Postando do parque de exposições. Humpf.
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In der welt zein [2]
Enquanto o mundo caia ao meu redor, eu caminhava pelo parque com o iPod em altíssimo volume, ouvindo Janis, Harper, Bloodhound Gang. Quase uma profeta do apocalipse. Caminhei por quase uma hora inteira, esperando montarem a sala da logística (oi, tudo bom? Ócio destrutivo?), ordenando os pensamentos, que sofreram uma pane recentíssima.
Vi guindastes erguendo (epifânias)* estruturas, vi maquinário pesado, gente trabalhando muito. Sente no fundo da arena, dei uma boa olhada para o palco principal, este Senhor inclemente a quem sirvo tão humildemente, que dominará minha vida pelos próximos 5 dias.
A sensação de finalmente pertencer voltou, e com tanta força quanto no dia 30 de dezembro. Parte daquele mundo que se ergue — e constrói coisas belas — existe porque eu estou colaborando. Eu faço parte, como faz parte o Márcio, o Ivan, a Mônica, e todos os milhares diretos e indiretos. Mais uma vez, por um segundo, voltei a fazer parte do mundo.
Se consegui ordenar a cabeça? Claro que não. Nada se resolveu, e pensar só serviu para aumentar a confusão que causa essas ondas gigantes dentro da minha alma. Continuei com minhas interrogações voando sobre a cabeça, como pássaros — e estrelinhas — de quadrinhos.
*Eu ia escrever sobre as epifânias que tive nessa hora de caminhada, mas acabei desistindo porque delas não lembrava. Apaga daqui, estica de lá, e quando vi, tinha misturado guidastes com epifânias. Gostei do resultado, e deixei.
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23:17
Agora blogando de casa
Bêbada de sono, com Excel (Rá!) aberto, uma planilha de vôos alterados do lado, um mapa de apanha que insiste em dançar na frente dos meus olhos.
Nada do que eu precisava pensar e decidir foi pensado e decidido. Não é muito querer estabelecer metas concretas no meio de um trabalho estafante? Deixa para o dia 22, 23 — ou nunca, quem sabe? — para que o tempo se encarregue de me mostrar a ponta da meada.
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Alguém quer me ouvir rouca domingo?
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Há 11 anos eu enlouqueci de paixão por ele, que nunca nem soube que eu respirava. Persegui essa ilusão por outro par de anos, fomos da mesma empresa (na maior coincidência do mundo), eu saí, ele foi morar fora.
A primeira vez em que o revi na TV foi um susto. Fiquei parada, com as mãos geladas, tremendo, pupilas dilatadas. De algumas paixões a gente nunca se reestabelece.
Por que disso tudo? Porque ele voltou para a TV onde trabalhamos juntos, e embora 11 anos tenham se passado, embora não tenhamos trocado uma única palavra nos últimos dez anos, eu reconheço o timbre da sua voz mesmo na maior balbúrdia do mundo, e sempre corro para ver qual a reportagem do dia.
Estou recuperada do baque, mas ver que ele cometeu a descortesia de casar foi como se tivesse levado um tiro. No peito. Em cima do coração. Não senti dor, porque a morte veio fulminante.
o.O
Pronto, passou.
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O moço gentleman ligou só pára deixar um beijinho, e mais uma ou duas fofices. Trabalhar não oferece outra opção, mas se ele tocasse Sexual Healing ao telefone, eu ia andando do parque até sua casa, só para obrigá-lo a me mostrar todos os CDs que ele tem em casa.
Sinto uma falta miserável da minha dose diária dele.
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Palm e celular na mão. O que passa pela cabeça de uma pessoa que se descobre futucando a tela menu do celular com a caneta do palm? E pau da vida porque o celular não responde aos comandos?
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Eu não sei o caminho, não sei o que é certo. Não sei nem se é. Em sendo, não sei o que é. Mas vou descobrir, e desta vez vou tentar fazer tudo certo.
Se isso estiver claro na minha cabeça, o resto são miscelas.
O problema é que não está. Nada é claro para mim.
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*sigh*
Tenho um vôo chegando às 23 horas amanhã. E o Festival nem começou...
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