Teve chuva, muita chuva. Sposa bañada, sposa de sorte. Estréia da Machina com chuva, e quem quiser que diga que dá azar. Não dá!
Foi tarde, foi caro e foi longe, e mesmo assim valeu a pena a troca de um por outro. Uma turma pela outra, por menos que fosse a minha, areia pelo conforto dos tapetes e pisos encerados. E ainda consegui realizar um sonho antigo: pelo telefone, mandei uma alma tomar no cu, com toda a sonoridade que me foi permitida pela rua vazia.
Mas foi com prazer que finalizei esse job. Não funciono pela metade. Sou intensa, sim, sou inteira, sou franca e assumo os meus riscos. Odeio fracos, que vivem pela metade, que enchem o meu saco numa madrugada que tinha que ter sido perfeita. Boa música, boas pessoas, bom programa, e eu tive que me dividir entre ontem e o antes, entre todos ali e a vida que havia por trás do telefone.
Mas teve chuva, e andei descalça, espadanando água em cada poça, inventando motivo para caminhar pelos quintais alheios. Anda, pisa, molha o cabelo, ri; volto. Ajoelhada no chão, finalmente consegui fazer um afago naquele de quem tanto gosto. Último cigarro, mais água de chuva, volto, tento dormir. Consigo acordar com a cabeça bem acomodada nos braços que já me são familiares, perna em cima da minha. Não sei onde estou, mas conheço o cheiro e a textura da pele que está embaixo da minha mão: onde quer que eu esteja, estou bem. Suspiro, estreito os dedos em torno do braço salpicado de suor e sardas, e volto a dormir.
Foda-se: I'm keeping it easy.
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