quinta-feira, janeiro 31, 2008

Pondering

Alguma coisa vital se esvaiu dessa paixão, ao longo da madrugada. Metafórica e literalmente, foi uma noite de drenos. Cansei.

Mal consegui levar a meditação adiante, tamanha a confusão. Alguma coisa nova despontou, e não estou bem certa da viabilidade dela. Mentira. Não é viável.

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Às sete e meia da manhã eu já havia tomado Coca Zero. Adicta total.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Por quê?

Porque sou uma idiota. Só por isso. Porque eu deixei que os silêncios dele me magoem, e não consigo fazer nada para evitar isso. Porque sua ausência me dói muito, e não sei me defender dessa dor. Porque eu quero uma coisa, e ele não quer nada. Porque quando o vi no bar, no maldito exato lugar onde ia comprar minha honestíssima Coca Zero, minhas pernas tremeram, e NÃO É figura de retórica. Tremi mesmo.

Porque sou uma idiota rematada, que vendo a situação entortar, não fez nada para não se apaixonar. Burra, pulei do alto do trampolim, sem saber se tinha água suficiente na piscina. E não tinha nem água. Estava seco como um deserto, ladrilhos expostos ao sol, tudo meio desbotado.

Porque adoro o cheiro dele, adoro o calor do corpo dele, adoro a maneira como pareço ter sido moldada para ele — e ele para mim. Porque me sinto em casa com ele, me sinto barco atracando depois de um dia de estiva, sol e ondas chocando contra o calado. Porque adoro o som da voz ele, adoro seu sorriso, adoro o timbre da sua risada, adoro suas convicções de menino pequeno, suas verdades de adulto, suas crises de leonino roots. Porque adoro tentar entendê-lo, adoro ficar olhando enquanto ele desfia suas teorias, suas músicas e suas idéias

Porque gosto desse idiota, e idiota porque não o tenho na mesma medida em que ele me tem. Não o tenho em medida alguma. Porque eu odeio essas coincidências, e odeio mais saber que todas as minhas resoluções caíram por terra, só porque ele brotou do chão no mesmo bar que eu. Porque de verdade eu não quero esquecê-lo, mas por sobrevivência, vou ter que fazer isso. Porque não sei por onde começar. Porque é uma situação mais louca e confusa do que a que descrevo aqui, e só no outro blog — endereço sob sigilo, óbvio — é que o resto do seriado está exposto. No names, no places. Porque o mundo é um saco sem ele.

Porque apesar disso tudo que sinto, não vou me fechar em copas. Porque por enquanto ele preenche todos os meus espaços vazios. Por enquanto. Porque tem o seguinte: se aparecer um cara bacana, gentil, cheiroso, carinhoso, inteligente, isso tudo vira lenda, e vou dedicar meu afeto transbordante a alguém que o queira. Porque sou idiota, mas não o suficiente para ficar insistindo numa não-história, esperando linda e ruiva que ele um dia desperte e se apaixone por mim. Porque isso tem uma grande ponta de carência, porque esqueci o antecessor com ele, e foi a pior — e a melhor — coisa que eu podia ter feito.







Porque na verdade, eu não queria que ele deixasse que um outro cara me levasse para longe dele. Porque é ele. Hoje é ele.

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Sim, clip da Cascadura. Sim, alguns problemas. Sim, tudo solucionado, inclusive um problema que eu tinha na execução de um outro trabalho, que vou dirigir.

E sim, CASCADURA SEXTA-FEIRA SIM!

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Eu queria dizer, diante de tudo, que eu sou uma fofa. Mas não sou cretina. Nem escrota.

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Ou saio do circuito Cascadura, ou vai ser muito difícil esquecê-lo. O que não dá é para tomar esses sustos como o de hoje.

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Hectolitros de Coca Zero cobram seu tributo. Sem sono. Prevejo horas de vigília conversando com esse amigo sensacional no MSN. Adoro gente da velha guarda, que me conhece de muitos outros carnavais.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Atenção, associado!

Prezado usuário de Win2000, IP 200.254.0.#, visitante da hora do almoço, que chegou pelo Orkut, e cujo outclick foi pelo Fotolog da K.: favor identificar-se nos comments abaixo.

Por nada não. Só porque acho que sei quem é você.

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Aliás, prezado Leitor de SP, link Telesp, que passa horas diárias aqui, por favor, revele-se. Sou gentil nos anos bissextos...

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Dois dias sem lentes de contato, dois dias e algumas horas de aflição, dor de cabeça e algum mau humor. Finalmente resolvi o problema dos exames de vista, fiz todos os complicados, testei 4 pares de lentes, escolhi uma e fim.

Mais uma temporada afastada do transplante de córnea.

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Chegaram meus amigos queridos! Pessoas especiais, amigos de uma guerra particular, amigos de abraços — e telefonemas — nas horas de maior perrengue, de muito sofrimento.

Amigos feitos em situação de crise tendem a se tornarem grandes amigos. Se você pode contar com uma pessoa num momento ruim, nos momentos bons ela será decerto sua melhor companheira.

E é isso. Tenho quase um mês dessas alminhas companheiras caminhando por aqui, fazendo felizes esses meus dias ligeiramente cinzentos, baços. Dias sem paciência de serem dias.

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Amarga como angostura, fui deitar cedo ontem, atracada com o livro, impossibilitada de ir encontrar os meus recém-chegados.

Cochilei, acordei, li, vi emails, cochilei de novo, li mais um tanto, e nisso fui. Começou às 22:40. Celular toca, número privado. Ah, vá! Ah, vá mesmo! Número privado depois do horário corporativo é encrenca, e tudo o que não preciso agora é de problemas. Ligou duas, três vezes, desistiu. OK. Dormitei de novo.

23:20. Toca o telefone. G.

— Dani, tô alugando meu apartamento, se souber de alguém... — e aí me deu a ficha do apartamento, valores, e tudo o mais. Repito: quase 11 e meia da noite.

OK, OK, agora vou até a cozinha beber água. Voltei, me ajeitei de novo na cama... e meia-noite e nove, entra mensagem de texto:

"Queremos sim sua mão amiga e competente no clip do cascadura"

Ou seja: negócios after midnight!

Como esse assunto muitíssimo me interessava (sim, a Cascadura grava um clip amanhã à noite no Irish Pub da Barra. Sim, meus amigos dirigem. Sim, fui convocada ao quartel. Sim, estou feliz demais.), sentei na cama, e até quase uma da manhã troquei mensagens com esse amigo, não combinando detalhes, mas tirando dúvidas.

Levei pelo menos mais uma hora e tanto para baixar a adrenalina e conseguir conciliar o sono de novo. Pergunto: custa alguma coisa as pessoas fazerem negócios em horários cristãos? Desde sempre foi assim, desde que me entendo como feliz proprietária de um celular (e lá se vão 11 anos), os meus amigos têm liberdade para me ligarem quando bem entenderem.

Mas business after midnight? Sério?

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Eu tentei. Juro. Tentei com afinco, sorri de volta, marquei pista. Mas não dá. Não adianta nem tentar ficar com outro alguém, pelo menos não enquanto ele for o soberano das minhas idéias. Não enquanto for o braço dele que eu sinto na minha cintura, não enquanto for o cheiro dele que me desperta de madrugada, lembrança de um sonho bom. Não enquanto for seu telefonema que espero dia após dia, não enquanto for a ele que quero pertencer. A ele, e somente a ele — o que não é novidade, dada a minha notória incompetência para trair.

Por quanto tempo, jamais saberemos. Uma semana, um mês, um ano, um dia, uma vida. Mas é a ele que quero, é a ele que ainda ofereço a exclusividade, é com ele que quero passar minhas sextas-feiras, as longas e preguiçosas tardes de domingo, as quintas e as terças. É para ele que quero ligar quando a vaca for pro brejo, quando tudo der certo, quando fechar aqueles contratos sensacionais que volta e meia fecho.

Ele não quer, claro. O que eu não realizava, e mais uma tarde em estado semi-meditativo me mostrou, é que não adianta querer sozinha, mas que também não adianta tapar buraco com outro. Outro que não esqueça os óculos na minha bolsa. Outro que não faça a melhor Cuba Libre do mundo. Não adianta nada ter outro que não seja ele.

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Se o assunto passou por meditação...

Uma semana meditando uma hora e meia de manhã, 40 minutos à noite, e alguns pequenos episódios durante o dia, me fizeram ter vontade de estabelecer paz com um pessoa que não frequenta minha vida, mas frequenta meu blog.

Moça, paz. Eu não quero invadir seu espaço, esconda as garras. Seja feliz, de coração.

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Preciso desinstalar esse dispositivo de autodestruição que veio comigo de fábrica.

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Último Segundo

Meus cabelos framboesa ficaram SENSACIONAIS! Gotas de luxo caíram do céu! Doida para exibir novas madeixas cor de uva por aí. Deixa a sexta chegar, deixa o show da Cascadura vir...

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Uma réplica

Eu não. Como você pôde ver, eu não mesmo.

Pena, né?

Janeiro

O ano mal começou, e já temos o quarto candidato ao melhor dia do ano.

ESTOU BAIXANDO O CD NOVO DO STREETLIGHT MANIFESTO!

E quem precisa de mais que isso?















Uh... Eu?

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Está na hora de tirar do celular a foto dele e daquele amanhecer que nunca acabou.

Mas cadê coragem? Me soa tão... tão... definitivo.

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Hermetismos (ou "bandinhas fora do mainstream que eu AMO")

Eu queria dizer que Somewhere in Between, do Streetlight Manifesto, é tão bom — quiçá melhor — que Everything Goes Numb, que já era um primor. Ainda flerta com os ritmos latinos, e é uma delícia ouvir o naipe de sopro (ai, esse sopro...) brincando com um trecho de tango.

Não, minto. EGN é um disco de hits. Do início ao fim. Somewhere in Between, nessa primeira audição, ainda não emplacou nada como "A better place, a better time".

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Oi, tudo bom? Cascadura dia 1º, na Companhia da Pizza? E eu lá, doa a quem doer? DOA A QUEM DOER MESMO? É isso?

Ah, é isso mesmo!

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Estou indo novamente pintar o cabelo. Vermelho-promoção, porque só compro tintas em promoção. O nome disso? Método randômico à força.

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Hoje entra no seriado "Daniela's Creek" um personagem novo, que fez uma ponta na temporada passada, vai ficar por metade dessa próxima porque o roteirista deixou um gancho. Tem tudopara ser um personagem decisivo, a ponto de mudar as locações de "Daniela's Creek"

E estão chegando mais personagens, vai vendo.

domingo, janeiro 27, 2008

Posting from K.'s home

Eu precisva disso. Dessa paz, das risdas, da certeza de que nada se sustenta em dois pés, e sim em três. Estamos nós três, mais dois amigos queridíssimos, e boa parte da última hora passei ouvindo — e vendo — um tributo a George Harrison, e volta e meia ouvindo uma das minhas músicas mais precisosas da vida.

Venho de 24 horas especialíssimas, de volta para casa de moto — e queria eu poder fazer isso todos os dias, escolhendo a opção 2) com emoção —, de cumplicidde, de sair de casa porque "ao meu lado há um amigo que é preciso proteger". 24 horas de absoluto silêncio do outro lado, de decidir que "meu coração é novo, e corre o risco de encontrar alguém que saiba mais de mim, que diga: agora sim!". 24 horas de resoluções, mais INdefinições, resoluções e alguma dor, claro — porque afinal, o que é vida sem dor?

Vou enfim colocar um ponto final nessa história linda que vem acontecendo — e o texto já está pronto, por mais que me doa —, e vou reescrever este roteiro para encaixar mais um personagem que está despontando, e dar mais espaço para ele na próxima temporada.

Whatever... Decisões tomadas no calor do momento normalmente são falhas na execução. Mas amanheci com essa idéia na cabeça, e a noite me deu o diálogo que deverá ser travado. Mesmo que hoje tenha me enchido de esperanças por causa de uma conversa com K., esse silêncio continuado me derruba as expectativas, e me faz cada minuto mais segura da decisão.

Venho de uma história de muito amor — e quem quiser que conteste a palavra amor — e muito sofrimento. Não quero embarcar nessa aventura assim, sem redes de proteção, sem salvaguardas, sem pára-quedas, sem camisinha. Não vale a pena sofrer de novo. Por alguns até vale — como valeu a história antecessora —, mas essa? Não. Não mesmo.

O.o

Mentira. Vale sim.

sábado, janeiro 26, 2008

Mande notícias do mundo de lá

Postei uma história na calada da madrugada, desliguei o computador, fui dormir. Acordei com o primeiro rosa no céu, coração disparado, meio assustado.

— Será que eu postei no blog certo?

Voei para o computador, liguei máquina, conectei, vim direto para o Shaggapress. Nada. Entrei com o endereço do outro, e ufa, estava lá, com todas as vírgulas, detalhes e confissões.

Em constatado, vi uma ou duas notícias no jornal, desliguei de novo e fui dormir com um sorriso no rosto, com as lembranças novamente frescas do post no blog certo.

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Não confundir dor NO cotovelo com dor DE cotovelo.

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Show da Cascadura.








E preciso dizer mais alguma coisa?

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E eu fico tão feliz quando toca Gigante...

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Sinais

Em 1992, dois meses antes de sofrer o maior revés da minha vida, entrei na sala de aula do colégio, e tinha um parágrafo escrito em inglês no quadro-negro (oi, tudo bom? Sou do tempo do quadro-negro?). Em linhas gerais, e não vou levantar para pegar o papel na carteira agora, dizia que infelizmente as coisas tinham acontecido daquela maneira, e que a partir de agora, "all of you live inside my heart. To remember me".

Sabe D*us porquê, aquele texto me emocionou. Copiei num pedaço de papel, e como não haveria aula, saí em busca dos navios de guerra que entravam pela Baía. O resto é lenda: dois meses sofri uma perda irreparável — e que mudou toda a minha maneira de me relacionar com o mundo, desde então —, e o papel, guardo até hoje no compartimento secreto do meu anel de prata.

Tudo o que o texto dizia era pertinente para o que eu passei. Mesmo que eu não acreditasse em sinais, e creio muito, foi o maior aviso que já recebi em todos os tempos. Além desse, uma intuição desconcertante — e de tão forte, se tornou inadequada para alguém que só tinha 15 anos — me empurrava sempre na direção do que terminou por acontecer.

Aonde eu quero chegar? Estou surda e cega para quaisquer sinais que por ventura tenha recebido nos últimos tempos. Estou vivendo com uma urgência que torna impossível ouvir o mundo lá fora. Ou o mundo aqui dentro. Não tenho me apercebido dos sinais, frases, textos e simbologias. Nada disso tem alcançado esse meu mundinho hermético.

E de repente, quando estou procurando por "tombstone" no Getty images, para postar sobre um assunto enterrado no fotolog, me deparo com o assunto em círculos sobre a minha cabeça, obliterando outros pensamentos que não esses. Esse, sinais. Esse, minha perda, naquele 92 que nunca terminou.

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Já era morte cerebral. Até ontem. Ontem caiu a última pedra na sepultura daquele amor que já nasceu com prazo de validade. Não sei de detalhes, e nem quero. O que sei é que não há vítimas. Só há crimes. Somos todos vilões.

Fazer o mea culpa dói muito mais do que dizer "sua culpa".

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Odeio essa coisa de ser mais de ser da tarde e ainda ter sol no céu. Ainda mais que a Bahia não tem horário de verão. Sei lá, é tão... anti natural!

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Estou ouvindo Wicked Little Town. Alguma vez isso terminou bem?

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Durante a tarde, presa num congestionamento, me veio a idéia de plantar um pé de feijão num vidrinho e dar de presente para ele.

O texto:

— Decida se é João ou o Gigante, então suba ou desça pelo pé de feijão.

Tenho medo de ser sutil demais.

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Sono, irritação e enjôo. Dormi pouco, no fiz o que tinha que ter feito,e comi o que não devia.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Uma ficha que cai

Ou sou muito maldosa, ou estou sendo provocada. E eu, quando provocada, sou a pessoa que menos presta no mundo.

Então combinadíssimos assim: eu faço o que eu posso, o que me é permitido — permitido por mim mesma e pelos outros —, e fim de papo. Se faço, é porque tenho respaldo para. Se faço, é porque tenho competência para. Não que isso seja da sua conta, mas é que Salvador é pequena demais, e os feudos são muito bem armados. O meu também é. Não tenho saco para guerrinha com gente menor; mas se entrar, só saio quando beber a última gota de sangue do oponente.

Ah, gentinha sem-noção, viu? Vai apurar os ouvidos para ver o que mundo sussurra ao seu respeito, vai...

terça-feira, janeiro 22, 2008

Independência




Tenho pensado muito naquele apartamento que ele me mostrou, entre Amaralina e Pituba. Muito mesmo.

Ele vai ser meu.

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Tinha umas certezas de madrugada, mas elas foram esmaecendo, como o negro da noite é diluído pelo rosa da manhã.

Não sobrou nada.

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Tenho dois oftalmologistas marcados para a terça-feira. Alguém consegue medir o quão estranho meu humor vai estar nos dois dias anteriores aos exames, sem as lentes de contato?

Por que dois oftalmologistas? Porque tenho os olhinhos podres, ora. Tenho uma bateria de exames com ambos, e quem pagar mais, leva.

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Esquizofrenia alheia é uma coisa que me dá medo. Muito medo. Nesse caso em espefífico, a esquizofrenia do outro, além do medo, me dá frio na barriga, me deixa as mãos geladas e um sorriso meio bobo no rosto.

Só tenho medo de me acostumar demais com esse tipo de vida — porque, de uma maneira ou de outra, eu fico feliz com esses momentos —, e começar a achar que essa é a maneira correta de se viver. E não é. Não sei qual o certo, mas isso não é mesmo.

Imperfeito pretérito

O pior não foi a música ao acaso. Pior foi calar tudo, e assim ouvir o ritmo acelerado do coração. Pior foi voltar de duas doses do bourbon, e ainda assim ter a lucidez necessária para misturar inúmeras imagens mentais, para confundir o que já não andava muito bom.

Ou faço qualquer coisa amanhã, ou vou continuar achando que não fui até onde devia ter ido. Em assunto nenhum. Merda.

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Uma conversa com o moço a quem tanto cito, vide fotolog de hoje, e dei numa busca frenética de um texto do Falabella, que eu tranquilamente poderia ter usado ao final daquele mês no paraíso. Um trecho que ilustraria perfeitamente o momento em que eu deixei que ele fizesse a minha vida sair do azul para o negro. E que eu sempre posso aplicar aos dias de hoje.

— O que é pior nessa história toda?

— O pior é deixar de me ver no espelho dos olhos dele — Sarita nem pensou na resposta. Estava pronta, à espreita. — Deixar de enxergar as coisas boas que ele via em mim — ela passou para trás da cadeira, fugiu de meu ângulo de visão e tentei adivinhar o que lhe ia pelo coração, através das modulações da voz.

— O pior é acreditar que a gente não é capaz — ela quase sussurrou. — Fiz tudo o que se pode fazer, quis morrer de fome, enlouqueci, arrastei a cama pra porta do quarto, pra evitar que ele escapulisse na calada da noite, cantei meus boleros, tomei remédio pra dormir — tomo remédio pra dormir — engordei, emagreci, pensei em morte, pensei que tudo podia voltar a ser como antes, depois, percebi que já não conseguia ver nada no espelho dos olhos dele, a não ser o meu próprio avesso.


Miguel Falabella

Finalmente vou conseguir expurgar — e administrar a dor?

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Será que essa ferida nunca seca, nunca fecha, nunca morre? Será que é isso?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

O inferno é a repetição

De tudo. Repetição de tudo é uma merda. E eu não consigo sair desse círculo vicioso. Repito ações, pessoas, vícios, e atividades.

Depois dos dias de epifânias seguidas, me vejo na frente do jarro mais feio — e também o mais difícil de colocar de lado. Meus jarros estão alinhados na prateleira, quase todos muitos remendados, surrados, feiosos, mesmo os mais novos. Hoje, entretanto, é o dia de destaque de três deles.

Um, o mais remendado, é o que mais me dói a feiúra. Sempre foi um vaso lindo, porcelana antiga, valiosa, forte, sempre abrigou as flores mais lindas. Mas foram anos de quedas sucessivas, sempre de lugares mais baixos. Quanto mais destaque tinha, mais alto era colocado nas prateleiras. E a queda das alturas causa mais danos do que quando o jarro está no primeiro andar da escala de prioridades.

Os últimos tombos foram lá de cima. Os remendos estão horríveis. O vaso está deformado. Mas o sentimento que usei para amalgamar é muito forte para que eu me desfaça dele assim tão rápido. Sou uma idiota, disse minha consciência externa. Antes disso, eu já havia usado exatamente a mesma expressão ao meu respeito com o moço gentleman. Mas sou isso, sou essa idiota que cuida demais das pessoas, que se desdobra em gentilezas, e que é mole qual manteiga. Burra, estúpida, que repete os mesmo padrões.

Quanto aos outros dois jarros... Vou deixá-los nesse aparador baixinho, perto do chão, porque qualquer vento mais fresco e forte vai deitá-los ao chão. São vasos novíssimos, mas já têm, cada um, sua porção de remendos. A única coisa que eu quero, neste momento delicado da minha vida, é que os jarros se espatifem no chão, e que os milhões de olhos-cacos fiquem de lá de baixo me acusando de imprevidência.

E tudo porque eu só queria um lugar seguro onde colocar essas flores tão lindas que vieram comigo...

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Não, não há
Nada que apague esse lume
Que é só seu


Sou escrava pessoal daquela entidade suprema chamada Palco 2008, do Festival de Verão. Foi a ele que servi nas últimas duas semanas, foi para suprir sua fome que forneci artistas fresquinhos. Mas a servidão tem um limite.

Meu trabalho encerrou-se oficialmente às 18:30 do sábado, e como os ares não estavam dos mais frescos, resolvi que o melhor era dar um rolê pelo parque, ao invés de ficar sentada esperando que um eventual trabalho aparecesse. Estava meio de stand by. Andei solta um tempo, revi amigos antigos (aparte: eu só faço Festival por causa da turma que às vezes só encontro de ano em ano. É uma delícia rever os queridos, os não tanto, içar pessoas para categoria "amigo", rebaixar outras para o nível "do chão não passa"), fiz novos, caminhei pela báburdia controlada de cabos, luzes, câmeras e pessoas.

Voltei para o backstage, tomei um banho, flanei, voltei em busca de mais trabalho, e fiquei nesse ping pong até quase uma da manhã. Até o show da Cascadura. Foi de caso pensado. Era um dos poucos shows que queria ver, e o único que vi e curti. Chutei o pau da barraca, guardei credenciais dentro da blusa, comprei uma lata de cerveja e pulei de 12 de outubro até a última música.

Soltei os bichos, gritei, pulei abraçada na K., lavei a alma. Concluo, pois, que se a Cascadura tivesse sido a primeira banda do segundo dia do Festival, meus dias seguintes teriam sido muito mais felizes.

O.o

Voltei a ouvir Cascadura como se não houvesse amanhã. Nem vou tentar brigar contra isso. É a melhor banda que conheço, colocando na conta Cake, Midnight Oil, Jimmy Eat World e todas as outras que, pela excelência, transitam pelo meu iPod.

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Pink's quote: "I'm completely confused"

Tenho a forte intenção de só fazer as coisas certas, mas como? E o que é o certo?

domingo, janeiro 20, 2008

Longa carta para alguém

Hoje era com você que eu queria estar. Não porque adoro seus beijos, não porque seu braço está tatuado na curva da minha cintura, não porque minhas mãos sabem exatamente onde fazer cafuné nos seus cabelos.

Nada disso. Eu queria estar com você porque para você eu posso ligar. Porque acho que você tem um universo tão vasto quanto o meu. Porque seu humor meio ácido, meio doce, faz com que eu tenha a sensação de familiaridade. Porque você tem uma praticidade desconcertante. Porque até os nossos silêncios são confortáveis.

Você é a casa que eu não posso ter, o lar que a mim não pertence, e onde ainda assim eu me sinto tão aquecida. Você é o jogo que eu não bancaria, só e somente porque prezo o pouco de sanidade que me resta. Adorei a minha fugaz relação com o você-homem, mas o você-amigo é de quem eu preciso — e posso ter.

Precisava muito de um sushi do Sushi Deli, comprado em pé no balcão, para depois seguir para aquele gramadinho do Mercure. Era isso mesmo! Era de você que eu precisava, de um uramaki califórnia, da graminha, e de umas boas duas ou três horas de conversas, deitada ora na grama, ora com a cabeça no seu colo. Só isso.

Não ambiciono os beijos, as paixões ardentes, o desejo que não cessa — e para mim nunca cessou. Queria mesmo era carinho, talvez derrubar uma ou duas lágrimas, já suas conhecidas; falar, falar muito, contar sobre as rupturas, quebras, estilhaços e balas pelas costas. Queria te mostrar um pouquinho desse meu caos, para ver se você consegue decodificar para mim, e enfim fazer o mundo ter um pouco mais de sentido de novo.
Sábado, 19 de janeiro de 2008, 17:51. Aeroporto de Salvador.

E assim acabou. Acabou o trabalho, acabou a correria, os dias insanos de 22 horas de trabalho, as risadas com a minha equipe de pilotos, os laranjas e amarelos saturadíssimos dessa estranha raça do entretenimento. As horas vãs no aeroporto se transformaram no mais profundo exercício de mim mesma. Em alguns dias foi difícil conviver com essa estranha que gritava dentro de mim, estranha que começou falando num idioma desconhecido. Foi dos caminhos mais espinhosos que fui obrigada a pegar, e nem o mais alto dos rocks no iPod — meu melhor amigo nas horas de caos interior e caos aéreo— fazia com que se calasse essa Daniela desconhecida que em mim habita.

Foram dias de chuva intensa, de tempestades dentro e fora, de descobertas sobre os outros, de quebras e rupturas. Alguma coisa muito preciosa se partiu — de novo, disse minha consciência externa —, e a cada vez que esse jarro cai, mais feio fica o remendo. Eu ainda tenho o jarro, mas não sei se gosto dele. Os olhos do coração, astigmáticos e hipermétropes, insistem em achar a peça linda. Os olhos da razão, míopes, mas dotados de uma lente de macro, acham que está na hora desse jarro ser delicadamente posto de lado.

Tenho lágrimas que não caem. Estranhamente, tenho enfim alguma paz.

(originalmente postado no fotolog, link ao lado)

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Exausta, rouca, não-feliz, não-triste. Oca, precisando ser preenchida por alguma coisa que me traga fé. Fui esvaziada pela montanha-rusa, pelo cansaço, pela reflexão prolongada, pelos carinhso e afetos que foram dissolvidos e quebrados.

Dias de absoluta transformação.

Oh, crianças, isso é só o fim.

Muitas coisas acabaram hoje. Coisas demais para essa alma exausta.

Vêm coisas novas, claro. Como hoje.

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Interessantíssimo esse moço que tenho em comum comum com Amigo Querido e Amiga há Dez Anos.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Turnê do fim do mundo

Olha para o horário da postagem. Saiba que eu comecei a trabalhar às sete do dia anterior, não almocei, estou jantando agora, tenho um vôo muito cedo Por favor, não me cobre coerência.

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Na minha página inicial do Google eu tenho um contador regressivo programável. A última programação que fiz foi "certo de Contas BS", que eu voluntária e deliberadamente adiei. Já tinha coisas demais em que pensar, problemas demais para administrar.

Mas ninguém foge do seu destino, principalmente quando metade do mundo tem o nome que você tem que enfrentar. O encontro foi inevitável. Os dados foram lançados hoje. O acerto de contas BS finalmente chegou.

Chega de joguinhos.

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Uma longa semana

A cada vez que vou descarregar fotos do celular, vejo a foto dele, e morro, morro duas vezes de saudade. Não fosse estar trabalhando que nem louca (ou gerando em altas, numa alusão à sexta-feira), estava beirando a insanidade com essa distância não só emocional como geográfica.

Bom, por motivos diversos, estou, sim, beirando a insanidade.

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Baixando as fotos do celular, eu, que tenho pouco ou nada para fazer na vida, resolvi montar um blog de fotos roubadas dos outros, tiradas sem que as pessoas percebam. claro que vou acbar presa, mas e daí? Basta eu não parar de fumar...

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Oi, tudo bom? Cascadura sábado no Festival? O Círculo quinta? Japa domingo à noite?

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Odeio aquele fidaputa daquele artista que me largou no aeroporto esperando, saiu por outro lugar, bateu asas e vôou.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Eu, você, todo mundo lá

Postando do parque de exposições. Humpf.

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In der welt zein [2]

Enquanto o mundo caia ao meu redor, eu caminhava pelo parque com o iPod em altíssimo volume, ouvindo Janis, Harper, Bloodhound Gang. Quase uma profeta do apocalipse. Caminhei por quase uma hora inteira, esperando montarem a sala da logística (oi, tudo bom? Ócio destrutivo?), ordenando os pensamentos, que sofreram uma pane recentíssima.

Vi guindastes erguendo (epifânias)* estruturas, vi maquinário pesado, gente trabalhando muito. Sente no fundo da arena, dei uma boa olhada para o palco principal, este Senhor inclemente a quem sirvo tão humildemente, que dominará minha vida pelos próximos 5 dias.

A sensação de finalmente pertencer voltou, e com tanta força quanto no dia 30 de dezembro. Parte daquele mundo que se ergue — e constrói coisas belas — existe porque eu estou colaborando. Eu faço parte, como faz parte o Márcio, o Ivan, a Mônica, e todos os milhares diretos e indiretos. Mais uma vez, por um segundo, voltei a fazer parte do mundo.

Se consegui ordenar a cabeça? Claro que não. Nada se resolveu, e pensar só serviu para aumentar a confusão que causa essas ondas gigantes dentro da minha alma. Continuei com minhas interrogações voando sobre a cabeça, como pássaros — e estrelinhas — de quadrinhos.

*Eu ia escrever sobre as epifânias que tive nessa hora de caminhada, mas acabei desistindo porque delas não lembrava. Apaga daqui, estica de lá, e quando vi, tinha misturado guidastes com epifânias. Gostei do resultado, e deixei.

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23:17
Agora blogando de casa

Bêbada de sono, com Excel (Rá!) aberto, uma planilha de vôos alterados do lado, um mapa de apanha que insiste em dançar na frente dos meus olhos.

Nada do que eu precisava pensar e decidir foi pensado e decidido. Não é muito querer estabelecer metas concretas no meio de um trabalho estafante? Deixa para o dia 22, 23 — ou nunca, quem sabe? — para que o tempo se encarregue de me mostrar a ponta da meada.

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Alguém quer me ouvir rouca domingo?

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Há 11 anos eu enlouqueci de paixão por ele, que nunca nem soube que eu respirava. Persegui essa ilusão por outro par de anos, fomos da mesma empresa (na maior coincidência do mundo), eu saí, ele foi morar fora.

A primeira vez em que o revi na TV foi um susto. Fiquei parada, com as mãos geladas, tremendo, pupilas dilatadas. De algumas paixões a gente nunca se reestabelece.

Por que disso tudo? Porque ele voltou para a TV onde trabalhamos juntos, e embora 11 anos tenham se passado, embora não tenhamos trocado uma única palavra nos últimos dez anos, eu reconheço o timbre da sua voz mesmo na maior balbúrdia do mundo, e sempre corro para ver qual a reportagem do dia.

Estou recuperada do baque, mas ver que ele cometeu a descortesia de casar foi como se tivesse levado um tiro. No peito. Em cima do coração. Não senti dor, porque a morte veio fulminante.

o.O

Pronto, passou.

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O moço gentleman ligou só pára deixar um beijinho, e mais uma ou duas fofices. Trabalhar não oferece outra opção, mas se ele tocasse Sexual Healing ao telefone, eu ia andando do parque até sua casa, só para obrigá-lo a me mostrar todos os CDs que ele tem em casa.

Sinto uma falta miserável da minha dose diária dele.

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Palm e celular na mão. O que passa pela cabeça de uma pessoa que se descobre futucando a tela menu do celular com a caneta do palm? E pau da vida porque o celular não responde aos comandos?

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Eu não sei o caminho, não sei o que é certo. Não sei nem se é. Em sendo, não sei o que é. Mas vou descobrir, e desta vez vou tentar fazer tudo certo.

Se isso estiver claro na minha cabeça, o resto são miscelas.








O problema é que não está. Nada é claro para mim.

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*sigh*

Tenho um vôo chegando às 23 horas amanhã. E o Festival nem começou...

sábado, janeiro 12, 2008

Novo blog

Novo blog, para funcionar como caixa de eco dessa vida nada ordinária.

Já há tempos vinha ensaiando um blog novo, sem rastros, sem nomes, sem soltar as tiras e nem cheiro. Hoje, a urgência em fazer um comentário inapropriado foi mais forte que eu. Criei um blog novo, another time, another place (a rock and roll fable. É uma citação de onde, Kowalski? Resposta para o meu celular), só com fofoquinhas, desbafos, coisas que nem com lascas de bambu embaixo das unhas eu contaria aqui.

Enfim... As minhs melhores confissões estão lá. Over there.

o.O

Ele trabalha sábado. Eu, no domingo. Mimha defesa trabalha sábado. Quando for minha vez? Tipo...

Foxtrot Uniform Charlie Kilo

Dez pras seis. No início da tarde, finalmente a porra empenou (adoro esse meu vocabulário fino) na TV, finalmente chegou trabalho pesado. Mal levantei os olhos do computador, afogada em números de vôos, logística, datas e planilhas sem fim.

A sala de crise, digo, produção, é um coletivão sem baias. Seis computadores em cima de uma mesa de reunião, papéis contados em toneladas, caixas, gente entrando e saindo o dia todo. Produtores de todas as bandas que você conseguir lembrar, empresários, mais telefones que pessoas... Numa palavra, zona.

O ruído do lado de fora de mim começou a crescer, aumentar, tomar um corpo quase físico. Aumentei o som do iPod, peguei o maço de cigarros, o celular, e sai voando da sala. Fui para o térreo, e ao invés de ir para o Buracão, onde fuma-se, fui na direção oposta. Estacionamento.

O sol era só uma lembrança no canto do céu, mas o parque ainda estava cheio de carros. Acendi um cigarro, e foi quando virou para essa música:

Bloodhound Gang - ...


Aumentei ainda mais o som do player, esvaziei a cabeça e fiquei dançando, amarradona, no meio do estacionamento. Olhei o céu, que já estava com aquelas cores entre o azul, o lilás e o púrpura, e achei que tinha que dividir aquela magia com ele.

Saquei o celular e mandei mensagem:

Levanta da sua mesa, vá até a janela e olha o céu. Está lindo. Chopp à noite?


Apertei o send, voltei a música mais duas vezes, dancei mais um bocado, e devagar voltei para a sala. Por um segundo, mais feliz — se me perdoam a presença dessa vírgula que nunca existiu no original.

o.O

Sete da noite, sem previsão de sair, a Sem Noção resolve ir até o rancho para comer.

— Sem Noção, a essa hora só jantar.

Dito e certo. Em estando lá, a fome apertou, jantar, né? 160 gramas, porque eu estava famélica. Soja com castanha, spaghetti ao curry, salada. E não é que a PORRA do spaghetti estava estragado?

Acabou meu jantar. Comi meio pão doce de uma amiga, um suco de abacaxi, e sem o tradicional intervalo para fumar, voltei correndo para terminar minhas planilhas intermináveis. Ainda meio com fome, ainda meio frustrada com o não-jantar. E ainda meio feliz.

o.O

Quando comecei a preencher Stella Artois — sim, a cerveja — no lugar de Stella Hotel, era hora de parar.

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The show must go on

Estou um set à frente. Comprei mais um cacife.

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Da cor do Barney...

Estou envergonhada de uma coisa que fiz, por absoluta falta de segurança. Mas muito envergonhada. Não foi grave, me pareceu deletado, mas a cada vez que lembro, chego a ficar vermelha.

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Opa, duas músicas no mesmo dia?

04 Queda Livre.mp3


Oh-yeah, babe!

Queda Livre
Cascadura

Lá vamos nós outra vez em queda livre

Não há como parar nem onde segurar
Só nos resta ir
Mas é boa a sensação de estar caindo
É tentar relaxar e se deixar levar sem se debater
Assim eu vou descer em queda livre

É bom manter a atenção
ao olhar a paisagem
As vezes ver o céu, as vezes ver o mar,
passa um avião
Só há um modo de aprender e é caindo

Vou ter o que contar aonde quer que eu vá,
todos vão saber
que eu só sei viver
em queda livre

Eu posso gritar
Ninguém vai me ouvir
não vou incomodar
Nem quero saber
Onde eu vou cair pois pra mim tanto faz
E vou seguindo

Sempre a primeira vez é mais difícil
Tentar sentir-se em paz, pensar em nada mais
Vendo-se cair
Mas, ao invés de temer eu paro e penso:
Outro jeito não há, já que eu tenho que estar
Solto a descer, o jeito é curtir a queda livre


Só que o meu fim não será o chão.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Dona Dalva...

Dona Dalva, ainda ontem vi nossas fotos juntas, e pensei na senhora com tanto carinho...

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Era dia de começar a contagem regressiva. Mas não estou feliz (séeeeerio?). Talvez tenha queimado junto com as labaredas que TENTARAM derrubar aquele forte, aquele querido e forte. Nada, nada derruba aquele homem. Nada. E talvez por isso eu tenha passado tão angustiada toda a tarde, talvez por isso tenha misturado os números de vôos, horários, carinho e preocupação.

Foi difícil ter ficado presa na TV, enquanto minha alma só queria colocar — à revelia, claro — aquele moço tão querido, tão corajoso, no colo. Contentei-me em dar um pulo até onde ele estava assim que consegui minha alforria, dar um abraço, e conferir com os meus próprios olhos que ele, mais uma vez — e sempre! —, estava em pé.

Odeio quando os meus sofrem reviravoltas. Mas ele não está só. Nunca. Nunca mesmo. A gente nunca vai deixar.

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... e não só o amanhecer, mas os primeiros minutos, as primeiras horas daquela noite, nada disso me deixa esquecer.

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Enésima audição de Gigante, da Cascadura. Esqueci de perguntar se ele é o gigante ou o João.

E eu quase volto àquele dia mágico, de ouvir Gigante com ele dizendo que era a sua música.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

... gone with the wind



...e fim.

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AGORA VALENDO!



SE É PARA O BEM DE TODOS, E FELICIDADE GERAL DA NAÇÃO, DIGA AO POVO QUE FICO, MINHA PORRA!!

Porque ele não ia subverter 186 anos de história!

O.o

Ok, ainda estou insegura.

Cave? Pane no sistema! Pane no Sistema!

... Diria minha consicência externa.

Mas eu passei a manhã cantarolando Carry me, e se tornou inevitável.

Come to me, come to me, come to me
Come and drink of me
Or turn away, turn away, turn away
And never more think of me


Mas o meu primeiro ato em vigília foi a meditação, uma longa hora e meia meditando, e acho que não tem muito jeito dessa faixa vibratória me atingir.

De toda sorte, vou ouvir mais dez vezes só, e depois vou partir para outras praias mais fresquinhas...

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Sonhando em viver entrelaçados
Copo de vinho na mão
E um blues carregado
(...)
Olhos, bocas, pés, e tudo o mais
Muito acima do chão


Barão

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Quanto mais perto da hora que determinei como limite para fazer o que tenho que fazer, mais agoniada eu fico. A velha história do Mauro Halfeld, na Época: tenho um sapo enorme, preciso engolir.

Acabo de engolir, com uma hora de antecedência. Pro bem ou pro mal, resolvido.

O.o

Os minutos mais longos da minha vida.
.
.
.
.
.

Tomara que ele não ligue. Não está previsto em roteiro que ele ligue. Só se for para dizer que sim.
.
.
.
.
.
.
Nada. Ainda. Demora. 4 minutos.
.
.
.
.
Mãos geladas. Eu sou uma idiota, mesmo.
.
.
.
.
.
Silêncio do outro lado. Nem arrisco um palpite.
.
.
.
Mentira. Arrisco, mas é tão pessimista...
.
Cansei. Vou tomar um banho e esfriar a cabeça.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Pára tudo

Alguém faz o mundo voltar a ter algum sentido? Por favor?

Alguém?


Alguém?




Alguém?

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Em falando...

O mundo fervendo lá fora, e eu aqui, ouvindo Pensar em Você, morrendo de pena de mim. Estou lembrando de cada palavra do meu amigo, que teve a gentileza de me ligar para dizer que eu era a louca, mesmo; que pau que dá em Chico dá em Franscisco, e que orgulho não esquenta a cama de ninguém.

Na verdade, a frase do orgulho é minha. Para os meus amigos. Nunca para mim. Mas os conselhos valiosíssimos de um homem rodado foram balsâmicos para essa minha alminha tão arranhada. Ele disse o que eu queria ouvir.

O.o

Aliás... hoje foi o dia das conversas terapêuticas. Como o bom e velho amigo do Borges e Woody Alen, que me leva para cima na hora em que estou puxando a tampa do poço sobre a minha cabeça. Com esse que tanto sabe da minha vida, que ligou para me dar força. Com aquele que me derrete com — entre tantas coisas — Sexual Healing, inteligência, e ainda me fez gargalhar aos 44 do segundo tempo de hoje. Com ela, que me fez comparar espinhas com algumas coisas inapropriadas.

Algumas coisas que foram ditas fizeram uma luz na minha cabeça zoneada. Amanhã tem uma caminhada com o amigo do Borges e Allen. Certamente será o marco da minha volta ao mundo dos vivos.

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Enfim, ouço Sexual Healing agora, música que serve a dois Senhores. E na sequência, Little Miss Sunshine. Acho.

Humor negro

Que espécie de humor tem a entidade superior que permite que eu embole, num descuido de botões, o clip de Origin of Love com High Tide or Low Tide, do Ben Harper? E quando a próxima, depois do Harper, é Perhaps, perhaps, perhaps, do Cake?

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Silêncio na avenida Presidente Vargas
Um mergulho bem pra dentro de si


Revi mensagens de texto, procedimentos, hábitos e entonações, para no final não concluir absolutamente nada.

Conversei com aquele amigo querido que sabe tanto da minha vida, e ele acha que a maluca sou eu. Sempre sou. O fato é que estou pronta para o pior, para poder planejar o melhor que há de vir.

Há de vir.
Há de vir.
Há de vir.

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Ele é tão perspicaz quanto eu. Às vezes me irrita, mas em quase a totalidade das vezes em que me dou conta disso, o fato me encanta.

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Eu leio todos os meus dezenove horóscopos. Leio os dele também. Leio os dela para escolher o melhor e contar. Releio os meus para adaptar para aquele outro amigo. Releio os dele para comparar.

Quando o dia termina como terminou o de hoje, eu ainda frquento oráculos, dou print nos resultados que me interessam e os salvo em arquivo de imagem.

E vivo para o dia seguinte, alimentando a esperança de que os horóscopos me tragam notícias mais auspiciosas.

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Papai deixou o laptop em casa, antes de viajar. Isso significa que em vinte minutos estarei na cama, com ele na barriga, a tela a 20 centimentros dos olhos, vendo Little Miss Sunshine.

Ah, esse mês eu coloco os filmes em dia.

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Vontade de ligar para aquele carioca irritante, que vai embora dia 12, só para chorar numa Long Distance Call e dizer o quanto eu o amo.

Wake up alone

Estou tentando manter a sanidade a todo custo. Ri e conversei com o moço gentleman a manhã toda, levei "Sexual Healing" pela frente, fiz piada, ouvi música cafona.

Vida que segue, vida tentando ser normal — apesar de tudo —, até que resolvo sentar para rabiscar uma lista de resoluções para a vida. Abro o player,que escolhe aleatoriamente o que vou ouvir.

Qual a primeira música que entra?

It's okay in the day I'm staying busy


Isso mesmo. Dona Winehouse.

OK. Vou olhar as pernas, porque depois desse random musical, a sorte me diz que adquiri varizes nos últimos 15 minutos.

This face in my dreams sees in my guts
He floats me with dread
Soaked in soul
He swims in my eyes by the bed
Pour myself over him
Moon spilling in
And I wake up alone

Damnit!

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Parafraseando aquela a quem amo tanto, só mundando o tempo do amanhecer e o personagem para quem se ligou.

E aquele amanhecer ensolarado foi inesquecível... o beijo dele, o toque dele...o cheiro dele.
Liguei para ele na esperança de ouvir sua voz mais uma vez antes do ano acabar...
Liguei para Kari e ela em sua sabedoria milenar me disse: "Essas são as regras do jogo"
Eu não vou e não quero jogar... quero que no ano de 2008 não existam limitações nem regras para minhas emoções....

...

...

...

Mas aquele amanhecer ensolarado será eterno em mim......

Horóscopo (DELA)
"O objetivo deste e dos próximos anos é para lá de importante, e por isso mesmo difícil de ser implementado. Fazendo uso do discernimento, você terá de separar o sonho da ilusão, pois o primeiro vale a pena, enquanto o segundo é só pena."


GAME OVER.

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Chuif.

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Em dois ou três dias, posto a música-tema dos finais mal-resolvidos.

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Freelance sempre parece vagabundo, é impressionante. Manhã toda no MSN com um amigo, ele colocando músicas para eu ouvir, coisas que ele ouve e gosta, e eu de pernas pro ar, bem vagal mesmo.

Só que na hora que a chapa esquentar, serão vinte, vinte e duas horas de trabalho por dia, estresse, diversão, suor e enfim, Daniela de volta ao habitat natural. Correndo com os lobos.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Estúpida

Dia sem ele, absolutamente sem ele. E para preencher esse vácuo, fumo, fumo como louca, na mais cretina crise de rebeldia.

O.o

Com ele sou não-fumante.

Se ele não ligar, ligo eu.

Eu acho.

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UPDATE DA 19

Se nada formar no Carnaval, faço minha malinha e vou jogar Wii com O Moço lá naquela terra que amo. Jogar Wii, afogar as mágoas, mudar de ares e voltar inteira. Finalmente conseguirei unir dinheiro x tempo na mesma viagem?

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Roubado dessa moça a quem não conheço, cuja paixão tenho acompanhado. E achado lindo demais.

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."

( Carlos Drummond de Andrade )


Odeio achar que estou apaixonada. ODEIO. Odeio porque vivo numa realidade que não me pertence, pouco prática, encharcada de ilusão.

o.O

Não vejo a hora de cair em campo de novo. Esse compasso de espera para trabalhar que nem cavalo é o culpado de tudo. Tudo. Mal posso esperar para não conseguir passar mais de 20 minutos em cada lugar, para sair sete da manhã e voltar às três e meia do dia seguinte... para sair de novo às sete. Para chegar ao domingo rouca, rouquinha, com os pés cheios de bolhas, absolutamente exausta, com mais uma mala de histórias para contar, histórias felizes e outras nem tanto, mas que vão abastecer esse meu glorioso 2008.

E o mais importante de tudo: com 13 dias de distância entre eu e os meus problemas.

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A culpa é dele!

Da manhã à noite, desde muito cedinho, ouvindo a OST de Hedwig and the angry inch. Quase um equivalente glam ao Nick Cave.

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Minha consciência externa voltou. Ufa. Meu oráculo. O mundo voltou a correr nos trilhos.

...

Porque de alguma maneira a gente tem que voltar. Tem que bater o pé no fundo do poço, encontrar forças nas pernas meio fracas, impulsionar para cima e voltar.

Sobre a vida

Irmamente
Martha Medeiros

Desde pequenos, escutamos nossas mães dizendo: reparte com teu amiguinho. Raios. Você queria o bolo só pra você. Sobrou tão pouco e você ainda tem que dar um pedaço pra esse mané que foi bater na sua casa justo na hora do lanche. Mil vezes raios.

(...) Tudo o que se reparte fica menor.

Fica. Não há controvérsias. O bife fica menor, a herança também. Em compensação, nossa angústia também diminui de tamanho ao ser repartida. Nossa dúvida cai pela metade quando a dividimos com alguém. Nossa solidão pode ser reduzida em 50% se abrirmos a porta para um amigo. A dor pode ser minimizada se aceitarmos que alguém nos segure a mão. (...)

Dividir um estado emocional é bem mais difícil que rachar ao meio uma barra de chocolate. Às vezes trazemos dentro do peito uma tensão que nos anaboliza, e relutamos em acreditar que ela retrocederia se fosse repartida com um familiar, com um terapeuta ou até mesmo com um padre, desde que ele não saísse do confessionário direto para o programa do Gugu. Eu sou totalmente partidária da discrição, da economia de detalhes sobre a vida privada de cada um, mas, em certos casos, confidenciar pode ser um belo exercício para eliminar toxinas e perder peso. Duas confidências por ano e a alma já fica sarada.

Na verdade, estou tentando convencer a mim mesma, pois sou a maior moita. Falo, falo e não conto nada. Escrevo para desopilar um pouco, mas aquilo que existe de mais denso e secreto dentro de mim não revelo sob tortura e nem sob pagamento de direitos autorais. Dificilmente procuro amigos para abrir o coração. Raramente choro na frente dos outros. Não lembro a última vez que entrei numa igreja sem ser para um evento social. Divã, passei por um de forma meteórica treze anos atrás. Decididamente, não sou generosa comigo mesma. Neste ano que se inicia, vou tentar repartir mais. Chega de ser ímpar, de querer resolver tudo sozinha, de privar os outros da minha parte que dói. Em 2000, vou dividir as chagas. Em troca, quero o bife só pra mim.

Janeiro 2000
Non-stop – crônicas do cotidiano

O.o

Roubado da Ana Paula, cujo blog saboreio há tantos anos, e roubado do jeitinho que encontrei. Só alguns grifos alterei, mas acho que inclusive alguns se mantiveram.

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Tour gastronômico


Pizza ontem — mas era para ser comida austro-húngara —, japa hoje. E senti tanto a falta dele...

O.o

Mas com eles, até o caminho da desova da galera é sensacional. Com elas o caminho é suave, o esporro não dói, e as letrinhas roxas cheias de carinho, vindas pelo MSN, são um bálsamo da alma.

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Ando doida fotografando céus, céus de todos os matizes, de todos os azuis. Talvez seja saudade daquele azul ímpar do Rio.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Deny me and be doomed



"Tenho um presente para você"

Tem umas duas horas que as lágrimas vem e voltam. Esta música, tão gentilmente dividida por ele comigo, foi o detonador. Ele colou a letra toda na janela do MSN, e à medida que as estrofes vinham chegando, ia absorvendo. Adorei a zona entre deidades de civilizações diferentes, a leytra tinha uns bons momentos.

Ele colocou para eu ouvir, e alguma coisa se rompeu dentro de mim. Talvez o dique que represava as lágrimas no dia de hoje, esse dia tão estranho, que podia ter sido dulcíssimo. Meus olhos marearam, mas ainda segurei a onda. Depois de mostrar música, ele mandou o link para o clipe no youtube.

Aí eu desmoronei de vez. Estavamos nos vendo pela câmera, e ainda sinalizou que tinha visto minhas lágrimas. Com toda esta educação franciscana que carrego, virei a câmera para a parede e me curvei sobre a mesa para chorar.

Sobraram os trapos úmidos, esse arremedo patético do que costuamva ser eu. Dobrada em torno de mim mesma, auto-comiserante. Isso. Essa pessoa frágil, exposta, confusa, perdida, e só. Só com os próprios pensamentos, a Lourinha e os cães.

O que sobrou do céu

Inquieta. Muito inquieta.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

CONTRATO!!

CHEGOU, MINHA PORRAAAAAAAAAAAAAAAA!

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Que dia lindo, hein? Tudo se resolvendo da melhor maneira possível, e eu à bordo do meu primeiro biquini em quase 15 anos...

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Não, não começou o day off ainda. Estou no day in, fazendo milhares de coisas até agora, indo torrar a carcaça em mais 15 minutos.

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"Feliz dia 3. Beijos...".

Ele é LINDO!!!

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TPM é uma merda. Oscilações de humor, lágrimas (rimas) fáceis, calafrios... e uma paixão louca por açúcares de todos os tipos, em todos os formatos.

Horóscopo

Cumprir uma rotina simples e bem proporcionada pode parecer bobo para uma mente tão sofisticada como a sua. Mas, hoje, é tudo do que precisa para recuperar forças.

o.O

E é o que estou indo fazer. Day off. Volto à noite.

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Kowalski, depois de você, TODOS acham que eu sou colega de futebol. Problema: só admito — e adoro — quando isso vem de você.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

And after all

Ele nem sabe o quanto eu gosto dele.

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Odeio quando as pessoas a quem quero bem ficam tristes.

O moço gentleman, a quem ainda não ouso chamar de amigo, está numa tristeza contagiante. Nada pode ser feito senão por ele mesmo. Essa sensação de mãos atadas me enlouquece. Sei que não é nada incapacitante, que amanhã, ou talvez depois, ele estará melhor, tão ácido (e doce, muito doce) quanto no dia em que o conheci.

Como solidariedade, incorporei Kozmic Blues na minha playlist, e ouvi ad nauseum. Eu queria saber o que havia provocado a hecatombe nele. Descobri. Como diria aquele meu amigo, "fuerte, muy fuerte!". Mais uma audição, e quem estava na lama era eu.

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Eu sou uma fofa

"Feliz dia 2. Beijo"

o.O

Mas digo o que eu disse ao moço querido: "Promessas vãs, bonitão, promessas vãs. Sou mais complicada que isso".

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Cama.

POST 2000



And, baby, in high tide or low tide,
I'll be by your side,
I'll be by your side.


High tide or low tide, com o Harper

o.O

Eu cheguei e eles estavam juntos, se cutucando. Rodei a lojinha, perguntei por um aquário, mas sem nunca perdê-los de vista. Um andou para o outro lado, e de lá, ora olhava para mim — talvez para medir o quanto estava em risco —, ora para o par, cuidando de longe daquele que tanto, tanto parecia consigo mesmo.

Precisava de uma foto. Cheguei perto de mansinho, câmera em punho. Não deu outra: aquele que tinha caminhado para longe voltou rápido para o lado do que ficou, meio defesa, meio proteção. O que ficou, ato contínuo, voltou a futucar amorosamente o pescoço do recém-chegado, bem despereocupado, numa certeza ancestral de que dois eram melhor que um sozinho. Sempre serão.

Fiz a foto, curti mais um pouquinho daquele romance, voltei. Eles tinham um ao outro, e porra, são passarinhos! Seus cérebros são menores que uma moeda de dez centavos! Será que é isso que falta? Menos elucubração e mais instinto? Sei lá.

Ao contrário do que eu sustentava como lei desde sempre — e descobri que não era a única! — o romance alheio não me irrita tanto. Eles eram lindos juntos.

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2000 postagens. Quase seis anos rabiscando isso, sem nunca parar. Já devo ter passado dos dois mil posts faz tempo, porque muitofoi editado, deletado. Mas oficialmente, esse é o post de número 2000.

O que quer dizer, mas uma vez, rigorosamente nada.

Barbas de molho, kids, que vêm mais dois mil textos.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Hello

Can U hear me?

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Mayday! Mayday!

Quando enfim caiu minha ficha de manhã sobre "misturar as coisas", a garganta fechou e os olhos marejaram. Olhei para o relógio, oito e meia. K. já está no ferry boat.

Liguei a primeira, a ligação não se completou. Na segunda, a rede estava com defeito. Pânico. Na terceira, tocou, e graças!, ela atendeu.

Não lembro o que disse entre lágrimas. Não lembro mesmo. Sei que chorei, chorei muito, mais uma vez. Mais do que na hora, doeu hoje, com todos os seus meandros, volteios e rebuscados. Me senti — e ainda me sinto um pouco — miserável.

Desliguei, ainda chorei mais um pouco, e finalmente o dia começou a fazer algum sentido para mim. Ela chegou, me ouviu, concordou com algumas coisas e discordou de outras. Devagar, o mundo voltou a rodar. Ela empurra minha vida pra frente.

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"Só liguei para desejar feliz dia primeiro. Eu sei que já fiz isso hoje, mas nunca é demais reforçar".

Ele é uma graça.

O.o

"Adorei. E se quiser ligar para desejar feliz dia dois, feliz dia três, eu vou gostar também".

Eu sou uma fofa. Ou pelo menos tento.

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Alguma coisa faltou ser dita esta noite. Não sei quem as diriam, mas faltaram palavras.

Oops, I did it!

E dizer que não curti é mentira.

Mas dizer que não me doeu olhar o primeiro movimento, e ver que "não quero misturar as coisas" era aplicado só e somente a mim, ah, isso é mentira.

Doeu, e isso me empurrou pra frente.

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Mágoa de cabocla é uma merda.