segunda-feira, abril 27, 2009

Velório

Não, prezado desafeto, ainda não é o meu. Velório é o curta do Reinofy, roteiro lindo que há anos conheço, e que enfim vi numa tela gigante de cinema.

Longos planos, nenhum diálogo, fotografia primorosa, roteiro... bom, sou suspeita, e isso não é uma crítica (TKS, God). É uma declaração de amor a um script bem formatado, bem rodado, bem dirigido, é uma ode ao cinema baianao, ao meu amigo querido e talentoso.

Velório é um soco no estômago. É uma poesia coberta de imagens, imagens simples e poderosas. É a tradução do que todo mundo eventualmente pensa sobre a vastidão — e a pequenez — da própria vida. Depois dos créditos encerrados (já falei que sou viciada em créditos de filme?), luzes acesas, e eu continuava estuporada, sentada ali, vendo a turba pensante subindo lentamente pelas escadas, em forma de onda humana.

Pense comigo, prezado Leitor: no seu caixão, o que não cabe?

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Dentro de dez dias eu vou montr uma barraca de mingau (TDP) na frente de casa, com turbante, vários sabores, e a Lourinha do lado, de quebra, tirando a sorte no realejo.

Dinheiro vai ter que vir de algum lugar.

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Peggy Sue, seu passado a espera

E teve o Nando, o Luna, a Lala, a Déa, a Lilia, o Amadeu, Arnold, Saulo, Reinofy. Teve As Menininhas, não mais tão menininhas, lindas, lindas demais. Passado sanfonado, grudado no presente, fole que não se desdobra, e 12 anos da minha voltaram.

Voltaram fortes, nítidos, filme em película, velho que custa a morrer. Foi mágico, e ao mesmo tempo agridoce. Depois do filme, me fizeram ver mais uma vez que, embora algumas coisas morram rápido — sem perguntas, ainda estou sob a égide da perda —, outras sobrevivem a furacões, terremotos, crises financeiras, e ao tempo.

Algumas coisas sobrevivem ao tempo. Agridoce.

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Em linhas gerais, a vida vai bem, alguns momentos gloriosos, outros que só servem para marcar o ritmo da espera, outros que pontuam a felicidade — Essa ainda meio escassa.

Estou em ritmo de reconstrução. Recontrução de tudo: de vida, de relacionamento, de profissão, de relação com filha, com pais, com aprendizes, mestres e amigos. Mais que isso, estou reconstruindo as pontos que me ligam ao mundo, estou fazendo novos acessos da minha alma para a humanidade.

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E O Moço completou a Maratona de Zurich!!!!! Orgulhosa como mãe de filho recém-alfabetizado!

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Nando, sabe que também ando bebendo suas palavras lá no seu blog??

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Desculpem se estou azeda, mal-humorada, sem fair play, sem bossa nem graça. Viver não é simples, e eu tenho tido uma boa dose dessa premissa. Não é ruim, mas dizer que é um mar de rosas é um exagero criminoso.

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