domingo, fevereiro 12, 2006


Tiquena ganhou de presente uma visita ao PS, nos últimos minutos do seu primeiro aniversário. Parece que o dispositivo de febre, que levou 11 meses pra ser ativado, entrou em funcionamento pleno. Ardeu, chorou, comeu mal, choramingou...

Infecção de ouvido. Um ouvido, apenas, uma porrada de remédios.

Se fossemos índias, era com raiz de whatever, aluá e banho de rio gelado ao primeiro raio de sol...

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Muito recentemente eu (re)descobri os prazeres de ser dura. Acho que começou com o esporro bíblico que dei na equipe de estiva daquele documentário que abriu minha temporada 2006 de trabalhos estranhos. Depois disso, alguma coisa mudou para melhor.

A verdade é que nasci azeda, sempre fui mal-humorada, dura e ranheta. Tentei domar essa besta-fera interior, e até que por uns tempos deu. Deu, mas tive gastrite, compressão na cervical e mais umas mazelas de um corpo rebelado. Agora eu estou de saco cheio de deixar os viventes subirem nas minhas costas. De motorista da equipe a produtor-chefe, digo pra todos, na mesma entonação em que recebi a porrada, que não gostei. E estou adorando, sabe, de não ser mais a produtora-fofinha-meiguinha-rabiscada-de-desenho-animado.

Agora eu sou a produtora que é bacana, mas você que não se atrase, não, porque ela é chata pra caralho. Sou tatuada com cartoons, sim, e aprenda que na minha época isso só se chamava desenho animado. E que sim, tenho idade para ter crescido vendo Pantera-Cor-de-Rosa, quando ainda era moda.

Eu sou o que sou, e sou várias (Legião?). Ninguém tem que gostar de mim. Se trabalha comigo, tem apenas que trabalhar bem. Se a relação for só pessoal, então... run, Lola, run!

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Aquele moço-ator bonito, cujo pai já foi meu (e dele) companheiro de algumas boas noites austríacas, casou no dia do aniversário da minha pequena. Toda felicidade do mundo para ele e pra mulher, tão bonita também.

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Em compensação, estou mais chorona, agora por motivos bestas e outros nem tanto.

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Pela primeira vez em quase dez anos nesta corrida de ratos, recebi o telefonema de um contratante pedindo o número da minha conta, porque ele não havia ficado satisfeito com o valor que me havia pago.

Este filme da cerveja foi, sem a menor dúvida, e em todos os aspectos, o mais peculiar de todos.

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Outra pérola que mudou minha vida foi um diálogo que presenciei entre o diretor de produção e a responsável pelo casting. Duas semanas para montar um casting de 35 modelos e dez músicos.

— E aí, Fulana, como estão as coisas?
— Estou aqui, resolvendo essa bomba que você me jogou...
— Ué, mas você não vive disso? Não escolheu fazer isso? Então não é bomba, é trabalho!

Caracoles, ele está certo. Depois disso, não me queixei mais uma única vez, nem quando pediram para enfiar um trailer no Pelourinho, área onde não se cirucla com outra coisa que não sejam os pés. Nem quando o planejamento de tempo do último dia me deixou com um pepino na mão.

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A frente fria está estacionada sobre São Paulo. Palavras do Instituto de Meteorologia. E eu aqui, derretendo o meu coração de saudade daquela terra onde canta o sábia (totalmente metafórico, vamos lembrar). Eu amo Salvador, mas um dia eu volto pra lá...

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Em algum momento eu vou comprar os livros do Douglas Adams. Em algum momento entre hoje e amanhã.

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