terça-feira, março 31, 2009

Devagar

Devagar eu vou retomando o ritmo da minha vida. Devagar reestabeleço laços, mando mensagens para amigos, respondo, rio eventualmente com eles. Rir tem sido difícil. O rosto está enferrujado, parece que range quando movimento os músculos da bochecha. Mas é preciso.

Devagar volto a pisar no chão, saindo do sonho de alice, voltando do País das Maravilhas e aterrisando em solo real. Realidade é o que vivo agora, não o período de sonhos que tive nos últimos tempos.

Devagar faço a assimilação, e mais devagar ainda, quase parando, me convenço de que tudo tinha que ser assim mesmo. Certo, certo, vamos preservar a verdade: ainda está longe desse dia chegar. Mas me esforço.

Devagar eu marco o reencontro comigo mesma, não com o monstro que em mim habitou por um breve período. A Daniela de verdade não comete os crimes que eu cometi, nem contra si mesma, nem contra outrem. E eu me declaro culpada.

Devagar, muito devagar, volto a fazer planos de viajar, de mudar de carreira, de enfiar a Lourinha embaixo do braço e mudar de estado. sei lá, voltar pra São Paulo, tentar o Rio (e ser indecentemente feliz até o fim da vida), ou o tocantins... Sei lá.

Devagar eu olho no espelho e tento reconhecer a estranha que me olha de lá. Devagar eu retorno para a terapia, me encharco de remédios, na esperança de um dia achar o caminho que tem meu nome na placa.

Eu não desisto de ser feliz.

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Alguém podia fazer uma rápida prece por mim? sabe como é... quando uma merda vem, ela não vem sozinha, e minha cota estourou...

terça-feira, março 24, 2009

Great news (for the good or the bad)

E então eu tenho uma garrafa de prosecco há tempos. Estava guardada para o dia em que eu alugasse meu apartamento. Aluguei, e se a realidade era saborosíssima, isso só foi se desvendando dia após dia. Não abri a bebida.

Aí fui deixando, deixando, e tive uma mega oportunidade em janeiro. Um convite esperadíssimo. Aceitei, mas as condições não eram exatamente as esperadas. Deixei para abrir o prosecco no início de março, quando outra grande notícia me esperava. Claro que, em sendo comigo, nada funciona no tempo esperado. Adiei mais três semanas. Era pra ser ontem o grande dia. O prosecco está gelado. Não foi, deixei pra hoje. Passei o dia comendo que nem uma desesperada (e obrigada, D*us, porque a balança não passa de 62,255 kg), numa ansiedade campeã, para redundar em nada.

Amanhã cedo subo o prosecco para o congelador. Para o bem ou para o mal, de quarta-feira essa garrafa não passa.

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Nesse calor do Senegal, não fazia muito sentido tomar um capuccino pelando. Pra mim fez.

Desenvolvi, nos últimos dois anos, intolerância à lactose. Eu, que a vida inteira fui um bezerrão, viciada química em leite. Não me venha com leite de soja, porque soja não é mamífero, logo, não dá leite (bom, não serve como argumento, porque a cabra é mamífera e eu não chego nem perto do seu leite. Leite = vaca, e fim.).

Paralelo a isso, o paladar enlouqueceu, e nas poucas vezes em que insisti em leite de caixinha, senti gosto de barba de vaca. Só que ainda amo leite, mesmo com o enjoo brutal que me dá. De quando em quando, invisto numa embalagem de 200 ml de Toddynho, e passo enjoada as três horas seguintes.

Sacou a moral da história? Emborquei um capuccino para ficar enjoada enão pensar em comida por um tempo. Murphy, o legislador, ocupa o apartamento ao lado do meu, e calha que hoje não tive enjoo. Não, não estou pensando em comida, mas estou suando que nem cuscuzeira, e feliz porque o leite não fez das suas.

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A cabeça está a milhão, as contas estão atrasadas (só e somente porque "Daniela, a Procrastinadora" anda fazendo suas aparições), estou numa insônia terrível, e meu sonífero preferido, umas latas de cerveja, estão fora do meu cardápio desde sabe-se-lá-quando.

Sério: preciso de dias extras de terapia e uma calibrada na dosagem do remédio.

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Repita comigo: "Quem respeita o tempo, atravessa o oceano de jangada".

Cento e cinquenta vezes.

quarta-feira, março 11, 2009

Dia livre para compras

Documentário do Sebrae. Festival de Verão, filmes do MinC, empresa de carnaval. Desde dezembro venho vivendo na correria, e nos últimos 50 dias não me lembro de um final de semana de folga. Folga, folga mesmo, de não me preocupar, de não ter que ir na empresa, de nada.

Então fez-se a mágica. Ganhei 15 dias de vadiagem malemolente. Na volta a gente vê como fica.

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Ironia é quando a música do despertador começa assim:

"Dane-se a hora, se é cedo ou se é tarde..."


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E depois da tempestade, enfim a vida vai-se ajeitando. Puxa um bocadinho de lá, cede um pouquinho de cá, e assim a toalha da mesa vai ficando arrumadinha.

Estou de férias, tentando manter minha filha sob controle, tendo dias de diva no salão, dormindo muito e aproveitando as pequenas-grandes delicadezas do meu namorado.

Por isso ando sumida. Porque a vida enfim tomou um trilho confortável, sem solavancos. Até quando?

Sabe D*us, mas vou curtir até lá.