domingo, novembro 30, 2003

Acho que tive um pré-beijo, hoje.

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Porra, eu preciso me apaixonar de verdade, não ficar inventando esses romances de quinta!
Quem cresceu nos “Fab 80’s” vai entender direitinho o que estou falando.

O que aconteceu com os Titãs? Eles cantam a esperança, o amor, o perdão, a redenção, o sol no dia seguinte. Certo, mas... O QUE RAIOS ACONTECEU COM OS TITÃS?

Porque esses não são os Titãs dos anos 80 e parte dos 90. São esses tiozinhos que fizeram Bichos Escrotos, Diversão, Polícia? E Cabeça de Dinossauro, 32 Dentes na Boca, Pavimentação?

Quem cantava o amor era o Gilliard, gente! Era o Marquinhos Moura, o Ronnie Von! Os Titãs não! Os Titãs eram a imagem da resistência, era a música de protesto “oitenteira”. Para nós, que crescemos sem causa, sem heróis, sem ídolos, “Rebels without case”, sobrou xingar a polícia, os bichos escrotos que tinham que sair dos esgotos.

Eu ainda sou apaixonada pelo Gavin, ainda acho que o cara mais sexy do mundo é o Paulo Miklos, ainda vejo o Branco dono de um charme absurdo... Mas está tudo tão açucarado...

Crescemos todos: os oitenteiros, os Titãs, as músicas e as idéias. Estou sendo injusta: somos todos mais românticos hoje em dia. Mas é que deu saudade hoje de manhã, quando eu estava vindo pro trabalho, e tocou “Sonífera Ilha” no rádio do carro...

sábado, novembro 29, 2003

COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM!

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E mudou a cor, também. É provisório, cambada, ainda quero mexer em mais algumas coisinhas.

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Vou tentar dormir mais um pouco!

Requiém para um pesadelo, ou

Samba de uma nota só, ou

Falha na Matrix (tradução para dejá vú)

Consegui!

A contar da meia noite de hoje, 28 de novembro, estou OFICIALMENTE desligada da série de 9 comerciais para o Governo do Estado. Bom, estou desligada do Projeto AGECOM (Nome feio do caralho praquele trem, né, Luna?), mas retorno à casa com um outro projeto.

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Quarta-feira

Batidão da madrugada para poupar a tropa responsável pelo set. Saio quase meia-noite da produtora, e o Lu (Deus lhe dê em dobro, man) me liga para passar um abacaxi de proporções hercúleas. Caso encerrado, vamos dormir.

Quinta-feira

5 locações. O diabo inventou a produção de comerciais.

Sexta-feira 1

4:20. Madrugada. Entro em casa. Saudade de quem está longe. Saudade de quem está perto.

5:00. Apago o abajur. Meditação.

Sexta-feira 2

8:00. Despertador do celular toca. Algas vem e me acorda. Novo dia de produtora. A exaustão me transforma numa pessoa iluminada.

20:30. Desligada da equipe.

22:00. No Bistrô com Cláudio Carioca, Lu, Zeba e a tropa.

Sábado 1

03:33. Dopada. No computador, Indo dormir.

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E eu entendo porque estou me apaixonando...


sexta-feira, novembro 28, 2003

Drops — lisérgicos!! — at home

1. Acho que os comments vão ficar fora do ar até dia 22 ou 23 de dezembro, quando finalmente acordarei das "48 horas da Maratona Cartoon de Sono Initerrupto". Façam uma caridade para essa pobre blogueira neurótica: cliquem no meu nomeinho aí embaixo e escrevam pra mim!

2. Putin, o Camarada Oficial político, foi assassinado ontem, por volta das 35 páginas. Outubro Vermelho mudou a rota de Leste para Oeste.

3. A partir da meia-noite de ontem, volto a fazer parte do time das oficialmente solteiras. Quem tiver bode no pasto que prenda, que a cabrita tá solta!

4. Ignorância eu até entendo, mas burrice eu não tolero.

5. As pessoas precisam entender que milagre é no segundo piso, lá com Deus. Aqui no térreo, só bolsas femininas, produções impossíveis e artigos de cama, mesa e banho.

6. Eu posso passar a manhã inteira no computador, esperando o motorista. Na hora em que eu resolver me esticar no sofá, o telefone toca e ele me avisa que está aqui na porta... A lei de Murphy é rígida com algumas pessoas...

7. Numa boa, dormir às cinco e acordar às oito, sem ter ingerido uma gota de nada psicotrópico e/ou alucinógeno, é a sacanagem do Cosmo comigo.

8. No Kit de Produção devia vir uma irmã que nem a Algas. Se estourou de trabalhar até o dia claro? Waffles e leite com chocolate estarão prontos às 9 da manhã.

9. Na verdade, eu quero é um namorado sério, mesmo. Acreditem, organismos, eu consigo ser fiel!

10. Estou uma aborígene! Unhas deformadas, cabelo sem corte, sobrancelhas que parecem franjas (é, a Algas é impiedosa, de quando em quando)...

11. Eu já disse que a exaustão me leva perto, muito perto da elevação espiritual suprema?

12. Paulo, desculpa a fuga rápida ontem do Messenger. Foi estratégica e vital! Cretino, estou MORRENDO DE SAUDADES!!!

quinta-feira, novembro 27, 2003

Isso foi escrito ontem, mas por causa da mais absoluta exaustão física, mental, intelectual, espiritual e emocional, só está sendo publicado agora.

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Sanduíches do Mac Donalds pra todo mundo, incluindo a idiota aqui que não almoçou e teve um “blackout” no meio da tarde. Apaguei mesmo, não vi nada, amoleci, fiquei apoiada no carro.

Dias desleais, dias de foda-se absoluto, dias de “Tô nem aí”. Eu já vi esse filme antes, e sei que o final é bom: vou ganhar poucas e excelentes pessoas — meu cachê mais alto —, vou morrer de saudade de ver todos os dias um, outro e talvez um terceiro, vou sentir falta da camaradagem gratuita de uma outra...

Mas isso passa, ou volta no próximo trabalho. É um casamento novamente, casamento com 20, 30, 40 pessoas, passando por crise, mas uma união estável. Já tentei o divórcio, não foi aceito, e litígio, a essas alturas do campeonato, está fora da pauta.

O negócio é esperar acabar. Porque tudo acaba. “E se houve mágoas, acabaram dissolvidas nos beijos e abraços...”.

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São quase onze e eu ainda não consegui sair da produtora. E tudo o que eu precisava, de verdade, era um abraço de alguém que gostasse muito de mim, um monte de beijos, alguém que achasse que estou sempre certa, que me desse razão em todos os meus resmungos profissionais, que me esfregasse as costas no banho de hoje, que viesse me buscar no trabalho. Alguém que me ligasse para dizer que está com saudades, que me apanhasse para almoçar, ou que viesse me ver na hora em que eu mais preciso.

As coisas são realmente complicadas. Mas sozinha, bote fé, é bem pior.

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Vou voltar para o Camarada Putin, militar político embarcado no Outubro Vermelho.
Hã? O livro, claro! Caçada ao Outubro Vermelho, que é um SSK, ou seja, submarino nuclear.

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E SSN é um submarino que não movido à energia nuclear. Como eu sei disso? Como assim? Toda menina sabe disso!

quarta-feira, novembro 26, 2003

Beijo sem alma, sem entrega. Beijo com gosto bom, ainda um dos melhores, mas nem de longe igual ao primeiro, ou ao segundo, ou a qualquer um da primeira temporada.

Pra auto-estima, foi balsâmico. Para a alma... Bem, cada dia mais eu sei que o meu corpo é que precisa dele, não a minha alma. E eu sei que já disse isso.

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De produtora a 1ª Oficial de Fotografias Aleatórias. Entre uma locação e outra, e tome congestionamento, fotos das minhas tatuagens, da paisagem, das grades. Cada dia uma série. No primeiro dia, "Daniela Confusa". Ontem, "Daniela Enclausurada". E hoje, Deus, com esse estado de espírito elevado, de quem acabou de meditar? "Daniela no Nirvana"?

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Na verdade, eu queria poder ter a MINHA equipe técnica, para ter certeza de que todo trabalho me daria prazer. Estou broxada ao cubo com esse trabalho, num FODA-SE tão grande que me incomoda. Gente demais mandando, gente demais fazendo a mesma coisa, gente demais desrespeitando o trabalho alheio.

Eu só tenho cara de idiota... Mas eu sou velha de guerra, tenho cicatrizes e já me escaldei com hectolitros de água fervente. Acho que vou ter que surtar para ser respeitada, porque eu já percebi que sendo absolutamente competente não funciona.

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Um calor miserável, e mesmo assim a cama estava fria. Mesmo assim os pés estavam frios. Mesmo assim, a alma estava gelada. Frustração e tristeza eu tolero até o âmbito emocional. Quando cai no profissional, não dá pra encarar dois fracassos ao mesmo tempo.

terça-feira, novembro 25, 2003

Drops at home

Papai resmungando pela sala:

— Vamos lá, você vai reagir! Você vai ficar bem como estava antes!

Poxa, que legal! Papai me entende, me empurra pra frente, me incentiva! Virei pra trás com o meu melhor sorriso, pronta pra agradecer, e vejo ele que ele continua falando... COM O VASO DE PLANTA QUE ELE ACABOU DE EMPURRAR PRO SOL!

— Você vai tomar aguinha agora e vai ficar bonita de novo...

Puts... Neurolinguística botânica é foda!

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E eu?

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E quando acabar, o que é que eu vou fazer? Como vou preencher o oco que vai ficar?

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OK, se não for produtora, o que é que eu vou ser quando crescer? Se enxergasse direito, fotógrafa, cinegrafista. Eu adoro imagem. Poderia ser webdesigner, mas me falta a criatividade para fazer todo dia um site diferente. Poderia voltar atrás, uns dez anos, e ser advogada, mas tenho rinite alérgica, e a poeira dos processos matar-me-ia em um dia e meio.

Piloto de avião? Caio no problema de enxergar mal. Ah, se sou quase cega, poderia ser pianista! Deu certo com o Ray Charles! Mas... Só de pensar naqueles exercícios de escala intermináveis me dá mais sono do que o que habitualmente sinto.

Engolidora de fogo. Não dá, tenho gastrite. Veterinária. Bom, se eu não chorar a cada cachorrinho doente que chegar, pode ser. Mas me nego a tratar de galinhas e cavalos! Ourives. Escritora. A jornalista que ensaiei ser. Esteticista. Analista de sistemas. Estivadora. Marinheira....

Bom, enquanto eu não decido, vou tomar um banho, mastigar alguma coisa e sair para o trabalho. Mais um dia de produtora...

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Na verdade, mãe de família seria a profissão ideal, mas pelo andar da carruagem...

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Eu juro, juro mesmo: quero fazer campanha política no Acre! Ou no Rio Grande do Sul. Ou no Pará. Ou em Goiás. Ou na casa da mãe Joana. Mas eu PRECISO sair daqui.

E é fuga, sim, por quê? Tens alguma coisa contra?

domingo, novembro 23, 2003

Alta noite já se ia
E eu na estrada andava
No caminho que ninguém caminha...

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Definições Daniélicas

Competência: é você conseguir, na primeira investida, 60 baldes plásticos EMPRESTADOS de um atacadista que nunca trabalhou com consignação.

Respeito e moral: é você precisar de mais 40 baldes, telefonar e gerente dizer que mesmo que a loja estivesse fechada, ele estaria lá para me esperar.

Competência, respeito e moral na casa: eu tenho!

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Eu perco o sono e choro...

... e vago noite afora, revirando as latas de lixo do caminho para me encontrar.

Sei que quase desespero, mas não sei porquê...

... mas sei como sinto, e prefiro continuar na ignorância dos motivos. Pretendo manter intacta a pele do meu pulso. Ao menos esta noite.

Será que alguma coisa nisso tudo faz sentido?

Faz, eu é que não entendo os sinais.

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That's for you

"Por favor, sugira um remédio que me faça parar de tremer de alegria como um lunático, quando recebo e leio suas cartas... Você me faz uma dádiva tal como nunca sequer sonhei encontrar nesta vida."

Franz Kafka

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Parece que os comments estão desativados. Antes que eu consiga colocá-lo no ar de novo, vocês podem (e DEVEM!!!) escrever clicando no meu nominho aí embaixo, que nada amis é que um link para o meu email...

sexta-feira, novembro 21, 2003

A fase do “Por Quê?”

O que são os mórmons, na verdade?

Para onde eles vão, que estão sempre andando com aquelas bolsinhas trespassadas? Como se reproduzem, se nunca vi uma mulher andando com eles? Por que — via de regra — são todos lindos? A que filo pertencem? Se alimentam? De quê? Moram em algum lugar? Têm outra roupa que não aquela calça e gravata pretas e camisa branca? Por que nunca pegam ônibus? Alguém já viu um mórmon num ônibus? Alguém tem um vizinho mórmon?

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— Depois desse trabalho, vou tirar férias!

Rá, estúpida produtora, cada vez que diz isso, emendas um trabalho no outro. Coisa que farás novamente. “Saiúpe”, aqui vou eu de novo...

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Eu realmente não compreendo a alma masculina. E esse é outro, viu?

Primeiro me trata como se eu fosse a única mulher do mundo. Depois, eu passo para o time das amiguinhas. E quando eu menos espero, ele está gastando seu precioso e caro tempo falando bobagens comigo...

Alguém ilumina essa pobre cabeça na escuridão?

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Chuva, e o céu cinza não constava na minha escala Pantone. No calendário, o dia hoje era pra ser azul do início ao fim, e olha só: uma nuvenzinha me rondou o dia inteiro! Deve ter ido chover em outras bandas, porque eu recarreguei as baterias a cada sinal de “Low Batt”. Visita na sala, e visita merece incenso, um dedinho de prosa boa, confortável, a única prosa que tem conseguido me fazer aliar este mundo que carrego nas costas.

Engraçado como as pessoas se acham no mundo...

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No show na farra, hoje. Vou me pautar pelo horário do Rio, são exatamente 23 horas, e tudo bem. Vou ao Tangolomango amanhã.

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Me enroscar no meu edredon de flores, um bom livro, e ainda falta saber que se eu esticar o braço só um pouquinho, vou encontrar costas quentinhas para as quais me virar, esconder o rosto e tentar dormir.
Exausta.

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Se um dia disser que entendo homens, internem-me! Ou enlouqueci ou estou mentindo descaradamente. Bah! Um dia, me passa um fora hercúleo. No outro, mais doce que o doce da batata doce.

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Em época de Natal...

Não sou amante: sou amiga secreta!

(Obrigada, Mário Prata!)

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Minha Valentina, desculpa por ontem. Saí quase onze da produtora, cheguei em casa incoerente de cansaço, só lembrei de tudo hoje. Tô desculpada?

terça-feira, novembro 18, 2003

Vou editar depois, direitinho... Mas é que é quase um marco poder escrever aqui da base...



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Drops at work

A Sem Noção me passando um briefing de roteiro:

— O rapaz está na floricultura comprando peixe para a namorada!

Hã?

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A separação foi quase uma dor. Amantes no cais; ele indo, eu lançando as lágrimas como âncoras de um amor recém descoberto.

Foi difícil separar os corpos. Além da tarde quente, que parecia nos derreter e fundir um no outro, tinha a porra do amor visguento, que impedia que as mãos soltassem das costas dele. Cores fortes no piso e na parede, um mar de gente se despedindo: nem parecia equipe de trabalho em viagem, e sim uma família se separando.

E nós dois lá, agarrados, sentindo dor a cada tentativa de deixar que os corpos se fossem. Mergulhamos nos olhos um do outro. Ele, a dizer que tinha descoberto que me amava. A dizer que pensava em mim a semana inteira. Ele, que me manda mensagens de texto com trechos de música, com poesias de Camões, que está se esmerando em Florbela Espanca para me mandar mais bilhetes.

E eu, arrebatada por um amor admitido e dito, tomada de amor na mais completa acepção da palavra. Eu, ali, quase pedindo para ele não ir. Eu, que esqueci o mundo em volta. Eu, que recebi hoje o carinho que não veio ontem; que não tive, e não terei, os beijos que me confortariam. Eu, que senti uma dor quase física na separação do abraço. Eu, que tanto amo. Ele, que tanto ama.

Nós, que nos descobrimos ontem.


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E por que o beijo nunca virá, e eu não estou deprimida? Jamais saberemos...

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"Mais uma noite sem você
Que parece nem ligar
(...)
Já que eu não posso ter você,
Fecho os olhos
E qualquer corpo
Passa a ser o seu"


Isnard, o melhor deles, Formosa

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Briga, briga comigo e me deixa. E volta pra casa, ruminando dores de amores, enquanto eu saio do trabalho e vou ao encontro dos meus. Me deixa, anda, e fica até essa hora tardia pensando que podia estar comigo! E onde se enfiou essa garota? Me deixa mesmo, e admita, na quinta volta pelo quarteirão, que me ama, e que não adianta brigar consigo mesmo. Admita que me ama, pelo menos pra você mesmo!

Assuma seu amor por mim, assuma que te assusto, aceite que tem medo de me perder. Aceita, homem, a mulher que eu sou. E continua a me amar assim: desafio, carência, paixão, independência e humor. Me ama. Desse jeito torto mesmo. Mas me ama.
E tudo o que eu queria era carinho, era um beijo que não veio — novamente por causa da logística —, era um abraço mais apertado do que eu tive. Tudo o que eu queria era ter alguém para quem voltar, era ter para quem ligar quando disse que "essa foi a gota d'água" e disse que estava me desligando da equipe. Ninguém aceitou a minha demissão, mas e daí?, eu não tinha pra quem contar, mesmo.

Eu queria não estar aqui, queria estar correndo com um vento morno ao meu lado, vestido solto, asas nos pés e não no pensamento. Queria que amanhã fosse 15 dias atrás, e que depois de amanhã fosse 20 de dezembro. E que soprasse um vento e desarrumasse os dias do calendário.

Queria alguém esquentando o outro lado da minha cama, alguém que me esperasse sair do banho com um livro, aproveitando o meu abajur, para depois desembaraçar os meus cabelos e me abraçar. Queria que aquele beijo tivesse sido, queria não só lembrar a maneira como os dedos percorreram a minha orelha, mas sentir novamente. Queria o abraço daquela noite, as mãos nas minhas, a minha cabeça no seu ombro, com uma aura de gin e bourbon em torno de nós. Queria novamente sabê-lo pelos arredores.

Queria acreditar que não me apaixonei.

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Sim, pedi desligamento da equipe, e não, ninguém aceitou. Nesta bundinha que mamãe passou pomada Johnson, ninguém enfia com areia!

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De BBBahia para Conquistadores do Fim do Mundo, passando pela Ilha da Sedução e a Casa dos Artistas: o meu roteirista está escrevendo os meus episódios de uma casa de custódia para doentes mentais...

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Eu precisava estar dormindo, e não aqui, com a cabeça tão longe, imaginando o que ele poderia estar fazendo agora....

domingo, novembro 16, 2003

Peace and Love Inc.

Hoje, no BBBahia, foi eliminado um candidato, o diretor de arte, e um produtor pediu pra sair da casa. O Bonitinho Traidor continua com a sua relação de amor e ódio com a Produtora Madrinha. Durante tensa reunião, ele tentou fazer com que os participantes da casa se voltassem contra ela, mas na reunião no gazebo, ela usou uma jogada de mestre com o líder da semana e reverteu o jogo. Mais tarde, ambos se encontraram na beira do laguinho, e ele a abraçou por trás, num gesto nítido de carinho.

Com a chegada de mais dois participantes, o clima ainda ficará mais tenso entre a Avó Gatinha e o Poliana de Bigodes. Ambos sabem que a relação estará em xeque quando o Melhor dos Melhores aportar. A prova da comida não foi vencida. Todos receberam meia porção do estoque da casa, biscoito e Coca Cola.

A Produtora Madrinha, idiota, voltou a se envolver com o Fera, da temporada passada. Logo após o almoço, ele a abraçou e levou até a sala do cafezinho, onde roubou um... mentira, três beijos sabor café. Ela não se apaixonou por ele, mas está disposta a continuar o caso de onde eles tinham parado.

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Eu juro que foi tudo verdade. Meu roteirista entrou na fase reality show, mas ainda não sabe separar direito o elenco. Calha que eu estou repetindo figurinha de um álbum antigo, enquanto deveria estar vivendo plenamente a temporada BBBahia. Mas como, com o elenco que arranjaram?

Deixa o Andrucha Waddington fazer uma participação especial no meu seriado, para você ver se não mudo de Daniela McBeal para Just Married.

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E o caso vai bem, obrigada.

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E Deus me ouviu:

NÃO VIAJO ESTA SEMANA!

sábado, novembro 15, 2003

Na estrada



Canavial cheira mal. A gente passa na estrada, parece a mãe das cagadas. Bom. Viajei ontem, última hora de verdade, para fazer locação.
Na volta, passamos por uma usina de cana de açúcar, e o cheiro era algo. O ser vivente, leia-se "produtora" de elenco, lasca essa:

— Isso cheira pior que estaleiro!

Estaleiro?

— Uh... Lesa e Maquiada, nãoo seria estábulo, estrebaria?

— É isso aí!!! Estrebaria!!!


E ainda faltavam 130 km até chegar em casa...

sexta-feira, novembro 14, 2003

Realmente, duas vezes em que ver o Jô valeu a pena: entrevista com o ZERØ e hoje, com o Bruno Garcia.

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Uh... tinha mais gente na entrevista?

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Campeã do mundo

Frustrada no trabalho, triste, e ainda faço o favor de mandar às favas (ou quase isso) aquele a quem eu dedicava certo afeto. Eu vim de fábrica com dispositivo de autodestruição.

Mais uma vez uma viagem faz-se providencial: segunda estou zarpando para Maracás, a cidade que mais exporta flores na Bahia. Vai ser uma pauleira, mas vai servir para me apaixonar por outro, ou para esquecer esse. Exatamente como da última vez, quando precisei de um mês, uns beijos europeus e um mar de olhos azuis para esquecer de uma paixonite mal-resolvida.

Fugir, fugir sim, colocar a casinha nas costas, e qual caracol, seguir viagem. Devagar e sempre. Nenhuma paixão programada para o intervalo. Ninguém na equipe por quem eu tenha uma simpatia-quase-amor. Vou, volto, viajo de novo, volto, e assim vai, até dia 16 de dezembro. E aí... planos para o Reveillon fora, onde o vento me levar estou indo. Pra quaisquer braços fortes que queiram me acolher por um tempinho...

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— Saiu o cronograma!

Beleza! Vou pra máquina do Lu, abro a pasta para puxar a impressão e distribuir para os viventes do projeto.

Nomes dos arquivos:

cronograma definitivo 1.doc
cronograma definitivo 2.doc
cronograma definitivo 3.doc

Sim, Juvenal... QUAL DOS DEFINITIVOS É DEFINITIVO?

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Bohemia escura fez com que eu voltasse a tomar cerveja. Aquilo é bom demais! É a casquinha do BolimBola!

quinta-feira, novembro 13, 2003

Numa boa: um dia que termina com o Bruno Garcia na televisão está pago!

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E olha que o dia foi ruim...

quarta-feira, novembro 12, 2003

Descobri a profissão do diabo!

Ele é produtor, e tem uma filial do seu curso de formação aqui em Salvador!

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Nada é mais promíscuo que maço de cigarro de equipe de produção. Eu fumo Marlboro e Hollywood Green, a Sem Noção fuma Hollywood Red, idem Diretorzão. A Kitty fuma Carlton, o Luciano fuma Marlboro Light e ainda não sei o que o segundo assistente de direção fuma.

Fato é que quando você mesno espera, está fumando e sentindo um gosto estranho, e antes que se pense em "patchouli caboclo", a gente lembra que enquanto estava ao telefone, pegou um cigarro próximo e acendeu. Nas primeiras vezes ainda rola de pedir desculpa, mas chega num ponto tal que os maços já são comunitários.

Deve ser a única manifestação de paz em tempo integral dentro de uma produção...

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Aquele puto sabe exatamente o que fazer para me atingir o ponto fraco.

— Desde aquela última vez que a gente se viu, eu fiquei morrendo de vontade de te beijar de novo. Você é muito linda, depois de muito tempo que a gente não se encontrava eu ainda sentia o gosto da sua boca...

Stronzzo, diz isso pra todas, mas eu juro que quase acreditei que era só pra mim. E quase sucumbi de novo.

Adiante, Cavalo de Cristo, que você é mais forte que a sua carne!

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Mais raiva que medo. Mais puta que triste. Mas triste. Mas com medo.

terça-feira, novembro 11, 2003

Coisas que eu queria estar fazendo:

.planejando uma viagem
.preparando o projeto para o FazCultura
.deixando de ser ingrata com Deus por ele me arranjar trabalhos e eu reclamar
.dormindo
.falando ao telefone sem me preocupar com a conta
.escrevendo um livro
.gestando um filho (ou dois)
.indo me tatuar
.indo pro aeroporto tomar um avião
.lendo Stephen King

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Eu também estou carente...

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INutilidade pública

O filme dos Deuses Celtas está no ar! Veiculação nacional, viu, cambada?
Paulo, volta como elenco fixo para a próxima temporada do meu seriado!

A gente precisava ter tido mais conversas como a de hoje...
Frustrada.

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Não fosse o respeito ENORME pela minha Sem Noção, não fosse essa situação tão atípica, eu teria batido o pé com mais firmeza.

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Um dia eu aprendo a dizer não, a não me vender, a não violentar a minha vontade, a não...

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Um dia eu aprendo a fazer o que eu quero, a seguir meus sonhos, a respeitar a minha intuição, a...

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Um dia eu aprendo a dar o braço a torcer.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Como vai terminar o dia de quem não dormiu o final de semana inteiro, e que em plena segunda-feira está acordada desde 1:45?

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— Um James Bond com uma pedra de gelo!

Não foi bem assim, mas poderia ter sido. Nunca, em toda a minha história, tomei um James Bond para não me arrepender no dia seguinte. É quase um auto- flagelo. Pois bem. Sozinha, triste, carregando um mundo nas costas, meditativa, emborquei hectolitros de uma mistura explosiva de vodka com martini branco.

Cheguei em casa viva, desovada por um amigo com paciência de Jó, comi e fui pra cama.

Para continuar, um adendo: no teatro grego, o côro tem a função da consciência do herói. São aquelas criaturas que ficam no fundo do palco, atormentando a vida do personagem com suas ponderações. Bom

Day after. Acordo com o travesseiro sobre os olhos, onde eu estou, as pessoas daqui são amigas? Leve-me ao seu líder! Começo a lembrar de telefonemas que dei, de longas conversas madrugada adentro. Ai, meu Deus, eu realmente fiz isso?

Ouvi o côro grego dentro da cabeça:

— Esqueça, Daniela, esqueça!

Continuei a lembrar: discuti com um terceiro, pentelhei um quarto, tirei os sapatos, bati palmas e voei. Ai, meu Deus, eu realmente fiz aquilo?

— Esqueça, Daniela, esqueça!

E teve mais: misturei duas mensagens de texto para pessoas diferentes e mandei uma declaração de amor para quem ia receber só um muito obrigada. Escrevi carta de amor, e como Deus é justo, bom, e senso de humor tem limite, acabei armazenando a carta e enviando outra. Que mandei pro endereço errado. Deus, eu fiz isso mesmo?

Aí o côro grego da minha cabeça não aguentou:

— MORRA, DANIELA, MORRA!

Dei uma risadinha e levantei da cama. Novamente NÃO ME ARREPENDO DE NADA!

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Paulo, personagem que fez participação especial (demais!) no meu seriado, tem razão: celular e email são umas pragas para quem está bebendo. Você liga mesmo, e daí?, manda carta de amor pra quem não ama, mensagem de texto trocada... Celular devia vir com bafômetro: ultrapassou um certo limite, ele não faz mais ligações que não sejam para a ambulância ou um outro amigo cachaceiro.

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O sol está alto. Vou tomar café da manhã e começar a trabalhar antes de ir pra produtora.

Como termina o dia de quem não dorme? Espero que ainda vivendo...


sábado, novembro 08, 2003

Da série "Daniela e os foras"

Passeando distraída pela calçada, peguei um panfleto que um sujeito oferecia, sorri e continuei, ouvindo a minha música interior. Sabe o comercial da Vinólia, com aquela música de violinos? Era eu mesma, desfilando. Só que não era um panfleto: era um bilhete da Loteria Federal, e óbvio, o cara veio atrás de mim e queria receber. A tal da música de violinos parou como disco de vinil que a gente parava com o dedo.

Vergonha absoluta, devolvi o bilhete, pedi desculpas e continuei, mexendo no dial da cabeça para achar outra estação.

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Agora é fato: vou trabalhar com ele!

Tenho medo de ter um colapso de emoção na frente dele.

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Utilidade pública ma non troppo

Vocês que tinham o meu número de celular pré-São Paulo, podem manter as anotações: consegui reabilitar o mesmo número!

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Eu decidi: quero fazer campanha política no Acre!

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Nota suíte

Nunca entre em guerrinha de nervos comigo. Eu vou sofrer, como estou sofrendo agora, mas não dou o braço a torcer. Eu me visto para matar, apareço na noite como a encarnação da Padilha, balanço minhas pulseiras prateadas e sumo numa dobra da cortina de estrelas.

Estamos em plena batalha, estou LOUCA para ligar, mas ainda não achei nenhum motivo coerente para tanto. Quer dizer: perguntar se está chovendo onde ele está é um tema bem razoável, não é?

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O roteirista da série Daniela McBeal tem um senso de humor do caralho. Trouxe o Fera (veja arquivo de outubro e novembro do ano passado) de volta numa tarde cinza, de humor cinza, de película rodada em P&B.

Lágrimas por ninguém, só porque é triste o fim...

sexta-feira, novembro 07, 2003

Promoção!

Só por hoje, porque estou boazinha: NUNCA, e eu disse NUNCA, entre numa guerrinha de nervos comigo. Eu sou mais filha da puta do que parte interessada.

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Que tal voltar de mãos dadas, Daniela?

— Eu já esperava por isso!

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I said YES...

quarta-feira, novembro 05, 2003

Loucura, loucura, loucura!

.Acabei de descobrir que a minha homônima na Alemanha também trabalha com televisão
.Acabei de achar na Web uma entrevista que eu nunca dei, com palavras que eu nunca usaria, num jornal até bacana
.As pessoas ainda chegam aqui procurando bizarrices...

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(Now the deed is done
As you blink, she is gone)
Let her get on with life
Let her have some fun)

Ela disse adeus e chorou
Já sem nenum sinal de amor


Vianna, o Herbert

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Je ne regrette rien...

O que é quase uma mentira, ou — segundo meu amigo querido, "Stressed" ao contrário é "Desserts", uma questão de ponto de vista — uma verdade pelo meio. Arrependida não é bem a palavra... Levemente pesarosa, que tal? Um tantinho abatida. Pronta pra outra.

Só de trabalho, Daniela?

— Não... Tem dias que foram feitos para se acumularem arrependimentos. Hoje foi um desses dias.

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Numa boa, menti: estou apaixonada, sim.

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Tarde bittersweet, nessa ordem mesmo. Onda vai, onda vem, planos no meu antigo escritório à beira mar, escritório que também foi do meu amigo querido, em mais uma das coincidências que encantam. Tudo em ordem, faltou Fanta Uva para nos deixar bigodes azuis da cor do mar.
Eu tava triste, tristinha...

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Prozac por telefone? Rá, coisas de Daniela...

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Ela tinha um sol guardado na gaveta. O sol era dela, só dela, e nunca que ela lembrava de onde ele tinha aparecido. Ela se lembra de um dia abrir a gaveta e dar com ele ali. Natural como achar uma traça.

Era um sol quentinho, e quantas vezes ela teve o seu verão particular só de chegar perto do solzinho? Solzinho e sozinha, eles não faziam um par lindo?

Um dia ela se apaixonou. Ela já não era mais sozinha. O solzinho enciumou. E apagou. Explodiu. Virou supernova de repente e sumiu.

Quando ela abriu a gaveta novamente, só encontrou restos de um meteoro ainda fumegando. E apaixonada que estava, esqueceu que tivera um sol certa feita. Natural como achar uma traça, e espaná-la, ela varreu para longe os restos de um amor. Ela nunca soube de onde tinha vindo aquele meteoro.

O solzinho, coitado, morreu para nada.

Ela viveu feliz pra sempre.

terça-feira, novembro 04, 2003

Agora é necessidade:

UMA SKY, POR CARIDADE!!!

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Algumas músicas eu não concordo. Mais da metade eu jamais ouviria se não fossem as circunstâncias. Mas as circunstâncias...

Bom...

ESTÁ QUEIMADO O CD SAUÍPE HITS!!!

São 21 super hits que te levarão num passeio de volta ao passado (nem tão remoto, mas passado!)!

Lançamento oficial: sexta-feira, 7 de novembro (dia do aniversário da Natália, a mais lindinha atriz infantil)
Onde: Tangolomango, claro!

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Meu pai, vendo uma revista de tatuagem, frente à uma foto de um tubarão-martelo na pele de um cara:

— Que coisa feia! Parece um pinto de duas cabeças!

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Estou LOUCA para achar logo o sol que eu quero e tatuar o mais rápido possível!

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Eu fico totalmente sem inspiração quando não estou apaixonada...

segunda-feira, novembro 03, 2003

Ele jurou me amar pra sempre.

Prometeu a felicidade com ele, e eu acreditei. Se me ama, por que me deixa? Por que me dá mais dor? Por que não me deixou quietinha no meu canto, esperando que outro mais compromissado aparecesse?

Mas ele me ama. Me ama e me deixou. Deixou a mim, que tanto o amava. Que tanto o amo. Burro, estúpido, egoísta, apontou uma arma para a minha cabeça e ficou brincando de roleta-russa ao contrário: cinco balas no tambor, uma vazia. E em todo esse tempo, todas as vezes em que girou o cilindro, puxou o cão e disparou, deu a suprema sorte de encontrar o lugar da não-bala.

Sou uma afortunada. Outros apontaram para mim e acertaram os tiros. Outros machucaram, e não tinham nem pontaria. Mas me matar ninguém nunca conseguiu. Enrodilhei em volta do meu próprio corpo, deixei sempre que o sangue escuro saísse, fiquei recolhida no meu canto até que começasse a cicatrizar o machucado que mais uma vez achei que era mortal. Os feridos são perigosos porque sabem que sobrevivem.

Eu agora preciso aprender a viver sem. Sem a arma eternamente apontada para mim, sem a iminência da morte, até mesmo aprender a viver sem os fracassos. Eu agora preciso saber como é viver sem ele.

domingo, novembro 02, 2003

"Hoje eu vi os seus olhos brilhando pela primeira vez!"

Eu não estava pronta para ouvir isso, ainda mais vindo daquele que disse, certa feita, que eu não era feliz de verdade. Esse menino tem uma percepção apuradíssima no que diz respeito aos meus assuntos. Me chama de "Comadre", e nenhum dos dois tem filhos ainda. Admirável é uma palavra que só foi inventada porque nenhuma outra designava esse homem. Ele tem o nome do meu primeiro filho. Ele me dá aula de filosofia, e eu o estimulo a tentar o vestibular no próximo ano.

Ele é o funcionário que todo mundo sonharia em ter, com a diferença de que acabamos sonhando para ele seguir adiante. Se preocupa com os chefes, e a preocupação é verdadeira.

Das noites em que lá fora estava melhor que lá dentro, nasceu cumplicidade e uma insuspeita amizade. E sexta-feira ele mais uma vez marcou umponto. Só ele viu, só ele percebeu. Mais um segredo meu que ele detém. Deixa lá... Acho que ele acabar sendo padrinho do meu segundo filho, mesmo...

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Nota suíte

"Fiquei com vontade de te ligar depois que te deixei em casa. Tomei um banho e fiquei lendo, morrendo de vontade de tomar a saideira..."

Por que, Deuses piedosos, porque os meus amigos não deixam a MINHA intuição guiar a vida deles? Eu lendo aquie em casa, ele lendo na casa dele, os dois com vontade de estar na rua, e nenhum dos dois ligou... Ele realmente vai sair da Liga Junior um dia...