a pêlo de gato.

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Acabei de voltar de um evento espírita, onde operei a câmera de transmissão para o telão no outro andar. Vou te dizer que se não fosse um evento para o crescimento espiritual, eu tinha presenteado uma senhora com um deslocamento de menisco.

A chute. Peste sem educação.

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Ainda na série "Eu Ia"...

Eu ia pra Banda de Rock hoje. Ia mesmo. Juro. Mas aí, nos 45 do segundo tempo, a bola rolou, não tinha impedimento, passou pela retranca, goleiro descoberto, e gol! Comercial de três dias com meu amigo querido, a começar amanhã, 05:40. Da manhã, mesmo.

Logo, amiguinhos, vou pra cama sem cantar loas ao 1408, com o salve, salve John Cusak, baseado na obra do SALVE, SALVE!, Master Stephen King. Filmaço.

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Deus benza, Deus benza!

Mas minha viagem está paga. Idem os cacarecos da Liberdade, as duas toneladas de roupa na Zé Paulino, as bolsas a 25 de março, o café na FNAC e as andanças pelo Saara.

Deus benza de novo!