A história da noite do sábado está contada sob outra ótica no Pagan Poetry. Uma bruxa tomando contato com preceitos afro-brasileiros... Ah, Kendra, só você para entender a minha encruzilhada pessoal...
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A menina desconhecida? Uh... Qual delas? Meu voto vai para a Jessica Rabbit dos Trópicos. Eu bem que falei pro Ernie que aquela menina era uma boa bisca... Nem dei beijinho quando fomos embora... tá louca, misturar minha energia já tão sapateada naquela guria estranha?
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O que as janelas querem dizer?
Eu vejo da minha janela do quarto um terreno, algo perto de 30 gatos de várias cores. Vejo dois ou três coqueiros, dois cães, vários vizinhos, eventualmente o dia nascendo. Algumas estrelas aparecem por aqui, não muitas, mas o suficiente para que eu me enrodilhe na janela e fique a imaginar quantas mais existirão. Estrelas são pessoas legais que foram embora?
O que os outros vêem das janelas? Talvez pq eu esteja no segundo andar, a minha janela não tem o menor apelo. Mas e nas progressões geométricas? 4o., 8o. andar? O que há de tão mítico no chão desses andares?
Por que dói tanto? Será que esse carma nunca, nunca vai acabar? Será que essa dor está sempre se renovando para que eu nunca me esqueça dela? Será que essa bala nas costas nunca vai cicatrizar? Será que o sal das lágrimas que derramo(ei) não serve como antisseptico?
O que, Deus, eu preciso aprender? O que falta pra eu poder dar mais esse passo para o alto? Uma nova incursão ao topo do edifício mais alto de Salvador, para rir da própria vida, para gargalhar na cara da dor? E onde fica o prédio mais alto de São Paulo? Não adianta, o que é feito na Bahia só se desfaz na Bahia. Mas para aprender o quê? Por Deus, aprender mais o quê com tanta dor? Por que, Deus, tu me permites ver um pedaço de luz se me destinas à sombra logo depois?
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E de onde, Deus, de onde eu continuo tirando forças para tocar meu barco? De onde me vem essa calma quando a dor me purga a alma? De onde vem essa aceitação serena, quando o minuto anterior me lançava à beira do desespero?
Eu quero parar. Quero que o vento pare de soprar nestas velas, quero ficar á deriva, não aguento mais essa certeza incerta de que dias melhores virão. Quero dormir sem sonhos, quero fugir. Pintar os cabelos de preto, assumir nova identidade, mudar pra uma terra fria, criar huskies siberianos onde eles tenha temperatura adequada, virar esquimó. Ermitã. Ser a tia estranha dos meus sobrinhos que virão, "aquela tia que está em Anchorage, no Alaska... febre do ouro?... não, ela já tem o suficiente, nunca quis ser biliardária..."
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Roubando um trechinho de um email-desabafo para a minha irmã-estrela-da-sorte:
Não é uma culpa que vou carregar. Não mais uma. É só uma dor. Somos todos muito jovens para esse tipo de evento. Nossa geração não foi preparada para mortes de heróis, mesmo porque não tivemos heróis. Não tivemos uma causa que nos preparasse para perdas de gente nova.
Não é culpa. É só mais uma dor. Mais uma vez queria que tudo acabasse. Sumir. Desaparecer. Virar pó. Evaporar. Desintegrar. Mas me lançaram a maldição da vida longa. Não quero, não quero, não tenho estrutura para perder e perder e perder e ver os meus indo embora, e eu ficando.
Passa. Quando passar o choque, diminui a dor, diminui a sandice. Vou vestir uma roupa levinha, colocar um par de tênis e sair pra rodar sob o sol. Tentar ver o F., tentar fazer a fotossintese, reordenar a vida. Reordenar o que eu tenho agora. Ver o que vou fazer com esse resíduo. Mas é vida, e é minha, e vou tentar cuidar com o maior zelo possível.
Mas tem horas que não dá. Definitivamente não dá.
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H. M. Q., hoje era um dia em que eu precisava muito do seu colo, da sua lucidez, da luz da sua alma.
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Desanuviando um pouquinho: nesse estado de espírito, e tendo que ouvir "D'Yer Mak'er", do Led Zeppelin, em RITMO DE AXÉ???
Diria o meu acupunturista: "Você tem dois caminhos: rir ou se desesperar."
U ´in.
Estou rindo.
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