sexta-feira, outubro 22, 2010
Sorriso...
... que vem fácil. Uma gargalhada fortuita. Sorriso maior no meio da lembrança. O compasso do tempo...
quinta-feira, outubro 14, 2010
Uff!
Minha Nossa Senhora, como dói um soco no estômago!
A gente ficava lá, deitado na cama durante toda a manhã com preguiça de fazer qualquer coisa diferente. A gente acordava e transava e só levantava para pegar os cigarros. Tinha tanta coisa em comum, tanta coisa que a gente queria fazer, lugares pra ir. Eu gostava de dormir com a perna em cima do corpo dele enquanto ele me esmagava contra o sofá no colchão de solteiro com pelo de cachorro e migalha de pizza. Era todo um mundo diferente: o meu pra ele, o dele pra mim. Eu queria entrar naquilo tudo e, de certa forma torta, entrei. Por que era ali que eu queria ficar pelo resto da vida. Eu abandonei minhas coisas, admito. Mas não foi pesado nem sofrido. Não teve sacrifício, não teve saudade, não teve arrependimento. Nunca senti falta de nada. Estava ali pro que desse e viesse, com esse coração gigante escancarado pra ele. Para nós. Para tudo que acontecesse, fosse o que fosse. Eu só queria faze-lo feliz da mesma forma que ele me fazia. Ele me fazia feliz e eu não disse. Ele não disse que estava infeliz. E essa é a pergunta que eu vou me fazer durante muito tempo ainda: por que a gente não disse? Eu fiz tudo errado, eu sei. Mas não me arrependo, ao menos eu tentei. Eu fui atrás do que eu queria e lutei até o último segundo por tudo e muito pior seria ter desistido. Errei tentando acertar, errei porque não suportava a distância e não suportava o ciúme e não suportava o silêncio e não suportava mais a solidão dos sábados e dos domingos. Errei porque me vi vagando sem lugar, sem me encaixar, sem saber o que dizer ou o que fazer. Quando ele foi embora levou também o mundo que eu tinha comprado. Às vezes eu acho que ninguém entende como é difícil juntar os sonhos e jogá-los no lixo. E eu estou há muito tempo com a tampa da lixeira aberta, mas não tenho coragem de fechá-la.
Belíssimo e certeiro (e dolorido, e como dói me achar por acaso por aí, mas me achar mesmo, como diria o baiano, "dicumforça"), daqui, onde cheguei por acaso, e agora vou voltar de caso pensado. Só o negrito é meu. To never, never forget.
********
Por outro lado (ou "Bonde anda é pra frente!")...
— Preciso cortar o cabelo ONTEM. Está horrível, lambido, sem forma, liso e escorrido!
Enrolando na ponta do dedo uma mechinha da minha peruca, meio divagando, meio pra ninguém:
— Tá lindo o seu cabelo... É lindo o seu cabelo...
********
Ouvido bombando. Merda de mulher displicente com ela mesma, viu?
Eu. Eu mesma.
********
Filha que dorme na minha cama, atravessada nos travesseiros dela e meus.
Branquelinha, comprida, louríssima, linda, linda, linda. Filho é a melhor forma de milagre, né?
A gente ficava lá, deitado na cama durante toda a manhã com preguiça de fazer qualquer coisa diferente. A gente acordava e transava e só levantava para pegar os cigarros. Tinha tanta coisa em comum, tanta coisa que a gente queria fazer, lugares pra ir. Eu gostava de dormir com a perna em cima do corpo dele enquanto ele me esmagava contra o sofá no colchão de solteiro com pelo de cachorro e migalha de pizza. Era todo um mundo diferente: o meu pra ele, o dele pra mim. Eu queria entrar naquilo tudo e, de certa forma torta, entrei. Por que era ali que eu queria ficar pelo resto da vida. Eu abandonei minhas coisas, admito. Mas não foi pesado nem sofrido. Não teve sacrifício, não teve saudade, não teve arrependimento. Nunca senti falta de nada. Estava ali pro que desse e viesse, com esse coração gigante escancarado pra ele. Para nós. Para tudo que acontecesse, fosse o que fosse. Eu só queria faze-lo feliz da mesma forma que ele me fazia. Ele me fazia feliz e eu não disse. Ele não disse que estava infeliz. E essa é a pergunta que eu vou me fazer durante muito tempo ainda: por que a gente não disse? Eu fiz tudo errado, eu sei. Mas não me arrependo, ao menos eu tentei. Eu fui atrás do que eu queria e lutei até o último segundo por tudo e muito pior seria ter desistido. Errei tentando acertar, errei porque não suportava a distância e não suportava o ciúme e não suportava o silêncio e não suportava mais a solidão dos sábados e dos domingos. Errei porque me vi vagando sem lugar, sem me encaixar, sem saber o que dizer ou o que fazer. Quando ele foi embora levou também o mundo que eu tinha comprado. Às vezes eu acho que ninguém entende como é difícil juntar os sonhos e jogá-los no lixo. E eu estou há muito tempo com a tampa da lixeira aberta, mas não tenho coragem de fechá-la.
Belíssimo e certeiro (e dolorido, e como dói me achar por acaso por aí, mas me achar mesmo, como diria o baiano, "dicumforça"), daqui, onde cheguei por acaso, e agora vou voltar de caso pensado. Só o negrito é meu. To never, never forget.
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Por outro lado (ou "Bonde anda é pra frente!")...
— Preciso cortar o cabelo ONTEM. Está horrível, lambido, sem forma, liso e escorrido!
Enrolando na ponta do dedo uma mechinha da minha peruca, meio divagando, meio pra ninguém:
— Tá lindo o seu cabelo... É lindo o seu cabelo...
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Ouvido bombando. Merda de mulher displicente com ela mesma, viu?
Eu. Eu mesma.
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Filha que dorme na minha cama, atravessada nos travesseiros dela e meus.
Branquelinha, comprida, louríssima, linda, linda, linda. Filho é a melhor forma de milagre, né?
quarta-feira, outubro 06, 2010
"Se foi, já era..."
Foi esquisito.
Papai está cancelando o número de telefone que acompanha a família desde 1993. Temos outra linha fixa mais famosa, dois ou três números de celular cada um, e realmente o telefone da sala estava obsoleto.
Só que eu sou apegada às coisas. Nunca consigo deixar nada ir. Eu amontoo coisas ao meu redor, eu guardo cards de bares onde vivi um dia especial (ué, e não o são todos?), eu guardo, guardo, guardo. Pareço um hamster. Não deixo nada se perder, volta e meia eu dou uma repassada nas memórias, nos afetos, nas quinquilharias, justamente para não deixar ir.
E esquisito foi isso. Foi a consciência de que eu TENHO que desapegar das coisas. Foi me obrigar a pensar: "ah, se foi, já era!", pro número de telefone da casa onde eu já não moro há um bom tempo. E mais esquisita foi a idéia de que eu também preciso levar esse mantra para o resto da minha vida. Para os cacarecos, para os amores embolorados, para o que já tinha que ter voltado pro mar, oferenda.
Mas a teoria é uma coisa...
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Sim, sumi mesmo. Foram 73 dias de campanha política, com uma única folga meia boca, e um abraço. Estava exausta, mas agora estou de volta, mais ou menos me articulando para recolocar a vida nos trilhos.
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Jamie Oliver me dá medo montanha russa. Assusta, mas eu adoro.
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