sábado, abril 10, 2010

Só rindo...

Eu fui gorda. Fui gorda quase a vida inteira, tirando aquele período mágico entre os 16 e os 17, quando o metabolismo bomba, e eu estava realmente linda. Há três anos eu fiz redução de estômago, e o total de peso perdido chegou a 49 quilos (porque passei dias sem me pesar. Em dezembro/09, tenho certeza de que bati na casa dos 50 quilos perdidos. Abafa o por quê.).

O que deveria me irritar (e não irrita, porque estou verdadeiramente acima disso) é que só depois de magra e bonita (porque vou te dizer, viu? Tô gatinha de tudo!) é que passei a existir para algumas pessoas. Isso é patente com o povo da faculdade. Gente que ME CONHECIA, conhecer mesmo, de fazer trabalho junto, me elogiando como se a Daniela gorda e inteligente pra caralho não fosse a eu de hoje. Pessoas que não sabiam que me conheciam, e que SÓ passaram a me tratar bem recentemente.

Hoje em dia não me diz muito mais coisa, até porque eu entrei na faculdade no dinossáurico ano de 1997, e depois disso, milhares de litros d'água passaram por baixo da ponte. É que o fenômeno "Olha, ela é humana!" aconteceu de novo essa semana, e me deu um sentimento tão grande de estranheza... O cara não me dava bom dia nem se entrasse num elevador comigo, e de repente virei um objeto de desejo naquela noite fresquinha de quarta-feira.

Eu? Dei uma risadinha comigo, virei pro lado e continuei a conversa com quem me ama desde sempre. E me diverti muito mais.

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In der welt zein!


Em algum momento dos últimos dis ou três dias, achei no mundo um lugar que pode ser o meu. Dá pra entender?

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Felipe,

O fel sempre vai estar conosco. Na profissão, na vida escolhida, no dia a dia. Alguns eu escolhi não degustar. O preço disso tem sido altíssimo: sem grana, imóvel, engolindo outros féis para ainda ter alguma dignidade, outros amargos descem sem que percebamos até que o sabor invada a boca, e lá fique, como a memória indelével de um pesadelo.

Estou passando por um perrengue porque decidi não aturar determinadas coisas, e descobri que as que sobraram eu quero aturar menos ainda. Refazer o caminho é uma merda, é difícil dói, e no final, o gosto ruim é o mesmo.

Eu sugeririria, do alto da minha insatisfação generalizada, que você escolha as batalhas que valem a pena, incluindo ficar ou não sem grana, e suas consequências. Fel a gente sempre vai engolir, mas a idade avançada me abriu os olhos para o ponto mestre: eu não nasci para viver sem dinheiro.

Vou nortear minha vida por isso, e pelo segundo ponto: gente sem caráter, nunca mais. Desafio: como equacionar isso?

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Fui listar para a Doce M os remédios que estavam tomando. Bom... digamos que se eu morrer amanhã, não será necessário embalsamar.

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E o sábado começará com choppinho festivo em bar que adoro, com pessoas que amo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Queria escrever que mudamos por fora, mas por dentro continuamos sendo o que somos. O problema são os "falsos" e amigos de ocasião.
At
JM