domingo, fevereiro 01, 2004

Esse menino acha descobre umas coisas...

Voy a quedarme todo el tiempo que haga falta. Estoy esperando la casualidad de mi vida, la más grande y eso que las he tenido de muchas clases. Sí, podría contar mi vida uniendo casualidades?

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Acordei precisando fazer alguma coisa por mim. Não por mim corpo, mas por mim alma.

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Alguém já viu cicatriz de alma? Pode não ter visto, mas desafio que você, Fiel Leitor, não as tenha. Porque eu tenho, e não sou poucas.

Cada cicatriz conta de uma batalha, de uma dor que foi e não foi, de copos cheios de lágrimas. Cada remendo tem um formato diferente: uns foram amorosamente recompostos, quase não se vêem, e só doem quando muda o tempo. Estão quase escondidas, ninguém entende que tem machucado ali que justifique a dor.

Algumas cicatizes foram cerzidas como meias: resolvem o problema, mas são vistas facilmente. Essas estão sempre ameaçando romper, mas alguma força estranha aplicada na linha faz com que elas prossigam, e prossigam, e prossigam. E as outras, acho que mais numerosas, foram fechadas com cosedura de necrópsia. são largos os nós, não seguram o dique, a ferida não fecha, sangra, dói, não se consegue esquecer. Está lá, feia cicatriz, meio aberta, meio fechada, curativo que deixa escapar pelos lados o que deveria nem existir.

E eu andei futucando as cicatrizes. Todas, das mais bonitinhas e nobres até as mais vis e purulentas. Em todas elas encostei meu dedo sujo, consciente de que um dia ou dois depois eu pagaria o preço da ousadia. Doeram todas na hora, mas o pior é o latejar surdo que fica quando por fim resolvo parar de magoar ainda mais o que já estava sensível. Enfiei a unha pelo vão dos remendos, deixei doer, e agora não sei onde existe o remédio para começar a cicatrizar tudo de novo.

Me afoguei em sonhos como linimento, fuga para um mundo onde quem manda na minha vida sou eu, e minha alma está tão livre de marcas quanto se tivesse acabado de ser criada.

No mundo onírico, eu me aproximo muito mais da minha verdade, do que sou. No mundo dos sonhos, o episódio do sábado não termina em tragédia, e o do domingo... Bem, já na abertura, o episódio de domingo já tem sol, suor, cócegas e água. Jornais espalhados, revistas em quadrinhos; risadas e Kiss the rain como BG.

Não esse dia cinzazul que demora a acabar.

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