sábado, abril 12, 2003

"Eu não sei viver sem você
E se ainda me quiser
Eu não vou te decepcionar"


Tonelada de Amor - Márcio Mello

********

Eu ainda leio o horóscopo dele. Eu ainda ouço as nossas músicas. Eu ainda gosto dos mesmos filmes que ele. Eu ainda me lembro de trechos de conversas que se perderam no tempo. Eu ainda penso nele no final feliz de qualquer filme.

Eu ainda acho que tudo pode ser um sinal. Sinal de que ele vai voltar pra mim, sinal de que outro homem vai aparecer, arrebatar meu coração, para no final eu piscar para a câmera, enquanto o coração dele se espatifa no chão. Como o meu coração se espatifou.

Mil pedaços no chão. Cada caco uma sentença. Cada sentença, um crime. Milhares de olhinhos que brilham do chão, olhos que acusam, olhos que choram farpas de vidro, estilhaços de um coração que escorregou de mãos displicentes, caiu e quebrou.

— Desculpa, foi sem querer...

Sempre é sem querer.

Eu ainda queria que o tempo voltasse. Voltasse para o segundo em que os nossos olhos se encontraram. Para o momento exato do primeiro beijo. Queria voltar no tempo para fazer tudo diferente. Fazer com que eu fosse digna do amor dele. Me fazer mais interessante, inteligente, espirituosa, espiritual.

Queria voltar o tempo só um pouquinho, e finalmente escolher o caminho certo para trilhar. Os "ses" se dão as mãos e giram numa louca ciranda em torno da minha cabeça, debochando da minha dor, escarnecendo as minhas decisões erradas. Gritam no meu rosto, estapeiam minha face, correm em círculos, pesadelo filmado com grande angular. Se eu voltasse no tempo, faria tudo diferente. Ou não faria.

Culpa. Culpa que carrego por um crime que não cometi. Sentença. Sentença que cumpro por um erro que não foi meu. Faria tudo diferente, se assim pudesse, mas ele também o faria?

Whatever. Queria voltar no tempo, e ser mais bonita, me vestir melhor, ter começado o regime em setembro, ter estudado mais, ser mais auto-confiante, ser mais segura, mais fria. Amar menos, rir mais, não entregar minha alma — e o coração de bônus track — numa bandeja para as tais mãos blasé.

Queria, sim, nascer de novo e esquecer que um dia ele esteve na minha vida. Queria, sim, voltar no tempo e fazer com que o amor nunca acabasse. Se é que acabou.

********

Procurando por "Wait in Vain" em outra gravação que não a do Bob Marley — queria mesmo saber se a Mariella Santiago gravou isso —, achei a versão da Annie Lenox... soundtrack de Serendipity!

Eu comecei esse post pensando em Serendipity (acho que em português o título do filme ficou Escrito nas Estrelas) e os seus sinais. Ainda não vi o filme, mas já arrisquei baixar umas três vezes. Não deu. Não sou forte assim.

********

Ouvindo

Primeira: Zoot Suit Riot, do Cherry Poppin' Daddies. PUTA big band!!!
Agora: O tempo e o vento, com o César Camargo Mariano
A próxima: Oompa Loompa remix, originalmente do The Chocolate Factory, versão "Wee Man" do Jackass

********

Estou namorando o vídeo do John Knoxxville. Firmes. Mas não posso apresentar pros meus pais ainda. Ele é muito... Uh... Debochado? Escatológico?

Acho que mamãe vai preferir que eu volte pro Adam Sandler...

Nenhum comentário: