domingo, dezembro 08, 2002

Adoro esses pequenos presentes que ganho.

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Tinha uma produção de campo pra fazer hoje. Tinha que vistoriar as acomodações de uma grande artista que estaremos recebendo. Mas passei o dia inteiro numa má vontade brutal. Não queria ver o sol — nem dava, tudo nublado. Estava muito feliz com Henry, Jonesy, Beaver, Pete e Duddits, numa cabana no meio do Maine chamada Hole in the Wall. Ah, desculpa, esqueci de contar que estou relendo "Dreamcatcher", do King, o Stephen.

Pois é. Resolvi me investir de coragem, liguei pro hotel pra marcar o horário da visita.

— Esse departamento só funciona de segunda a sexta, senhora.

Obrigada, Deus!!!

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O mais doce presente que ganhei: um subject de email. Isso mesmo: só um subject. Só o assunto do email conseguiu mitigar a dorzinha chata e forte que me ia na alma.

Engraçado. Eu programei meus emails para serem descarregados pelo Outlook. Mas tenho uma conta de email cujo endereço somente duas pessoas sabem. É um email que vasculho com uma ansiedade estúpida, esperando sempre palavras sopradas de longe; sempre, sempre trazendo soluções, carinho, respostas, amor. Sobretudo amor.

E ontem... Ontem pq ainda não dormi — "porque hoje é sábado" —, o Homem MUITO Especial foi escolhido "Anjo da Guarda", e veio trazendo boas novas. Basta olhar pro post aí embaixo pra ver que azeda era uma palavra amena para me designar... E nesse mar de mau humor e amargor, o alívio instantâneo: um raro e delicioso email DELE, um subject que me fez recriar o ritual de leitura: a escolha de uma música adequada, a posição de lótus, três hiperventilações.

Li. O conteúdo? Tão doce quanto o subject! Parece um adivinho: era o dia em que eu mais gostaria de saber dele, de estar com ele. Dia que merecia terminar em colo, carinho, consolo, beijinhos, e a garantia de que tudo vai terminar bem.

De certa forma, meu dia terminou assim. O colo, o carinho, o consolo, os beijinhos e a garantia de que tudo ia terminar bem... Ah, esses vieram por email mesmo, vieram de um homem que jamais poderia saber que suas palavras iriam me fazer tão bem, tão bem.

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Receber um presente desses implica em troca. Eu espero estar à altura para retribuir todo o bem que ele me faz. E não é um "esperar" de expectativa. É esperar de "torcer para". De me esforçar todos os dias um pouquinho para evoluir e poder "trocar", ao invés de só receber.

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E salve o povo cigano! Salve seu Kadu, salve Santa Sara Khali.

Sabe que eu nunca tinha pensado a sério num casal de gêmeos?

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Meu coração é uma máquina de escrever
As paixões passam
As canções ficam
Os poemas respiram nas prisões
Pra ler um verso, ouvir, escutar
Meu coração falar
Até se calar a pulsação
Meu coração é uma máquina de escrever
No papel da solidão
Meu coração é
Da era de Guttemberg
Meu coração se ergue
Meu coração é
Uma impressão
Meu coração
Já era
Quando ainda não era
A palavra emoção
Mas há palavras no meu coração
Letras e sons
Brinquedos e diversões
Que passem as paixões
Que fiquem as canções
Nos poemas, nos batimentos
Das teclas da máquina de escrever
Meu coração é uma máquina de escrever
Ilusões
Meu coração é uma máquina de escrever
É só você bater
Prá entrar na minha história


Máquina de Escrever
Mathilda Kovak e Luís Capucho - Pedro Luis e a Parede

E finalmente, anos depois, PL e the Wall (né, Monka?) HOJE!

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