quinta-feira, julho 31, 2003

Ao telefone...

Saio da cama para o banho, do chuveiro para o quarto, do quarto para os braços da noite. Noite, que começou com aqueles três números mágicos olhando pra mim do bina. Amigo querido que ligava, "coléeee, Dani"!

Eu, amiga de bancos de ônibus, ganhei um presente enorme do meu amigo de dias amanhecidos, feira de interior, conversas partilhadas. Amigo querido, trazido pelos ventos frios de junho, homem admirável, sólido de caráter, sólido de alma. Ele, companheiro de caminhadas pela única rua da cidade mínima.

Amigo viajante a ligar para uma amiga viajandona. Nós, seres nômades, que deixamos pedaços de coração espalhados em todos os cantos por onde passamos. Nós, cansados: cansados de rodar, cansados dos quilômetros que deixamos para trás, dos quilômetros que ainda vêm. Nós, amigos de estrada, cansados de ver a vida correndo pelas janelas dos ônibus, ficando pendurada em cada placa do caminho.

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Cão espiritualizado

Quarta feira é dia de Evangelho no lar aqui em casa. Feita a leitura, papai e Helga saem distribuindo a água fluidificada pelos viventes desta toca. E não é que a Mabs fica indócil enquanto não recebe o seu copinho com água? E hoje, como cheguei mais tarde, minha dose ficou guardada. Algas trouxe para mim, e lá vem a cachorra kardecista pedir a minha porção de aguinha do bem!

— Sai, Mabel, que a sua você já bebeu!

quarta-feira, julho 30, 2003

Samba de uma nota só

"Maresia, sente a maresia
Maresia..."


Eu não aguentava mais a falta de humor do meu cérebro! Uma pauleira lascada, trabalho de carregar pedra — quer dizer, câmera —, e eu a cantarolar um refrão infâme que fala de vida mansa?

E este foi o dia de ontem, pedras no lombo, e "maresia, sente a maresia...".

Hoje, feliz da vida, passo o tempo cantando "...um amor em cada porto! Ah, se eu fosse marinheiro". A manhã todinha, todinha, cantarolando isso. Lá pelas tantas, a constatação:

— Puxa, que bom que eu deixei aquela música chata de lado, aquela "maresia, sente a maresia..."

Ato contínuo, a real: o nome desta música de hoje é... MARESIA!

A pergunta é: que espécie de linha de raciocínio segue este ser humano?

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Um piercing... Mas onde? Uma tatuagem, mas o quê? Um amor... Mas quem?

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Costa do Sauípe é o que há, realmente. Não tenho certeza de que toleraria ficar lá mais de dois dias, mas para um dia, e um show, foi mais que a vida! Quer dizer... A depender da companhia, 2 dias lá é pouco... Mas nada, absolutamente nada me faria desistir do Praia do Forte Ecoresort. Uma semana lá, e eu tenho que ir direto pra um spa.

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Depois que a última nota terminou de vibrar no prato da bateria, meus pés vacilaram para tomar o caminho até os 13 degraus do palco ao chão. Show complicado, sábado difícil, que sucedeu um fora monumental, dia para pôr à prova os nervos e a sensibilidade.

O dique emocional estava seguro por um fiapo de sonho, uma gota de esperança e uma pitada de fé. Eu jamais poderia romper a barragem ali! Não no meio de todo mundo, não sem poder dizer que estava desagüando por causa do meu coração partido, por causa do desrespeito, por causa do amor que cada um demonstrou por mim.

E não, eu não poderia pegar com as mãos sujas o coração tão sensível, tão vulnerável, e colocá-lo à vista de todo mundo, sem uma redoma de carinho que o livrasse de parasitas, vírus. E assim continuei a descer as escadas. Os 13 degraus já tinham ficado para trás, mas eu não havia me dado conta: continuei descendo, descendo, rumo ao inferno.

Como um peixe no aquário, via as pessoas andando em slow motion, falando com suas vozes abafadas, rostos distorcidos pela lente de vidro que separava a minha infelicidade da alegria deles. Quem estava no aquário? Eles? Eu? Nós?

Não precisei de muito mais: um abraço. Só um abraço apertado. Mais nada.

Mais nada? Como assim? Foi um abraço não só de braços estreitando meu corpo, peito quente, coração batendo no compasso do meu, parecendo ensaiado, ombros que receberam a minha cabeça cansada e magoada: foi um abraço de almas. Um abraço apertado, quente, que espremeu meus canais lacrimais e fez soar o alarme dos cinco minutos.

Desvencilhei daqueles braços, balbuciei um pedido de desculpas, e fugi em direção ao caminho de madeira. Cinco passos na ponte, e toda a decepção, todo o amargor, toda a tristeza se liquifizeram, e correram em direção ao chão. O corpo se dobrou sobre si mesmo numa convulsão emocional, e foi sacudido pelos soluços do choro que há muito não vinha. O escuro continuou o abraço que começara lá atrás e ali, protegida de olhos alheios, rosto escondido na dobra do braço, cigarro queimando na outra mão, ali eu fiquei, drenando a tristeza de dentro de mim.

Meia hora, e não mais do que isso, consegui secar apagar as trilhas de lágrimas sulcadas no rosto, e finalmente olhei em torno. Meus olhos, ainda marejados, se encarregaram de fazer com que a imagem da lua se multiplicasse por milhões, prismas, fragmentos de prata no céu. Abaixo de mim, sob a ponte, gotas de lua se acotovelavam para inundar o outrora seco laguinho. Eu chorei a lua cheia do céu! Eu chorei as lágrimas do lago!

E foram elas que virara vitórias-régias quinze dias depois, num outro sábado, num outro tempo, no mesmo lugar. Vitórias-régias de lágrimas. Lágrimas de lua. Lágrimas de lua cheia.

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Bacana a conversa com uma amiga muito, mas muito querida:

— Notícias de fulana agora eu só quero quando for óbito!


Rá! Eu ia atualizar agora, minha Valentina, mas o telefone acabou de tocar. Último turno da Maratona Daniela de Trabalhos Insanos! Daqui a pouco eu (espero!) estou de volta!

domingo, julho 27, 2003

... e as lágrimas que derramei há quinze dias viraram milhares de vitórias régias! Lágrimas de lua, gotas que encheram o laguinho outrora seco do tal resort para onde voltei ontem.

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Dois shows, e a vida pode ser divertida. Voltei pra casa com dois papéizinhos com telefones de candidatos a Mr. Right. Um me deu pessoalmente, o outro mandou entregar. Um músico (ah, Selma, de novo?), outro empresário... Depois reclama, Daniela, de falta de perspectivas sentimentais! Vai excluir o de sexta? E sabe que eu poderia me apaixonar fácil pelo amigo do amigo?

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Estamos vivendo o penúltimo dia da Maratona Daniela de Trabalhos Insanos!

Terça: Pra baixo e pra cima, A PÉ, fazendo câmera no Farol da Barra, no Porto...
Quarta: Pelourinho, Comércio, Santo Antônio... tudo carregando aquele trambolhão (e adorando!)
Quinta: Pelourinho, Santo Antônio, Forte, Carmo, Saúde... carregando pedra
Sexta/Sábado: 3 cidade em 3 horas, praias desertas... E isso de dia, porque de noite eu fiz o palco do Enquanto Seu Lobo Não Vem..., DE SALTOS ALTOS (viu, Ti, que eu faço bobagem também?) e microssaia! Duas horas de sono.
Sábado/Domingo: dois shows insanos, em duas cidades diferentes, com 11 músicos no palco e 31 pessoas na equipe.

sábado, julho 26, 2003

Seu lobo...

Estou ouvindo "Viagem" até agora... Terceira ou quinta vez. E não canso. Nunca.

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"Assina essa tela e põe um fim..."

Rodrigo Galvão, Enquanto seu lobo não vem...

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Desculpem, pessoas queridas, mas meu coração está transbordando deles. Estou com ela olhando da borda da minha alma, estou com ele sorrindo pra mim, estou com ele e seu abraço de alma. Estou com "Viagem" tocando pela nona vez, estou com as luzes do show piscando nos olhos. Estou com a Sandrinha e a Thai dançando e vibrando. Estou com Seu lobo espreitando pelas frestas do meu sentir.

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Mais dois shows e eu faço a varredura no cenário "music" da Bahia. E juro, Deus, quero só um...

quinta-feira, julho 24, 2003

OK, eu não quero mais brincar de cinegrafista, tampouco produtora. Agora eu quero ser diretora.

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Mais dois dias e eu ganho uma escoliose do tamanho de Júpiter!

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Vamos ao próximo capítulo de "Questionamentos Existenciais Daniélicos"

Sonhei com o forbidden guy. Era elementar, meus caros Watsons, era elementar. O problema (?) é que no sonho (?), muito real, diga-se de passagem, ele descartava a possibilidade de ficar com outra garota que não fosse eu. Então, prezado Fiel Leitor, como interpretar?

a) "Daniela, não adianta fugir desse homem! Vocês estão magneticamente ligados!"
b) "Daniela, o sonho é a realização do desejo inconsciente! Você está realizando no plano onírico a vontade de ter esse homem!"
c) "Daniela, você é uma grande filha da puta!"
d) "Daniela, minha filha, volta pra cama que o seu mal é sono!"
e) "Daniela, minha pretinha, deixa a vida levar, e o que for seu e dele, por merecimento, vem!"

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Rezando para não cortarem a eletricidade estática do ar... É tudo, absolutamente tudo o que me mantém em pé, hoje...

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Cantando comigo

TOMARA QUE CHOVA DEZ DIAS SEM PARAR!

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A cada dia que passa, sob TODOS os aspectos, estou melhor, melhor e melhor!

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Pára de enrolar e vai trabalhar, Daniela!

quarta-feira, julho 23, 2003

Daniela F.
27 anos
até sexta feira...

CINEGRAFISTA!!!



Yes!!!!!! Até sexta feira, esta que vos fala pegou um freela como CINEGRAFISTA!!! Se você encontrar um mulherão pela cidade, com uma câmera no ombro, longas (ma non troppo) melenas vermelhas presas num rabo de cavalo esfiapado, pode parar e cumprimentar: sou eu!

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Isso é absurdo, absurdo, de tão real!

SERMÃO DO MANDATO

O primeiro remédio que dizíamos, é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera? São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os Antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às cousas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.

Padre Antônio Vieira


segunda-feira, julho 21, 2003

Coisas para se pensar numa manhã sem computador:

.Eu beijaria o Maurício Torres, do Globo Esporte, fácil!
.Que texto delicioso que o repórter Régis Rösing tem (uh... só o texto?)!
.O Pedro Bassan é pouco mais que um anão ou o Gustavo Borges é enorme mesmo?
.Saudade do Maurício Manieri!
.Quem aquele idiota está pensando que é para me esnobar assim?
.Como será que se calcula juros composto?
.Por que meu esmalte das unhas não dura mais que três dias?
.Eu vou comprar um piano e aprender junto com os meus filhos...
.Por que não ter uma moto?

Computador de volta há pouco mais de uma hora... Ufa, tinha medo da seqüência dos pensamentos!

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Final de semana veio, foi, e a única prova de que ele existiu é o meu sorriso meio bobo, de olhar perdido para fora da janela, lembrando de outros ventos que sopraram no meu rosto...

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A minha esquizofrenia alcançou 7 pontos na escala Richter!

Eu não amanheci o domingo JU-RAN-DO pelas Chagas de Cristo que o forbidden guy realmente estava apaixonado por mim? E o pior: tinha EVIDÊNCIAS, tinha provas! Isso porque o sábado terminou com a minha certeza de que o menino confuso me ama perdidamente! A maluquice fez o meu domingo mais feliz!

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Se a canoa não virar... E o computador não quebrar...

Vou ajustar uns textos pro Crivo, Enquanto seu lobo não vem...

sábado, julho 19, 2003

Querido Deus,

Que noite! Uau, Deus, que noite! Na verdade, que madrugada, que amanhecer! Certo, aquele que me deu carona na semana passada não se virou em três para conseguir meu telefone, mas está perdoado só pela noite de ontem! Eu realmente não estava com a menor vontade de ir pro Satélite Bar, só ia mesmo porque gosto muito das meninas que foram.

A gente se perder do pessoal, e não saber onde era a boate, é que foi providencial!

— Onde você quer ir?
— Me dá três opções para escolher...
— Posto de gasolina, rapto ou seqüestro?


Rapto ou sequestro? Deus, você sabe o quanto me senti importante com essas duas últimas alternativas?

— Qual a diferença entre rapto e seqüestro?
— No seqüestro eu vou ter que pedir resgate, vou ter que dar um telefonema e avisar a sua familia que você está comigo. No rapto não precisa...


Pai do céu, e isso não foi o melhor! Bom mesmo foi ver o dia nascendo sentada num gramado na praia, com ele sentado atrás de mim, abraçado, rindo, me dando beijinhos, morrendo de frio. Bom mesmo, Deus, foi ficar sentada no carro com ele, rindo, falando de coisas do passado em comum, de lembranças que tínhamos um do outro, "você estava com uma camisa vermelha quando nos vimos pela última vez"." Mas isso tem dois anos!.". Foi divino arrancar os saltos altos, voltar aos meus habituais 1.71 m de altura, e ficar com a cabeça encostada no peito dele.

Deus, você viu quando ele resmungou que devia mesmo ter-me seqüestrado, ao invés de me deixar escolher o que queria fazer? E quando ele veio pedir satisfação sobre o tal do cara com quem eu estava saindo? Ele me ouviu conversando com a Sandrinha sobre o outro... Deus, que homem gentil, que doce de pessoa, que companhia deliciosa! Certo, ele é cruzeirense, mas... bom, todo mundo tem defeitos, né?

Não, não estamos namorando. Hora de voltar para a Terra, né, Deus? De que adianta eu ficar toda encantadinha, se: 1) a primeira coisa em que pensei quando pisei em casa foi: "que saudade do outro"?, 2) o que me deu carona não ia ligar, mesmo?

Deus, se desse, eu gostaria de sossegar. Pode, pode ser com ele, sim. Acho que o outro está definitivamente limado da minha vida, mas o forbidden guy ainda não foi de todo tirado do pensamento. Eu queria mesmo sossegar, ir pra casa, estourar pipoca, tomar um vinho e perder a cabeça. Queria mesmo arranjar um só. Só não sei se o colega de profissão ou o forbidden guy. Aliás, Deus, resta saber se ELES querem sossegar também, e se é comigo. Ah, eu tenho que escolher, né? Livre-arbítrio, aquelas coisas... Ah, Deus, mas está difícil... Não é mais vantagem deixá-los escolher primeiro?

Whatever... Deu, deu. Não deu, a casa paga.

Vou comer alguma coisinha e vou pra cama. Sozinha, né, Deus... Vou cavucar meu roteiro de "Le Grand Bleau" e reler na cama. De toda sorte, obrigada por ontem! Espero que a gente possa repetir mais várias vezes!

Beijos, fique com o Senhor mesmo!

Dani
still playing... chess is the game!

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Sem um único centavo no bolso. Ah, mas assim que saírem os atrasados... AJU, Chapada, Morro de São Paulo e onde mais minha imaginação quiser levar o corpo!

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Minha Valentina, esse daí de cima não é aquele que te falei. Aquele, aquele mesmo, foi julgado e condenado ontem. Pena: ostracismo completo!
E num instante a minha cabeça estava encostada no ombro dele. Cinco anos... Cinco anos e a música que foi feita para a minha amiga querida embalava a MINHA noite. Cinco anos, e a barba por fazer espetava o MEU rosto. Cinco anos, e o beijo foi meu.

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Beleza, o show dos meninos foi maravilhoso, mas... POR QUE RAIOS EU CONTINUO PENSANDO NELE?

sexta-feira, julho 18, 2003

Enquanto isso...

— LEIA OS MEUS LÁBIOS: eu não vou!
— Ah, você vai, sim!


E fui. Obrigada, Zeba, por ter batido o pé dizendo que eu ia. Enquanto isso... é a banda do Léo, do Metade e do Dinha. Enquanto isso... é um raro caso em que as músicas próprias passam a perna em cima dos covers. Estou ouvindo pela segunda vez o CD que ganhei ontem...

As fotos do show estão no Espiando, vale a pena dar uma olhadinha...

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Enquanto seu lobo não vem...

É hoje, no Tapioca, e reúne a nata da música de qualidade. Fabinho é um PUTA guitarrista, Rodrigo é um PUTA saxofonista, e a cozinha é admirável, também. Se não fosse só pelo som bem feito, bem cuidado, pelos arranjos fantásticos, já estaria pago só pra ve-los: Rodrigo e Fabinho são LINDOS!

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Engraçado: estou certa do sucesso...

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Unhas cor de café, dedos lindos, longos, de pianista. Dedos longos e lindos e de pianista como os de um amigo querido, que me peguei sentindo muita falta hoje.

Unhas lindas, mãos que pedem um anel. Ou dois. Unhas que emprestam um certo charme às mãos que afagam, que apedrejam, que se lembram da textura da pele dele. Dedos longos, que já entrelaçaram outros dedos, que acariciaram lábios, costas nuas, rostos. Unhas que correram a extensão de outras peles. Unhas que já feriram, que já trouxeram pele na volta de um arranhão. Pele que ainda trago sob as unhas. Unhas cor de café, para ocultar os vestígios dos crimes que quero esquecer. Esquecer das peles que não estão mais sob as minhas unhas. Minhas unhas cor de café.

quinta-feira, julho 17, 2003

Um telefonema da minha Valentina, e o mundo ganhou um calorzinho tão gostoso...

Minha amiga admirável, querida, boa ouvinte, ponderada, boa energia, boa conselheira. Se saírem os atrasados, semana que vem estou aí na sua terra para servir de ajudante de gerente comercial. E se alguém por aí quiser uma repórter gorducha, uma diretora doce ou uma cineasta frustrada, transfiro meu jornalismo para a UNIT e vou ser a sua caloura!

Manda um bocado de boas vibrações para esta de vida espiritual tão bagunçada!

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Atualizando currículum. Na boa: sou uma loser emocional, estou branca parecendo uma lagartixa, estou colocando um ponto final em mais uma história romântica às avessas, MAS O MEU CURRÍCULUM É UM SHOW!

PQP, essa menina manda bem demais no profissional, viu?

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Cresci escrevendo à mão. Óbvio, Selma, computadores só entraram efetivamente na vida de 95 para cá. Esses manuscritos foram-se perdendo ao longo do tempo, folhas que o vento levava para ler e nunca devolvia.

Com o advento do computador, criei uma dependência das teclinhas, do barulho dos dedos na barra de espaço, da facilidade que o backspace me proporcionava de geminianamente mudar de idéia quantas vezes eu quisesse, sem prejuízo à plástica do texto. Nunca mais consegui criar à mão. Sim, as exceções eram os "sufocos", quando tinha três minutos para redigir o texto da "passagem" da matéria, quando ainda acreditava que televisão era um paraíso. Aí era batata: sentava numa muretinha qualquer na rua, desligava o áudio externo e me concentrava em fazer o melhor txto do mundo. Hoje em dia eu não sei se conseguiria (CLARO QUE SIM!) escrever textos de passagem, decorá-los e gravá-los no curto espaço de dez minutos. Mas na época...

Ontem eu me deitei na cama, cigarros, cinzeiro, isqueiro, caderno, fotografias de um passado nem tão passado, agenda antiga aberta, e tive um surto criativo. Precisava escrever, e o computador do quarto está em coma. O da sala eu nem conto: mamãe viciada não libera o osso para situações emergenciais que passem de dois minutos e meio.

Abri o caderno de trabalho, que comprei numa outra dimensão ("another time, another place: a rock and roll fable"), fiz duas linhas de introdução, mudei completamente o fio da meada, e cobri três páginas de uma história doceamarga, ainda sem fim. Três páginas na minha letra tímida, meus garranchos bêbados, no caderno que me chegou junto com o caderno-irmão, que ficou com o doce Cris.

Doce Cris, inspirador de várias crônicas, amigo de ruídos comunicacionais, amigo que deve estar recebendo um email meu agorinha, agorinha... Email que aproveitei e rabisquei à mão, mesmo, como deveriam ser as cartas para os mais queridos.
Ah, homem!




Protótipo da série "Monte seu próprio cafajeste", ainda pode ser encontrado nas versões Dr. Felipe, Felipe Rock Star e Felipe Executivo. Saudade, saudade desse tranqueira que eu amo!

quarta-feira, julho 16, 2003

A mera repetição do padrão já faz com que tudo saia dos eixos. Eu vejo os capítulos da novela passando pela tela, um atrás do outro, enfileirados, e vejo que o episódio de otem eu perdi. Que diferença faz, se o de hoje, o de amanhã, o de ontem; o primeiro e o último são tão iguais entre si?

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Pois é... Não viajei! Não, isso não quer dizer que está tudo cancelado. Mas que eu duvido que eu ainda viaje essa semana, ah, isso duvido! O palco do evento tinha que chegar hoje na cidade, e nem contratado está. Idem para o som, a segurança, o buffet...

Droga, quando estou ocupada, consigo planejar melhor o resto da semana. Por causa da pressa, e do tempo exíguo, já tinha um roteiro de direção de imagens para o show de sexta feira. Agora, que estarei aqui para dirigi-lo, abstraí completamente até mesmo dos detalhes de produção...

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Têm umas fotos novas de viagem que vão vir pro blog... Será que hoje eu vou ter saco para consertar as fotos já existentes, e dar uma mexida no layout disto aqui?

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Diria um homem a quem admiro absurdamente:

— Vamos para casa, estourar pipoca, tomar vinho e perder a cabeça?

terça-feira, julho 15, 2003

Se eu disser que nunca me vi tão só, será a coisa mais mentirosa e injusta que já proferi.

Mas é a própria fé que me destrói; esses foram dias desleais.

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Viagem a trabalho, e a demissão não foi aceita. Lua alta, cheia, plena; e eu cá embaixo, contraponto lunar, vazia, oca. Lua prata, menina cinza, nem na lua a menina-Flicts achou sua cor irmã. Sozinha entre céu e mar, sozinha num caminho de madeira, ligando o coração apertado ao deságüe das lágrimas.

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E viajo de novo amanhã. Até segunda, estarei numa belíssima cidade sul-baiana fazendo um evento. Volto sexta, viajo na madrugada de sexta pra sábado. Segunda ou terça estou em Salvador de novo, e sábado de manhã viajo novamente. Gosto dessa vida...

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Querido Deus,

Eu queria te agradecer por ter feito o forbidden guy agir daquele jeito comigo. Que abraço quentinho, Deus! E queria saber se eu posso ajudar o menino confuso a se desconfundir. Entenda, Deus, ele fazendo confusão no time dele embola o meu meio de campo também. Ele não sabe se comportar. Não, Pai, não quero que ele se afaste, não, Senhor!

Ciúme? Como o Senhor sabe? Ah... o Senhor tudo sabe, né? Tá, não posso negar, estava morrendo de ciúmes... Mas eu disfarcei bem com aquele outro queridinho, não foi? Nãaaaaao, Deus, acho que não estou desviando o interesse para o amigo, não! Mas o Senhor sabe que eu já tive uma quedinha por ele, né? Acho que aquelas encaradas não quiseram dizer nada do que o Senhor pensou...

E seu humor, hein, Deus? Que coisa, né? Comecei a escrever sobre ele, e a música preferida dele começa a tocar! O que o Senhor está querendo sinalizar com isso? "Daniela, minha filha, não desista desse rapaz"? "Daniela, minha filha, você é forte e pode sobreviver sofrendo"? "Daniela, minha filha, não quero sinalizar nada, só gosto muito dessa música e queria ouvi-la"?

Whatever. Recebi seu recado, ontem, mas não consegui decodificar. Qual dos dois, Deus? Não estamos precisando rever nossos meios de comunicação? Hein? Hein?

Bom, aquele que me deu carona ainda não me ligou, mas tenho certeza de que vai faze-lo. Aquele, aquele mesmo, está mandando mensagens estranhíssimas, acho que nem ele está-se entendendo. O que há de ser dito sobre mim, então? Nada, né? E o forbidden guy me descobriu uma excelente oponente.

Se desse, o Senhor poderia sugerir para aquele, aquele mesmo, que ele tem que desfazer a bobagem que fez comigo? O Senhor podia dar uma força pra ele, Deus: ele está tão confuso, tão assustado com as informações que erradamente juntou sobre mim... Diz pra ele que sou inofensiva, que não vou mascar seu coração como chicletes? O Senhor poda dar uma chacoalhada violenta nele, e abrir aqueles olhos míopes, mostrando que é dele que eu gosto? Que não é do meu amigo espalhafato, nem do forbidden guy (não garanta nada em relação ao forbidden guy, Deus, para não passar por mentiroso!) que eu gosto; e que é dele, dos defeitos dele, das qualidades dele, dos hábitos dele, das manias dele que eu quero compartilhar?

Obrigada, Deus! Forza, bessos,

Dani
still playing chess

sábado, julho 12, 2003

Deus,

Não, não estou mais zangada. Como poderia, tendo o Senhor — e o seu senso de humor — como guia? Certo, Deus, pedir demissão no meio da balada já é estranho, ainda mais tendo o dia que eu tive hoje. Mas Deus, colocar os dois no mesmo lugar, e interessados em mim, ah, Pai, convenhamos, isso já foi exagero!

Não, pelo contrário, não estou me queixando, não! Mas olha só: cinco anos interessada por um, 3 pelo outro. Um sempre me encontrava profissionalmente, o outro até que ainda rolava fora do trabalho. E nada. Nunca.

O Senhor é engraçado, mesmo, viu? Me deixa naquela situação narcoléptica de manhã, e de noite me joga os dois bontinhos? E ainda me faz ter ciúmes de um terceiro? É brincadeira, né? E amanhã, o que virá?

De toda sorte, obrigada por ter mandado aquela carona providencial. Sabe como é, eu sei que os senhores Santos têm mais o que fazer além de ver as mocinhas tomando banho no rio e andando de moto de saia curta, mas... Sendo quem foi, sabendo do tamanho da volta que ele deu, vendo o quanto ele insistiu, vendo que ele mudou todos os planos por minha causa... Ah, Deus, valeu!

Mas em relação àquele outro assunto... Tenho uma outra chance, né? Como assim se eu quero?? Claro que quero! Não, Deus, mas acho que pode virar uma coisa mais séria. E... o Senhor sabe, né... talvez eu me sinta menos filha da puta por estar sentindo o que sinto... E tenho o Senhor como testemunha: tenho torcida para dar certo, não tenho? Então? Estou tão errada assim? Não, né?

Bom, se der, eu queria que o que me deu carona hoje se vire em três para conseguir meu telefone, e que ele me convide pra sair. Ao mesmo tempo, eu queria muito que aquele, aquele mesmo, descobrisse que sem mim ele não vive, que foi apenas um deslize, que ele preza pelo meu amor. Tá, eu ia pedir que aquele forbidden guy desse mais um passo na minha direção, mas aí já é ganância, né? Pondere, entretanto: a gente tem MUITO em comum, não tem? Olha pros dois juntos da próxima vez e me diz o que achou, certo?

Um beijo, Deus, fique com o Senhor mesmo!

Dani
playing chess...

P.S. Ah, o Senhor vai dar uma mãozinha no assunto demissão, né?

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Quem achar Dias Gomes na carta ganha um beijo! E aproveita, homem, que eu estou facinha...

sexta-feira, julho 11, 2003

Minha Valentina, sábia, uso seu post para falar de mim. E força, minha amiga querida!

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“...Senza fine... No hai ieri. No hai domani...

Baccio ”
.

Valeu, Marquinho... Tomara que não, mesmo!
E agora estou com crise taquicárdica em repouso.

Do caralho! Se morrer agora, ninguém nem percebe, nem deixo legado.

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Deus, eu lhe peço sabedoria para entender meu homem, amor para perdoá-lo, paciência pelos seus atos; porque Deus, se eu pedir força, bato nele até matá-lo!
E Augusto dos Anjos estava certo, sim.

"A mão que afaga é a mesma que apedreja"

E agora quem quer apedrejar sou eu! CHEGA de ser boazinha! CHEGA de tentar ser alma evoluída! Meu jardim de dentes de leão está sendo assassinado pelos pedregulhos que estou amealhando. Escavei minhas flores para procurar as pedras que me jogaram há tempos. Quebrei as unhas, lacerei as pontas dos dedos, perdi o que tinha de mais belo. Mas estão lá, todas elas, pedrinhas, cascalhos, seixos antigos, todas para a minha pilha.

Não vou me restringir a devolver as pedras que me foram lançadas por mãos que afagaram. Já achei umas pedrinhas minhas, pedras boas, grandes, sólidas. Feitas para acertar o alvo e destruir. Para voltar pra luz, só mergulhando fundo nas trevas. E eu acho que vou gostar de lá... Ah, se acho!

Alguém lá em cima "gosta" de mim

Horóscopo dele:

Alguém que acompanhasse suas idéias, seus gostos... isto é o que tem desejado de um ano para cá. Agora, você tem atividades junto com essa pessoa. Aproxime-se dela.

Meu horóscopo:

O difícil é um sentimento amoroso ganhar concretude, ser admitido por você como algo definido e dirigido para uma pessoa. Pois é exatamente isso o que acontece agora.

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Porreta! E só me dizem isso depois do QTO de hoje!

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Esta que vos fala está de mal com Deus!

Chega, Deus, das suas piadas herméticas! Sou sua filha, sim, mas isso não se faz nem com vermes de lixo! Sou seu instrumento, não sua boneca!

quinta-feira, julho 10, 2003

Certo, ainda falta consertar as fotos (ou colocar mais).

MAS VALE A PENA rodar a página até embaixo para ver cada uma das fotos... Pode ser que você encontre uma sua dando sopa por aí...
Está no ar:

O NOVO TEMPLATE DA DANI!

Com:
.fotos do lado: é só clicar
.novas informações
.bandas novas
.cores novas
.superfotografia!


Falaê: o que você achou?


Samuel

Um erro, e o polianismo fez com que virasse acerto. Um abraço, as velhas brincadeiras de quem me conhece de outras micaretas. Meu amigo querido, baterista da melhor qualidade, amigo. Amigo, o único que me defendeu quando me acusaram injustamente de double face (sou gêmeos mas sou gente boa!). Amigo, sem pudores de ficar abraçado comigo, sem-vergonha, sem vergonha de pedir uma massagem nos ombros doridos de baterista.

Amigo, daqueles que a gente não vê todo dia, daqueles que não têm vergonha de manchar a roupa alheia de lágrimas, mas também não poupa um desavisado da sua risada de dentes madreperolados. Riso de alma; alma meio torta, sim, e mais saborosa ainda por causa dos defeitinhos. Bonito, bonito que nem um pecado, doce, irreverente, ligeiramente inseguro — e tenho certeza de que ele nega isso! Amigo que meu coração não deixava os olhos esquecerem.

Companheiro de folguedos, alma que corre com a minha por campos que os corpos não alcançam. Amiguinho que sopra dentes de leão comigo, e corre atrás de cada pétala ao vento, arrastando a garotinha ruiva atrás de si. Filho dir(L)eto de Vênus, tourinho com ascendente em gêmeos, pequeno Mercúrio, Mercúrio-deus, mercúrio-metal.

Pessoa querida, que encontrei num erro de cálculo e informação. "O primeiro estúdio termina às 7, o segundo começa logo a seguir". Ele era da turma do primeiro estúdio. O segundo, que era o que deveria me interessar, começou, na verdade, às 10 da noite. Sabendo desse delay de 3 horas entre um ensaio e outro, teria eu ido? E se eu não fosse, ia conseguir viver mais um dia sem aquele abraço, sem ouvir aquela voz debochada: "Desliga esse telefone porque eu sou mais importante"?

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Eu não sei pra quê me cubro de expectativas. Deus tem um senso de humor irrepreensível...

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Olhos cansados que volta e meia se procuravam. Achavam, sorriam numa piada tácita, desviavam, para novamente se acharem. Olhos de águas calmas, a paz enfim achada, olhos que jogam as amarras para serem atracados nos outros olhos. Sossego de alma, que sonha em dormir ancorada naqueles braços, porto abandonado para um barco só. Braços-quebra-mar, impedindo a ressaca de chegar; braços que protegem aquele espírito intranquilo dos sonhos maus. Mãos que afagam, sem pedras para completar o vaticínio do Augusto dos Anjos.

terça-feira, julho 08, 2003

Amigos

Responda rápido, Querido Leitor: o que é um amigo?

Eu disse rápido! Nada? Uma ajudinha, então?

Amigo não precisa de tempo cronológico. Amigo precisa de coisas em comum, de carinho recíproco, de cuidado com o outro. Amigo precisa de respeito, de integração. Amigo precisa ser cúmplice. Tem que gostar de dividir picolé, latinha de cerveja, sonhos e tragadas de cigarro. Amigo não precisa morar na mesma cidade. Basta amar, e dar ao outro o conforto da certeza de ser amado.

Amigo não pode ter nojo de lágrimas. E não é só das lágrimas dos outros, não: amigo não pode ter nojo das próprias lágrimas. Tem que poder contar com aquele outro ombro, tem que ter coragem de molhar a camisa do amigo com as lágrimas, ao invés de misturá-las à chuva ou ao chuveiro. Amigos têm piadas particulares, amigos se entendem até na mudança do ritmo da respiração. Amigo deixa de ouvir a música preferida porque traz lembranças tristes ao outro.

Amigo reconhece pelo tom de voz que a vontade do outro não é de falar do azul do céu, e sim do cinza da alma. Amigo faz rir na hora certa, mas sabe ouvir e ser solidário quando precisa. Amigos podem ser práticos ou emocionais. Podem ser a voz da consciência, podem ser a imagem da doce irresponsabilidade.

Amigos topam os programas mais indígenas pelo prazer de ter a companhia do outro. Amigos flexionam, gastam combustível para rodar de carro com o amigo que precisa espairecer. Amigos gastam rios de dinheiro para ir com o outro àquele show que jamais iriam, só porque o objeto da paixão do amigo estará lá. Amigos ouvem, aconselham, calam, riem, tudo na hora certa. Amigos dividem. Amigos somam.

Amigos magoam? Isso eu não sei. Acho que não. Amigos tentam com tanto empenho fazer o outro feliz que... Não, amigos de verdade não magoam. Amigos são leais, mesmo que doa no outro. Mas aí não é uma mágoa que vem do que o amigo fez. Vem das verdades que o amigo faz enxergar, e acredite: é só para o bem do outro.

Amigos não são movidos por motivos torpes. Amigos são movidos pela nobreza. Amigos são protetores, são confessores, são guardas da entrada do jardim de cada um. Amigos entendem, respeitam, protegem, acolhem, animam.

Amigos não magoam. Em definitivo, amigos não magoam.

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A pergunta não é: Você tem amigos?

Não, Querido Leitor, não vou vou remete-lo ao inferno no qual fui lançada hoje, depois de me fazer esta perguntinha. A pergunta é mais simples: Você, Querido Leitor, tem sido amigo?

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Tenho sentido falta de amigos.

Sono

Apagar: 23:30
Perder o sono por completo: 3:00
Mudar de lado na cama: 3:01
Voltar a colocar a cabeça no lugar dos pés: 3:16
Cabeça de volta no travesseiro: 3:22
Pés de volta no travesseiro: 3:28
Cabeça de volta no travesseiro: 3:34
Tentativa de meditação: 3:35
Virar de lado: 3:41
Virar para o outro lado: 3:44
Lembrar da meditação da zebra: 3:45
Risadinha sem som: 3:45:13
Desistência da meditação: 3:46
Debate sobre ler ou não: 3:48
Desistência da leitura: 3:56
Pensar sobre o nada: 3:57
Internet: 4:11

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Ti passou o final da tarde aqui.

Na pauta: gargalhadas, power pink, os homens da nossa vida; passado, presente, futuro, planos de Chapada Diamantina, São Paulo, tarot, waffles. Bom, muito bom achar alguém de quem certamente fui separada no nascimento...

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Entra no ar, dentro de mais alguns testes...

O NOVO TEMPLATE DESTE BLOG!

domingo, julho 06, 2003

Que espécie de ser humano, reconhecidamente indie, sofre dor de cotovelo com um forrozinho chamado "Colo de Menina"?

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Pois é, este ser humano que vos fala sofre horrores neste exato momento, com três telefones em volta do teclado, num dilema violento: ligar ou não ligar?

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Relendo direitinho o último parágrafo...

Rá, eu me sacaneio até sem saber!

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Bem-me-querem os olhos, mal-me-quer o silêncio.
Bem-me-quer a companhia, mal-me-quer a inércia.
Bem-me-quer a cumplicidade, mal-me-quer a saudade.
Bem-me-querem as cores e as coisas pra me prender.
Bem-me-querem aquelas mãos no meu rosto.
Bem-me-quer. Bem-me-quer.

A vida só tem graça assim: formatura de um dos melhores amigos, e lá encontrar um amigo de quase dez anos de cumplicidade.

Chacal, o penúltimo do bando a pegar o canudo (só falta eu, agora), arquiteto de fato, porque de direito já é há anos. Festa impecável, e olha lá: LP, autodenominado sósia do Marcelo Antony, amigo dos tempos do cursinho, como Chacal, como Rosinha. Como Nino, agora Khaled, músico formado pela Univesidad Catolica, dançarino de pagode. *sigh* Cada um escolhe o próprio caminho.

E dancei, conduzida pelo coração, pela oportunidade e pela saudade. Dancei, conduzida pelo Ricardo LP, fechando a pista, um zouk chamado "Lourinha", e voltei a ser a única. Mesmo exibindo ruivas melenas, voltei a ser a lourinha, que escondia os cabelos dourados, que sorria rasgado para o amigo querido quando a música virava para o zouk.

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E não é de vez em quando eu me pegava pensando que ele estaria lindo de terno, que ele estaria feliz ali, no quanto os meus amigos iam gostar dele, no quanto eu dançaria com ele lá? Eu só passei a conjugar o verbo dançar na primeira pessoa do singular por causa dele. Não é justo que nesses dois dias em que lavei a alma nas pistas de dança ele tenha estado de fora!

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E para coroar, um email de encher os olhos d'água. Obrigada, Nane, por tudo o que você disse.

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E sigo madrugada adentro a madrugada ouvindo "Cuando los ángeles lloran", do Maná, pensando no que raios eu fiz de errado pra Deus achar que eu tenho que ficar sozinha.

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"Telefona, não deixa que eu fuja, me ocupa os espaços vazios!
Me arranca dessa ansiedade, me acolhe, me acalma
Em seus braços macios"


O que é que há?, FJ

sábado, julho 05, 2003

Com os joelhos arrebentados, está difícil digitar na habitual posição de lótus.

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Tanto a fazer, tanto a dizer, e eu aqui, imóvel como uma palmeira imperial do Jardim Botânico, que mudou de lugar pela última vez com a vinda da Família Real para o Brasil...

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Já comecei a trabalhar nas fotos do show de ontem, "Enquanto seu lobo não vem". Vão fazer companhia pras que estão .

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Não bastou 'facom daniela "tv bahia"

Agora chegou um filho de Deus procurando por 'daniela namoro "tv bahia"

Daniela, da FACOM, da TV Bahia, espero que seja eu. Mas onde entra a parte do namoro?

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Dani ainda quer casar!





Moto. Motocicleta. Dores atrozes no joelho. Ralados monumentais nos dois joelhos. Sangue. Diversão. PESSOAS, ACREDITEM: NUNCA, EM TEMPO ALGUM, ME DIVERTI TANTO QUANTO HOJE!

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Sim, por algum tempo olhei pro lado, procurando. Por algum tempo eu achei que aquele cheiro era dele. Meu. Por instantes, o frutado no ar era prenúncio de amor, não de rima contrária.

Só por hoje. Só por hoje eu deixei o compasso seguir por outra banda. Só por hoje eu deixei a banda marcial assumir. E esse MALDITO cheiro de FRUTA que não me deixa esquecer.

Eu sabia. "Mais uma vez, amor! Te abraçar de verdade...!"

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Entendam:

ENTRE EU E DEUS NÃO HÁ INTERMEDIÁRIO!

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Que falta, Deus, que falta que ele me faz.

sexta-feira, julho 04, 2003

Estou trabalhando no layout novo do blog, agora problemas de java resolvidos. A cor nova tem 15 minutos e já me irritou.

T.E.R.M.I.N.A.T.E.D.



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Ouvindo Maná de novo, numa fossa de dar exemplo:

— Se você se apaixonar vai ficar que nem a Daniela!

Menina nenhuma nunca mais se apaixona. Não dá certo, viu, garotas? Em definitivo, não dá.

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Paixão dá, sim... quando termina. Agorinha mesmo vou ligar para uma ex-paixão que virou amiguinho, e vou poder dizer, sem frescuras, que estou morrendo de saudades, que ele é lindo, e tudo o que eu queria estar dizendo pro outro.
Seja Arembepe, seja Lençóis, seja o quinto dos infernos: eu vou SUMIR por uns tempos assim que sair dinheiro.

Mas sumir mesmo, sem celular, sem destino, sem notícia. Só minha mochila, um ou dois bons companheiros, meus livros, meu discman e minhas decisões a serem tomadas. Eu, silêncio, cigarros, alguns monossílabos trocados com os bons companheiros, e espero ratificar uma decisão: adeus mundinho freelancer.

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Minha Valentina, tem vaga aí na sua terra pra uma quase jornalista?

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Motorista espiritualizado

Papai, espírita praticante, no trânsito, enquanto "desfila" um pedestre na frente do carro em movimento. Calmamente, ele resmunga:

— O que é? Resolveu desistir da sua missão na Terra? Assim, no meio?

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"Amélia é que era mulher de verdade!"

Dani quer casar. Pronto, resolvi. Não quero mais ser profissional de nada, de jornalismo, de produção, de direção, de nada. Quero ser mãe. Mãe de uns cinco, com um cara bacana para reger essa prole toda. Quero copos de refrigerante virados atrás do sofá, ao invés de filhos-abajures, arrumadinhos, sentadinhos. Quero bolinhas de gude pelo chão da sala, chão marcado de lama de pequenos pés, barulhos de risadinhas estridentes de crianças felizes.

Quero aprender musiquinhas infantis, assistir aos programas para saber se os meus pequenos poderão acompanhar, ir ao cinema para ver os filmes animados aos quais nunca assisto. Quero uma horda de cachorros entrando e saindo da casa, patas e pezinhos marcando compasso para o meu coração bater melhor. Quero um marido chegando em casa todas as noites, quero poder escolher com carinho a receita do jantar, quero levar e pegar as crianças na escola, quero ganhar desenhos tortos, cinzeiros tronchos e beijinhos lambuzados de chocolate e amor.

quinta-feira, julho 03, 2003

"Me encantaría quererte un poco menos.
Cómo quisiera poder vivir sin ti."


Vivir sin aire, Maná

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Mais uma história. Mais uma trilha sonora que foi lançada e encalhou nas prateleiras. Nem para o saldo vai. Cómo quisiera lanzarte al olvido.

Ele não é o meu tipo. Em dias normais eu jamais me apaixonaria por ele.
Mentira.
Ele é exatamente o meu número de homem, e eu tinha um cardápio variadíssimo. Entre todos, ele.

O cardápio continua lá. Eu é que perdi a fome. Perdi aquela alegria pré-gastronômica, aquele sorriso matreiro na hora do pedido ao maitre.

Whatever. Estou chegando a um ponto em que a decisão do rumo a dar na vida é urgente. Se nada mais me segurar aqui, vou-me embora pra qualquer lugar do mundo, como baby sitter, waitress. Programa de au pair existe para emendar corações partidos.

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"Un ángel cayó
un ángel murió
un ángel se fue
y no volverá
Un ángel cayó
un ángel murió
un ángel se fue
se fue volando en madrugada
Cuando los ángeles lloran
Cuando los ángeles lloran
lloverá"


Cuando los ángeles lloran, Maná

quarta-feira, julho 02, 2003

Sim, liguei. Sim, ele ligou também. Ao mesmo tempo em que me convenço de que nada mais pode dar certo, a luz piloto continua ligada, baixinha, como aquecedor a gás de chuveiro. Ainda vivendo, ainda sorrindo os mesmos sorrisos mecânicos, ainda pensando que dessa vez poderia ir.

Certo, posso ligar amanhã (uh... hoje?)? Posso. Devo? Meu coração diz que sim, e esta foi uma noite onde aconselhei mais que tudo: faça o que o seu coração mandar! Se serve pros outros, por que não pra mim?

Beleza, porque estou com um frio de rachar, frio no corpo, na alma, ouvindo Maná, e me perguntando a que raio de hora eu poderia ligar sem atrapalhar ou acordá-lo. Lendo horóscopos, meu e dele, procurando coincidências onde... Melhor nem dizer.

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Do you love me
Or do you not?
You told me once
But I forgot!

terça-feira, julho 01, 2003

Eu queria saber se, sendo o seriado da Sony que a minha vida é, ele está, a essa hora, ouvindo as minhas músicas preferidas. Porque eu estou baixando as músicas preferidas dele, e nos intervalos entre uma e outra, ainda ouço alguma coisa caracteristicamente dor-de-cotovelo.

Já montei mentalmente duzentos e dezoito set lists, já trilhei esse episódio um sem-número de vezes, já incluí músicas de 3 ou 4 idiomas que não domino. Perdi a sanidade em algum lugar dos últimos 5 dias. Estou filosofando em inglês, sofrendo em italiano, resmungando em alemão, e ainda tenho a cara de pau de salpicar umas frases em francês pelo meio dessa balbúrdia babilônica; o coração bate em espanhol, e o português já não me serve mais nem para dizer que "sim, estou sim morrendo de saudades, sim, queria ter ligado, sim, quero ver você".

E quando estou reequilibrando todos os chakras — inspira, expira, visualiza as cores, Daniela! — recebo um email:

"Ele não é seu namorado??? Nossa, mas parece que vocês estão juntos há muito tempo, têm uma afinidade enorme"!

Não, amiguinha, e ele está sendo sumariamente deletado da minha vida... Só pego caminhos que me conduzam à ternura, agora...