Eu queria ligar para um. Ele às vezes não me atende, está numa viagem pessoal que não me inclui, e hoje eu não sobrevivo a nenhum tipo de rejeição.
Eu queria ligar pra outro. Ele é prático demais para minhas queixas existenciais, embora seja o melhor amigo que uma pessoa possa ter numa hora de sufoco.
Eu queria ligar para um terceiro, mas tão logo eu começo a falar, ele narra as desventuras dele, me pede conselho e sempre tem que ir pra outro lugar.
Tentei ligar para ela, mas seu telefone me odeia. Além disso, foi só nos ouvidos dela que despejei minhas frustrações deste ano. Dar um descanso pra essa moça é de bom tom.
Um quarto me decepcionou estupidamente. Claro que minhas mágoas duram o tempo exato do meu desabafo, e eu vou exercitar a vomição em cima dele, como sempre fiz. Mas antes disso, e até depois, não conto como sendo uma companhia para todas as horas. Pé atrás, infelizmente.
Queria estar em POA, com aquele que sempre me ouve, que sempre foi prático na hora certa, e onírico quando eu precisei. Queria estar em AJU, com a minha Valentina que entende cada vírgula do que eu falo, que fala a mesma língua que eu, mulher linda, independente. Queria estar em SAO, com minha irmã de alma que tantas vezes teve a blusa molhada pelas minhas lágrimas. Queria o colo da Carol, que me dá a paz que eu preciso, que acolhe minha cabeça com mãos amorosas e fortes, que me ensina a cada minuto.
No fundo, eu não sei pedir socorro. Eu não sei exigir atenção, carinho, por mais que os saiba garantidos em um ou outro.
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Rosto formigando, braço formigando, olhos formigando. Something's wrong.
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Mas eu sempre passo a página. Eu sempre tenho o meu melhor sorriso para um, para o outro, para o terceiro. Eu sempre estou bem disposta. E é de coração. Os santistas até podem ser sábios, mas as paulistanas, além de sábias, são, acima de tudo, fortes.
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Pronta para. De novo.
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