Daniela aos pedaços
sábado, março 27, 2004
Another time
The same place
[and it's not a rock and roll fable]
Eu amo Carmina Burana. Só ouço quando a alma está mais atormentada que a ópera. É um choque de tormentas, normalmente me acalma. É como encontrar alguém muito parecido comigo mesma. Intensa, num crescendo, altos e baixo, tonal. Vai, mas sempre volta.
O Pelourinho é o lugar mais óbvio para fazer locação. E a gente tem que fazer. Voltando, caminhando com vagar pela Praça da Sé, dei uma boa espiada na fonte. Tumultuada, mar de alma que bate na pedra e machuca, terremotos que me iam por dentro. E a música que começou a tocar para as águas bailarinas foi O Fortuna, a peça mais intensa de Carmina Burana.
Acho que o choro começou o ensaio aí. Parei, respirei, afastei as nuvens que insistiam em rondar a minha memória, deletei tempos outros, lugares mesmos. Hoje não eram exatos 30 dias antes; o dia estava claro, ao invés da noite de raios que ganhei, e a pessoa com quem hoje tentei compartilhar a MINHA fonte nem parou para olhar. Fiquei sozinha, criança perdida dos pais, olhos ameaçando marejar. Eu, a minha angústia e a tempestade de Burana.
Valia a fotografia. Valia, para nunca esquecer. Valia, para jogar a lápide por cima.
Fiz a foto, virei as costas e fui embora.
********
Estou absurdamente sensível. Cansaço. Tenho certeza. Não sou de rocha, mas nem tão vulnerável assim...
********
E a culpa — se existe culpa — da minha tormenta interna é minha. Única e exclusivamente minha. Não deveria ter remexido em emails velhos, em saudades poeirentas; em amores muito velhos, em sépia, que nunca se explicaram. Nem se realizaram.
********
Borderline. Ou falo, vomito, conto tudo, ou vou pelos ares.
The same place
[and it's not a rock and roll fable]
Eu amo Carmina Burana. Só ouço quando a alma está mais atormentada que a ópera. É um choque de tormentas, normalmente me acalma. É como encontrar alguém muito parecido comigo mesma. Intensa, num crescendo, altos e baixo, tonal. Vai, mas sempre volta.
O Pelourinho é o lugar mais óbvio para fazer locação. E a gente tem que fazer. Voltando, caminhando com vagar pela Praça da Sé, dei uma boa espiada na fonte. Tumultuada, mar de alma que bate na pedra e machuca, terremotos que me iam por dentro. E a música que começou a tocar para as águas bailarinas foi O Fortuna, a peça mais intensa de Carmina Burana.
Acho que o choro começou o ensaio aí. Parei, respirei, afastei as nuvens que insistiam em rondar a minha memória, deletei tempos outros, lugares mesmos. Hoje não eram exatos 30 dias antes; o dia estava claro, ao invés da noite de raios que ganhei, e a pessoa com quem hoje tentei compartilhar a MINHA fonte nem parou para olhar. Fiquei sozinha, criança perdida dos pais, olhos ameaçando marejar. Eu, a minha angústia e a tempestade de Burana.
Valia a fotografia. Valia, para nunca esquecer. Valia, para jogar a lápide por cima.
Fiz a foto, virei as costas e fui embora.
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Estou absurdamente sensível. Cansaço. Tenho certeza. Não sou de rocha, mas nem tão vulnerável assim...
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E a culpa — se existe culpa — da minha tormenta interna é minha. Única e exclusivamente minha. Não deveria ter remexido em emails velhos, em saudades poeirentas; em amores muito velhos, em sépia, que nunca se explicaram. Nem se realizaram.
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Borderline. Ou falo, vomito, conto tudo, ou vou pelos ares.
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