A reunião da "Justa" foi qualquer nota. Se a gente — o Luna e eu — fizer esse documentário, dois dias depois a gente morre. E não é morrer no sentido figurado. É morrer no sentido definitivo.
As pessoas querem — entre outras coisas — uma denúncia sobre a corrupção na polícia. Dado importante: o maior traficante da Bahia, que leva o nome de um personagem de novela, tem toda a sua segurança feita pelos caras da Justa. As pessoas querem que a gente entre nas dependências da Justa com um motivo e grave outro. As pessoas querem... as pessoas querem é ver o circo pegando fogo pra comer o churrasco dos palhaços — Luna e eu.
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Tudo culpa dos sonhos. A gente sempre aposta tanto nos nossos sonhos... Todo mundo devia ter um sonho de reserva. Um plano de contigência.
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Eu sabia que essa temporada de dolce far niente não ia deixar um saldo muito bom... Trabalhar em casa é divino! Posso fumar à vontade, posso trabalhar com a minha saia de malha preta — que meu pai diz que só não é mais velha que o meu perispírito —, com os cabelos presos lá no alto, num coque desfiado (ué, eu já não fazia isso?), digitando em posição de lótus (oh, yeah, criaturinha estranha, né?)...
Mas isso dá um medão quando a gente tem que sair pro mundo real... Perdi o hábito de empregos das nove às cinco, perdi o saco para andar mais paramentada que jegue no Círio de Nazaré, de ter que cumprir horário. Quem já foi freela um dia sabe que a gente normalmente dá um duro muito maior que as pessoas que nos condenam por estar planejando uma farra na segunda feira, porque na terça a gente não tem compromisso.
Foi o caso desses últimos 4 dias. Uma pauleira, há tempos não fazia um trabalho tão envolvente e desgastante ao mesmo tempo.
Envolvente pq toda a produção foi feita na raça. Roteiro pelo qual já era apaixonada há tempos, a equipe composta somente por AMIGOS. Mas foi um desgaste pq a estrutura ainda não foi aquela que merecemos. Ainda...
Mas o corpo penou. Cansei de verdade. E hoje, segunda-feira, dia internacional da boa farrinha, estou em casa, depois de uma reunião que me deixou tensa, sem vontade nenhuma de arredar pé daqui. Tinha a Resenha, que eu podia ir. Tinha o lançamento de "Madame Satã", que eu vou doar as pontas dos dedos se não for ver enquanto estiver em cartaz...
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Mas optei por ficar em casa, e macerar os pensamentos. E rezar pra extrair alguma coisa que faça mais sentido do que o que eu estou sentindo agora...
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In der welt zein.
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Que delícia ficar de papo com essa amiga querida!!! Quantas risadas, quantas coisas partilhadas, quantas coincidências, quantas similaridades... Panquecas de sulfite com garrafada nordestina, Shoptime, livros nas bolsas, sorvete de anta... Eu sabia que tinha um bom motivo para não ir pra Resenha nem pra Madame Satã. Valeu, Dé!
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Recorde: 6 horas e meia para escrever o post! E ainda saiu meia-boca...
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