domingo, fevereiro 10, 2008

Mixtape

Ganhei um CD na volta pra casa, e desde então não ouço outra coisa. O céu por testemunha, há quase um ano procuro esse cd até pelas mais extremas vias legais (leia-se Amazon. Alguém crê?)

Não fosse esse CD importante pelo tempo em que levei procurando, para mim ele tem um valor afetivo agregado que é sem preço. Foi o que ouvimos juntos no dia em que nos conhecemos, ele e eu. Escutamos horas a fio, e depois disso, sempre que saímos, em algum momento o Ben Harper canta High Tide or Low Tide. Além de Harper & Johnson, minha mixtape ainda tem Pantera, Deep Forest, Bruce Springsteen e Chris Cornell.

Eu já havia baixado para ele quase um giga de músicas tradicionais de um país tradicional aí. Agora vou dar um toque pessoal, e além das que já estavam no planejamento, vou escolher a dedo mais algumas para retribuir a gentileza.

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Oi, hoje é domingo, e eu tinha que estar trabalhando.

Já vou! Já vou!

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O mundo dá umas voltas estranhas, e as mesmas pessoas acabam voltando em algum momento. Encontrei um cara que irrita o meu santo sobremaneira. Bonito, sim, corpinho em cima, mas desde os primórdios, quando nos conhecemos, não vou com a cara dele. Não sou a maior entusiasta do caráter dele, do comportamento, da existência dele pela Terra.

O problema é que ele nunca tira os olhos de cima de mim. Ontem ele desfilou pela minha frente umas duzentas vezes, e pela visão periférica — porque nem acuso saber que ele vive, ignoro totalmente — vi que em todas as vezes ele passa com os olhos colados em mim.

Numa entrega de um prêmio qualquer, há uns dois anos, estava com um então dono do meu passe, também colega de trabalho, e foi difícil explicar para o namorado que não, nunca tive nada com o belzebu.

— E por que ele não para de olhar pra você? Onde a gente vai, um minuto depois ele está perto, te encarando.

— Pergunta pra ele, pô! A gente nem se cumprimenta, a gente não se tolera, não inventa moda!


Tenho medo que esse tanto olhar seja ele rogando praga. Uma vez eu roguei uma praga tão boa, mas tão boa pra ele, que quase que ele não volta vivo da missão. Depois disso, passei a tomar muito cuidado com as coisas que eu desejo.

Como pôneis, por exemplo.

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Ganhou quem apostou — vide posts abaixo — que a ciranda de um para esquecer o outro não tinha acabado. Esquecer, esquecer mesmo, não esqueci. Não se esquece nada que aconteceu com toda aquela intensidade — e dane-se se foi importante e intenso só pra mim. Eu vivo bem sozinha com os meus sentimentos. Mas foi bacana essa quebra da rotina. Mesmo que por esse eu também não deva me apaixonar.

Mas quem quer uma paixão a essas alturas do campeonato?

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