sábado, outubro 25, 2003

"Não entendi o enredo desse samba, amor"

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Que falta de timming do cacete!

Há mais de dois anos eu espero por eisso, por um convite, por uma insistência, e quando acontece eu resolvo fazer charminho e entro pelo cano! Mas pensa, pensa numa coisa que já começou com um delay de 15 minutos! Foi exatamente isso: quando eu me dava conta, eu já tinha feito a merda há pelo menos 900 segundos.

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Troféu cara de pau

Fui arranjar uma figuração de emergência em Jacuípe para o filme dos deuses celtas. Bom. O mínimo era de 10, o ideal era mais de 15, todos vestidos para um casamento. Fiz a recontagem, 20 figurantes, por favor, senhor diretor de produção, eu preciso de mais cem reais para pagar o resto da figuração.

— Dani, arruma o pessoal na saída da igreja, duas fileiras fazendo um V.

Certo, Marco Túlio da publicidade, com esse seu sorriso abrasador eu arrumo o pessoal em qualquer letra do aramaico! Mas... Engraçado... Tem alguma coisa errada...

— Sem Noção, quantos figurantes têm?
— Um... seis... treze... dezenove, vinte, vinte e um, Dani!


Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaao! Ó, Nossa Senhora das Produtoras de Casting Armengado, por que comigo? Por que não me deste o tempo suficiente para retirar o último incauto? Cena feita, e agora, meu Deus, e agora?

Comecei o pagamento, e sempre deixando os dois últimos a chegar no set lá pro fim da fila. No processo, estou ouvindo as conversas, e olha só: os dois figurantes que chegaram no set são irmãos gêmeos!

— Mentira!!!
— Verdade, a gente é gêmeo mesmo!


Eureka! Problema resolvido!

— Pois bem, já que vocês nasceram juntos, vocês vão dividir o dinheiro também!

Uma nota na mão de cada um, meio cachê para cada irmão, virei as costas e segui o caminho, rindo de puro desespero.

Segundo o chefe dos motoristas:

— Daniela pagou o cachê por barrigada! Cada barriga, um cachê!

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