quinta-feira, julho 17, 2003

Um telefonema da minha Valentina, e o mundo ganhou um calorzinho tão gostoso...

Minha amiga admirável, querida, boa ouvinte, ponderada, boa energia, boa conselheira. Se saírem os atrasados, semana que vem estou aí na sua terra para servir de ajudante de gerente comercial. E se alguém por aí quiser uma repórter gorducha, uma diretora doce ou uma cineasta frustrada, transfiro meu jornalismo para a UNIT e vou ser a sua caloura!

Manda um bocado de boas vibrações para esta de vida espiritual tão bagunçada!

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Atualizando currículum. Na boa: sou uma loser emocional, estou branca parecendo uma lagartixa, estou colocando um ponto final em mais uma história romântica às avessas, MAS O MEU CURRÍCULUM É UM SHOW!

PQP, essa menina manda bem demais no profissional, viu?

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Cresci escrevendo à mão. Óbvio, Selma, computadores só entraram efetivamente na vida de 95 para cá. Esses manuscritos foram-se perdendo ao longo do tempo, folhas que o vento levava para ler e nunca devolvia.

Com o advento do computador, criei uma dependência das teclinhas, do barulho dos dedos na barra de espaço, da facilidade que o backspace me proporcionava de geminianamente mudar de idéia quantas vezes eu quisesse, sem prejuízo à plástica do texto. Nunca mais consegui criar à mão. Sim, as exceções eram os "sufocos", quando tinha três minutos para redigir o texto da "passagem" da matéria, quando ainda acreditava que televisão era um paraíso. Aí era batata: sentava numa muretinha qualquer na rua, desligava o áudio externo e me concentrava em fazer o melhor txto do mundo. Hoje em dia eu não sei se conseguiria (CLARO QUE SIM!) escrever textos de passagem, decorá-los e gravá-los no curto espaço de dez minutos. Mas na época...

Ontem eu me deitei na cama, cigarros, cinzeiro, isqueiro, caderno, fotografias de um passado nem tão passado, agenda antiga aberta, e tive um surto criativo. Precisava escrever, e o computador do quarto está em coma. O da sala eu nem conto: mamãe viciada não libera o osso para situações emergenciais que passem de dois minutos e meio.

Abri o caderno de trabalho, que comprei numa outra dimensão ("another time, another place: a rock and roll fable"), fiz duas linhas de introdução, mudei completamente o fio da meada, e cobri três páginas de uma história doceamarga, ainda sem fim. Três páginas na minha letra tímida, meus garranchos bêbados, no caderno que me chegou junto com o caderno-irmão, que ficou com o doce Cris.

Doce Cris, inspirador de várias crônicas, amigo de ruídos comunicacionais, amigo que deve estar recebendo um email meu agorinha, agorinha... Email que aproveitei e rabisquei à mão, mesmo, como deveriam ser as cartas para os mais queridos.

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