sábado, maio 31, 2003

Chove a cântaros, e eu continuo árida.

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Achei que era muita ousadia me imagina alvo daquele interesse. Idiota, pequena estúpida. Quem cita o sobrinho da Tia Zulmira com tanta facilidade, quer mais é encontrar seus pares entre os amantes de bons livros, bons filmes, bons vinhos e boa gastronomia. Vou pelo caminho de Jung: não existe impressão que não seja calcada na realidade.

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Ser ruiva é um estado de espírito... de porco! Estou encarnada na Jessica Rabbit!

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Alguém já sacou que o nome do hospital de Kubanacan é San Pancrácio? St. Pancras, como descobriou o meu amigo Holden. Vale lembrar que este blog é fã de St. Pancras...

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Cervical estertorando. Vai, sacana, brincar de cabowoman, carregar bolsa de bateria e fita de CAM, vai...

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14 de junho esta que vos fala poderá ser vista na televisão, em rede nacional. Aguardem.

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Aliás, dia 16 vocês poderão juntar-se para desejar tudo do bom e do melhor para esta futura aniversariante.

sexta-feira, maio 30, 2003

A felicidade é uma noite longa, um copo de leite e um punhado de rosquinhas.

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Um pai enfaixado, um cão que não me reconhece; irmão de amigo fazendo sucesso com a banda, uma nova postura, um tantão de cinismo. Vários episódios novos de Jackass, uma discussão sobre quitina ser polissacarídeo, uma forte menção ao FEBEAPA. Um amigo com diagnóstico de calvície, outro que vacila; uma recém descoberta paixão por Portishead — e sua livre associação com a lascívia. 3 paixões revezadas qual carrossel holandês, inúmeras manchas roxas, um cansaço desumano, cafés da manhã suntuosos, saudade que dói.

Um colar novo. Uma briga. Paz. Um rebatismo: Selma?!

Basta eu ficar 10 dias fora e o mundo muda todinho, né?

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A distância era enorme, e mesmo assim ele veio. Bateu de um lado, tabelou com o outro e, meu Deus, será que ele não vai falar comigo?

Em 10 segundos ele estava com as suas mãos espalmadas nas minhas costas. A voz custou a sair.

— Força! E TOCA BARRAVENTO! Me liga?
— Ligo.
— A gente precisa conversar. Você...
— e bate com o punho fechado no peito. Volta a me abraçar, e deixo que caiam por terra as minhas reservas. Fecho os olhos, braços passados por trás do seu pescoço, cheiro que é meu. Quero dizer, mas a voz não sai.

O abraço se desaz como papel na chuva, teimoso e resistente. As mãos ainda se acham, mas o tempo é curto.

— Aquilo que eu disse no primeiro dia ainda está de pé —, e por um momento de tortura ele não sabe o que exatamente ainda está em vigor. Que o quero? Que sei que me quer? Que ir até a praia antes de voltar pra casa ainda será o NOSSO segredo?

— Minha casa é sua casa.
— Óoooobvio, Selma! Selma? E pode ser que eu...
— e nossas idéias de trabalhar juntos um dia volta à tona. Não foi dessa vez.

Só os olhos confirmam agora o que eu achava que nunca tinha acontecido. Aconteceu, sim, e em momento algum esteve esquecido. Talvez por isso mágoa seja uma palavra mais adequada de que raiva.

Segui com o olhar o traçado que ele deixou nas pedrinhas seculares da calçada. Quando ele sumiu do meu campo de vista, endireitei a coluna dolorida e voltei pro campo de batalha, sem passar mais no assunto.

Minto: como segunda voz de dois cantores, a música latejou na minha cabeça pelo resto da tarde:

"Eu perco o sono e choro,
Sei que quase desespero
Mas não sei porque
A noite é muito longa
E eu sou capaz de certas coisas
Que eu não quis fazer
Será que alguma coisa nisso tudo faz sentido
A vida é sempre um risco
E eu tenho medo do perigo..."
Voltar pra cama e dormir ou voltar pra cama e ler?

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Versinho do pé (e do ingês) quebrado

Many things to say
End of time, and
Nobody can hear my voice
Could you stay with me in the dark of night,
Knight of mine?

Achei de primeira a música que mais gostei do Portishead!

Memórias automotivas!
De um comment (ou "post chato pra caramba!")

Apenas de passagem, uma prima me indicou o site e vim conferir. Blogs são, por natureza, "umbiguistas", há quem diga que beiram o autismo. Nem tanto. Se quer saber minha opinião (não quer, obviamente; não me conhece e tá se lixando), o problema é que que acaba-se caindo no individualismo exacerbado, no sentimento adolescente de incompreensão, o comentário indiscriminado das experiências amorosas, que, afinal de contas, interessam a poucas pessoas (duas, na verdade). Auto-referência, resumindo, o mal das artes pós-modernas. Mas, como disse, é essa a essência dos diários virtuais, e não há nada que se fazer. Se se até o "Arts & Letters Daily" (www.aldaily.com), o maior site de crítica literária, colocou uma lista de links para blogs, não serei eu, um ilustre desconhecido (oxímoros e aliterações, sempre presentes), que irá julgá-la sumariamente... (todo blogueiro que se preza usa e abusa das reticências). Em suma: boa sorte e até uma próxima. Fabricio.

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Aproveitando meu último dia de loura: é uma crítica ou um elogio, Caetano?

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Blogs são realmente autoreferenciais, como o foram os diários de papel, os rabiscos de mesa de bar, os guardanapos com poesias abstratas. A menos que você se identifique como um voyeur digital, ou um exibicionista hi-tech, nem vale a pena se forçar a engolir as palavras autocentradas de um blogueiro.

Blogueiro é uma raça estranha, meu prezado Prezadíssimo. Quer contar mas não quer dar bandeira. Aí inventa subterfúgios, apelidos, inverte períodos, exercita a literatura quase de cordel em prol da própria satisfação. Blogueiros são carentes, admito. Ou falta carinho, ou falta amor, ou falta compreensão, ou falta tudo isso e mais um pouco. Tornar públicas as nossas reflexões egocentristas nada mais é que a tentativa de se fazer entender, já que um maior número de pessoas têm acesso aos meandros das inquietações.

Blog é um exercício de vomição. Vomição das frustrações, vomição de desejos, vomição de tudo que nos embrulha o estômago. Blog é um circo: tem marmelada? Tem sim, senhor! Blog é um armazém de secos e molhados: nas prateleiras tem frascos com sorrisos, compotas de dores, embalagens de alegria, tudo coberto com a etiqueta do dono do botequim. Entram no boteco quem quer, compra quem (não) tem juízo, vira freguês quem é esquizóide também.

terça-feira, maio 27, 2003

Alone ou avec?
M. Blasé, Mr. Style ou Mr. Right?
Louro claro, louro escuro ou castanho?
Dormir com o inimigo, com o amigo ou com o cúmplice?

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Por que raios ele tinha que ser tão bonito, tão doce comigo, tão galanteador?

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Eu só gostaria de lhes avisar que este blog está em lua-de-mel consigo mesmo e com os outros três até o final da semana.

sexta-feira, maio 23, 2003

Meu dono. Cão sem coleira, sigo atrás da mão que me afaga.

— Você é minha! — e ele deixa bem claro para os outros da turma que a garotinha linda, de trancinhas, tem dono. Versão Eminem menina, gorrinho de lã laranja cobrindo os cabelos "fauve", rebelião de fogo manso na cabeça — dentro e fora —, abro meu caminho entre feras, bestas; homens e amores.

Sim, o outro é lindo, e o boss realmente aprecia muito a minha companhia. Sim, o lindo se diverte comigo, deve ser casado, mas e daí? Salvador é tão longe da minha Pasárgada, eles podem fazer o que der na telha.

Comportamento atípico, em parte explicada pela raiva do dia hard. Mas a cumplicidade explícita nunca foi tão negritada. Nunca fomos tão "nós" quanto fomos hoje. Nunca ficou tão claro que as minhas ações não estão no mercado aberto. Único acionário da Dani INC., só não viu quem não quis.

— Todas as noites a gente pára para ver a praia quando vou deixá-la em casa — e o "-la" em questão sou eu. Certo, meu amor, rememore para os seus amigos a primeira noite, então.

— Eu tirei os tênis na primeira noite na praia, e... — e nada!

— Você não tirou! Gente, não consegui convencer este cristão de que molhar os pés seria delicioso! — e a palavra "delicioso" remete ao inevitável: olhos que procuraram os meus, triunfo brilhando no tecnicolor da íris ("and I give up forever to touch you...") multicor. Foi delicioso, sim, e ele sabe a medida exata a usar na receita do bolo ideal: uma pitada de verdade, um punhado de sugestão, e uma dose generosa de promessas.

Estava lá: éramos mais próximos entre nós do que entre quaisquer uns dos outros; se o dia for hard, como o meu feeling da puta prevê, ele paga o cinema hoje. Matrix.

E como a cidade é grande, como um quilômetro se multiplica por dez quando está entre ele e eu; como a noite passa rápido quando são os pés dele que volta e meia chutam os meus por baixo da mesa, como vai ser difícil quando tudo for hiperdimensionado, inclusive os dois mil e trezentos quilômetros que nos afastam.

Doppelgänger de mim, que sou Doppelgänger dele; conexão quase indecente de idéias, mãos que se procuram enquanto as bocas sorriem e provam para os outros olhos e bocas que "não, obrigada, não aceito dividir a minha mulher com nenhum de vocês."

Deve ser o tal do karma. Karma do nome...

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Ei, isso vai render outro post!

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Arembepe amanhã! Hippies fedorentos...

quinta-feira, maio 22, 2003

Pouco mais de um metro nos separava. Pronto: 1 metro e dez, o tamanho exato das minhas pernas.

Pouco mais de um metro, ele lá, eu cá, e a certeza de que apenas um centímetro e meio se interpunha entre um beijo e o não-beijo. Havia mais: entre nós havia a minguante, eles, um banco e os problemas. Força que atraía e afastava ao mesmo tempo: pólos iguais que se repudiam, positivo e negativo que não conseguem se afastar.

Um cigarro, os olhos não conseguem se perder, a cabeça quase encontra refúgio naquele ombro. Duplando nas fotos, num projeto multimídia para o final de junho, viagem longa e com todos os predicados para ser solitária... Se fossemos eu e ele, ao invés da sagrada instituição "nós", seria uma condenação ao degredo.

Pouco menos de dez centímetros mantém sua boca longe da minha. Dez centímetros, 24 horas, 1440 minutos, 400 quilômetros rodados juntos, uma cesta de dilemas: escolha o seu escalímetro. Convergência de paixões, mentes univitelinas, áudio syncado com vídeo. Cartesiano emotivo, retas que se chocam, se afastam, se chocam, se afastam. Cerveja óbvia, mureta da praia, e você conseguiu esquecer aquela noite?

— Eu adoro quando você me lança esse olhar de ódio! — diz com um sorriso cativeiro, dentes que me mantém refém dentro da boca. Síndrome de Estocolmo, presa apaixonada pelo predador, e já não sei quem sou: caça, caçador, amiga, amante, trampolim, baralho em noite chuvosa.

Manda na minha vida; decide que vou, sim, jantar, porque está farto de me ver pulando os almoços, jantares e cafés. Declama minha carta Natal, e conta com uma ponta de orgulho que sou "Câncer com ascendente em Escorpião". Gêmeos, meu amor, monstro de duas cabeças, dois cérebros que insistem em manter o foco em você. Valho por duas, dez, milhares, e todas as minhas Danielas estão apaixonadas.

Um certo orgulho vem impresso nas suas palavras de admiração pelo que me tange, e não o flagrei encarando feio o boss, que deitava seus olhos sobre mim e lá deixava?

— Vamos comigo?

Onde quer que você vá, que você me carregue. Mas não demora, liebchen, e... TOCA RAMONES!!

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Segunda noite quase virada. Dormir, né?
Escrevendo...

terça-feira, maio 20, 2003

"Seus pêlos, seu gosto (???)
Seu rosto
Tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores
E as coisas
Pra te prender?"


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Eu não preciso falar: ele ouve, e verbaliza. Eu não preciso contar: ele sabe; e ri comigo. Eu não preciso falar: ele intui, e me tortura.

Tortura de mão dupla, cheiro que não sai da pele, engastado como rubi em jóia rara. Cheiro que sei, cheiro que ele sabe, mãos que percorrem costas, que conehcem nuances, que vasculham em braile. Olhos fechados, promessa de mais, e o dia tá raiando e a gente não larga essa angústia do olhar.

— Não posso te beijar.

Problema é seu. Te beijei a tarde inteira em pensamento. Correr meus dedos ávidos pelas suas costas foi só a coroa de espinhos. que adotei seguindo um ritual de Masoch. Se o que tem pra me ofertar são suas costas e o seu cheiro, bebo cada centimetro das suas sardas germânicas, cada gota miscigenada que evapora da sua pele, roubo cada centimetro que deixa desprotegido.

Que diferença faz um beijo em troca da alma, que já sei cativa?

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Dormir, que o dia é longo-curto.

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— Porque quinze dias com você vai ser pouco!

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E a dor não me esquece...

segunda-feira, maio 19, 2003

Num cyber da vida...

Praia do Forte. Fortes temos que ser nós. A nuvem chegou, e nos refugiamos entre céu e mar. Mar, que distribui generosamente seu sabor salgado entre minha pele, meus cabelos, meu espírito.

Uma festa que não fui, um amigo de infância (?) LINDO reencontrado, a vitória de caber num shortinho de novo, a Coca Cola tomada enquanto se vagueia (sem) rumo às informações que nos são vitais. Almas vadias, cães sem dono; e tanto, tanto em comum...

Exercício de aterrar no torrão mais antigo que se tem notícia acima de Porto Seguro. Mágica, incenso, mosquitinhos, pés na grama, reequilibrando o chakra básico enquanto se coloca em dia os assuntos práticos da vida. Mochilas ao sol, maços de cigarros sendo devorados com a fome de quem precisa de amor.

Aldeia hippie de noite? Oh, yeah, e de vez em quando o (pouco) que eu via ficava granulado, e tinha a nítida impressão de estar mergulhada num sonho morno, de contornos, sons e texturas. Dani McBeal, minha vida é um seriado. Como vim parar numa aldeia onde não tem energia elétrica, e a fonte de luz mais próxima são as Três Marias?

Mc Donald's. Digestão atrapalhada de tanto rir. Aquele cheiro bêbado de protetor solar. Cocada de tabuleiro. Chuva, chuva que molha o meu divino amor. (Dois) Beijos roubados-dados numa noite de dilúvio, boca macia e insegura, boca que não volta a me encontrar.

Noite que vira dia que vira noite. Noite que me trouxe presentes, prefácio de um livro bom. História de princesa-bruxa, principe-repórter, castelo sem luz, sem archotes. Só areia e vento. E estrela e mar. Só. Sós. Areia. Vento. Estrela. Mar...


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... e nós.

Dia que começa com um sonho bom, sonho de aconchego no Alê, costas que finalmente encontram a parede que o peito dele virou para eu poder encostar. Alê, que persegue minha vida desde aquele início de fevereiro de 2000, quando a ocasião ia nos forçar à convivência. Amor e respeito que começaram ao telefone, vida estranha que nos empurrou para o mesmo lugar ao mesmo tempo. De novo.

Encontros. Encontros que combinam com o prazer que tenho em ver estudar a cor da sua pele, de investigar a real textura dos cabelos, de mergulhar naquele sorriso e naufragar no gosto doce da boca.

Alê, cuja mão delgada se apossou da minha; dedos entrelaçados nos meus. Mão que me conduziu dentro do meu próprio sonho, que tomou as rédeas e cuidou de mim. Alê, que nunca fez do sorriso uma moeda; companheiro de mesa, de cama, de outra vida, de outros carnavais.

Alê, que veio essa noite pro meu dia nascer feliz.

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Se não fosse a felicidade de estar entre meus pares (Vivendo entre os patos, anotem isso), ainda teria o prazer de encontrar o Jorginho no restaurante da Dadá, acompanhando o apresentador de um programa bacana da TV Mãe da TV Minha Casa. Na esteira, Roberto Carlos, cinegrafista titular do dream team de técnicos, cinegrafistas, supervisores e assistentes.

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Sleep to remember...

sexta-feira, maio 16, 2003

Amigos completamente desorientados



John no telefone, agorinha:



? Dani, você já viu a mulher do Fulano?

— Não, só conheço de nome...

— Pensa numa coisa grande e oblonga... No dia em que fui lá, eu a vi quando ela passou remando pela sala...




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Bom... tem um vôo GRU/SSA que chega amanhã, 12:29, que...uh... Um carro alugado até segunda, meio dia... Logo depois tem um almoço no restaurante da Dadá, e... O hotel é pertinho da minha casa, mas fui intimada a me mudar para lá pelas próximas 300 horas... E vou até Arembepe amanhã... E São Gonçalo domingo...



Ainda não é o vôo que mais espero, de C*S para cá. Mas vindo de GRU, trazendo quem traz, por enquanto, tá de bom tamanho...



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Voltando o outro PC, teremos fotinhos do final de semana!



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Confirmado: bastando eu aceitar, meu mês de junho vai ser passado inteiro com o Prometido de Outras Vidas...



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Só para não esquecer nunca: estou a 30 dias do meu aniversário, logo...



Feliz inferno astral!!!



Rá! Chegaram até aqui procurando por Matheus+reporter+tv+bahia+bonito+lindo!

De fato, o Matheus é uma graça, ex colega de FACOM, tem olhos lindos e sempre tive uma quedinha ele. É alto, tem um corpo interessantíssimo, tem cara de bom genro, de bom moço, de excelente marido e é um bom profissional. Não, prezada Leitora Fiel — não excluíndo os meus amigos que também o acham um filé — nunca o coloquei no colo, mas que ele tem cara de quem pede, ah, isso tem...

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Não sei sinceramente se o Matheus é o meu preferido da TV Bahia. Mas como fazer um ranking num lugar onde tem Alexandre Leal, Jorge Allan, Serginho Pinheiro, Renato, e ainda teve Paulo Renato Soares? e isso porque estou falando da linha de frente! Nos bastidores ainda tem o Cláudio, o Rô, o Marcelo, o Roberto, o Figueiredo, o Portela, o Fábio, o Marcos... Nham...

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Super máquina doente de novo. No conserto, e lá vamos nós armazenar tudo no computador que não tem memória: tem uma vaga recordação...

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Amanhecer com a Ana Maria Braga, que eu adoro em voz alta, e olha só, uma matéria sobre tratamento do mau humor. A terapeuta, uma simpática Leonor Correia antes da ciruriga de estômago, anda com uma plaquinha de claque na mão o tempo todo, pedindo sorrisos ou aplausos.

Eu, enrolada no cobertor como um grande bicho da seda:

— Essa mulher tem problemas! Basta a câmera focalizar nela, e ela abre um sorriso tão grande que parece que sofre de pele curta! Ninguém consegue ficar sorrindo o tempo todo desse jeito sem ter uma deficiência mental! tomara que ela sente em cima da plaquinha de claque!

Algas. a síntese da alegria matinal:

— Taí, Dani, você devia fazer essa terapia do mau humor com ela!

Cai o pano. Próximo ato.

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Envelhecer com arte

Taí era um guaraná, alguém lembra? E Fanta Limão? Iô iô da Coca Cola? Também da Coca Cola, aquelas garrafinhas de coca no engradado, com o nopme do produto em 300 idiomas, alguém lembra? Ploc Monster com os nossos nomes, né, Carol?

E tem mais: desenho dos Harlem Globetrotters, dos Muzzarela, aqueles do Thor das antigas, em que ele caminhava sem mover as pernas, Principe Namor, Brasinhas do Espaço. E Aquaplay, alguém teve? Lá, lé, li, ló, Lu Patinadora, quero um Big Trem para brincar! Autoramas, Ferroramas, Mão Biônica, Lancha do Playmobil, piscinas Regan; cavalo malhado que sempre ganhava na corrida do Bozo, O Povo na TV, Lengruber entortando garfos, Domingo no Parque com o Silvio Santos, tênis Montreal, porque você é jovem; bicicletas Monark dobrável azul, Cecizinha com cestinha...

E antes que você, Fiel Leitor, balance a cabeça e diga: " Ela recebeu um daqueles emails nostálgicos, já te aviso que veio tudo da memória, que foi disparada pelo "Taí" de lá de cima.



quinta-feira, maio 15, 2003

E o ruído do lado de fora era o estertor da palmeira.

Na noite de lua sem lua, escondida entre as nuvens escuras e mal humoradas, tudo o que pude ver foi a silhueta das folhas caídas, palmas voltadas para baixo. Triste recorte contra o prédio feio, um monstro à espreita no escuro do quintal vizinho. Toco melancólico, tombado pela força da garoa fina. Triste cena, um resto de árvore que derrama suas lágrimas verdes tronco abaixo, salgueiro que nunca foi, árvore feia em vida, horrenda na morte. Triste fim, toco de árvore espetando o céu, numa revolta muda e solitária.

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Engraçado. Dessa vez doeu...

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De toda sorte, vou dormir de janela fechada esta noite...

quarta-feira, maio 14, 2003

River Plate x Corinthians

Soccer ou football?

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Presentes de dia das mães distribuídos, mãe e avó contempladas, minha quase-filha questiona sobre o seu presente.

— No seu dia você ganha presente, Bibia.
— Eu vou ter que esperar até o dia das Filhas, é?


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Espírito de porco

— Tenho às cinco e meia da manhã para pegar uma senha no hospital para o filho da Fulana...
— E o que o filho dela tem?
— Não sei... aquele negócio que nasce de dentro da pessoa...
— Alien!
— Nãaaaao! É perto da virilha...
— Colhões!
— Dani, você é idiota! É aquilo que vem do intestino...
— Cocô!


Era hérnia...

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Na boa... esse time do River é quase um desfile da Armani...

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Se o Casagrande me desse bola... Eu largava tudo, virava mãe de família, comportada, caseira, ia cerzir os meiões de futebol dele...

Vaga para deficiente, e um motorista estaciona, fecha o carro e sai, sem nenhuma deformidade aparente. Papai, o indignado:

— As pessoas têm que se convencer de que é vaga para deficiente físico, não para deficiente mental!

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Cena meiga

A namoradinha com o mesmo nome do namoradinho dirigindo o carro do namoradinho com o mesmo nome da namoradinha. Inveja? Nãaaaaaaao, só porque ela é linda e inteligente, e ele é lindo e inteligente, e é um namoro talhado nos céus?

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Eu tentei. Juro.

Não deu. Facom 2003.1:

T.E.R.M.I.N.A.T.E.D
Tanta espera, e ele veio de novo. Visita breve, ele, o cachorro, os livros e o porquinho da índia, que corre apaixonado atrás de mim.

Além dele, uma amiga minha, que me dizia a todo instante para não esmorecer na briga.

— Você não está entendendo: eu não estou mais na batalha. Lona, K.O., out! E além disso, não tenho mais porque cultivar uma relação paranóica, mesquinha, one way...

— ... e prazerosa, e gratificante, e completa. Orgulho é uma coisa, burrice é outra. Você sabe que todo mundo sempre torceu por vocês dois. Você teve a prova agora há pouco...

Tive, minha amiga. Ele passou por mim com um sorriso amargo:

— Daniela, eu te odeio!, sabendo ele que me ama. Sabendo eu que ele me ama. Sabendo eu que o amo.

Seu melhor amigo estava conosco, e deixou muito claro que era eu a favorita. Encontro com contornos de sonho, o sonho que não foi. Encontro que terminou sonho, mesmo, com muita água, golfinhos, paz e diversão. Tudo o que ele NUNCA me deu.

Se ainda estou no páreo? Não sei. Fui adestrada para ser feliz.

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Melhorando. tonta, ainda, mas sem enjôo nenhum. E preciso de uma alma caridosa que dirija pra mim nos próximos 40 minutos.

terça-feira, maio 13, 2003

O que pode acontecer com um ser humano que tenta parar de fumar, que faz regime, e ainda se arrisca a fazer um trabalho energético... TUDO AO MESMO TEMPO?

Bom, o que podia acontecer, aconteceu: lona, K.O.

Meu estômago tem vida própria, minhas costelas pediram demissão ontem, e foram embora junto com a alma. Dói da raiz dos cabelos até a ponta dos pés, parafraseando Caetano, na voz da Elza Soares.

A boa notícia — sim, porque a fazedora da própria imprensa não vive só de catástrofes — é que atingi o menor peso em 5 ou seis anos.

Enjoada, dolorida, de saco cheio, não pude dizer um único desaforo, e olha que me esmerei durante o sono atormentado para amealhar um repertório digno. Não consegui. Vendida por um sorriso, arrematada por um carinho.

Vou pra cama, que é lugar quente...

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— Estou enjoada demais...
— Hummmm...
— E nem adianta fazer essa cara, porque a última vez que rolou uma gravidez como essa foi há 2003 anos, vieram reis magos e uma estrela saiu passeando!


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Putz, nesse mau humor, vou estar duelando ao pôr-do-sol de hoje...

— Este planeta é pequeno demais pra nós dois!

sábado, maio 10, 2003

Ele faz de propósito.

— Estou com o seu perfume...

E vem, me abraça, encosta o meu nariz no seu pescoço, deixa tatuado na minha pele o cheiro do perfume que eu escolhi para ele. Chega com o vento, molhado de chuva, me tira do sono, me tira o sono.

Riso malandro, corpo quente, olhos atarrachados nos meus. Dia cinza, malha de lã mostarda, guarda-chuvas preto.

— Vi o seu irmão ontem... Como ele está lindo!

E que tortura ver aquela barba por fazer, combinada com os cabelos espetados em todas as direções, rebeldia que tarda mas nunca falha. Que tortura ver aquelas mãos minuciosas, os dedos longos cuidando de pequenas peças, empurrando o cabelo liso para longe dos olhos, olhos que me perseguem.

Prometido de outras vidas, não adiantou negar que ele já estava por aqui, nesta encarnação: fomos jogados um de encontro ao outro como onda e quebra-mar. Sou capaz de me lembrar da primeira vez que os meus olhos acharam os dele. Dez anos, e se eu soubesse que não me seria possível escolher, teria nos aliviado dessa busca cruel num dia morno de primavera, num saguão de prédio verde, quando os nossos cabelos eram maiores, nossas idades menores, e a fé, infinita.

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Guria volúvel, que começa escrevendo sobre um, envolve o irmão dele no meio, e dá uma guinada no fim, morrendo de saudades de um terceiro. Passageiro da chuva, que vem no trem do inverno, mão que ainda queima o meu braço; olhos pálidos que flutuam no escuro, sorrindo pra mim.

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Mamãe de volta das férias...

Telefone...

Programando o dia das Mães com as minhas mães todas...

sexta-feira, maio 09, 2003

Pra quem não acredita que narcolepsia existe, eu sou a prova viva.

Estava ótima, trabalhando, formatando um organograma lindo, Olhando meio apaixonada para a cadela que dorme na porta de casa, feliz. Até agora.

Um telefonema, e agora sim posso ter uma tênue idéia do que Jesus sentiu quando foi tentado pelo diabo. Merda, vender a alma para cobrir o vermelho da conta, ou me cobrir no manto do respeito e continuar de cabeça erguida na hora de entrar no banco e negociar os juros da conta?

Estou com um sono doentio, e estou indo me refugiar nos braços do Morpheu, até que os outros braços me envolvam e me jurem que eu não preciso realmente passar por isso.

GOD GIVE ME STRENGHT!

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É agora? E agora? Não? Quando? Agora? Depois? E agora? Vai demorar? Pronto? É agora?

quinta-feira, maio 08, 2003

Dias, quiçá semanas, brigando com um código de java. Quando finalmente consigo fazer a adaptação correta, faltando apenas mais um teste, tcharan: a PORRA do janela popup não abre a imagem que é pedida!

Acaba que desde sete da noite estou sentada nesta cadeira, tirando, alterando, acrescentando, testando linhas de programação, e só consegui fazer com que mudasse a imagem exibida. Eu tenho 24 imagens diferentes, e só uma delas aparece quando clica-se em cima do thumbnail. Se alguém quiser me dar de presente uma solução, ou mesmo um script sem problemas de esquizofrenia, eu agradeço de coração.
Meus olhos continuam reféns dos dele. Capturados que foram num já familiar shopping center, meus olhos agora se vêem perseguidos pelo azul espectral dos dele. A vida era tão simples antes...

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"I don´t wanna wait in vain for your love..."

Marley, o Bob

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E a promessa de beijinhos na barriga e atrás das orelhas fez com que ela ficasse quietinha.

— Não vai doer, minha lindinha — e se alguém mais te disser isso, não acredite. Dói, dói sim! Mesmo quando tudo dá certo, dói. Dói o ciúme idiota, dói a saudade, dói a presença. Dói.

Mas em mim ela acredita. Continua deitada, olhinhos arregalados, misto de delícia e medo. Cumpro a promessa, e encho sua barriga de beijos. Ela descontrai o corpo, e deixa que a Algas cutuque seus ouvidos doloridos com um cotonete embebido em éter. Dopada eu, dopada a Nana, e acho que a própria Helga já está pra lá de Marrakesh.

— Cachorrinho bom... cachorrinho querido e bonzinho... — e ela parece não se importar de ser chamada pelo gênero masculino. Minha Nana, daschund sem humor, agressiva, fiel, encrenqueira, divertida, voluntariosa. Meu alter ego, espelho no mundo animal.

Estamos quase termiando a limpeza e colocação de remédio nos seus ouvidos. Falta o azeite, e algo me diz que ela vai transformar a cama do papai numa saladeira. Óleo de oliva pingado no ouvido, ela sai espalhando gordura monoinsaturada pela casa toda. Sossega logo depois, aparentemente sem dor, pronta para o sono que a otite lhe roubou durante o dia.

Um olhar agradecido, um abanar de ponta de rabo, até amanhã. E ficamos nós, papai, Algas e eu, olhando como idiotas apaixonados para aquele pretzel de cachorro, enroscadinha em torno do próprio eixo; dormindo tranquila, em cima dos nossos corações.

quarta-feira, maio 07, 2003

Véspera de POTE (Pólo de Teledramaturgia), e lá fui eu pra casa da Rê, que ministrará um curso de produção. Finalização de dossiês, de textos, de expectativas, um abraço apertado, uma oração dita em silêncio.

"Que seja doce, que seja doce, que seja doce!"

E assim será! Boa sorte a gente só deseja pra quem não tem a manha. Pra quem tem certeza do que está fazendo na vida, E VOCÊ TEM, desejar boa sorte é quase uma redundância, Rê!

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Minha Naninha com dor de ouvido, e eu, impotente, passeio pela casa com ela no meu colo, a aquecer suas orelhas, a cantar musiquinhas para ela, a soprar na sua barriga, coisa que ela adora. Mãe que ainda não sou, exercito o amor desmedido numa criaturinha de cabelos vermelhos, mau humor e independência. Ei, é quase minha filha mesmo!

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Quanto falta ainda para ele chegar? 


Na fuça

"Momento para superar em definitivo situações do passado, abrindo assim campo para um novo futuro. É tempo também de semear esse novo futuro."

Para Gêmeos, no Estadão.

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E é exatamente o que tenho feito nos últimos sete dias. Cada dia sonho com um, cada noite uma resolução, cada passado posto no seu lugar.

Voltaram todos para o porta-retratos da estante, depois do Juízo Final, versão lite, da Dani. "Is" pingados, cada noite um vem e nos resolvemos. Bruno, Can, Lion, Rô, e em todos dei um beijo, fechei a porta por trás de mim, bati o portão sem fazer alarde.

O futuro auspicioso rodeia a minha ilha, diminuindo a distância entre o amor e eu. Já admito que existe um homem para mim, que já nasceu, que já vive, e que sonha com uma mulher como eu, em algum lugar. Esse homem já existe, e espera uma mulher que cozinhe, mas que seja independente ao mesmo tempo. Uma mulher que vai locar seus filmes preferidos na sexta-feira a noite, e que vai deitar a cabeça no seu colo enquanto comenta que a fotografia do filme é absura, de tão boa.

Esse homem sabe que a mulher feita pra ele leva uma vida louca, mas que a mesma mulher é fiel que nem cachorro. Esse homem sabe que a mulher já amou, já sofreu, já aproveitou, já riu, já viveu. Essa mulher vai passar o mês de junho enfurnada num ônibus com 20 homens, sendo que um deles é um prometido de outras vidas. Mas promessa nem sempre é dívida, e a muher não mais consegue se deixar seduzir pelo brilho da pirita. Ouro de tolo.

Essa mulher está pronta. Estou realmente pronta. E esse homem já existe. É só uma questão de tempo, agora.

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Ecos da noite

— Teve uma época em que Fulano queria ver o demo, mas não queria ver a minha cara! Ele gostava de mim, e eu gostava do amigo dele... Amor e ódio, saca?
— Uh... Fulano nunca foi fácil... mas sempre foi meu amigo...
— Sinto muito! Mas rancor de amor é um saco!
— E quem era esse amigo de quem você gostava?
— Sicrano!
— Então era você a paulista caloura da faculdade, por quem Sicrano era louco?!
— Hã?
— Você trabalhou na Emissora X, discutiu feio com Fulano, andava com Menina e Apresentador?
— Por um certo tempo, fui amiga deles, sim; quebrei o pau com fulano, e sim, fiquei na Emissora X.
— Desaforadinha, inteligente, paulista, jornalista, Fulano amava e odiava, e Sicrano adorava? É você, sem dúvida!


Conclusões:
.Homens são idiotas.
.Fulano é idiota.
.Sicrano é idiota.
.Homem é uma raça fofoqueira, viu?
.Perdi de viver uma história de amor linda, linda...

Sair com um destino, terminar em outro. Daniela, essa é sua síntese.

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Aulão com Lauro César Muniz, que é o meu pastor, e nada me faltará. Cocktail de lançamento do ciclo de workshops, aceita um canapé, um doce de coco, um salgadinho? NÃO! Dieta é foda...

— Dani, você está mais bonita!
— Perdi 18 quilos...
— Se continuar assim, vai ficar um arraso! Vou ligar para a Playboy!


E isso é que alimenta a alma. Um homem acostumado com mulheres lindas, que me conhece há anos, elogiando gratuitamente.

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Centro espírita, sebastianismo, bistrô. Cheque devolvido, desculpa, estava esperando um doc na conta que nunca caiu. Conta paga, desce uma para comemorar...

Resultado? Arno (pai do Vlad, que vem de outros carnavais), Raimundo, Reinhard, Dona Alice, Regina, que saiu cedo, Omar e eu, conversas num inglês castiço, fechando o bistrô, rindo, dividindo. Noite de quebrar feitiço, minha última moda, para confirmar essa fase de felicidade pura que anda me varrendo...

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— Agora eu sei de onde saiu o Vlad tão bonito...

E juro, juro que não foi uma cantada no pai... Foi uma mera constatação...

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Paulo Lima ainda é a minha referência. Ah, sim, ouvindo o Trip 89, na 89 FM...

terça-feira, maio 06, 2003

Me and Myself



Auto-retrato, sábado, 18:40, mais ou menos, num tédio franciscano, no camarim do teatro. O photoshop de agorinha há pouco fez milagres...

Sandália quebrou. Drooooooooooooga, por que justo hoje?

Deixamos o banco do Brasil para trás, a Walkíria Ruiva e eu, dois mundos escondidos por baixo da selva vermelha. Fazer ou não fazer a matrícula da faculdade? Isso implica em assumir um compromisso por mais seis meses em Salvador.

Os céus me deram uma chance de pensar melhor. Só posso fazer a matrícula terça, final da manhã.

Voltei a uma conversa que tive com o dono dos belos olhos azuis.

— O que te faria ficar em Salvador?
— Um amor.


Passei o resto da tarde remoendo essas duas frases. Sim, estava numa ilha de edição, lugarzinho onde passaria 12 das 24 horas do dia. Mas enrolei na boca as palavras que outra boca disse, beijo indireto, chiclete partilhado numa brincadeira de infância.

Injusto ter que decidir isso no dia em que falei com a minha irmã de alma, mas que também estive com a minha Walkiria Ruiva. E no dia em que... bom... que um "ele" descobriu o mundo sem mim...

segunda-feira, maio 05, 2003

Brincando com a câmera-porre, fiz um retrato meu que ainda não decidi se pareço com o primo Itt ou se com o Tio Fester. Mas não resta dúvida: o sangue Adams corre por essas veias!

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FALEI COM A MINHA IRMÃ DE ALMA!!!

Que saudade, que saudade, que saudade!

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Trabalhar, né? Trabalhar um pouco, né? E no lugar que mais amo: ilha de edição!

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E O Crivo, hein? Já foi lá, né? O que você achou? Conta, vai...

domingo, maio 04, 2003

Água, e pisar os pés quentes num rio gelado e limpo, de pedras centenárias ao fundo, e mais de um metro e noventa de homem (LINDO!) me abraçando, pode ser a idéia que eu faço de paraíso, vida eterna...

Temporada de chuva, e tivemos o último dia antediluviano. "Salvador X-press", um city tour de veja-tudo-em-uma-manhã, e depois disso o sol nos deixou. Se já não fosse um trabalho gratificante, ainda assim o elenco da peça compensaria quaisquer desgastes. Gente de coração bom, gente que nos tira lágrimas, gente que nos apaixona, gente que vai embora, gente que a gente aprende a amar.

"Divaldo, simplesmente Franco" é o nome do espetáculo, e a equipe do Renato Prietto tem toda ela o mesmo perfil do seu diretor: doces, companheiros, profissionais, competentes, deliciosos. Vontade de fazer essa turma toda perder o võo de segunda-feira, e o de terça, e o de quarta... E alugar um apartamento para cada um em Salvador, e trazer para dentro de casa, e fazer carinho, e levar para jantar. Bom, a parte de fazer carinho e levar para jantar a gente pôde fazer.

Riso de quebrar feitiço, ainda parafraseando a generosa Walkiria Ruiva, e os raios cortavam o céu numa saudação poderosa: Salve, Divaldo! Salve, Renato, Rogério, Fernanda, Sylvia, Maira, Marcinho, Regina, Junior, Dani! A água que caía enxagüava a alma, que levara "um sabão" durante o espetáculo. Texto de fazer rir, de fazer chorar, de fazer pensar, sobretudo.

Dois a dois, saímos do carro para o restaurante sob um guarda-sol que dava hora extra noturna. Calças arregaçadas, como se a tarefa fosse pular um igarapé, vou na última rodada.

— Eu vou com a Dani! — e senti um braço forte nas costas. Me deixei sentir protegida só por aquele momento em que o riacho cobria os meus pés, os desse homem bonito ao me lado, as rodas da van.

Noite de encontros randômicos. A lua nova me foi tirada, mas a noite me trouxe o Lua, amigo de carnavais outros, cumplice de muito cravinho tomado junto, sentados os dois na porta de uma secular mansão no Pelourinho. Amigo de confidências sobre a vontade de ter filhos, amigo de praia, salva-vidas de profissão e vocação. Salva-almas, cujo nome já dá poesia: Luamar.

A noite me trouxe ela, a Gata Roxa, amiga de blog, amiga de cervejas num dezembro que ainda não sei se existiu, companheira de elucubrações. Junto dela veio ele, amigo de blog, amigo de bancos de ônibus, amigo de bancos escolares, amigo que finalmente reencontro.

E vieram "À Flor da Pele", e o Monka, em pensamento; veio "Atrás da Porta", e as longas caminhadas pelo vale sem verde. Na esteira da noite sem (com) Lua, vieram amigos, amores, saudades, sorrisos. Veio a lembrança do sonho com o Bruno, sonho mesmo, e lá nós finalmente nos acertamos.

Estamos juntos, Bruno?! — num misto de espanto, ironia-self defense, expectativa e felicidade.
— Eu estou cansado de ser rejeitado. Estamos juntos, sim. Gosto e preciso de você.

A chuva veio e ainda não foi. A volta foi feita com o braço forte do homem alto e bonito e bom não mais nas minhas costas, mas ao meu lado. O regato até o carro já se havia desfeito. O encanto não. Noite mágica, talhada nos céus, com as bençãos dos raios e trovões com os quais somos tão escassamente brindados. Ruas lavadas, água limpa; solto os cabelos, desço do carro, e caminho lentamente para o portão de casa, deixando a chuva beijar os meus cabelos e continuar com o passe que começou a ser dado numa noite estrelada de quinta-feira.

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Vocês já foram n'O Crivo, né?

Com ABSOLUTO orgulho de integrar este time, apresento-lhes:

O CRIVO GENEROSO

O selo conduz ao mesmo lugar.






Comentem, leia, divulguem, estimulem... Ser generoso é um estado de espírito... DE PORCO!

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30 litros? Os outros 10 litros ainda estão na receita?

Onde acharia eu a redenção, generosos?

sexta-feira, maio 02, 2003

Menina vestida de caqui!



Dêem um desconto: dormi tarde e acordei cedo!

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O cansaço e o calor fazem isso...

Desidratada, suada, cansada, sonada, e tenho pouco menos de uma hora para tomar um banho, ficar linda, disfarçar as olheiras e voltar para o teatro. Procuro água. Toca o telefone: o motorista avisando que o cunhado vai substitui-lo nessa viagem de ida. OK, passa o telefone, até mais tarde, tchau.

Bom, ligar para a minha chefe sem noção e avisar da troca. Droga, onde está o telefone? Vasculho a casa Nada. De um outro número, ligo para ele: pelo barulho, localizo. Ring, ring, e o toque está abafado. Desligo e ligo de novo, não estou acreditando. Mas era verdade: guardei o telefone dentro da geladeira!

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Ou aquele cara alto me ama ou me odeia. Eu olho de esguelha, ele está olhando. Eu cumprimento, ele só abana a mão e deixa sair um estrangulado "oi". Fica "todo errado" quando está sozinho e me sabe por perto; um pouco mais seguro quando os outros meninos estão com ele.

E eu nunca me dei conta: sempre foi assim? Sempre houve essa disputa muda entre ele e o Jovem Marco Nanini?

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quinta-feira, maio 01, 2003

Sou uma menina muito organizadinha. Numa gavetinha guardo papéis de carta que colecionava, memorabilia de matérias gravadas no passado, um ursinho panda delã, ingressos de shows aos quais eu não fui. Coisas de menina.

Na outra gavetinha guardo as roupinhas de dormir, roupinhas de baixo, roupinhas com estampa de bichinho, clacinhas com estrelinhas e luas. Coisas de menina.

A terceira gaveta tem camisetas de cores extravagantes, com aplicações em fitinhas, cristaizinhos, bordadinhos. Camisetas indianas, africanas, americanas, brasileirissimas. Coisas de menina, mesmo.

Na quarta gaveta tenho shorts estampados, saias curtinhas de todos os tecidos. Vários modelos, algumas em rosinha, outras com números, qual uniforme da cheerleader que nunca fui. Bem coisa de menina.

Na quinta gaveta eu guardo as mágoas. Todas elas, e quase nunca abro. Parece um portal para o inferno; de lá erguem-se vozes que ecoam no meu ouvido, que me acusam, me adoçam, me espacam, me laceram, me sangram. A quinta gaveta tem muita dor, e hoje eu a abri, procurando por uma faixinha de cabelo, por uma presilha de ursinho... Ou pela navalha afiada que foi o que encontrei.

De todos os artigos que são conhecidos, as mágoas são as que apodrecem mais rápido, e as que mais levam tempo para sumir de vez. A gente acha que já está livre, e um dia abre a gaveta proibida. De lá emana o cheiro dos cadáveres insepultos na memória, no passado, na vida. Todos estão lá, e você até consegue ver um ou dois acenando alegremente do meio dos guardados.

Hoje doeu. E eu fiz questão de que doesse. Não futuquei o fundo da gaveta, tem mortos que ainda não consigo ver. Tudo para eu continuar sempre enxergando que o processo de reconstrução dói, que eu continuo uma idiota, construíndo castelos de nuves. Nuvens cinzas, que se desfazem numa tempestade violenta, me lançando ao chão junto com a água, com a poeira, com os destroços do meu sonho.

Deixei doer de propósito. Condicionamento de minhocas: tomar choque até achar o caminho certo. Ou, para usar um exemplo mais pop, cravar a unha no intervalo entre pele e unha do polegar, como o Paulo Coelho em Diário de um Mago. Ah, não gostou do Paulo Coelho? Você, evoluído fã do pop-mais-que-pobre Nick Hornby?

Pois sim, que doa. Que eu nunca mais me esqueça de abrir periodicamente a minha quinta gaveta. Evita que eu volte a acreditar. Me deixa permanentemente vacinada contra boas intenções alheias. Te incomoda essa linha de pensamento preventivo? Fazer o quê? Coisas de meninas, né?

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Vou almoçar. Sim, mais de oito da noite, sim.
Quiroga de bem com uns, de mal com outros...

"Que outra coisa sua alma desejaria a não ser brincar livre nos campos infinitos da vida? Este é seu legítimo direito e qualquer obstáculo nesse sentido deve ser pulverizado, desintegrado, reduzido a nada. "

Vê o seu horóscopo e me diz se contigo ele foi bonzinho também...
Aterrar, Daniela, fazer contato com o núcleo da Terra, abrir o chakra básico.

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Uma proposta indecente e ridícula de trabalho.

Indecente porque alguém tem que pagar as contas, e não tem sobrado muita coisa para sair do vermelho, que dirá chegar ao zero.

Ridícula porque eu não acredito que depois de tudo, e olha que a história não acabou, ele ainda pense em mim para produzi-lo. Mas é aquela porra: infelizmente não posso fazer luxo até zerar minhas dívidas. Prefiro trabalhar e ter certeza de que a medida extrema — entrar na justiça — será utilizada caso ele se resolva por atrasar os meus pagamentos.

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— A noite vai ser boa.. De tudo vai rolar...

Não! Mil vezes não! Pelas barbas do camarão, essa música não!

Inevitável. Aeroclube, quase 8 da noite, praça de alimentação. Despojos de uma guerra invisível, eu, minha amiga sem noção, a filha e a neta dela. Exaustas as três primeiras, com a corda toda a quarta e mais nova.

Só os olhos se mexiam. Um músculo a mais, tampouco um músculo a menos. Inerte. Sonolenta.

— Será que o meu signo tem a ver com o seu?

Uma música ao vivo tenebrosa, e quem me conhece sabe que música ao vivo, "um MPBzinho", e eu são duas coisas incompatíves. Eu ODEIO musiquinha ao vivo de bar. Todo mundo tem que ficar olhando, senão ofende os brios do artista, tem que ouvir mais uma vez a seleção Oceano, Se, Dia Branco, Andanças, Lilás e todo aquele vasto repertório de músicas de botequim. Ficamos nós, todos idiotas, tendo que rasgar um sorriso no meio da cara, aplaudir com a mão mole, e rezando (pelo menos eu, quando não dá pra escapar) para ele anunciar que "vamos (ele e o teclado, suponho) fazer um rápido intervalo. Eu volto já! Tchauuuuuu", com o reverbe no último.

— Vem ficar comigo nesta festa genial.

Se no inferno tem rádio, quem abre a programação é "Noite do Prazer"! Essa música é o fim da picada! — e a cara mau-humorada, a voz mais alta me denunciaram: eu estava realmente irritada com aquilo.

Mãe sem noção e filha equilibrada se olham, sem entender o rompante de fúria. Eu continuo ladainhando num tom baixo, só eu me entendo.

— Na madrugada a vitrola rolando um blues — e maldosamente eu me calo. Quero ver ele lançar o "trocando de biquini" que vem a seguir.

— tocando B.B. King — o espírito de porco acertou de propósito, só pra me irritar!

— sem falar... COMO É, RAPAZ? Tocando B.B. King SEM FALAR? Eu nunca tinha me deparado com tamanho "virundum", e olha que essa música é campeã do mundo!

Da rabugice às gargalhadas em 3 lições! Eu sou geminiana, eu posso variar desse jeito. Minha amiga sem noção também é, e embarca nas risadas, enquanto eu tentava, balbuciante, explicar o motivo. Riso de quebrar feitiço, como diz a minha Walkiria Ruiva.

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Arremate

— E não se engane, não: se for pro inferno, vai tocando Jorge "Vacilo" no elevador daqui até lá!

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O que sobrou de mim?