segunda-feira, março 03, 2008

Há pouco mais de dois meses, pouquissímo mesmo, eu diria, vinha eu voltando de casa de uma noite no lugar de sempre, vendo a banda de sempre, com ele. Ele, que me dava uma carona pra casa, vinha devagar, conversando e me deixando ver a montagem do camarote da Daniela Mercury e o palco do Reveillon.

Era uma e pouco da manhã, uma noite de verão com promessa de chuva (e choveu nos dias seguintes), mas ainda assim verão. Incontáveis gringos estavam espalhados pela rua, além dos locais que hibernam no inverno e só são vistas fora de casa num dia quente. No Farol da Barra, a afinação do equipamento de leds, de luzes, de fumaça, coisinhas que eu amo.

Pois é. Voltando da balada light num sábado, uma e pouco da manhã, tudo isso acontecendo, e o que vem me martelando a cabeça desde então, e praticamente todos os dias, é a imagem de um cara correndo. Correndo, mesmo, atleta, de short e tênis, sem camisa, amarradaço. Uma e tanta da manhã. de um sábado.

Meu parceiro de perambulações noturnas olhou praquela cena e só disse:

— Get a life!

Essa tem sido a minha frase. Get a life. É isso que venho tentando fazer. Tenho tentado ter uma vida. Os caminhos têm sido tortuosos, tive que abrir mão de uma coisa que me era muito importante e cara para poder manter o plano de qualidade de vida. Vida emocional, bem estar do meu coração, alguma paz para vestir. Doeu mais resolver e aplicar essa perda do que manter a situação que existia antes, mas "perder para ganhar" é o complemento de "Get a life".

Mais coisas serão resolvidas nesta semana e na próxima, coisas que empurrarão o restante da minha vida para um caminho novo e creio que melhor. Alguns passos eu dei, outros não dependem mais só de mim — e rezo dia após dia pela flexibilização alheia —, e outros estão esperando que dias melhores nasçam.

Porque com a idéia de ter uma vida martelando na cabeça, os dias melhores sempre vêm. Sempre.

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Preciso de dias com 36 horas para fazer tudo o que preciso antes do meio dia de sexta-feira. Embora ninguém bote fé, desta vez eu vou.

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