terça-feira, novembro 18, 2003

Vou editar depois, direitinho... Mas é que é quase um marco poder escrever aqui da base...



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Drops at work

A Sem Noção me passando um briefing de roteiro:

— O rapaz está na floricultura comprando peixe para a namorada!

Hã?

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A separação foi quase uma dor. Amantes no cais; ele indo, eu lançando as lágrimas como âncoras de um amor recém descoberto.

Foi difícil separar os corpos. Além da tarde quente, que parecia nos derreter e fundir um no outro, tinha a porra do amor visguento, que impedia que as mãos soltassem das costas dele. Cores fortes no piso e na parede, um mar de gente se despedindo: nem parecia equipe de trabalho em viagem, e sim uma família se separando.

E nós dois lá, agarrados, sentindo dor a cada tentativa de deixar que os corpos se fossem. Mergulhamos nos olhos um do outro. Ele, a dizer que tinha descoberto que me amava. A dizer que pensava em mim a semana inteira. Ele, que me manda mensagens de texto com trechos de música, com poesias de Camões, que está se esmerando em Florbela Espanca para me mandar mais bilhetes.

E eu, arrebatada por um amor admitido e dito, tomada de amor na mais completa acepção da palavra. Eu, ali, quase pedindo para ele não ir. Eu, que esqueci o mundo em volta. Eu, que recebi hoje o carinho que não veio ontem; que não tive, e não terei, os beijos que me confortariam. Eu, que senti uma dor quase física na separação do abraço. Eu, que tanto amo. Ele, que tanto ama.

Nós, que nos descobrimos ontem.


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E por que o beijo nunca virá, e eu não estou deprimida? Jamais saberemos...

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"Mais uma noite sem você
Que parece nem ligar
(...)
Já que eu não posso ter você,
Fecho os olhos
E qualquer corpo
Passa a ser o seu"


Isnard, o melhor deles, Formosa

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Briga, briga comigo e me deixa. E volta pra casa, ruminando dores de amores, enquanto eu saio do trabalho e vou ao encontro dos meus. Me deixa, anda, e fica até essa hora tardia pensando que podia estar comigo! E onde se enfiou essa garota? Me deixa mesmo, e admita, na quinta volta pelo quarteirão, que me ama, e que não adianta brigar consigo mesmo. Admita que me ama, pelo menos pra você mesmo!

Assuma seu amor por mim, assuma que te assusto, aceite que tem medo de me perder. Aceita, homem, a mulher que eu sou. E continua a me amar assim: desafio, carência, paixão, independência e humor. Me ama. Desse jeito torto mesmo. Mas me ama.

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