quinta-feira, março 11, 2004

Você tem noção do que é uma indicação profissional vinda do Sul do país, tão longe, tão longe?

Eu tenho.

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Há tempos não pensava nele. Parceiro, parceirão de porres de absinto, produções furadas, festas cult. Amigo de verdade mesmo antes da TV — ele entrou uns dois meses depois de mim —, eu terminava o meu dia, descia um andar de escada e me enfurnava na ilha de edição dele. Puta diretor de arte, melhor da estirpe dos criadores, as nossas longas conversas viravam noites e entravam por dias e tardes e novas noites e nunca acabavam. O mais inocente encontro na escada era um brainstorming. Cafés da manhã na delicatessen, "eu acho que Fanta Laranja a essa hora faz mal...", legumes au gratin no Quixabeira, e botecos, e olha nós saindo de madrugada da TV, olheiras batendo nos joelhos, ar de felicidade de quem está nos próprios trilhos.

A vida brinca de empurrar, e olha ele lá embaixo, em POA, e — as coincidências nunca acabam! — atendendo à empresa que recentemente me incorporou ao seu patrimônio. E de uns seis dias pra cá venho pensando — e falando — nele. O telefonema era inevitável. Chiado, mal ouvido, com reverbe, mas durante 17 minutos duplamos de novo.

— Você volta?
— Acho que não, Dani... Estou estabilizando a vida aqui...


Alma querida, cúmplice, POA é tão longe... Longe como o Rio passa a ser a partir de sexta-feira. Mais um que vai sem passagem de volta...

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Insônia...

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