Louco.
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O que esperar de uma noite clara como o dia nascendo, véspera de pleniluni?
A energia estava péssima. Uma dor de cabeça violenta, só no lado direito. Totalmente fora da sintonia da mesa. Minha amiga que usaVA óculos tentou uma doação de energia. Bloqueei. Exercício de hiperventilação. Fiquei tonta, tonta, tonta. O estômago pediu arrego. O vulcão que me vai na alma veio pro esôfago.
Uma molezinha, uma impaciência, e horas depois puxei um incenso que trouxe do Rio. Instantâneo. Carol acendeu, e fiquei com ele na mão. Evocar o ar para limpar aquilo ali fez um efeito absurdo. A dor de cabeça aliviou, a energia também. Segunda meia noite, e encosta um bêbado. Me pede um cigarro, fala algumas coisas, e quando o Dani acende, ele traga, segura a fumaça, estende a mão para cima da minha cabeça e começa a falar em yorubá. Não era, de maneira alguma, uma energia ruim.
Débora do Zeba, na outra ponta, lança um olhar mais atento, olhar que carrega uma sabedoria infinita. O bêbado segue em frente, rumo a um sambão. Atabaques, pandeiros, palmas. Débora mata a charada:
— Meia noite, olha onde a gente está: numa encruzilhada. Olha como o cara saiu (com o braço direito dobrado para trás)... Exu. Dani, você está devendo alguma coisa?
— Uh... o bori está atrasado para caramba...
— Bom, quem quer que seja, veio, limpou, e sumiu. Era um Exu.
E tenho certeza de que posso procurar por Salvador inteira que nunca mais acho esse cara... Mas que limpou o que estava MUITO, MUITO carregado, ah, isso limpou...
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— Quem tá aí?
Sorriso pouco ébrio. Silêncio.
— Como é o seu nome?
— Antônio Não-Sei-o-Quê da Bahia.
— É Baiano?
Sorriso TOTALMENTE lúcido. Breve assentir da cabeça.
Arrepio desta que vos fala.
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O estômago continua um lixo, mas é pura somatização. Sempre foi assim.
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Estou morrendo para comer um acarajé! Aliás, meu problema hoje é fritura... Ai, bolinho de queijo... coxinha... pastel...
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