domingo, março 09, 2003




O sono tem sido minha válvula de escape.

A insônia também.

Alterno dias de chuva e dias de sol. Noites em branco, onde me falta o componente principal que faz com que eu conduza o meu corpo até a cama, componente que puxa as minhas pálpebras para baixo. Em outras noites, durmo como que narcotizada. Como ontem.

Minhas noites seriam mais tranquilas se minha cantiga de ninar fosse a sua respiração cadenciada. Se fosse a sua mão na minha cintura, perto do amanhecer. Se eu não precisasse acordar de todo para saber de quem era aquele corpo ao meu lado. Se fosse o seu suor misturado no meu. Se o meu travesseiro fosse o seu peito. Se fosse o seu gosto na boca. Se fosse com os seus pêlos a brincadeira do primeiro sol. Se a lua me encontrasse enrodilhada na janela, de costas para o céu, bebendo cada gota do seu sono. Se o seu cheiro estivesse nos lençóis. Se eu pudesse dormir mulher e acordar criança com você. Se fosse o seu corpo a esquentar o meu se um dia esfriar. Se eu tivesse a garantia de acordar com beijos, carinhos e risadas. Se eu tivesse a certeza serena de ter você na noite seguinte. E no dia seguinte. E no dia seguinte. e na noite... E no dia... Se eu pudesse esquecer tudo nos seus braços. Se fosse você.

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Ouvindo The Sharp Hint Of New Tears, do Dashboard Confessional, virando para Poema, do Ney Matogrosso.

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