quarta-feira, novembro 22, 2006


ALTA DO ZÓIO PODRE!

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Ele era uma gracinha. Ok, tire as lentes de contato da pessoa e terás uma pessoa muito mais complacente. Eu. Mas ele era interessante pacas. Tá. Era interessante, sem o pacas. Enfim. Deu um mole louco, ficou de perto olhando, até que chegou.

— Olha a tatuagem dela (sempre ela, a tatuagem)! Adorei o Olho de Thundera (pois é, eu tenho um Olho de Thundera tatuado no ombro)!

E aí saiu inventariando meus outros desenhos:

— Mortal Kombat na perna, Pantera Cor de Rosa na outra... Você deve gostar de quadrinhos!
— Eu adoro, você também?
— Pergunta pra ela se nós não somos uma família que adora ler gibis!

E aí estende o braço, mostrando uma moça bonita, que estava perto de nós. Peraí! O bruto dá em cima de mim e ainda pede o aval da ESPOSA pra continuar a conversa? Fiquei toda errada e passei a ignorar o palhaço, conversando só com a mulher dele. Não, Leitor Fiel, não me lembro do que flei. Lembro que quase, muito quase mesmo, pedi desculpas por ter dado bola pro ogro de aliança. Esse tipo de experiência não é saudável, só se passa se a causa for nobilíssima. Vamos combinar que um peguete de escadaria do Gerônimo não era exatamente uma causa justa.

Passou, sai de onde estava, contei pra Amiga Linda o ocorrido, ela riu e mandou liberar a catraca para fila andar. E andou (leia-se Cara de Anjo, ai, ai...). Lá pelas tantas, hora de ir, já, vem a moça-esposa conversar mais um pouco comigo, e diz que o irmão sumiu, mas q eu se soubesse que ela estava conversando comigo, apareceria na hora.

IRMÃO? Soletra, mona, que fique surda e bege! IRMÃO? Eu dei toco no cara, quase esporro, e o cara era irmão dela???

Bom, a essas alturas Inês já era morta, o Cara de Anjo já estava na parada, e eu não teria coragem de recomeçar a conversa do ponto em que paramos. Mas olha só... Que tipo de cara quer apresentar a família assim de cara, logo na terceira linha do diálogo?

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Depois do incidente — aquele que poucos souberam da minha fúria, e menos ainda souberam do acontecido — resolvi mudar umas coisinhas na vida. Cansei com força de gente babaca, egocentrada, que não agradece as gentilezas, que vive para adorar a própria imagem, saborear os próprios problemas. Cansei mesmo. Não faço mais gentilezas vãs, não ouço mais os problemas dos jogadores do Babacas Futebol Clube, não pulo como bailarina do circo só para satisfazer uma vontade de alguém que se refastela na cadeira e não diz nem "obrigada".

Portanto, Prezado Leitor, se eu ignorar suas lamúrias, faça uma auto-análise para ver o quanto tem correspondido ao meu carinho, minha atenção, meu amor.

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Está acontecendo uma situação extremamente infeliz na minha vida, e até hoje eu consegui singrar estoicamente esses mares. Força vem de dentro, mente quieta, espinha ereta, blá blá blá. Até hoje. Hoje eu falei com uma pessoa que me abordou diretamente sobre o assunto, e à medida que ia narrando, explicando, mais a voz embargava. Chorei mesmo, e depois de recomposta, ainda chorei sozinha mais uma meia hora. De raiva. De tristeza. De impotência. Um pouco de culpa, anota aí também. Muito mais raiva. Uma vontade de sair metralhando quem merece, de dar uns telefonemas e pingar os is. De ferrar com a vida de uns três, de usar tudo o que sei para F*DER com a vida. Mas F*DER mesmo, de maldade, de sacanagem, sem ganhar nada mais além da mais vil satisfação pessoal.

A elevação espiritual, a formação familiar, o raio que for, deixou engastado no meu cérebro uma noção de respeito ao próximo tão absurda, que eu quase encabeço a lista de "Pessoas Otárias". Eu nunca vou sacanear de verdade, e não é nem legal saber que eu teria MUITA alegria em arruinar umas três vidas. Arruinar mesmo. Pra sempre. Mas fazer o mal deve dar ressaca; e o dia seguinte, com o sangue frio, deve dar uma dor na consciencia miserável.

Eu vou entregar a questão pro Cosmo, pra D*us, pro Universo Infinito, pra quem quer que você acredite.

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Cansada.

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