segunda-feira, dezembro 31, 2007

Horóscopo da Bárbara Abramo

Você faz parte do grupo zodiacal que precisa ter muita calma nesta virada do ano. Marte retroage para seu signo nesta tarde, opondo-se a Plutão. O estrago pode ser grande se você se meter em brigas. Nascidos nos últimos dias do signo devem evitar riscos a noite. Vênus e Lua minguante mantêm o alto astral nas amizades. Esperanças!


Por um milésimo de segundos a idéia de me meter numa briga grande, de socos mesmo, escoriações e hematomas, me deixou empolgada. Não vou desejar, porque as coisas que eu desejo volta e meia acontecem, e D*us sabe o tamanho do problema que estou tendo desde que naquele dia, num longínquo passado, em que eu disse:

— Ah, quer saber de uma coisa? Se quiser deixar embolar, que embole!

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Será que estou sendo avisada de que o melhor mesmo é ficar em casa, no Reveillon do Faustão?

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Eu queria dizer que comprei uma saia no. 38. TRINTA E OITO. Esta diva agora usa manequim 38/40. QUASE UMA GISELE!

domingo, dezembro 30, 2007

In der welt zein


Eu só me sinto pertencendo ao mundo em duas ocasiões, atualmente. Uma é entre os meus (poucos) amigos, no bar de sempre. É quando estou flanando entre mesas, conversando com pessoas a quem eu dedico alguma estima, sendo cutucada tão carinhosamente pelo garçom-chapa.

A outa ocasião me atingiu como um raio, hoje. Levei a Lourinha para a passagem do som do show de amanhã, na Barra. Casaco para as duas na mochila, shorts, tênis e fomos nós. Essa é a minha vida, essa de preparo dos eventos, sets e estúdios, e queria que ela visse um pouco do processo através dos meus olhos.

Eu não estava preparada para ser acachapada dessa maneira. Foi uma confluência de fatores: o sol se pondo, o céu já meio tinto de vinho; as notas graves da percussão sendo passadas, num martelar surdo que acertou a marcha do meu coração. A house montada, a turma da TV lá no alto, afinando câmeras, as gruas montadas, os últimos pares de luz de platéia sendo içados.

Eu fiquei ali, parada, contemplando aquele universo em metal e som, e toda aquela gente querida transitando, fazendo, movendo as rodas do processo pré-evento, que a esmagadora maioria nem se dá conta de que acontece. Esse foi o momento do estalo: EU SABIA EXATAMENTE O QUE ESTAVA ACONTECENDO.

Eu sabia em que etapa da afinação as câmeras estavam, porque a torre da house era construída onde estava, que o telão de leds devia ter 7 mm de espessura, e que não devia ter vindo de Salvador. Sabia calcular quantas câmeras seria usadas, sabia quem era a equipe que estava lá, conhecia a empresa de som, cumprimentei chefe de carregadores.

Isso tudo veio num átimo de segundo, como um clarão de flash. Aquele assunto eu dominava. Àquele mundo eu pertenço. Aquilo faz parte da minha rotina, eu conheço todos os trâmites para se chegar a um evento desse porte. Mesmo que o evento não seja meu, eu faço parte dessas engrenagens!

Quando me dei conta de que ali era um lugar confortável para mim, dos poucos no mundo, eu me senti poderosíssima, muito mais do que em outros dias de epifânias. Senti como se fosse feita do mesmo aço das estruturas, como se comungasse com o som que agora vinha de dentro de mim, como se fosse o lilás que pintava o céu. Senti poder fluindo para e de mim.

Pisei os pés no chão de novo, e ainda plena dessa força, peguei a Lourinha no colo, e fui explicar para ela sobre as alegrias de se ver um show de dentro da house.

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Aquele colega de trabalho não mais tropeça nos próprios pés quando me vê. Mas foi IMPAGÁVEL ver a carinha dele quando esbarrou comigo hoje, na passagem de som. Tenho certeza de que eu era a última pessoa que ele esperava encontrar ali. E foi quase um esbarrão mesmo, quase físico.

Eu achava que era a última pessoa adulta do mundo a ficar ruborizada. Mas ele... Ele superou a mestra. Ficou tão atarantado que não me cumprimentou. Odeio falta de educação, mas vindo dele, sempre polidíssimo, eu sei que foi o susto, e não descortesia.

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Nos vimos nos últimos dois dias, conversamos muito, rimos e falamos sério. Em algum momento ouvimos somente a voz um do outro. Quando ele vai embora, eu não consigo NUNCA me lembrar da sua voz. Eu sempre limo o timbre da risada dele da minha cabeça. E sinto uma falta, porque mesmo não lembrando, eu sei que é um som que me deixa feliz.

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No hai ieri, no hai domani

Em 15 minutos terei um blog novo. Sem assinatura, sem traços, sem soltar as tiras, nem deixar cheiro. Tem muita coisa que está engasgada e que vai ser vomitada ali. Nem adianta procurar. Não vai estar vinculado a nenhuma conta do blogspot que eu já tenha.

I still haven't found what I'm looking for

Ainda dor de cabeça. Ainda irritação. Merda.

Reclusão hoje. Sinto cheiro de Little Miss Sunshine e Girassóis da Rússia.

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Não sei porque estou postando. Não se consegue abrir o blog...

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The final countdown

Andei fazendo umas perguntas aleatórias por aí, adorei as respostas, e o que era uma opção vai passar para prioridade. Queria ser uma mosquinha para saber como foi o show de ontem, mas não tem nada não. O meu counter do Google todo dia mostra um número a menos. Falta pouco, e tudo conspira para terminar bem.

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Mochila, short, tênis, casaco e Lourinha. Indo mostrar para a minha cria como se monta um grande evento.

Vou ganhar o mundo e volto.

Dor de cabeça

Nada como uma boa irritação — e um blues esquisito — para fazer a manutenção da dor de cabeça, não é mesmo?

o.O

Ultimamente tenho tido dores de cabeça como reação física à irritação, ao desgaste e aos problemas sem solução. Acho que o corpo enfim descobriu que não posso mais desovar as frustrações em comida, e resolveu somatizar para outro lado.

Desde a noite de ontem que estou com um leve latejar na cabeça, e hoje atingiu a força máxima. E eu sei que não adianta encher a fuça de analgésico, sair do computador, nada. Adianta *mesmo é o porra do vizinho parar de mexer no motor na garagem do prédio e deixar de jogar monóxido de carbono dentro da minha casa* — não era isso que eu ia falar, mas odeio esse cheiro de fumaça de escapamento. Adianta mesmo é ordenar a cabeça, traçar metas e segui-las.

Sim? E? Como?

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De casaco, janelas fechadas e enrolada no edredon. Esse calor insuportável não abranda o frio da alma.

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Dormi cedíssimo — para os meus padrões — e estou louca de sono.

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Menos que à humanidde, entendo a mim.

Sabedoria popular

Num bom baianês

CANSEI, BRÓDER! CANSEI PARA CARALHO!

sábado, dezembro 29, 2007

nunc obdurat et tunc curat ludo mentis aciem



Carmina Burana me tranquiliza. O crescendo da cantata, o rebuscado da melodia, a participação coordenada de cordas, sopro, percussão, tudo isso me serve de espelho da alma. É uma peça densa, intensa, de letra e melodias arrebatadoras.

Eu só ministro Carmina Burana quando estou no máximo da tempestade emocional. Quando estou no limite da razão, no limite do raciocínio, no limite de tudo. Eu só me permito degustar Burana quando não quando fraca, mas quando frenética. Quando a razão começa a perder terreno para o sentimento, quando o espírito não acompanha mais o ritmo dos pensamentos.

Hoje eu me permiti viver Carmina Burana o dia inteiro. O título do post foi minha frase de MSN hoje. Faz todo o sentido. Mas só fez sentido porque eu assim permiti. Porque eu sei — ou penso que sei — até aonde vão minhas elucubrações e onde começam os meus problemas. Embora há alguns dias eu tenha dito que perdi o controle sobre o que sinto, acho que lentamente estou retornando á sanidade.

Algumas coisas aconteceram, e me deram suporte para o turning point. Vou muito longe e muito fundo, tudo muito rápido. Se não encontro respaldo, eco, coloco os pés no chão e dou o impulso pra cima de novo. O caminho de volta dói, a descompressão não é feita no tempo adequado, mas quando chega à superfície, estou com a minha cota de arranhões, lacerações e contusões. Sempre volto viva. Sempre. De tudo.

o.O

O outro lado da moeda é que se encontro alguém que me aceite intensa e inteira como sou, subo o monte mais alto do mundo para fazer essa pessoa feliz. Vivo para sempre nas profundidades do que sinto, se estiver com alguém tão denso quanto eu.

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Essa jornada dupla cansa, mas está sensacional!

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Eu ia contar mais uma historinha da época da faculdade, intimamente ligada a Carmina Burana, mas como estou com o horário apertado, deixa para amanhã. Ou não.

Pão e circo

Sacanagem alheia é uma coisa que ainda me deixa estarrecida. Não há ABSOLUTAMENTE NADA no mundo que justifique uma gentilza ser respondida com uma grosseria, uma falsidade.

Eu estava na minha, quieta, e assim vou continuar. Também acho que ABSOLUTAMENTE NADA no mundo justifica eu entrar numa disputa por alguém. Minhas disputas não saem do âmbito profissional, e sempre cercadas de companheirismo e ética.

Jamais negando o interesse no pomo da discórdia, jamais negando que sim, o sujeito em questão muito me interessa, mas vamos lá: disputa de mesa de bar, e ainda usando fofoquinha e maledicência? Ah, não. Ah, não mesmo, não tenho idade, não tenho (má) índole, não tenho essa descrença toda para desacreditar nos humanos antes de ver as provas.

Não entro na contenda por livre escolha, mas vou dizer: se me colocarem dentro da arena à revelia, eu fico. Fico, fecho eu mesma os portões do picadeiro, mostro as garras e sorrio. De lá de dentro só sai uma pessoa viva. E essa pessoa habitualmente sou eu.

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Talvez no tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei como encantada ao lado teu


Chico

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Mãos geladas, frio, toda encolhida, soprando as mãos. Aquele gentleman querido desceu as escadas da arena, digo, bar, foi até a moto, pegou seu casaco e o acomodou carinhosamente nos meus ombros.

Começou ali o caso de amor entre eu e aquele agasalho azul lindo, cheiroso e quentinho, que me abraçou a noite toda e manteve minhas mãos quentinhas. Maior que eu, passou todo o tempo cuidando de mim, foi a presença forte e tranquilizadora que eu precisava.

Hora de ir, sleep tight and wake bright. Como amantes apaixonados, fomos separados à força. Dele, ficou em mim o cheiro e a sensação de pele contra pele. Nele, deixei um rastro do meu perfume francês, meu calor e o espectro da saudade.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Historinha

Então eu lembrei de uma historinha sem-graça da época da faculdade.

Sempre me senti profundamente inadequada nos corredores acadêmicos. Meu mal-estar perdurou até o último dia em que passei ali, e sempre me senti como a caloura que fui no primeiro semestre.

Tive um professor famoso pelos comentários jocosos, pelo horror que tinha à mediocridade, pela língua ferina e pela genialidade. Eu sempre tive quase medo dele, quase medo de ser alvo do deboche do dia, o que me transformava na aluna mais calada, assídua e cumpridora dos deveres.

Precisei faltar a uma das aulas — certamente estive à beira da morte. Queimava todas as aulas da faculdade, menos as dele —, mas na aula seguinte estava lá, calada, séria.

Chamada — sim, ele praticava esse ritual pré-escolar —, e chega no meu nome. Ele só me chamava pelo sobrenome.

— Henning?
— Aqui.

(ative a voz irônica, e visualize o sorriso debochado que lhe eram naturais)
— Henning, você faltou à última aula. Senti sua falta.

Rasguei o rosto com um sorriso de canto de boca, da mais pura incredulidade. Sentiu minha falta? Ah, vá procurar outra vítima, professor-doutor!

— Finalmente, já no fim do semestre, consigo ver um sorriso seu, Henning. Mesmo que seja de escárnio, mas um sorriso!

O sorriso alargou, e os cantos da boca se curvaram pra cima. Ele me fazia sorrir, sim, e dessa vez não mais de escárnio. Não me lembro de ter sorrido de novo na sua aula, e ainda cometi o pecadilho de escolher outra matéria que ele dava.

Era isso.

CHICO - Eu avisei que não era uma comédia. Se você achou que era, o problema é seu."
Roteiro Anchietanos - Gerbase, Furtado, Assis Brasil

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Feche agora ou cale-se para sempre
Daqui pra baixo, só copy & paste

Eu escrevi isso em 2004.

Eu preciso fazer escolhas, e como todo mundo, me sinto acuada. Escolha entre um e outro, escolha entre verdades, entre caminhos, entre procedimentos. Escolher amigos, escolher histórias, escolher companheiros de cama, mesa, banho e afetos.

Preciso escolher entre quais as atitudes devo tomar, sobre o que vou fazer no minuto seguinte, e quando faço, passo todo o tempo me remoendo sobre se fiz certo ou não. Preciso escolher entre um beijo e o que virá, preciso escolher entre ter medo pra sempre e me machucar de novo. Preciso escolher entre rir até estourar os pontos das feridas e ficar quieta, cicatrizando a costura feita de agulha rombuda e fios de coragem.

Para cada escolha, uma dor e um amor.


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Outro copy & paste

Esse texto pediu, através de In My Life, para ser repostado. Não é meu. É dele. É a mais linda declaração de um amor ainda não-realizado.

"Para quando eu me apaixonar, para quando eu me tornar piegas

E vou colecionar tuas fotografias de criança. Adivinhar o caminho que a tua testa sob a franja, tuas sobrancelhas e tua boca de menino sério fizeram até o dia em que nos conhecemos. Eu sei que vou ser ridícula quando te amar. Ficando acordada até às cinco, pra decorar os detalhes do teu corpo naquele cinza final da madrugada. Quero saber como você abraça o travesseiro. Se dorme de lado ou de bruços. Qual é o remédio que você guarda no fundo do armário do banheiro? Apaixonada eu fico mais piegas. E espero do teu lado sem pedir licença. Vamos assistir nossos desenhos favoritos. Vou gravar uma fita com aquela música da tua vida. Quero ser o intervalo na respiração de Annie Lennox quando ela estiver cantando no teu som, na sala do teu apartamento, com as luzes apagadas. Vou doer no teu coração, quando você escutar aquela frase de guitarra em In My Life. Ainda vou ser tua nostalgia. E eu quero te ver colocando band-aid num machucado. Cobrar o troco do pão e do leite na padaria e te pedir pra guardar no bolso. Beijar a curva do teu pescoço. Com você, não vou ter medo do escuro."

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E mais um

Dele, mas sempre minhas.

por favor alguém aí, dê um sentido pra minha vida. qualquer um serve. o que realmente não pode é continuar assim. eu tou cansado de coisas terminando antes de começar, começando no momento de sair e acabando no momento de transformar.

eu preciso de um sentido pra minha vida. de verdade.

Sem rede deproteção!

Três e meia e eu ainda não li nenhum horóscopo?? Sério?

Sono

Em algum momento eu vou ter que dormir decentemente, não esse arremedo de sono que diz a lenda que eu tive.

07:21, e nada bem pelas bandas de lá. Nada de respostas.

So I can hold U in my arms...

Depois de quase dois meses, foi com o seu cheiro que fui deitar. Com a sensação quase táctil da sua mão na minha cintura. Com o seu sorriso de canto de boca. Com a memória que a pele não perde.

o.O

E ainda assim não foi por isso que minha alma se rompeu em fragmentos inalcansáveis. Não foi por isso que vi meus olhos se espatifando no chão, se dividindo em milhões do outros pequenos olhinhos. Todos, todos eles a me observar, a enxergar essa figura patética que novamente se curvou em cima da própria insignificância e chorou o pranto calado dos que perdem com alguma — pouca — dignidade.

Os dias não têm sido fáceis, e por culpa absoluta minha. Só que depois de hoje o jogo voltou a virar pra mim. Quase como ganhar no bicho, milhar, com dez reais empatados. Se eu não estivesse tão vulnerável, tão exposta, nada disso estaria acontecendo. Mas está, e o melhor que podia acontecer, aconteceu hoje. O perfume que me acalma, me conforta, me faz dormir, que embala meu trabalho — porque sim, voltei para o contrato — e o meu sono, não é o dele.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Viva, sim...

Mas a que preço?

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Eu ia começar dizendo que deu tudo errado. Mas não é bem assim. Eu colho o que planto. De tudo.

O dinheiro chegou, enfim. Diz ele que a viagem foi difícil, estava muito frio lá de onde ele veio, e precisa de uns dias de quarentena. A PORRA do banco pediu um CONTRATO entre eu e a empresa que fez o pagamento, para confirmar o vínculo de trabalho. Isso significa que, na melhor de todas as hipóteses, dinheiro pra mim, só no final da próxima semana.

Passei uma hora e muito no banco, sentada na frente da minha gerente, ouvindo toda a operação de câmbio. No fim de tudo, ela começa a conversar ao telefone sobre um contrato que deveria ser apresentado. Orelhas em pé.

Eu JÁ TINHA PERGUNTADO sobre documentação exatamente pra ela. "É só vir aqui e assinar a autorização para vender os euros". E eu acreditei.

Saí de lá com a mãe das dores de cabeça, meio perdida. Dei um telefonema que graças a Deus não se completou — eu ia odiar ligar para essa pessoa naquele estado crítico, exposta, vulnerável em último grau. Por mais que essa criatura se abra para mim, nunca foi num momento de crise. Continuei andando em direção à saída do campus. Não deu. Passei por uma árvore e ali mesmo eu desabei.

Chorei por longos 15 minutos, toda dobrada, cabeça entre joelhos, soluços muitos. Não sei exatamente sob a égide de quê tenho funcionado, mas perdi alguma coisa essencial para mim nos últimos dias. Perdi a fleuma, a capacidade de passar por tudo de cabeça erguida, sem virar aquele trapo úmido que sobrou depois que consegui sair.

Não gosto nada dessa nova persona que em mim habita. Odeio, na verdade, mas pela quantidade de malas que ela trouxe, a estada é grande. Não sei quanto tempo vou aturar essa mulherzinha fresca que agora mora na minha alma.

Estou cheia de dores pelo corpo, ainda com alguma dor de cabeça, chorando por qualquer motivo. Mas vamos combinar uma coisa? O quesito "qualquer", quando aplicado a mim, nunca é tão simples assim.

O.o

Odeio sadismo. Odeio mesmo. Odeio o maltrato deliberado. O jogo tem regras — e mudá-las no meio da partida é anti-ético —, nunca as descumpra. Ou descumpro eu, e uso o Princípio Eg Jhones para sacanagens alheias.

Eu sou boazinha até um limite, e meu limite está estourando.

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Estou pensando seriamente se vou ou não para Sacre/Balcão. Não estou gostando de como me senti quando terminei uma certa conversa há pouco. Não está nos meus planos arranjar mais um problema, não a essas alturas do campeonato, com tudo acontecendo ao mesmo tempo e exatemente agora.

Ok, mais um item riscado da lista de "Coisas que perdi": o controle sobre o que sinto.

Sensacional. Agora vem um raio na cabeça, né?

O.o

Ok, se for, vou ao Sacre, pulo o Balcão e vou direto ao Pós.

Ah, não, Pós não!

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Perguntas, muitas perguntas

15 dias fora do circuito, vivendo uma realidade muito mais condizente com a minha vida, será que resolverão? Será que intensos 15 dias de trabalho, com equipes diferentes, daquelas que todo mundo chora na hora de se despedir, será que é essa a solução? Será que é o tempo que eu preciso para arrumar a casa? Ou será que só vou colocar mais um desgaste nessa minha rotina louca?

o.O

Respostas em forma de perguntas

Não, Daniela. Lembre aí: 98, 99, 2003, 2005, 2006, 2007. Alguma vez fugir adiantou? Alguma vez viajar foi a solução? Foi confortável? Foi um processo simples? Então espera para ver no que vai dar, não se jogue numa viagem insana, e não inventa moda.

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Pulou há uns dez minutos uma música do meu passado MUITO distante, e não estou me sentindo muito satisfeita com isso. Porque responde algumas coisas para as quais eu não tinha resposta. Agora as tenho, e aí? O que faço com elas?

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O pior não é nada. O pior é ouvir a Barbie Cantora da Lourinha O DIA INTEIRO.

Eu devo merecer, né?

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Boa sorte

É só isso
Não tem mais jeito
Acabou
Boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará

Da Matta & Harper

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Falar de família deu uma saudade enorme da parte recente da minha. Estou com uma foto deles aqui na minha frente, lugar de onde ela só sai quando eu sinto muita, saudade, muita mesmo, e a carrego dentro do livro, para olhar de vez em quando.

Acabo de deixar um recado para a mãe desses primos, desejando feliz aniversário. São pessoas sensacionais, os primos que eu teria escolhido, se já não fossem meus. É legal ter um bisavô e uma bisavó em comum com mais alguém que não seja a Algas.

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Porque eu cansei de dar murros em ponta de faca.

Frio

Vou ali me enroscar no edredom e tirar 15 minutos para ficar com a Lourinha. Sinto frio, muito frio.

o.O

Não, nenhuma resposta sobre grana. Odeio os gringos.

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O.o

UPDATE DAS 16:00

Odeio os gringos, mas não o gringo meu amigo. Ele finalmente ligou, conversamos longamente, e entre as saudades, ele me disse que hoje era feriado no tal país. Vou te dizer: se alguém reclamar de feriados excessivos no brasil, mando o calendário de festas deste país dos infernos.

Anyway, amanhã na primeira hora (ai, meu Deus, lá vou eu acordar as cinco da manhã de novo) ele me liga para dar uma posição da PORRA DO PAGAMENTO.

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Eu sou campeã do mundo de conversas insólitas no Messenger. Nesses dias desleais, em que passo mais tempo no computador checando bancos meus e de outrem, recebendo e mandando emails e tendo conversas trsloucadas com os gringos de lá pelo MSN, os diálogos pelo mesmo veículo se tornaram frequentíssimas.

Estava há pouco com cinco janelas de chat abertas, e em duas as pessoas falavam sobre o mesmo assunto. As pessoas nunca se viram, não se conhecem, vale lembrar. Na terceira janela eu falava de uma quarta pessoa, com quem tive uma conversa estranhíssima, e na quinta eu ria horrores com as piadinhas infâmes daquele moço querido.

Em uma dessas conversas, pelo menos, quando ela foi encerrada, eu tive que voltar no log para reler tudo e entender como saímos do ponto A e fomos parar no ponto X. Eu confesso que não entendo o caminho.

Aliás, em se tratando de quem é, eu nunca sei como vão terminar as conversas. Nunca.

Quiroga me dá medo!

Agir com rapidez nem sempre é a melhor maneira de vencer uma contenda. Às vezes é necessário fingir que você está perdendo, ocupando o último lugar de uma corrida, mas com isso ficar à espera de uma oportunidade melhor para agir.

Empréstimo de família

Eles não têm idéia do que significou para mim ser engolfada naquela bolha morna e confortável chamada família.

A minha família é modelo econômico. Aqui em Salvador — e a vida inteira, em todas os lugares onde moramos — somos só o núcleo e periféricos. Papai, mamãe, minha irmã, minha filha e eu. Somente. Não cresci perto da família, não nos frequentávamos, e a pouca proximidade que tenho com alguns dos meus primos e tios vem mais da afinidade do que dos laços de sangue.

Ontem eu vivi de empréstimo a família dela. Ontem tinham primos, tios, risadas no mesmo tom, uma profusão de rostos parecidos, de afinidades sanguíneas. Tinha a atmosfera festiva dos que se encontram porque se amam, dos que se cuidam e zelam por aquela insituição amorosa.

E lentamente fui agregada às risadas, às brincadeiras que só as famílias fazem entre si. E por um dia, um dia só, eu me permiti ter um dia de família, como a minha nunca proporcionou. Não me lembro de, nos últimos vinte anos, eu diria, ter passado um dia inteiro com a minha família. Foi bacana ter primos, tios, priminhos dando mergulho-bomba na piscina, piadas e músicas.

Saí de lá com a lua no alto, já sentindo saudade, já sentindo falta.

o.O

Saí de lá para um turbilhão emocional, e thanks, God, ela estava do meu lado. Não fosse ela e sua lucidez, e sua calma, sua presença, ah, se não fosse ela, eu teria desabado. Não fosse ela para me levar para jantar com eles, eu teria tomado um banho pelando, colocado um pijama, e ficado coberta dos pés à cabeça, para esquentar a alma que o corpo não aquecia.

No final das contas, acho que lidei muito bem com a situação no seu desenrolar, mas sou uma farsa — como diria aquele querido, sobre ele mesmo, numa outra situação, "sou uma p*tinha mesmo". O corpo acusou mais esse golpe, e em pleno verão baiano, dei comigo naquele restaurante lindo — de serviço péssimo e preços mais salgados que a comida — de casaquinho vermelho sobre meus shorts de Lara Croft.

Frio, frio mesmo, de bater os dentes, e não conseguia dizer ao termostato que aqui fora devia estar uns 25 graus. Lá dentro estava glacial.

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Auto-flagelo

Só para me flagelar, procurei aquela música na letra B. Cliquei. Quando ouvi a introdução, meu coração se rasgou em dois pedaços. Passei os dez primeiros segundos da música de olhos fechados.

Hoje doeu. Mas vai parar de doer. Para o bem ou para o mal, eu vou fazer parar de doer.

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E enfim, sinto-me melhor. Ainda sem respostas sobre os FDP dos gringos — prevejo mais um monte de DDIs nesta ensolarada manhã —, mas fazendo planos para os próximos meses, contas e projetos. Rio 2008, se nada mais me prender aqui.

Prognósticos

O que será do seu dia quando antes das sete da manhã você já

1. usou bombinha de asma?
2. esteve no site da sua conta-corrente?
3. mandou um email desaforado, com cópia aberta para o superior hierárquico do destinatário?

Roda mundo, roda-gigante, roda moinho, roda pião

Caos, caos absoluto dentro desta cabeça, e se não fosse meu HD externo, a CPU que vos fala teria queimado a placa-mãe.

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Está confuso lidar com esse meio mar de novidades. O preço que estou pagando é altíssimo, e é um caminho sem volta.

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Dia com meu Oráculo de Delfos, dia que virou noite e aplacou enfim o frio de alma, frio que este calor insuportável não abrandava.

Dia que virou noite, e que se foi gelado até o meio do caminho, terminou quente e confortante como um abraço. Abraço de gente muito especial.

terça-feira, dezembro 25, 2007

Correio

Estou hoje a ler os jornais de amanhã, na esperança de alguma notícia e/ou repórter que me façam feliz.

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Se eu tirar as lentes, danou-se tudo: adeus after X-tmas!

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Que dia dá errado quando começa e termina com Alexandre?

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Até me fazem um mal miserável, mas sobremesas são coisas indispensáveis, viu?

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Tempo de rever Kill Bill.

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Tirei as lentes. Para me tirar de casa agora, tem que ser o eleito da vida inteira (ou o Alexandre, mas ele não conta). Como não acho homem algum que acredite na insituição "pra sempre", vou é ficar em casa, mesmo, porque amanhã tem rescaldo do Natal na casa da K.

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Sorry, periferia, mas não consigo mais ouvir Sexual Healing da mesma maneira despretenciosa de antes.

Mas vamos lá: alguma vez ouvi Sexual Healing, com o Ben Harper (oi? ticket de embarque, garrafa d´água?), assim... tão casualmente? Nunca, né?

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Três e demais.

Adoro escrever dormindo... Sempre saem essas bobagens sem sentido.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Aviso aos navegantes geminianos

Talvez não tenha sido o mundo que ficou mais ameaçador do que nunca, mas sua alma, que começou a dar mais importância ao medo, esquecendo com isso de que o espírito de aventura também se encontra disponível a todo instante.

OK, Quiroga, copiei. TKS dobrado.

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Da minha janela, há cinco minutos, já photoshopada


Nuvens chumbo se avolumam no alto mais alto do céu. Por causa das tempestades que raro vêm, às vezes o cinza-escuro é minha cor favorita.

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Adeus, au revoir!

Se não tiver nada que me prenda em Salvador, tenho planos concretos de ir embora daqui.

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Estou com a cabeça a milhão. Mesmo. Preciso de outro blog, onde eu possa escrever sem assinar. Esse aqui tá manjadão.

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There are places I remember all my life...



Hoje eu queria um namorado só para poder dar isso aqui de presente, todo grifado, marcado, com setas e adesivos nas letras.

Mentira pura, minha religião não permite rabiscar livro. Mas permite ter namorado.

o.O

Na verdade, eu queria dar de presente a última biografia dos Beatles, lançada alguns dias atrás. Mas não acho em canto algum, nem pela internet. E para quem eu daria o livro? Até para mim mesma.

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Há anos nos nãos víamos. Ele é meu amigo desde o colegial, e pelas minhas contas grosseiras, isso tem 13 anos. Ele passou anos filando meus cigarros, me fazendo pagar o cafezinho (sim, no recreio do colégio fumávamos que nem loucos e tomávamos café. Medo. Como chegamos vivos à fase adulta, é um mistério.)

É um dos meus confidentes queridos, com quem posso falar sacanagens, com quem converso sobre absolutamente tudo. Mesmo com os 1446 quilômetros que separam as nossas cidades, o MSN tem funcionado quase todos os dias, e os recados do Orkut nunca nos deixaram na mão.

Certamente ele é dos poucos que me tira da cama às 11 da noite de um domingo, antevéspera do Natal, para rodar de bar em bar da Barra até o Rio Vermelho, e enfim parar num Dona Flor da vida. Mas tinha que ser ontem, tinha muita saudade na história, tinham muitos anos, ruídos e quilômetros entre nós.

Agora não tem mais. Fortalecemos esses laços — que já eram justos —, atualizamos tanto tempo de afastamento, e verdades foram ditas. Muitas. Muitas brumas foram afastadas do nosso relacionamento.

Acho que subimos mais um nível da nossa amizade.

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Todas as minhas músicas tristes estão fazendo fila no meu player para me atormentar. Mas diria o meu amigo Ray Liotta (há!), "potência não quebra. Potência no máximo trinca".

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Veio do Kowalski, como sempre, a melhor mensagem de Natal. Ah, esse homem uns anos antes na minha vida...

Win98

Quem é o feliz proprietário de um IP louquíssimo, feliz (???) usuário de Win98, que me procurou pelo Google a aqui chegou?

E o feliz usuário de XP, com um puta monitor bacana, que já chega sem link externo?

Só por curiosidade (e repito: eu sei das coisas mesmo que as coisas não queiram ser sabidas), identifiquem-se. Se não por comment, usem dhenning@superig.com.br

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A noite mais surreal só podia coroar esse dia surreal. E bom. Muito bom, na sua essência

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E depois de um dia e uma noite nos infernos — por ABSOLUTAMENTE TUDO —, umas conclusões bacaníssimas mudaram o rumo do que penso. Do que sinto, não, mas é uma questão de tempo.

Sempre é, aliás. É a parte boa de assumir os próprios erros.

domingo, dezembro 23, 2007

Quiroga é o cara!

Ele passa a semana repetindo o que escreveu no domingo. mas hoje, ah, hoje ele se superou na porrada. Um jab de direita, com sotaque castelhano.

Ter e perder, perder e depois ter de novo, as coisas no mundo material também respondem ao mesmo vaivém que afeta estados de ânimo, relacionamentos. Até a própria respiração parece seguir este pulsar do universo, não lhe parece?

E isso não foi a síntese do meu amor* ano? Ter e perder — e ter de novo — grana, amores, paciência?

*Terceira correção.

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UPDATE das quase nove da manhã: sobre o processo de revisão e correção

E isso não foi a síntese do meu amor*? Ter e perder e ter grana, amores, paciência?

Escrevo, faço a revisão, publico. Leio publicado, fim. Lá pelas tantas, leio de novo para, com a cabeça mais fresca, para procurar eventuais erros, jogos de palavras errados. Nessa última revisão é que tenho me encontrado com meus lapsos freudianos.

Alguns eu deixo, até para saber que tipo de falhas vinha praticando na época. Outros, mais constrangedores, eu apago mesmo, sem dó.

O erro recortado acima passou por todas as revisões. Fui rever um detalhe da postagem, e casualmente dei com a palavra "amor" onde deveria ter escrito "ano". Sorrisinho de canto de boca, abro e fecho a tag strike e coloquei o amor no meio. Postei e fui rever. OK.

Abri de novo o blog, e não é que me deparo com o amor riscado, mas ainda sem a palavra "ano" do lado? O sorriso de lado virou um sorriso do gato de Alice pendurado no meu rosto. Agora as minhas correções também são freudianas?

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Muito melhor.

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Meio fraquinha, tremelicando, já toda arrumada para sair. "Ah, deve ser rebote de ontem".

Não era. Minha última refeição foi ontem às 4 da tarde, e foi um lanchinho mequetrefe. Não almocei, não jantei, não nada. São quase oito da manhã do dia seguinte e ainda não mastiguei nada.

Depois caio dura, não sei o motivo.

sábado, dezembro 22, 2007

Não adianta desligar...

... o Nick Cave e sua Carry Me. A cabeça continua cantando insistentemente isso aqui;

Turn to me, turn to me, turn to me
Turn and drink of me
Or look away, look away, look away
And never more think of me


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Talvez no tempo da delicadeza

Recebi uma mensagem de texto de um cara da equipe que vejo de São Paulo, desejando Feliz Natal, me chamando de minha linda. Trabalhamos juntos por dois dias, e ainda assim, estreitamos laços de uma maneira que em qualquer outro ambiente, seja social, seja profissional, seria impossível.

A notícia boa é que ele está aí pro Carnaval, e vamos tomar o melhor chopp de Salvador, enfim.

A outra fofice do dia veio de uma pessoa com quem divido amigos muito queridos. Nos conhecemos ontem, no esquenta do Pós, e hoje ele ligou para dizer que tinha nos adorado, a mim e à minha amiga, convidando para o show de hoje. Ele é MUITO gentil, e tenho visto esse item com alguma regularidade ultimamente. Corro o risco de ficar mal-acostumada.

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Fui pra casa do Luciano com a Lourinha, para ela poder correr atrás de formiga no quintal do apartamento. Deitei no chão do terraço, e enquanto desfiava o meu rosário, encarava a lua enorme que subia por sobre nossas cabeças.

Ah, isso deu uma lavada tão grande na ziquizira do dia, nos problemas de ordem prática, afetiva, pessoal e financeira, nas mazelas, tristezas e mágoas. Não saí íntegra como deveria, mas saí de lá MUITO, muito melhor.

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Ouvi um comentário escroto ontem, e eu só queria dizer que Daniela solteira realmente não presta. Mesmo. Saio sozinha, encontro meio mundo, jogo charme e páro o trânsito na hora do rush da night, em frente ao Pós (e sim, isso aconteceu ontem). Beijo, fico, curto geral. Sem reservas, que não as de praxe, porque também não é Festa da Uva.

Mas a outra face da moeda é a Daniela namorando (esta desconhecida). Sou fiel que nem cachorro. Saio, curto, mas não jogo charme para nenhuma forma de vida. Eu sou praticante ferrenha da fidelidade, do cuidar do outro, do amar sem esperar em troca. Eu sou bem Amélia nesse sentido.

Eu pago as minhas contas, não devo satisfação de com quem eu ando, quem eu beijo e porque o fiz. Mas fico muito puta quando ouço coisas como ouvi ontem, no caminho para o banheiro do Balcão. Se estou com alguém ou não estou, o problema é meu e da pessoa com quem estou no momento. Nao me interessa o passado do meu acompanhante, e não faço exercícios de futurologia. Não sei o que será feito do dia de amanhã.

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Esse post será modificado amanhã.
Hoje fiz duas coisas inéditas.

O.o

Nunca tinha ido a um velório. Sempre dei um jeito de chegar depois de fechado o caixão, justamente para não ver o morto. Não tenho medo de gente morta, não tenho medo da morte, mas a idéia do algodão no nariz do falecido me é profundamente desagradável.

Hoje fui me despedir da minha melhor sogra. Essa família é a mais antiga relação de amizade que eu tenho nesta vida tão fragmentada, e a minha história em Salvador pode começar a ser contada quando entrei para o clã dos Miranda.

Ela era a personificação do trabalho silencioso e continuo. Sua família foi reconstruída por ela, tijolo por tijolo, num desenho mágico. Incansável, manteve filhos e marido sempre seguros por uma poderosa e invisível mão amorosa. Todos eles foram salvos por ela.

E eu fui ao seu velório. O sofrimento do meu amigo, ali, debruçado sobre a mãe, foi maior que a minha reserva. Fui, fiquei ao lado dele, levei-o para lavar o rosto e as mãos, cuidei do básico do conforto dele. É o que mais importante consigo fazer na hora da crise: cuidar do essencial.

o.O

A segunda coisa inédita que fiz foi sentar no colo da minha mãe e chorar copiosamente.

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Pensa num absurdo. Pensou? Na minha vida, tem precedentes.
Por absolutamente tudo das últimas 24 horas, estou debruçada sobre mim mesma, chorando. Agora. Neste exato momento. E sem ombro por perto.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Só eles, os grandes paquidermes

Tem certas coisas que a gente não esquece. Esse desaforo certamente será perdoado e arquivado.

Esquecer? JA-MAIS.

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As conversas são tão surreais, tão atípicas pra mim, que via de regra eu fecho a janela do MSN e vou direto em histórico, para ver se aquilo aconteceu realmente. Leio e releio vezes sem conta para tentar achar a ponta da meada.

Eu me sinto um iô-iô com ele por perto, seja virtualmente, seja perto o suficiente para encostar a perna na minha — e me derreter como um sorvete de creme ao sol. Sinto frio na barriga somente à menção do seu nome, só de lembrar dele. Nunca sei para onde olhar, o que dizer e quando dizer, onde colocar as mãos, nada. Dá um curto no meu sistema pensante.

Ou seja: voltei ao pico da adolescência.

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Passo os dias sentada à frente do computador, monitorando emails, conta de banco, fornecedores e todo o resto. Estou no meu limite quase absoluto. Preciso de alguns dias offline, com uma ou duas pessoas selecionadas, com o celular dois ligado só para ter notícias da Lourinha.

E sabe da melhor parte? Como tudo isso acontecendo ao mesmo tempo em cima da minha cabeça, ainda assim eu aguento caminhar por mais quilômetros sem fim.

Nãoé fácil assim me derrubar.

O.o

A real é que estou me sentindo derrotada. Não adianta fingir o contrário.

Le jours avec

Era uma rave, ou assim parecia. O lugar era bem mequetrefe, tipo cenário mexicano de subúrbio. Mas ele estava lá. Dois DJs homens, uma mulher, casa meio cheia (não esqueçam, crianças, hoje estou de bom humor). Ele estava lá, e na real, era isso que interessava.

Deitamos num lounge mandrake (vocês não imaginam o quanto), abraçados, Trocamos uns beijos, entrelaçamos as pernas, e dormimos aconchegados nos braços um do outro. Tenham certeza, kids, o dormir dentro do dormir, em braços que na vigília conhecem o ponto exato onde se encaixar na minha cintura, foi das melhores experiências oníricas que já tive.

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06:45 saiu o primeiro email da minha caixa de correio. Alguém sacou que 05:30 eu já estava de pé?

Mas esse é "le jour avec", e ele vai continuar assim.

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Entrelinhas

"How can we sleep while our beds are burning?" virou "How can we sleep while our bed is burning?"

Quem souber, que leia.

Guarde essa canção

Sonhando em viver entrelaçados, copo de vinho na mão e um blues carregado...




Eu falo sobre isso depois.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

O inferno é a repetição

Por que o infeliz do meu player insiste em repetir "You've got* lost that love feeling" ad nauseum?

*Eu juro que nem tinha percebido a troca de lost por got até fazer a revisão.

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Numa longa e doce conversa com uma amiga de muitos anos, ilustrei [quase] todos os que me rodeiam, da iminência pardíssima, até o mais importante dos importantes. Sentamos em frente ao computador, abri minha pastinha de fotos, e dei cara e forma a cada um que passou pela minha vida nos últimos três anos.

Desfiei os casos do passado, com histórias, mágoas e imagens. Vira-se esta alma querida e me diz:

— Você já reparou que todos por quem você se apaixonou, absolutamente todos eles, seguem o mesmo padrão? Todos eles tem o mesmo tipo, um lembra o outro.

Não concordo. Mas não era sobre isso que eu ia falar. O ponto é o porrilhão de semelhanças que achei entre eu e uma outra figura aí. UM MON-TE! Desde a configuração facial [infelizmente] até os gostos.

Quem é a figura, de onde veio, pra onde vai e por que me assustam as semelhanças, só eu saberei. Talvez seja a última vez em que esta alma é mencionada por aqui.

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Estava com uma saudade miserável de ouvir aquela risada mansa dentro do meu ouvido. Mesmo que ele seja um rabugento que não sabe brincar, que eu estivesse num mau humor insuportável, e que tenhamos feito uma sequência de burradas até chegarmos às risadas da noite.

E vieram dele as melhores palavras de consolo quanto ao meu problema da remessa de grana do país do contratante. Sempre, na verdade, sempre vem dele o meu maior consolo, o meu melhor ombro.

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Nada como uma boa dose de passado alheio para dar uma arrumada na própria casa, não é, minha gente?

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E por causa de um certo alguém, que hoje me chamou de insuportável porque eu não havia instalado a webcam (e ele queria um sorriso, não é um fofo?), desde o meio da tarde sou a feliz usuária de uma câmera.

Testada e aprovada pelo A. (cujos recados no orkut eu SEMPRE apago, já que seus apelidos para mim são impublicáveis. A cada vez que puxo email e vem um aviso do orkut que tem mensagem dele, tremo só em pensar que mais alguém leu antes de mim e viu aquele vulgo horrível), que ainda disse que eu sempre fui gata (ele me conhece desde os 17. Já me viu em todas as fases).

o.O

Com esse monte de fofices com as quais fui brindada hoje, estava de mau humor por que, mesmo?

Ah, lembrei: porque o meu banco vai deixar minha equipe sem grana para o Natal.

Justo, justíssimo, mas que tenha sido o último aborrecimento.

Avisada fui...

O tal "exercício de sinceridade" tem um futuro obscuríssimo. Ou vai dar muito certo, ou vai redundar numa merda federal.

Sem apostas, por favor.

o.O

Planos B e C, ativar.

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Preciso viajar. Ainda não cheguei ao ponto-limite que me empurra para outra cidade, mas estou cavalgando sem freios para lá.

***

Sem freios uma ova. Quem manda em mim sou eu.

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Atrevete. Cambia.



Entendi.

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Papinho cafa

— ... e o gatinho de lá nem me ligou.
— Ah, menina, fim de ano na empresa é terrível, mesmo. Mas liga pra ele, convida pra sair.
— Tá louca? Não estou dando conta dos que me ligam, ainda vou tentar administrar os que não ligam?


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Se eu juntar todas as mazelas que me atacam neste exato momento, alguém me interna. Além das cólicas e da gripe galopante, uma asma intermitente, e a vesícula, ah, delícia das delícias, que hoje não me deixou esquecê-la um minuto sequer.

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Eu sei que se não estivesse tão desgastada emocionalmente, nada disso estaria acontecendo. Mas estou, está, e preciso resolver o mais rápido possível.

Droga. Chega o Carnaval, mas janeiro não aparece aí com as minhas soluções.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Hoje tem marmelada?

Mudam os nomes dos personagens, mas o roteiro do espetáculo é o mesmo.

Mocinha pega o celular, sacode, olha bem séria e diz:

— Liga [preencha com o nome do Caboclo], liga, vai!

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Estou com saudades da Daniela menos encanada, mais oba-oba.

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Mas eu não tenho a MENOR vocação para homem concorrido demais. Adoro os low profile (não a ponto de não constarem no Google).

Spam? Oh-yeah, babe!

Odeio spam, mas recebi um agora, falando de um workshop de whatever, que me fez parar e ver. Ver, note bem, não ler.

O Caboclo que vai dar o workshop é algo de sensacional. Argentino, grisalho, com aquele maldito — de charmoso — cavanhaque minimalista. Eu nunca quis aprender berimbau, odeio spam, mas esse... Esse vai para uma pastinha que tenho, de nome "ver com frequência".

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TKS, Mauro Haldfeld

Na minha workstation tem, desde ontem à noite, um sapo enorme, verde, gordo, gosmento e fedido. E sim, caro Leitor, eu tenho que engoli-lo. Desde ontem ele me persegue, no sono e a vigília, e eu só sofro. Sofro porque tenho que engolir o sapo, e sofro pela antecipação de não tê-lo engolido ainda.

O problema é que esse telefonema, digo, esse sapo, será feito para que eu não tenha que engolir outro, maior, mais gosmento, mais fedido e mais gordo. Um sapo emocional miserável, que ou limo agora, ou vai continuar crescendo e virar um Frogzilla.

UPDATE: estou no MSN com minha consultora além-mar para este assunto específico, e até agora não concluí se engulo o sapo ou deixo ele quieto, olhando pra mim e me revirando o estômago.

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Nada de soluções.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Epifânia

Tive uma idéia tão brilhante, mas tão brilhante, para resolver meus problemas com a remessa de dinheiro do exterior, que acho difícil que o contratante não pule de alegria também.









A verdade é outra, entretanto. A minha sugestão rasga um monte de protocolos de pagamento, e acho que o fato de ter dado certo para um, não significa que o outro vá topar. Aliás, acho que justamente o sucesso de um vai impedir o outro de adotar a mesma postura.

Enfim. Sugestão enviada, aguardando resposta. Pelas 4 horas que eles estão à frente da Bahia, temo que a resposta só chegue amanhã de manhã. Estou com uma sensação de expectativa absurda, pilhada como se fosse a segunda-feira da semana do evento.

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Rendo-me: estou pensando em comprar presentes de Natal pela intenrnet. Só que gera deve ter pensado a mesma coisa, porque os livros que quero para a minha mãe, e o que quero pra minha irmã — você não achou que eu ia entregar o ouro, né, Al? — estão em falta no Submarino, nas Americanas.

Estou prevendo dias de shopping pela frente...

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In God we trust

Aos 46 do segundo tempo, a resposta à minha pergunta: SIM! A remessa vai ser feita como eu sugeri!!!!!

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Gente nova aí do lado

Karina Muniz é ela toda uma poesia. Mulher linda, fotógrafa talentosa, ser humano que entrou na minha lista dos cinco. Quando a gente pensa que a vaca está indo pro brejo, Karina surge, e com toda aquela doçura temperada de atitude e força, contorna o problema, sem maiores malabarismos.

Ela é minha consciência externa, meu HD backup, e estamos plugadas, independente da distância física, por cabos de USB 2. Ela é meu escudo, minha espada e minha força. Os dias são muito melhores com ela perto, e a maneira como ela me faz sentir querida é uma coisa quase sem precedentes.

Entram na lista os dois fotologs dela, e dedique um bom par de horas para vasculhar ambos ossites. Vai por mim: vale a pena.

o.O

E como diria meu gringo preferido:

— E isso porque ela só bebe água!

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Vinte e cinco minutos expurgando uma parte oculta da alma, para finalmente olhar tudo e decidir: não me farei tão exposta assim.

Mas o assunto versava sobre minha sanidade afetiva.

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Tosse com variações para asma. Delícia. Estou sem bombinha.

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Aquele a quem amo está chegando!

Alguém sabe quantas horas estamos à frente da Flórida?

*bocejo*

Lourinha saiu, e o que tinha pra fazer, já fiz — de trabalho, porque minha workstation está uma zona, e não é hoje o dia da arrumação.

Depois de três meses de atividade febril, essa pasmaceira está me pondo louca. mesmo. Preciso inventar uma nova maré de correria — financeiramente rentável, claríssimo isso, uh? —, alguma coisa que me faça apaixonar, que me faça enterrar cabeça e coração, alma e dinheiro.

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Tive uma conversa deliciosa há pouco. Esse moço, que desde sexta anda saltitando por dentro da minha cabeça, é uma boa surpresa a cada diálogo mantido. Mesmo que em alguns (muitos) momentos eu me sinta intimidada pela sua inteligência.

Sim. Ele me faz flutuar em instabilidade, ora em correntes cálidas, ora em gélidos fluxos. Nem do meu português, do qual sou tão ciosa, tenho certeza quando converso com ele. Palavras prosaicas, como "sucinto", foram buscadas no dicionário.

Ainda não sei se gostei ou não de me sentir insegura. É diferente sair da posição de generalzinho, como bem apontou o Caboclo-Agora-Leitor, para a farsa hesitante que me torno quando é ele o interlocutor.

Alguém leu as entrelinhas?





Não, realmente não gosto de me ver desnuda e insegura. Mas gosto da companhia dele.

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Sem pára-quedas

11:00 da manhã, e ainda não li um horóscopo sequer.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Preciso mudar, mas não sei por onde começar. Sei o que deve ser feito, mas não tenho os caminhos. Vou conversar longamente com parceiros de iniciativa, para ver se sai uma aliança forte.

Na verdade, meus planos de uns dois ou três anos para cá são de ter uma companhia aérea, com aviões pintados de roxo-Barney, telões passando desenhos educativos, sucos naturais no serviço de bordo e nada de refrigerante. Mas Moço, você viu quanto custa ter uma empresa aérea?

De qualquier maneira, enchi o saco dessa oscilação financeira, do mês que tem e sobra (acredite, tem mês que sobra e muito), do mês que não tem nem para o cigarro. Preciso de alguma coisa mais estável, nem que para isso eu tenha que mudar de profissão.

Um negócio? Sim, mas que tipo de negócio? Algo no ramo de entretenimento? E o velho pavor de me encalacrar de dívidas de um eventual empréstimo para tocar fogo no negócio? Comprar uma câmera resolveria? Investir em eventos?

Perguntas, perguntas, e as soluções correm até mim e depois fogem. Uma por uma, analiso amorosamente, reviro, examino com outros olhos, e também uma a uma descarto. Até agora nada.

Mas uma coisa é certa: eu, que odeio essa babaquice de comemorar Reveillon, de fazer planos, de achar que a vida vai mudar depois do mágico 31 de dezembro, até eu estou delimitando janeiro de 2008 como ponto de virada. Se vou conseguir o que quero saindo do país, ficando, saindo de Salvador, mudando de profissão, Deus é quem sabe. mas que de janeiro não passa, ah, não passa mesmo.

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Não vou explicar de que jeito foi, mas quase, muito quase mesmo, dei entrada num apartamento nesse final de semana.

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Desde muito cedo estou trabalhando, fazendo o que considero a pós pós-produção do evento. Programei meu Outlook para verificar emails a cada 2 minutos, e pelo tamanho da bomba que joguei no país dos meus contratantes, eles devem primeiro estar se refazendo do susto para depois responder.

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Meu horóscopo é tãaaaaaaaaao engraçado...

Saia para se divertir, paquerar, e, quem sabe, encontrar a pessoa de seus sonhos. Ela pode existir sim, e pode estar bem próxima de você!


Sério?

1) Que tipo de homem é o dos meus sonhos?
2) Perto quanto? Fisicamente?
3) De verdade, isso é sugestão para uma segunda-feira? [bom, tendo em vista os últimos indivíduos com quem tive um rápido affair (ou não, mas que podia ter tido), segunda me parece um dia bem plausível. Ah, será que ele vai ligar?]
4) Ah, vá, Daniela, aproveita que está sonhando e pede um pônei!

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Editando um material para a Sem-Noção, vadiando na internet, ouvindo Bob Dylan. Vou dar um render aqui e sentar para ver desenhos com a Lourinha.

domingo, dezembro 16, 2007

That's it, there's no way...

Jantar com a K. e o L. no japaluxo, rios de risadas efervescendo, saudades dessa moça que faz minha alma tão feliz. Principalmente em dias como hoje, em que o pau da barraca foi chutado antes das dez da manhã.

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Aniversário de gente querida não é nem obrigação: é prazer puro. Mas o que fazer quando há dois aniversários de gente muito querida, no mesmo dia, e no mesmo dia em que você "se separa" do seu amigo estrangeiro?

Deixei mon ami no aeroporto depois do dia no Litoral Norte, e depois dos lacrimosos primeiros quilômetros, fui expressa no pedido ao motorista:

— Vai pela praia até a minha casa.

Como planejado, parei no Balcão para um abraço no aniversariante 1, mas como de praxe, não havia ninguém conhecido por lá. Nove e meia, e aí? Passo na aniversariante 2?

— F., para minha casa, sem escalas.

Tomei banho, lavei os cabelos longamente, entrei no pijaminha quentinho, e lá fiquei, morrendo de pena de mim mesma e da minha vidinha ordinária, com uma ou duas lágrimas ocasionais. Não foi um dia em que desejei alguém com quem dividir as sensações. Exceção para a praia noturna, e ainda assim, meu gringo chapa supriu essa falta.

Ontem foi um dia de ser sozinha, absolutamente só.

o.O

Em tempo: com a aniversariante 2 tive uma longae saborosa conversa hoje, como há muitos anos não tínhamos. E o abraço no aniversariante 1 fica para um dia mais auspicioso, em que eu esteja com a vibe melhor, à altura do que ele merece.

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Por um motivo por mim ignorado, estou ouvindo Nick Cave que nem louca. Vou desligar esse trem — até feliz ele é triste, gente! —, me esconder na cama, meditar e cair em Harry Potter até o primeiro azul-claro no azul-escuro da noite.

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Só para manter a sintonia, estou ouvindo O Círculo. Bye, Cave, a gente se vê, hein? Beijonãomeliga!

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Sincronia tussígena

Tusso eu, tosse a Lourinha, tosse a K.

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Preciso arranjar paciência — e a agenda livre — para quatro dias sem lentes de contato para fazer a revisão trimestral anual.

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Anotem isso: desse ano que vem, não passa.

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Idiota: entupi de chocolate (4 unidades de deditos), e agora estou sonada, com dumping, enjoadinha.

É... boa noite para você também. Vou trabalhar um pouco.

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Alguém viu minha bombinha de asma?

sábado, dezembro 15, 2007

Au revoir

Foram duas semanas de encontros diários, telefonemas de hora em hora, litros de café e quilômetros de cigarros fumados. Se contar a pré-produção, quase um mês de dois, três emails obrigatórios por dia, um telefonema de lei em algum momento da manhã, com um reserva pela tarde.

Esses últimos 15 dias foram o "turning point" da minha vida profissional. Muitas, muitas coisas mudaram, outras mudarão, e sempre para melhor. Foi um dos maiores desafios da minha carreira.

Ele fez parte de cada minuto dessa mutação. Foi com ele a minha briga unilateral, na véspera do evento, e ele só balançou a cabeça e comigo concordou. Foi ele que me viu sentada no palco, triste de dar dó, logo depois que soube da morte do companheiro de trabalho, e foi ele quem me ouviu no momento exato em que eu precisava ser ouvida.

O evento veio, o evento foi, começaram as férias dele. E começamos a ser amigos. Eu produzia as saídas noturnas até mesmo quando não sairia com ele. Nos chamávamos ao telefone mais vezes do que durante a fase mais tranquila do trabalho. Só não nos vimos um dia, e mesmo assim conversamos algumas vezes para decidir onde seria o jantar com o resto da equipe. Eu fiz de tradutora várias vezes, tanto para ele como para os outros. Ele foi meu companheiro de Balcão, de Dinha, de abraços, de longos olhares e sorrisos de uma ponta à outra da mesa, olhares esses que se riam de piadas só nossas.

Hoje o convidei para passar o dia na Praia do Forte. Produzi para ele um dia como eu gostaria de ter. Contratei um carro com motorista, marquei hora, e tivemos um dia magnífico. Fizemos menos do que eu havia planejado, mas para que serve um planejamento, se não para ser desrespeitado? Nos divertimos à grande.

Ele foi embora. Não é partida como parte quem morre, mas é, ainda assim, uma pequena morte. Ele volta em fevereiro, falar-nos-emos algumas vezes por semana, mas pouco a pouco a frequência vai diminuir. Em algum momento, as fotos que tiramos ontem, hoje, amarelecerão, e as novas experiências varrerão as mais antigas da memória. Sobrarão as mais vívidas, marcantes, e essas sim, ficarão até o fim.

O.o

Nossos casacos passaram entrelaçados todo o dia, deitados no banco traseiro do carro, como que relutantes em se deixarem partir. Até o último minuto, fosse no meu braço, fosse no braço dele, os casacos continuaram juntos, crianças a dormitarem no mesmo berço, vermelho no bege quase amarelo, uma tradução tremenda e casual do que foram os dias dos seus donos.

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Passamos na casa de praia do meu cunhado para ele tomar banho. Estando pronto, escapulimos com a desculpa de um cigarro, e marchamos rua afora, em busca da praia. Noite escura, caminhamos a passos largos em direção a uma viela escura que terminava na areia.

Calados, chegamos a varanda de uma casa, e ainda calados, nos pusemos a ver estrelas. Tantas, de tantos brilhos, umas avermelhadas, outras azuladas, tantas. Não nos olhamos, não falamos, mas só a presença de um já confortava o outro.

Só disse "Vamos", ele me seguiu. Fomos nós, meio cabisaixos, com aquele bilhão de pequenos olhinhos-estrelas a nos seguir. Hora do adeus.

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Quote

— Our silence is very confortable.

Inglês era o idioma que nos servia nos momentos de aperto. Nem a minha primeira língua, nem a dele, nem sei se a construção está certa. Mas ele tinha razão: nossos silêncios eram muito confortáveis, mesmo. Nunca sentimos necessidade de preencher aqueles hiatos com um torrentes de palavras desajeitadas. Era muito gostoso só caminharmos juntos.

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Em alguns minutos seu avião decola. Au revoir, mon ami.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

We are the sultans of swing!

A cada vez que ouço Sultans of Swing, eu me lembro do porquê do Dire Straits ter sido a primeira de rock pela qual me apaixonei. E renovo minha fé em São Mark Knopfler.

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Por uma questão de precaução extrema, meu jantar no melhor restaurante do mundo foi adiado para hoje. Passou paa o segundo melhor restaurante do mundo, um japaluxo, e já começa com gosto de despedida.

Sim, para pagar minha língua, estou encantada com o gringo remanescente.

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Seu lugar é onde seu coração está

Odeio homem tão low profile a ponto de ser quase impossível encontrá-lo pelo Google.

Mas, oh, yeah, babe!, já descobri em que lugar do mundo ele está hoje. Longe de mim, onde eu gostaria de estar...

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E o esquenta é no... é no... Balcão, meu caro Watson! E alguém ouviu falar em Praia do Forte amanhã? Hã? Não? Pois é... Dia inteiro por lá...

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Esse calor insuportável não abranda...

Ainda 29 graus, e eu estou de casaco, com as mãos geladas. E juro: não sei o que é.
Porque toda crise de auto-comiseração tem um limite, eis-me de volta. Eu só tive aquilo que plantei.

E sabe que até gostei do sabor dos frutos?

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29 graus oficiais, e estou com frio. Sim, tive febre de madrugada. Sim, acho que sei o que é. Não, não estou preocupada.

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Nada do trabalho chegar. Um milagre se desenha: vou acabar recebendo o cachê antes de concluir a tarefa... E juro: não saco um centavo até o cliente dizer que — Glória aos céus! — o material foi pra gráfica.

OK

Nesta hora tardia, admito: ou faço alguma coisa mais eficaz do que o que fiz hoje pela minha vida, ou vou passar os próximos dois meses fritando noite afora, ouvindo as risadas chegarem de longe, enquanto vivo uma realidade que a mim não pertence.

E o pior: ouvindo uma rádio interna que só sintoniza Fábio Jr.... e Roupa Nova, como cortesia do meu "HD Externo".

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Há meses não era tão difícil manter o foco...

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Esqueça a parte do último post em que eu falei sobre me apaixonar de maneira calma.

É obsessivo. Mas não é paixão por uma pessoa propriamente dita. É paixão pela idéia de estar com alguém de maneira intensa, completa, integral. Não é só o bacana de familia pentelha. Um desses caras que em algum momento foram especiais pra mim, um deles tem que querer uma mulher como eu para enfim assinar a carteira.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Cafonalha Rootz!

Atire o primeiro pinguim de geladeira aquele que nnca teve uma musiquinha piegas na manga, para sofrer de saudade de alguém.









Ninguém?




Pois é. Estou linda de mini e sandalinha, cheirosíssima, e morrendo de saudade de uma figura aí, ouvindo Fábio Jr cantando "telefona, não deixa que eu fuja, me ocupa os espaços vazios! Me arranca dessa ansiedade, me acolhe, me acalma...".

O mundo é um cardápio sensacional, mas neste restaurante é raro ter o meu pedido. E as surpresinhas do God Lanche Feliz?

Pela primeira vez em meses eu me apaixono de maneira calma, querendo construir uma relação madura, com confiança, cumplicidade e amor. Custava alguma coisa ele sintonizar, ao invés de me deixar fritando pela vida?

Peste.

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Vou rebocar o chapa gringo para o reggae.

Mulherzices 2

Done. Meus pés estão prontos para aqele par de saltos altíssimos que vou calçar hoje, junto com o vestido micro. Não, não vou à caça. Vou só ser muito feliz entre os meus amigos.

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Ainda ouvindo O Círculo.

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Há três dias mandei um email pedindo um briefing da correção de um texto que redigi em novembro. Há três dias aguardo uma resposta. Nada.

Eu já fiz o trabalho sem um direcionamento, só com a minha idéia do que deveria ser escrito. Texto é um exercício de correções sucessivas, muito saco para rever vírgulas, pontos e clientes. Isso eu sei e pratico.

O que não dá é um trabalho desses, cujo cachê inicial foi reduzido em 33% APÓS a entrega — e eu sei que as pessoas que me contrataram não tem culpa alguma —, ser protelado ad nauseum, ad infinitum, por causa de desorganização alheia. Estou engatilhada em outro job a partir de segnda-feira, e já tenho dois em vista para janeiro.

Já defini que 1)não vou escrever à mão, como fiz nas primeiras versões dele, 2) não vou levar o laptop para o outro trabalho, nem carregar o palm com ele para redigir nas horas vagas (hã? horas o quê?) e 3) não vou sair de um trampo, chegar em casa exausta, tomar banho e virar a noite com o texto. Isso limita as minhas possibilidades a escrever o livreto nos dias livres entre um job e outro.

E olha que pedi urgência, para atender ao prazo DELES. Sou é MUITO otária, isso sim...

O.o

Duas compensações neste trampo: renovei minha amizade com a pessoa que me contactou, que é das melhores pessoas que já palmilharam esse chão, e o bonitinho que resolve meus problemas. Ah, encontrar com ele é receber gotas d'água caídas do céu direto nos meus olhos secos e cansados.

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Reforma unificadora de c. é r...

Sério que vou ter que escrever contatou ao invés de contactou?

Estraga-prazeres

— Doce M., estou bastante interessada num relacionamento sério com Fulano.
— Sério que você vai aturar a família dele? Eles são muito chatos! Lembra de como eles ligavam para a produtora atormentando?
— Uh... Não?
— Dani, você não lembra? Pois se prepare!


Ah, esses capricornianos que azedam nossa felicidade...

Nova obsessão

O Círculo é meu novo Cascadura. Ganhei o CD quinta passada, ouvi na mesma madrugada, e desde então não ouço mais nada.

Calha que não pude ir ao show de sexta, calha que o irmão da minha amiga toca na banda, calha que a Doce M. sempre foi aos shows, e eu nunca fui. E de repente, não mais que de repente, eis-me apaixonada por eles.

Quando é o próximo show, mesmo?

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Mulher não pode brigar com meio mundo, sempre coberta de razão, que é acusada de TPM. Só porque tenho duas barras de chocolate e um saquinho de bombom de conhaque na bolsa, e duas uma barra de chocolate suiço na mesa do computador??? Isso configura uma TPM?

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Mulherzices

Depois de procurar presilhas para prender as sobrancelhas-franjas, aproveitei a única manhã livre e me mandei pro salão com a Lourinha. Ela zuou tanto a banca que não deu: fiz as mãos e as sobrancelhas, e os pés ficaram para um dia mais auspicioso.

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Tá na hora de tomar jeito e dedicar tanto afeto a um cara só, né? Hora de dois ou três telefonemas para agilizar isso.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Dia -4 - In the end

It doesn't even matter.

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Closing Time

É realmente o fim de muitas coisas. Fechei minhas contas com o produtor gringo e brother, que aqui ficou para as férias. Terminou, aos 25 da morte súbita, o problema com o fornecedor. Terminou o trabalho.

Terminou também minha energia para brigar, meu saco para discussões infrutíferas. Meu conforto retirou-se, também, por motivos que só a ele cabem — e Deus sabe a faltaque vou sentir, mas eu desde sempre soube quais eram as regras do jogo —; além dos meus parceiros preferidos de jogos que, um a um, bateram palmas e voaram.

Está um dia estranho, de partidas, fins, adeus e algum alívio. Me sinto vazia sem os meus por perto, mesmo que tenham sido meus por pouco tempo, e há tão pouco tempo. Mas voltamos àquele velho blablablá de fim de uma produção boa: vivemos no limite, os seres audivisuais. São 10, 15 dias de adrenalina correndo solta, e o primeiro dia sem esse material — e sem essas deliciosas criaturas — é sempre um dia de abstinência.

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Somos o que há de melhor

Estou casualmente ouvindo uma música que ouvi muito quando terminei com o Caboclo do Ano Passado.

É... faz algum sentido.

O.o

E se a lenda de que a fila anda é fato, por onde andam os que pegaram a senha?

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Ah, esses gens maternos...

Eu tenho uma filha de dois anos e hoje dez meses que lê antes de dormir.

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Vou tomar um banho pelando, entrar no pijaminha lindo, tirar as lentes e passar a régua no dia. Amanhã tem o melhor chopp do mundo — com os bons companheiros —, e quinta eu janto com o diretor de arte e o produtor gringo no meu restaurante preferido. Minha filha está melhor da gripe, meu cachê será depositado amanhã, e de verdade? Estava me sentindo miserável por quê, mesmo?

Auto-comiseração tem um limite.

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Essas meninas me fazem sentir tão querida...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Dia -3

E meu celular 1 morreu. Mas o 2 está batendo um bolão, E RESOLVI O PROBLEMA PENDENTE!!!!!

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Derivado de uma conversa de hoje

A conclusão é quea quantidade de mágoa é diretamente proporcional à quantidade de amor empregado.

E não estou falando dae amor que alimentam homens e mulheres entre si. Estou falando de amor, de um modo geral.

Ainda há muita mágoa. Não me peçam para relevar. Nunca. Talvez a história seja diferente quando voltar aqui na quinta-feira, mas hoje...

Dia -3

Estou num estado de stress tão grande que já dei duas porradas numa porta só para não esmurrar a cara de um. Já briguei tanto que minha voz está rouca de novo, exatamente como estava na sexta-feira pós-evento.

Isso tudo, e mais algumas coisas de ordem pessoal que me azedaram desde ontem, e eu nem saí de casa ainda...

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Thanx God, peguei outro trabalho.

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Estou feliz, apesar de tudo.

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O bonitão é solteiro, e bem indicadíssimo pela minha amiga. Mas hoje... hoje nada disso me enche os olhos, viu? Enquanto não se resolver esse problema, nada disso faz sentido para mim.

sábado, dezembro 08, 2007

Dia -1

Não, não acabou.

O fechamento das contas está me enlouquecendo. Tivemos problemas com uma das instâncias técnicas, e o recalculo disso, mais a imputação de culpas, acusações, reuniões e brigas — não comigo, meus contratantes ainda me amam — tudo isso está me desgastando demais.

O que era pra terminar na sexta-feira, estender-se-á até pelo menos terça-feira, sendo que segunda-feira tenho uma reunião-massacre com o fornecedor do serviço.

Eu amo a minha profissão, mas esses acidentes que eventualmente acontecem me irritam sobremaneira.

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Tem coisas que só acontecem comigo e com o FLUMINENSE. Algumas situações profissionais que me acontecem não encontram precedente em nenhum manual de produção.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Dia 0 - quase no fim

Estou ouvindo o CD d'O Círculo por motivos majoritariamente afetivos. Mas a banda é muito, muito boa...

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E quatro da manhã eu estava de volta no local do evento, arrancando cada fio de cabelo que a cabeça tinha, tentando imaginar como tirar um piano de cima do palco. Sozinha.

O piano só saiu dali às cinco. Da tarde.

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E as menins ligaram para cair na pista. Vacilei, porque depois de tudo de hoje, eu merecia sair com elas e ser mais feliz ainda.

Mas quem não merece é o meu corpo. E agora a Lourinha está com febre. O único lugar para onde vou é perto dela.

22:30 GMT - Hora Zero

Quando Pampino entrou no circulo formado pelo canhão de luz e cumprimentou o público, eu estava na house mix (onde fica a mesa de som para o público), bem de frente para tudo.

Eu olhei para o alto, vi o parque de luz montado. Baixei os olhos para o palco, vi os banners que me deram tanto trabalho para retirar da DHL (aparte: os banners rodaram a Europa inteira em 8 dias, quando tinha um vôo direto da cidade de onde vieram para Salvador), vi Bebeto fazendo uma das câmeras soltas, vi David com a unidade de contraplano. Fiquei olhando as luzes, as cadeiras, o apresentador conversando com a platéia, o técnico de som dialogando com alguém, a segurança espalhada.

Vi tudo o que havia sido montado para aquelas duas horas que se seguiriam. Cada detalhe entrou pelos meus poros, e essa percepção do dever cumprido me inundou de uma sensação de enorme contentamento. Dei uns passos bêbados para lugar nenhum, parei, e continuei a minha experiência de fruição. Ali, parada, ganhei um abraço longo de uma das melhores pessoas que poderiam ter me acontecido nesse evento.

Foi aí que eu finalmente cheguei à conclusão para qual todos os meus sentidos estavam me empurrando: EU CONSEGUI! Eu fiz um evento internacional em dez dias, com estrutura de ao vivo, seis câmeras, todos os horários de satélite respeitados, todas as exigências cumpridas, tudo, tudo feito SÓ POR MIM!

Fiquei abraçada mais um tempão com o aquele cara tão foda, minha unidade terrestre de cuidados celestias. Ele me fez um puta elogio, agradeci de olhos marejados, e sai para respirar um pouco do vento de sal que me beijava o rosto logo adiante.

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Os shows foram lindos. Assisti a quase tudo sentada numa mesa baixa colada na house, ora conversando com o belo técnico de som, ora dividindo meu exíguo espaço com aqueles de quem eu gostava.

Lá pelas tantas sai para passar a ronda, ver quem estava por onde, ver o material das câmeras já cortado sendo gerado por satélite, papear. Quando estava no carro de uplink, vem esbaforido o maquiador da equipe, amigo de outros carnavais, elogiadíssimo pela equipe gringa.

— Eu fui ver o set de Uxia e Chico César juntos, e queria ouvir essa próxima música com você!

Fomos quase correndo para o posto fixo, eu sentei e ele ficou abaixado atrás de mim.

É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder
Nem quero pensar se é certo querer
O que vou lhe dizer
Um beijo seu
E eu vou só pensar em você
Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
vontade de viver mais
Em paz com o mundo e comigo
Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
Em paz com o mundo e consigo


Eu não conhecia a música. Fiquei extasiada, olhando com cara de parva para ele, para o palco, para o belo espécime masculino da equipe, e todos sorriam quando viam meu ar de felicidade com a letra da canção.

Terminou, e eu ainda fiquei um longo minuto meio fora do ar, com aquela aura de besta que só os muito felizes carregam.

O.o

E é disso que estou falando

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Foi difícil, e por ter sido uma missão grau 3 de dificuldade, foi dos trabalhos que mais me deixou feliz. Fui combativa na hora certa, e para resolver as coisas que se avolumavam, ganhei uma ferocidade muito selvagem, muito primitiva. Aquela sim era Daniela em estado bruto, integrada ao próprio elemento, no habitat natural, correndo entre os pares, os lobos.

Pela primeira vez na minha carreira, deixei de dormir e comer por causa da tensão quase explosiva que eu carregava. Fui gentilmente acusada de competir demais com os homens, mas veio de uma pessoa a quem quero tão bem, e que me cuida tanto, que nem tomei como ofensa.

Tive surpresas ruins com pessoas, com atitudes e egos, mas nada disso empana a minha alegria. Nada. Eu consegui.

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Post começado sexta, 7:30. Terminado no sábado, 21:00.

Dia 0 - And after all

You're my wonderwall...

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Lembram daquela vesícula que doia? Pois é... do jeito que as coisas vão, mais dois ou três dias e ela não mais estará aqui. Dói, dói muito.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Dia 1 - O dia D

Aquele ex-colega de trabalho sempre tropeçou nos próprios pés quando eu estava perto, e nem foi uma mera observação que me levou a concluir isso. Foram seus próprios colegas que disseram que ele não conseguia fazer nada certo quando me via no mesmo set.

Hoje em dia ele caminha melhor se estou no mesmo ambiente, mas a paixonite dele acordou, e novamente ele se vê vermelho a cada vez que conversamos.

É lindinho isso, não? Faz um bem danado pro ego...

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Levei um elogio tão bala de uma pessoa da equipe.De todos, o mais importante dos elogios.

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Sem nenhum problema para resolver hoje — só os inerentes ao próprio evento —, apaguei feito pedra esta noite.

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Sabe Deus a que horas volto pra casa depois da desmontagem hoje. É certo que a equipe vai encher a lata no after show, mas é certo também que eu não arredo o pé do local do evento antes de sair o último caminhão de equipamento.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Dia 2

E foi um dia essencialmente bom. Mesmo.

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Eu tinha que passar um skacore por email para apresentar a um agora colega de trabalho. Mas estou sem saco de levantar, pegar o celular que está carregando na cozinha, tirar o chip e colocar no que está carregando aqui no quarto, ligar, para enfim, achar o email dele...

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E ele, que me passou um SMS só para deixar um beijo? Kowalski pe o melhor pedaço do meu dia.

Nos falamos hoje em algum momento, e que será na hora em que você puder, ok?

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Finalmente tenho que trocar uns documentos no lugar dos infernos de onde saiu o trabalho-que-nunca-acaba, capa de set/out/nov de 2007.

Sabe que dessa vez nem me importo de voltar lá naquele antro, só para refrescar meus olhos com o bonitinho?

Dia 2 - Mapa de ações

12:30 - Dormi
02:45 - Acordei
04:30 - Ainda acordada, fritando na cama, de um lado pro outro, histérica de preocupação com o evento
04:50 - Início do trabalho

Que só termina depois da meia noite de novo.

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De madrugada tudo parece pior. O que parecia sem solução às 3:30, ao primeiro raio de sol já estava resolvido na prática.

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Estou sem conseguir comer, tremendo, com frio na barriga, as mãos geladas. Mas não estou infeliz. Eventualmente um pouco triste, mas infeliz? Jamais!

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Saindo.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Dia 3 - Quase no fim

O dia é que está quase no fim, porque o trabalho me parece que vai se estender ad infinitum.

Sim, é a segnda melhor equipe de estrangeiros com a qual já trabalhei. São uns fofos, mas com metodologia de trabalho completamente diferente da minha. Para eles, produção é gincana. Para mim, quanto mais programada e menos parecida com gincana de colégio, mais profissional é.

Mas gosto deles, gosto mais ainda da equipe de São Paulo — dos que vieram e do que l[á ficou — e consegui reunir, da Bahia, uma equipe só e somente de amigos.

Não tenho muito mais a pedir a D*us. Só a agradecer.

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Mas sim, é muito pouco tempo para um evento dese porte, estou sentindo uma falta FDP das pessoas que me colocam para cima dia após dia, meus cais de atracação.

Recebi dois presentes nessa produção. Um veio de São Paulo, é o responsável pelo broadcasting, e mesmo não tendo nada com os meus problemas de produção, faz 6, 8 DDDs para mim todos os dias para saber se estou precisando de alguma coisa, para saber se ainda estou muito pilhada — e para, com toda a paulistice, me recomendar que relaxe. Assim, sem maiores vínculos, sem nada mais que nos una que não umas boas risadas, e um senso de companheirismo que nasce da neblina das produções embaçadas.

O outro é meu motorista-assistente de produção, cara safo, do bem. Além de me fazer comer alguma coisa — após 20 horas de jejum absoluto, por pura e absoluta falta de vontade de comer sólidos —, correu comigo pelos orgãos do governo, resolveu meu problema na SUCOM, enquanto eu resolvia o problema da Prefeitura com o gatinho ao telefone.

Em todo trabalho aparecem pessoas que me suprem as necessidades de abraço, de conversar, de expor, rir e desabafar. Dessa vez, a remessa veio caprichada.

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Ao pôr-do-sol, ao telefone

Ela no terraço do hotel, eu no lobby. Ela falando, a Sem-Noção.

— Estamos gravando uns planos da cidade do alto. Estou me despedindo do sol... Me despedi do Romenildo, desejei que ele tenha uma caminhada boa, agradeci por tudo o que... o que ele me disse e fez por mim... por tudo o que ele foi aqui...

E nada mais foi dito. Debrucei sobre a ridícula mesa-anã do hotel, ela encostou a testa na balaustrada do terraço, e desabamos juntas, em longos minutos de silêncio pela linha telefônica.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Hoje não há contagem.

Nós, essa estranha gente de audivisual, somos um clã. Como vivemos com o emocional no limite, as relações de trabalho sempre se transformam em algo mais. Grandes amores se constroem no set, ódios estrodosos nascem numa pré-produção — e como os amores, nunca acabam —, relações que vão para o resto da vida são também o produto final de uma filmagem.

Hoje somos todos menos um. Nós, do feudo de cinema e vídeo, perdemos um dos melhores colegas num acidente bobo, sem culpados outros que não a própria hora de morrer. Romenildo era eletricista, e aturava essa corja de pilantras que somos nós, diretores, produtores, assistentes, com uma paciência enorme, uma dignidade maior, uma eterna boa-vontade que o fazia tão notável e querido.

Dói mais porque somos todos de uma família muito pequena de bons e maus profissionais, de um mercado de trabalho restritíssimo. Todo mundo se conhece, conhece os podres alheios — e também o bom caráter de outros, como era o caso dele.

O acidente foi idiota. Ele caiu do alto da laje da casa, enquanto lavava o tanque d'água. Eu bem disse: não há outro culpado que não o último grão de areia da ampulheta, aquele mesmo que insistiu em cair.

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Tudo se desembaraçando na minha produção. Tudo correndo bem por lá.

domingo, dezembro 02, 2007

Dia 5

Definições definitivas

Paranóia é fazer um checking list, e ver o primeiro item da lista é

FAZER CHECKING LIST

Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

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Ela diz, eu assino embaixo. Sempre. [3]

Acho que não devo namorar ninguém até o mundo fazer sentido novamente.

Ally McBeal


E o mundo vai voltar a fazer sentido?

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Das melhores noites da temporada, e dezembro nem começou direito. Flanei noite afora, ri, conversei, flertei com todas as formas de vida masculina existentes, estreitei laços, rompi outros, e bem disse o O.:

— Isso aqui está um inferninho, hoje.

E estava, mas adoro esse inferninho, adoro encontrar essas mesmas caras manjadas,, reconhecer as pessoas que nos últimos dez anos entraram e saíram da minha vida.

Cheguei com o céu azulzinho, azulzinho, sol já aparecendo, feliz da vida. Entrei no quarto e ainda bati um papão com a Lourinha, que saiu logo depois para seus compromissos da manhã de domingo.

O.o

Agora? Agora vou terminar de trabalhar, colocar o biquini na Lourinha e descer para a praia com a K. e a L. Ah, vamos celebrar a vida, vamos celebrar os laços de amizade... e fazer a resenha da noite passada.

Dia 5

E eu só reforcei minha crencça na ida: homens vêm e vão. Pessoas? Cultive ou as perca para sempre.

E não estou em condições de perder nenhuma das cinco pessoas queridas que tenho na vida.

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Chegaram. Gringos from hell, arrependei-vos. Minha espada é a vossa redenção.

(risadinhas sarcásticas. Uma semana no purgatório.)

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Quem tem que te cuide não faz merda. Escorrega, ouve esporro, e volta piano.

sábado, dezembro 01, 2007

Dia 6 - Ainda

E eu estou de saco cheio de dar sorrisos enquanto falo ao telefone. Não aguento mais sorrir sem razão. Saco.

O.o

Hoje à noite chega a primeira leva dos estrangeiros. Amanhã chega a equipe de produção, e até quarta-feira, há de chegar gente de São Paulo e do país dos infernos.

Agora é que a porca vai torcer o rabo. Vai vendo...

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Pista, sim, em algum momento, mas não sei com quem, para onde e a que horas.

Mas vou.

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Final dos tempos

01 de dezembro. Salvador. Bahia. Latitude 13. Quase verão... E EU ESTOU COM FRIO!

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Recebi um email de trabalho que me fez apoiar a testa na mão e ter vontade de chorar.

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Alguma dorzinha do lado direito do abdomem. Ou a vesícula está cantando pra subir, ou o apêndice apresenta suas armas.

Mas não é nada incapacitante, não.

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Preciso muda de ares.

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Balcão com as meninas. Vou deixar a mudança de ares para a próxima semana.

Dia 6 - Dissolvendo

E a resposta é obrigada.

Obrigada porque eu precisava, mais do que de todas as lições que tive, daquele abraço, daquela risada mansa, precisava ficar uns bons minutos acomodada naqueles braços. Precisava porque na hora que em que eu achava que a vaca estava indo pro brejo, era ele que estava ali me socorrendo, me fazendo rir, me fazendo olhar as coisas por um outro viés.

Mesmo que ele não saiba — e agora sabe —, foi na presença virtual dele que recarreguei as baterias, foi com ele que comprei mais cacife para voltar mais forte para o jogo. E foi ontem, na presença física, que me recompus, que virei a mesa. O resto, sorry periferia, é resto.

Por isso que é obrigada, e não PQP.

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Estou me flagelando com Nick Cave ainda, para terminar de sentir todo esse desconforto, todo esse desencanto. Vou deixar vir tudo.

Estou cansada de estar disponível para tudo e todos, e ninguém nunca se adaptar a mim. Eu sou sempre a disponível para curar feridas alheias, sempre esperando que a onda suba para me tirar de onde estou, e aceitando que quando a maré baixar, vou voltar a sentir a dor de Paul Sheldon (leia Misery, do King,e entenda a referência).

Conto nos dedos aqueles que se dispõe a me ouvir, aqueles que cuidam de mim, que me emprestam ombro, que me incentivam. Eu sou isso também, um tanto mulherzinha, um tanto chorona, embora enfatize esse lado auto-suficiente.

Vou ali me reequilibrar, e volto a ser uma pessoa mais ensolarada

Dia 6

Um carinho do Caboclo Agora Leitor — mais um, eu diria, da enorme lisa de carinhos que ele me dispensa — e meu mundo virou de cabeça pra baixo.

Obrigada ou PQP?

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É nessas horas que Nick Cave é muito mais difícil. Porque agora não é exceção. Virou regra. Ou defesa.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Dia 7 - fale agora ou cale-se para sempre

Vou atacar todos os fornecedores e confirmar tudo. Mandei o orçamento há três dias, e até agora ninguém se manifestou contrariamente aos preços, itens, fornecedores.

Quem cala consente.

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Mandei um email profissional-pessoal agora, e mesmo sabendo que estava coberta de razão, e que não fui tão dura assim, doeu. A destinatária é minha amiga há muitos anos, não tem culpa nenhuma do que aconteceu em outro trabalho, mas foi a portadora das más notícias.

As pessoas — e não essa minha amiga, que sempre foi a maior incentivadora e admiradora da minha postura profissional — precisam entender que eu cresci. Cresci, ganhei muito mais estofo profissional do que tinha antes, e olha que sempre tive algum, mesmo quando estagiária.

Mas doeu, e estou aqui angustiada (séeeeeeeeerio? Daniela angustiada?), esperando a resposta, morrendo de medo dela ter ficado magoada.

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Hoje estou vestida com as roupas e as armas de Jorge, para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem, tenham olhos e não me vejam, e que nem um pensamento eles possam ter para me fazer mal.

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E o dia acaba, o que era update da tarde virou da noite. Vou fechar o mercadinho aqui, tomar um banho, cuidar da minha Lourinha e colocar as rodas no asfalto.

Amanhã tem expediente, mas a depender de hoje, sabe Deus em que condições estarei... Uma coisa é certa: vou estar feliz demais.

Dia 7. Ainda.

Como qualquer pessoa que me conhece minimamente deve saber, a história de ir à manicure era tudo lenda. Estou com um frio na barriga que há anos não sentia, e se não estivesse tão pilhada com o evento, até poderia arriscar e dizer que é sintoma de paixão.

Isso vira joguinho dos erros porque 1)não tenho tempo, 2)não tenho alvo, 3)apaixonada em horário comercial?

Calha que faltavam alguns orçamentos, alguns telefonemas, e foi aqui mesmo que fiquei. A remessa de dinheiro foi feita, e olha só, que delícia!, só chega quarta-feira, que é... A VÉSPERA DO EVENTO! E as taxas? E o advogado? e as contas, Lord, as contas?

Juntando a isso tudo, meu teclado resolveu que vai boicotar a parte que comanda a multimídia, e a cada vez que quero [obsessivamente] ouvir Carry me, do Nick Cave, uma música várias vezes, tenho que abri o player e voltar com o mouse.

A parte boa é que hoje é sexta, e só uma hecatombe nuclear vai me manter longe do meu chopp preferido.

Dia 7

E para eu estar postando a essa hora, vocês devem imaginar a pasmaceira que stá o dia, não?

Isso, amiguinhos, nada de verba de produção. Nada de trabalho.

*Bocejo*

Vou à manicure.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Dia 8 - o dia que insiste em continuar

Duas novidades nos links aí do lado.

Danilo é um ex-colega de FACOM — um tantinho mais adiantado que eu, fomos colegas em uma ou duas cadeiras —, dono de um texto delicioso, de um poder de descrição que nos transporta exatamente para onde ele esteve.

Klein tem uma coisa no texto que me leva do céu ao inferno na mesma pagina. Ainda hoje dei uma boa vasculhadanos posts de novemrbo, ri um bocado, mas num certo texto sobre amizades, senti o golpe omo um murro na barriga. Doeu, mas fou muito bom. Fiz o mea culpa.

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Desligue Nick Cave há coisa menos de uma hora. Estou quase recuperada,

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Vou dormir, e deixar pra amanhã o email mal criado que tinha que mandar hoje. Fazer um texto dessa magnitude, cansada desse jeito, só vai aumentar minha sensação de desespero.

Ainda dia 8 - Fofuras

Ele insiste na idéia de que devo escrever um livro. Diz que adora o que lê aqui, que adora a maneira como encharco as histórias com ácidez. Eu sempre rio, fico meio tímida, ignoro o assunto e digo que não é pra mim.

Hoje ele me chamou de medrosa, e disse que de medroso bastava ele. Voltou a dizer que achava que eu deveria escrever algo mais longo do que um post, e que ele mesmo seria parte fundamental na confecção do livro.

Muitas horas mais tarde, quando cheguei da "tarde que não deu certo", cheia de coisas pra resolver, ainda sem orçamento do som, vejo um email dele.

E fez-se a luz do meu dia: ele, de brincadeirinha, e pedindo desculpas pelo texto "pretencioso" — e que achei lindo —, escreveu a contracapa do que seria meu livro, batizou o volume, criou o conceito, e compôs a primeira prova da arte gráfica.

Olhei para o projeto todo por um bom minuto, perplexa. Tanto trabalho só para me convencer de que eu posso, sim, escrever um livro? Os olhos cheios de areia marejaram, e a primeira resposta pra ele foi absolutamente passional.

A segunda foi um pouco mais contida, mais ponderada. Mas ainda assim foi impregnada da emoção que senti em ver a primeira prova de um livro que ainda não nasceu.

Não vou pensar nisso agora, enquanto o orçamento do som não chega, enquanto o orçamento dos seguranças está amarrado, enquanto os gringos não chegam para acabar logo esse evento e irem embora de vez. Mas vou usar o projeto como wallpaper no computador, com o texto, a minha foto que ele roubou de sabe-D*us-onde (orkut, decerto), e todo dia vou olhar um pouco e maturar a idéia...

Vai que...

O.o

Estou muito desacostumada a receber gentilezas. Não sei como agradecer, não sei como retribuir. Na maior parte das vezes, só fico com cara de boba, sem reação que não um sorrisinho nervoso. Você não faz idéia de como me senti especial e honrada pelo tempo que você levou elaborando e executando, procurando fotos de rezadeiras, roubando a minha, e juntando tudo com aquele texto lindo como amálgama.

Espero encontrar alguma coisa com a qual possa retribuir esse sentimento de "ser especial" que você me faz ter.

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Turn and drink of me, or look away and never more think of me
Cave

Sobrou um último cigarro, daqueles que ele me deu só para o caso de eu sentir saudade dele vontade de fumar. Tenho dois maços cheios, fumei muito menos hoje. Mas o raio do cigarro está lá, morando sozinho numa latinha de Luckies.

Mas vou te dizer: estou com uma vontade louca de matar este último crivo, como num ritual de expurgo. Nem tenho motivos, já que anteontem ele perguntou por mim, e haveria alguma chance desse carma se resolver ainda nessa vida.

Hoje estou saturada dele, e isso não quer dizer de saco cheio. É saturada mesmo, cheia até a tampa, minha alma está vivendo colada na alma dele, dentro daquele corpo. É horrível, porque pouco ou nenhum tempo para devanear sobre a situação, e ainda assim, quando me dou conta, repeti seus gestos, seus gostos e seus hábitos em todas as horas do dia.

Eu ensaio diálogos mentais em que o coloco para fora da minha vida, eu reescrevo o fim de maneiras diferentes. Na minha novela, todos os problemas que ele tem — e que me mantém constantemente afastada — foram magicamente resolvidos. Eu passo o dia inteiro dicutindo com um ele que só existe no meu imaginário, falando algunas verdades que já foram quase explicitadas na noite mais inoportuna de todas, desde o início.

E o pior: eu não estou apaixonada. Estou num estado inédito nesta minha vidinha pouco ordinária. Não, não sei que estado é esse. É um viver em suspenso, e viver intensamente cada escassa hora em que nos encontramos. Alguma coisa entre a cisma e a obsessão.

********

Pela evolução da coisa, rezo para chegar ao dia seguinte do evento sem ter tido uma crise de vesícula. Sim, suspeita de cálculos biliares. Sim, tem doído um pouco. Não, não fiz a ultrassonografia ainda.

Já vou deixar a Sem Noção de sobreaviso. Se precisar ser operada de emergência, que D*us me ajude a tê-la por perto para terminar de aboiar esses gringos evento afora.

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Estava relutando em tirar as lentes porque estava firme na disposição de ir ao Balcão sozinha, tomar dois chopps, pensar um tantinho na vida, e voltar pra casa.

Minha necessidade hoje é de ficar em casa, preparando uns emails feios para enviar às doze badaladas. Mas queria tanto espairecer um pouco por lá, jogar conversa fora e respirar uma lufada de vento cheirando à maresia...